sexta-feira, 18 de março de 2022

Refutando o Apocalipse Brasileiro

O porta-voz da homofobia evangélica, Júlio Severo, tem um blog onde se pode ver claramente todo o preconceito e discriminação que caracteriza os fanáticos e fundamentalistas de Cristo. Só esse blog seria indício suficiente para que parassem as queixas dos 'evangélicos' de estarem sendo estereotipados. Como se não bastasse a homofobia, Júlio Severo demonstra suas psicoses na área mais preferida entre os 'evangélicos': a escatologia.
Eu irei citar e analisar o texto de autoria do mesmo a respeito do "Apocalipse Brasileiro".
Quando se lê o Apocalipse, o último livro da Bíblia, percebe-se dois pontos principais: um governo mundial de natureza demoníaca e o Anticristo ocupando papel central nesse governo.
Esse governo já existe? Há algum modo de podermos avaliar a presença do espírito do Anticristo em nossa época?

O Apocalipse, assim como o evangelho de João, foi um livro que apenas foi inserido no cânone muitos anos depois por causa de suas mensagens metafóricas e esotéricas. A visão de que o mundo está sob a ameaça de um governo secreto dominado pelo Anticristo não é unanimidade entre as denominações cristãs. Esse tipo de paranoia, própria das 'teorias de conspiração' se esquece de que o Estado na Idade Média pertenceu igualmente à Igreja Cristã.
O tipo de governo exposto em Apocalipse será sedutor e dominador, invadindo a privacidade dos cidadãos e suprimindo sua liberdade de viver conforme os mandamentos de Deus.

Os ditos 'mandamentos de Deus' não são uma lei universal, pertencem apenas aos que tomam a bíblia como livro sagrado. Os ditos 'mandamentos de Deus' só são aplicáveis, portanto, aos que seguem essa bibliolatria.
Quando se lê Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, vê-se que no Jardim do Éden a serpente enganadora tentou o primeiro casal com promessas que acabaram em destruição. No governo mundial, ela seduzirá todos os cidadãos com suas promessas que acabarão igualmente em destruição. Como todos os governos assistencialistas modernos, o governo do Anticristo prometerá suprir tudo, oferecendo saúde, educação e emprego para os cidadãos. Mas por trás da nova sedução está a antiga serpente.

Muitos dos textos da bíblia são imitações ou distorções de mitos e lendas de povos com quem os Israelitas conviveram. A Tradição Oral só foi posta na forma de livro quando estes retornaram do cativeiro Persa, onde os rabinos trouxeram muito da influência do Zoroastrismo, impondo aos Israelitas o monoteísmo. O mito da Serpente bem como do Jardim do Eden são uma distorção dos mitos de criação dos Babilônios. Na minha opinião, em algum momento os Hebreus e os Israelitas tinham igualmente vários Deuses e Deusas, eu acho bastante plausível que o conflito entre YHVH e a Serpente seja uma distorção dos mitos antigos das Guerras dos Deuses.
Se não fosse pela revelação profética de Deus no livro de Apocalipse, o governo mundial, com suas ilusões, surgiria sem que ninguém se preocupasse com seus perigos ou mesmo percebesse sua chegada. Graças ao poder profético da Palavra de Deus, nenhum governo mundial ou local tem chance de enganar o seguidor de Cristo que se mantém em vigilância e oração incessante.
Não é possivel, com certeza absoluta, afirmar quem é o verdadeiro seguidor de Cristo. Os evangelhos só foram colocados à disposição do público comum após a invenção da imprensa e a distribuição da edição da versão vulgata da bíblia pelos Protestantes.
Um governo dirigido pelo Anticristo é, como a própria palavra diz, um governo contra Cristo e seus valores. Cristo é a libertação do pecado, da doença e da morte. Ele veio para trazer vida em abundância.
O Anticristo tem uma missão contrária. Ele representa a escravidão ao pecado, à doença e à morte. Ele vem para trazer morte em abundância.

Para um leitor imparcial dos textos contidos na bíblia, existem várias passagens onde YHVH encoraja a escravidão, propicia doenças, estimula o estupro e manda os Israelitas a matarem outros povos. Até o apóstolo Paulo disse que a Lei apenas trouxe o conhecimento do pecado. Considerando que Cristo veio em nome de YHVH para 'salvar a humanidade do pecado', o leitor imparcial fica diante de um evidente paradoxo.
Se o Anticristo governará o mundo inteiro, então é evidente que o Brasil também sofrerá sua influência. Há sinais claros de que essa influência já começou:
1. Morte em abundância: O Estado e o aborto. Esforços feministas, com apoio do governo e entidades estrangeiras, para implementar e ampliar políticas de aborto, tratando-o como questão de saúde pública, em vez de questão criminal. A antiga serpente da sedução venda os olhos dos legisladores e da sociedade, para que em vez de verem e respeitarem o valor da vida humana inocente, vejam e respeitem a vontade de uma minoria que tem sede de sangue. Nos bastidores espirituais, o derramamento de sangue inocente através do aborto legalizado garante o aumento da atividade satânica na sociedade. Por meio de suas políticas de aborto, o Estado anticristão e antivida serve a políticas satânicas onde o sacrifício dos inocentes é essencial para abrir as portas da sociedade para que os demônios façam invasões em todas as esferas.

