sábado, 10 de fevereiro de 2024

Quo vadis?

Paulo comemora. Segundo ele, tem aumentado o número dos não religiosos.
Mas isso não quer dizer que não tem alguma crença. Existe uma diferença entre não ter uma religião e ser descrente.
Afirmar isso é o mesmo que dizer que não tem futebol, times, torcidas ou jogadores porque eu não torço para um time.

John Beckett disse:

"Ocasionalmente ouço alguém – quase sempre um cristão conservador – dizer 'se Deus não existe, então a vida não tem sentido'.

Talvez a melhor resposta a isto tenha vindo de um ateu, que disse “se não houver senhor, de quem serei escravo?”

Sou um politeísta que encontra grande significado em servir aos meus deuses, mas estou muito mais próximo da segunda afirmação do que da primeira. Porque encontrar sentido na vida não requer deuses, muito menos qualquer Deus em particular.

Requer apenas uma escolha."

Eu acho que John colocou os bois na frente do carro. Como o desenho "Soul" da Pixar mostra bem, nós é que damos o sentido na vida. Para isso, é necessário ter uma consciência. O que frequentemente acontece é que nossa consciência é cooptada. Eu vou deixar a questão aberta para que o leitor pense por si mesmo.

Anteriormente, depois que Ayaan Hirsi declarou ter se convertido ao Cristianismo, Jonathan Pearce (no OnlySky) cometeu um ato falho:

"O ateísmo não fornece significado, pois é apenas uma falta de crença em Deus ou, no meu entendimento, uma crença positiva de que Deus não existe . E é isso. O significado precisa vir de si mesmo. Eu até diria que este é o caso, quer você acredite em Deus ou não."

Quem acompanha e lê minhas postagens deve ter visto que eu aponto exatamente isso sobre o ateísmo. Não fornece respostas às grandes questões da vida.

Esse é um sonho recorrente que eu tenho. Eu estou em algum lugar desconhecido. Eu quero ir para o trabalho ou voltar para casa. E parece que eu nunca encontro o caminho certo. Cada trilha, porta ou veículo que eu uso acaba desdobrando em um labirinto interminável.
Esse parece ser um desejo ancestral. Essa sensação de que não estamos onde deveríamos estar. Então começamos a perguntar: "onde eu estou?", "quem sou eu?" e "para onde eu vou?".
Não viemos com um manual de instruções e isso assusta. Alguns buscam o conforto na certeza (uma necessidade obsessiva). E esse conforto é vendido pelas religiões organizadas e pela ciência. Mas o vazio, a fome, não são saciadas.

O único modo de encontrar a resposta é fazendo a pergunta e procurando a resposta.
E o caminho, assim como o caminhar, são mais abençoados do que o destino.
Quem tiver ouvidos, ouça.
Quem tiver entendimento, entenda.

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