Como um país não é mais ou menos importante em relação a seu tamanho, uma religião também não deve ser. Durante muitos séculos nós bruxos fomos obrigados a permanecermos nas sombras ou como costumamos dizer dentro do meio wiccano “no quarto das vassouras”, uma alusão a imagem criada por Walt Disney em seus desenhos.
Somos parte viva do COMBATE CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, mesmo porque, também somos vítimas desse descaso das autoridades e do “pré conceito” da sociedade que durante muitos anos foi bombardeada com informações que denegriam e ainda denigrem a imagem dos bruxos e bruxas, transformando-nos em algo feio, demoníaco, sombrio e malvado.
Prova viva deste combate se vê através do renascimento da religião WICCA, que em meados dos anos de 1940 e 1950, foi impulsionado pelo bruxo inglês Gerald B. Gardner juntamente com outros bruxos e bruxas, quando ainda existiam leis na Inglaterra contra a bruxaria. Embora essa fundamentação tenha ocorrido na década de 1940, a WICCA só foi revelada publicamente em 1954, quando da época da sanção da última das leis contra a Bruxaria na Inglaterra.
A religião WICCA e seus termos são baseados em diversas culturas do paganismo antigo, modificadas pelo que, segundo os antigos, era uma tradição sobrevivente da bruxaria medieval. Desde 1954, quando veio realmente a público, várias tradições surgiram dentro da religião WICCA, transformando-a nesta pluralidade que vemos hoje em dia.
Somos conscientes do trabalho que devemos fazer enquanto religião, assim como somos conscientes que fazemos parte de um todo que se empenha no apoio na formação de uma sociedade plural e igualitária que tenha em sua base os melhores princípios morais.
No entanto, percebemos que ao nos juntamos com outras religiões “minoritárias”, nos tornamos mais minoritários ainda, se é que seja possível. Muitas vezes somos lembrados como “outros” ou “etc.”, como se isso fosse uma lembrança de nossa existência. Logo, notamos que não basta lutarmos apenas contra a intolerância religiosa, mas que temos também uma luta pessoal: tornarmos reconhecidos e respeitados como religião perante as outras religiões também chamadas “minoritárias”.
Nós da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, temos que tomar cuidado para que não façamos com as religiões menos expressivas do que as chamadas “minoritárias”, o que as religiões ditas de massa fazem conosco, pois este foi um dos motivos que nos uniu.
Possuímos um ditado em nossa tradição que diz: “A esperança de uma boa colheita reside na semente”, pois bem, esta semente foi plantada através desse texto no qual nós wiccanos regaremos até que vire uma árvore frondosa, e oramos para que dê bons frutos. Contamos com o apoio de todos os religiosos e religiões envolvidas na Comissão que nos ajudem a manter esta árvore viva, desta forma, conseguiremos fazer com que esta cresça e seja vista de longe por quem deseje ou necessite vê-la.
Autor: Og Sperle
Fonte: Liberdade Religiosa [blog alterado, link morto]
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