Hipocrisia cristã. Hoje é lucrativo se apresentar diante da opinião pública como 'defensor da vida', mesmo quando esta ainda está e formação. Mas a história mostra o quanto o Cristianismo valorizou a vida. Durante a Idade Média, vários conventos não eram nada mais do que prostíbulos dos padres e locais onde se praticavam abortos.
2. Escravidão ao pecado sexual: O Estado e o homossexualismo. O homossexualismo e outras relações deliberadamente estéreis são a negação do papel criativo que Deus deu ao relacionamento sexual. Deus criou o primeiro casal como modelo da vida sexual fundamental entre homem e mulher, e lhe deu o primeiro mandamento: Crescer e frutificar. Nas novas ofertas e tentações da antiga serpente, o menu sexual apoiado e promovido pelo Estado agora inclui homossexualismo e outras perversões. Contrariando o projeto de Deus, não é possível criar nova vida através dessas uniões.

Indução cristã. O Genesis diz, em sua primeira narrativa, que Deus (YHVH) criou o homem e a mulher, criou a ambos, no que para algumas interpretações, pode indicar que o primeiro ser humano (na crônica bíblica) era andrógino, hermafrodita. Existem, ainda que de forma dissimulada, a homossexualidade em personagens bíblicos, bem como o incesto, o lenocínio, o estupro.
3. Escravidão à bruxaria: O Estado e as religiões sincréticas afro-brasileiras. O Estado ocupa ilegitimamente agora a função de protetor da bruxaria, distanciando-se dos valores cristãos sob o pretexto de ser um Estado laico, mas promovendo ideias de bruxaria, sob a desculpa de valorização da “cultura” dos afrodescendentes. Resultado: as religiões sincréticas afro-brasileiras estão começando a experimentar aumento depois da intervenção estatal de proteção às suas práticas.

Inveja cristã. Desde que a Ciência apareceu e tirou o poder absoluto que a Igreja Cristã tinha na Civilização Ocidental, os saudosistas, fanáticos e fundamentalistas sonham com o retorno da Teocracia. O sonho dessa gente é a de que o Brasil se torne um Afeganistão, tendo a Igreja Cristã no lugar do Taliban. O Estado moderno devia ser laico, não apenas no papel, mas de fato e garantir a liberdade de culto, de opinião e de opção para todos.
4. Preconceito aos valores morais da Palavra de Deus: O Estado e os cristãos. O Estado, que foi criado por Deus para ocupar o papel de repressor da criminalidade e dos criminosos assume agora, cada vez mais, a função de repressor dos cidadãos bons que discordam de suas políticas de aborto, homossexualismo e proteção à bruxaria. Quem não aceita o aborto é classificado como machista contra os direitos das mulheres. Quem se opõe ao homossexualismo é tratado como criminoso homofóbico. E quem não respeita as religiões sincréticas afro-brasileiras é condenado como racista e preconceituoso.

Ilusionismo cristão. Uma estratégia muito útil é apelar ao pânico das massas, se fazendo passar por vítima e perseguido. Deu certo na época dos césares, mas hoje em dia as pessoas são mais bem informadas. Distorcer os fatos não engana mais, o aborto é uma questão médica, a homofobia é crime e a liberdade de culto é assegurado até aos que não seguem o Cristianismo, para o desespero dos fundamentalistas.
Quando os crimes e pecados se tornam direitos, os bons acabam se tornando vítimas de cruéis criminalizações. O resultado é que enquanto o Estado ocupa cada vez mais o seu tempo e nosso dinheiro na perseguição aos bons cidadãos e criminalizando os bons valores, os assassinos, os estupradores e outros criminosos ficam mais a vontade para cometer seus crimes.

Utopia cristã. Pecados só existem na doutrina cristã, enquanto crimes são definidos pela sociedade vigente. A prática de uma religião não deve ser justificativa ou desculpa para a prática de crimes, usar de passagens da bíblia de forma distorcida e tendenciosa para fomentar o ódio e a violência é contra todo tipo de espiritualidade. Eu diria mesmo que tanto fanatismo e fundamentalismo constituem o verdadeiro Anti-Cristo.
Repostado. Texto originalmente publicado em 12/04/2008, resgatado com o Wayback Machine.

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