No dia 7 de Abril de 529, o imperador cristão Justiniano fechou a Academia como parte do seu combate contra o Paganismo. De tal modo foi este evento simbólico que muitos consideram tratar-se do fim da Antiguidade e do princípio da Idade Média, isto é, da época das trevas, trazida pelo Cristianismo.
E porquê?
Porque a Academia era o foco difusor duma das senão a principal corrente filosófica do pensamento clássico pagão: o Neoplatonismo, ou seja, a filosofia de Platão desenvolvida na Antiguidade tardia e enriquecida com o misticismo e o pensamento mágico da época.
O espaço da Academia foi ao mesmo tempo, desde a Idade do Bronze, um santuário dedicado a Atena, Deusa Bélica da Sabedoria e Protectora de Atenas. Este santuário estava talvez associado com o dos Gémeos Divinos, heróis-deuses conhecidos como Dióscuros (literalmente «Dios» + «Kouroi», isto é, «Os Rapazes de Zeus»), Castor e Pollux (celebrados em Roma no dia 8 de Abril), pois que o herói Akademos revelou aí aos Gémeos Divinos onde é que Teseu tinha escondido Helena. Devido ao respeito religioso que tinham pelo local, os Espartanos não destruíram o local quando invadiram essa região da Grécia (Ática).
Existia aí um bosque de oliveiras em honra da Deusa. Uma das cerimónias religiosas que tinha lugar neste santuário era a corrida de tochas nocturna; também se realizavam, neste «locus» consagrado, jogos funerários, bem como procissões dionisíacas. As ruas da Academia estavam alinhadas com os túmulos do Atenienses.
Os sucessores de Platão neste centro de sabedoria antiga foram Speusippus, Xenócrates, Polemon, Crates, Arcesilaus; Aristóteles foi também membro desta espécie de universidade, ao mesmo tempo em que formou a sua própria escola, o Liceu.
Após o encerramento da Academia, os seus membros procuraram protecção sob o reinado do rei persa Khosrau I, da dinastia dos Sassânidas, levando consigo vários papiros de Literatura e Filosofia, e, em menor quantidade, de Ciência. Fez-se um tratado de paz entre os impérios persa e bizantino, em 532, o qual garantiu a segurança pessoal dos refugiados da Academia, alguns os quais encontraram abrigo no baluarte pagão de Harran, perto de Edessa.
Fonte: Gladius
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