Dia 25 de Dezembro é data da celebração do Natalis Solis Invictus, isto é, do Nascimento do Sol Invencível.
O Nascimento do Sol Invencível é o momento em que o Sol inicia a Sua ascenção triunfante, representando, neste momento, a Luz que nunca morre e vence sempre. A celebração do Sol Invencível foi estabelecida em 274 DC, pelo imperador Aureliano, depois do seu triunfo no oriente, e incluía corridas de cavalos - trinta bigas - em honra do Sol.
Este Sol Invicto, Luz que nunca morre e vence sempre, é pois um reflexo da Eternidade.
De um modo sintético, pode-se começar por dizer o óbvio - que a generalidade dos povos consagrou esta época ao culto ou à homenagem do Sol, ou de forças solares divinas.
Começando pela religião gaulesa, é valioso descobrir que também estes Celtas mal conhecidos celebravam este dia sob o nome de «Deuorius Riuri», como se pode ler nessa famosa e importantíssima descoberta arqueológica que é o Calendário de Coligny.
Merece também referência que esta celebração solsticial continue viva entre os Curdos, sob a designação de Şeva Zistanê. E merece referência porque se trata dum elemento de origem pagã, enquanto o Povo Curdo já foi há muito convertido ao Islão, conversão esta que pode explicar o facto de a Seva Zistanê não ser oficialmente realizada. Já os arcaicos ancestrais desta gente acreditavam que a noite mais longa do ano era a que antecedia a vitória da luz sobre as trevas e simbolizava assim o renascimento do Sol, O Qual desempenha um importante papel em religiões antigas ainda praticadas por alguns Curdos, além do Zoroastrismo. Actualmente, várias comunidades do Curdistão preparam grandes festas e as suas crianças entretêm-se em jogos vários e recebem doces, um pouco à imagem do moderno Halloween anglo-saxónico.
Os parentes mais próximos dos Curdos, os Iranianos, também celebram esta data na sua religião nacional, que é o supracitado Zoroastrismo. No Irão zoroástrico, a celebração chama-se Deygãn. O último dia do mês de Azar (equivalente a Dezembro) é o mais longo do ano, o que significa que as forças de Ahriman (Espírito Maligno) estão no auge da sua força. Todavia, o dia seguinte, que marca o início do mês Dey, é tido como «O Dia do Sol», ou Khoram Ruz, e pertence portanto a Ahura Mazda, o Senhor da Sabedoria, Deus do Bem. O Khoram ou Khore Ruz é por conseguinte dedicado a este Deus, e também a Mithra, grande Deus ariano comum ao Irão e à Índia Cujo culto chegou a ser dos mais populares no Império Romano.De uma das culturas célticas menos bem estudadas até à mais conhecida, a gaélica irlandesa, manix e escocesa, passa-se para o «Dia da Carriça» ou «Lá an Dreoilín», celebrada a 26 de Dezembro. Nesta festa, multidões de jovens usando vestimentas carnavalescas e máscaras, e acompanhadas por músicos, punham-se ao caminho e, transportando consigo uma carriça (pássaro), iam de casa em casa, comendo e divertindo-se. Pode haver aqui algum eco de um festival druídico. Não deixa entretanto de ser interessantíssima a sua semelhança com as festas dos Caretos.
Entretanto, no outro ramo céltico que sobreviveu até aos dias de hoje, o britónico (Gales, Cornualha, Bretanha), a tradição aponta esta época como o nascimento do herói-deus Pryderi, que deu o nome à Grã-Bretanha, filho de Rhiannon, a Grande Deusa equina, eventual equivalente à famosa Épona, Cujo culto, adoptado também por soldados romanos, muito se disseminou na Gália e na Ibéria.
