sexta-feira, 26 de maio de 2023

Apologia ao Rock

A internet foi o meio de comunicação que trouxe tanto avanços quanto efeitos colaterais. Como algo feito e produzido pelo e para o público, criou sua própria linguagem, mas tem sido ponto de debate a regulamentação dela e de seus... filhotes.
Por exemplo, foi dado um outro significado para Troll.
Este, uma figura lendária, presente no folclore nórdico, pode ser equiparado ao Oni do folclore japonês.
Assim como a bruxa, figura lendária, o Troll tem sua existência negada.
A bruxa tem sido negada e apagada, pela Inquisição Científica, porque ainda é embaraçoso, que as vítimas da Caça às Bruxas, tenham sido assassinadas na Era Moderna, época da Renascença e do Iluminismo.
A figura da bruxa é resultado de inúmeras tradições orais, produtos de experiências reais de pessoas com essas figuras. Foi necessário a participação de autoridades clericais e seculares para que fosse criado o ambiente necessário para o medo e paranóia entre as massas.
Herdeiras de antigas crenças e práticas, assimiladas e sincretizadas com a crença (imposta) do Cristianismo, foram caçadas, presas e torturadas.
A figura do Troll pode ser um resquício de tradições orais que preservaram o contato do ser humano com seu parente, o Neandertal. Que se tornou uma figura lendária e mágica. Que recebeu uma repaginação pela cultura popular e pela internet.
Como outras figuras lendárias (múmia, vampiro, lobisomem) o Troll é o monstro que deve ser combatido, caçado e morto. Soa familiar?
Ninguém fez escândalo quando Hilda (personagem) apareceu nua em sua forma de Troll. Mas tem pior.
A produtora DreamWorks passou o Troll por um tratamento, para que se tornasse comercialmente rentável para os padrões da Disney e transformou a aparência disso para algo fofo, brilhante, colorido e musical.
Não satisfeito, fez dois filmes (até o momento), sendo que o mais recente aborda os diferentes estilos musicais.
Eu vou pular a cena (spoiler!) que mostra um personagem (macho? fêmea? irrelevante?) gerando um outro Troll a partir de uma mitose. O que incomodou foi a forma estereotipada que cada estilo musical foi retratado. Principalmente o Rock.
E a cena final (spoiler!) tem uma música, supostamente para mostrar uma conciliação, mas o resultado é uma pasta pegajosa e sem personalidade, uma música pop.
Bom, a protagonista é chamada de Poppy, que também significa papoula, planta de onde é produzido o ópio. Drogas? Não, obrigado 😏🤭.

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