Merece também referência que esta celebração solsticial continue viva entre os Curdos, sob a designação de Şeva Zistanê. E merece referência porque se trata dum elemento de origem pagã, enquanto o Povo Curdo já foi há muito convertido ao Islão, conversão esta que pode explicar o facto de a Seva Zistanê não ser oficialmente realizada. Já os arcaicos ancestrais desta gente acreditavam que a noite mais longa do ano era a que antecedia a vitória da luz sobre as trevas e simbolizava assim o renascimento do Sol, O Qual desempenha um importante papel em religiões antigas ainda praticadas por alguns Curdos, além do Zoroastrismo. Actualmente, várias comunidades do Curdistão preparam grandes festas e as suas crianças entretêm-se em jogos vários e recebem doces, um pouco à imagem do moderno Halloween anglo-saxónico.
Os parentes mais próximos dos Curdos, os Iranianos, também celebram esta data na sua religião nacional, que é o supracitado Zoroastrismo. No Irão zoroástrico, a celebração chama-se Deygãn. O último dia do mês de Azar (equivalente a Dezembro) é o mais longo do ano, o que significa que as forças de Ahriman (Espírito Maligno) estão no auge da sua força. Todavia, o dia seguinte, que marca o início do mês Dey, é tido como «O Dia do Sol», ou Khoram Ruz, e pertence portanto a Ahura Mazda, o Senhor da Sabedoria, Deus do Bem. O Khoram ou Khore Ruz é por conseguinte dedicado a este Deus, e também a Mithra, grande Deus ariano comum ao Irão e à Índia Cujo culto chegou a ser dos mais populares no Império Romano.
A propósito de Mitra no Irão, é essencial fazer uma referência à Yalda, o mais importante festival do Irão actual sem contar com a cerimónia do ano novo. Diz o mito persa que Mithra nasceu no fim desta noite, após a derrota há muito esperada da escuridão perante a luz. Nesta ocasião, também chamada «Shabe Chelle», as famílias e os amigos reunem-se e comem-se frutos, secos e frescos, particularmente melancias, diospiros e romãs, todos eles representando o Sol.
Similar à Deygãn persa é a Karachun, Korochun ou Kračún, grande celebração pagã dos Eslavos Ocidentais (Polacos, Checos, Eslovacos, Wendes). O mito eslavo diz que nesta época o Deus Negro e outros espíritos malignos ainda são potentes e por isso derrotam Hors, o Sol Velho, em 22 de Dezembro. Todavia, Hors ressuscita a 23 de Dezembro e torna-Se no Sol Novo, Koleda. Karachun parece significar «O dia que liga o ano velho ao novo». A celebração pode estar ligada ao culto dos ancestrais. Assim, é sabido que nesta data os antigos Eslavos Ocidentais faziam fogueiras nos cemitérios para aquecerem os seus entes queridos já falecidos, organizando também jantares em honra dos mortos para que estes não sofressem com fome. Além disso, pegavam fogo a troncos em encruzilhadas.
Koleda ou Kolyada, teónimo acima citado, é por sua vez o nome da celebração entre os Eslavos Orientais (Russos, Ucranianos) e Meridionais (Búlgaros e Macedónios). Há quem diga que a palavra deriva da latina «Calenda», há também quem lhe veja a raiz no termo «Kolo», que significa «Roda» (a fazer referência à roda do ano, o que faz lembrar que também os Anglo-Saxões dão o nome Yule ao Natal e à roda ao mesmo tempo), há ainda quem procure a origem do vocávulo no macedónico «kole», ou «dilacerar», em referência a um possível sacrifício; mas talvez a etimologia mais provável seja a que faz «Koleda» derivar de Kolyada, Deus eslavo do Inverno. Actualmente, a palavra evoca, não tanto o Natal propriamente dito, mas sim as brincadeiras e cânticos da época natalícia.
Também no leste eslavo, mais concretamente na zona oriental da Rússia, sobrevivia no século XII uma adoração de Rozhnitsa, Deusa Mãe invernal, À Qual se ofereciam sacrifícios sem sangue, tais como mel, pão e queijo. Faziam-se decorações a representar a Deusa com cornos de veado e ofereciam-se bolos brancos na forma do mesmo animal. Ainda no século XX havia mulheres russas que continuavam este ritual.
Na vizinha Letónia, celebra-se o Ziemassvētki, ou festival de Inverno, no dia 24 de Dezembro, e é uma das suas festas mais importantes, a par da Jāņi. Na Ziemassvētki assinala-Se o nascimento de Dievs, o maior Deus dos Letões. As duas semanas que antecedem o Seu nascimento constituem a «estação dos fantasmas». Durante a Ziemassvētki, acendem-se velas a Dievs ou Divins e uma fogueira arde até ao fim, quando a sua extinção marca o adeus à infelicidade do ano anterior. À mesa, reserva-se um espaço para os fantasmas, e come-se pão, feijões, ervilhas, focinho e pés de porco. Alguns foliões (budeli) cantam de porta a porta e comem em várias casas.
A festividade decorre de 24 a 26 do corrente mês e acabou por ser adoptada pelos cristãos. Os modernos politeístas praticantes da Romuva ou Religião Nacional Báltica celebram-na igualmente, como seria de esperar.
É também mister referir a celebração equivalente dos Kalash do Paquistão, visto que este povo é, como já foi dito neste blogue, uma das poucas nações indo-europeias que preservou a antiga religiosidade pagã até aos dias de hoje. Os Kalash festejam nesta data o Choimus ou Chaomos. Diz o mito que um certo semideus retorna para recolher orações que serão depois entregues a Dezao, o Deus Supremo. É ocasião para purificações pormenorizadas de ambos os sexos e realização de grande festival, que inclui danças, cantares, fogueiras e farta comezaina à base de carne de cabra, cujo sangue fora previamente aspergido nas faces dos homens como parte do ritual de purificação.
Não deve entretanto esquecer-se a Lenia e a Brumália da Grécia, ambas em honra de Diónisos (Diónisos Lenaius no primeiro caso) mas a primeira reservada às mulheres e dominada pela encenação de cinco comédias, e tendo a segunda sido instituída também em Roma, alegadamente por obra do seu primeiro rei e fundador, Rómulo, celebrada durante trinta dias e iniciada a 24 de Novembro, para entreter o Senado.
Na Índia, o nome da da celebração é Sankranti, início da estação das colheitas, cujos pormenores da festa têm alguma semelhança às Saturnais, nomeadamente no que se refere às visitas entre amigos no segundo/terceiro dias; homenageia-se o Sol como símbolo da eternidade e da luz sem fim, além do tempo, e pede-se-Lhe inteligência e iluminação, visto que o Astro Rei constitui um símbolo de conhecimento e sabedoria. Este evento é marcado por uma recomendação que os Deuses ditam aos homens: «Tamaso Ma Jyotir Gamaya», ou «Que vás mais e mais alto - para mais e mais Luz, nunca para a escuridão».
No mundo nórdico, trata-se do Yule, bem como do Midvinterblót, ou «Sacrifício do Meio do Inverno». Os Suecos realizavam rituais sacrificiais de pessoas e de animais em muitos dos locais que agora têm igrejas.
Entre os Anglo-Saxões, a festa era denominada Modranicht ou Modresnach, isto é, «A Noite das Mães». Os sonhos que se tivessem nesta noite eram proféticos para o ano inteiro que se seguiria.
Na zona sudoeste das terras ocupadas pelos Germanos, mais precisamente nos Alpes, a grande celebração é o ritual de Perchta. Aparentemente, Perchta é uma personagem folclórica que descende da antiga Deusa germânica Hertha, Senhora da Luz e do Lar. É interessante observar que os camponeses faziam bolos no formato de sapatos, os quais depois enchiam com presentes, enquanto as casas eram decoradas com azevinho como preparativo de boas vindas dedicado à Deusa. Erigia-se então um grande altar de pedras lisas e chatas e aí se fazia uma grande fogueira com ramos de pinheiro. Hertha descia através do fumo, ajudando os mais sábios a predizer o futuro das pessoas presentes na festa. Alguns aspectos desta celebração sobrevivem ainda entre os camponeses da região.
Fonte: Gladius
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