domingo, 13 de março de 2022

Se linguagens de programação fossem religiões

C seria o Judaísmo – É antigo e restritivo, mas a maioria do mundo está familiarizado com suas leis e as respeitam, como os dez mandamentos. Seus patriarcas, os sistemas operacionais, são mundialmente conhecidos. Contudo a questão é: você não pode se converter a ela — tem que estar nela desde o começo — ou que pensará que é insanidade. As pessoas também tem por costume culpá-la pelos problemas do mundo.
Java seria o Cristianismo tradicional — É teoricamente baseado no C, porém evita tantas antigas leis dele você não se sente no Judaísmo de jeito nenhum. Além disto, acrescenta seu próprio conjunto de leis rígidas que seus seguidores consideram de longe superior ao original. E não estão apenas certos de que esta é a melhor linguagem do mundo, mas tem vontade de queimar todos àqueles que a criticam, tudo em nome do seu deus, o Framework.
PHP seria o Catolicismo não praticante – Luta com Java por fiéis no mercado da Web. Toma uns poucos conceitos do C e do próprio Java, porém apenas aqueles que este realmente gosta como as quermesses. Talvez não seja tão coerente quanto outras linguagens mas pelo menos lhe deixa um sentimento de liberdade e um maior conforto com suas leis e a idéia central da doutrina. Também o conceito de goto inferno foi abandonado inteiramente.
C++ seria o Islamismo — Além de ter todas as leis do C coloca acima destas um conjunto complexo de regras novas. É tão versátil que pode ser usado para fazer várias coisas desde atentados terroristas até belas obras de arte. Seus adeptos estão convencidos de que esta é a última linguagem universal e se irritam com aqueles que discordam deste fato. Ademais se um infiel insultar seu profeta Bjarne Stroustrup muito provavelmente um seguidor radical irá ameaçá-lo de morte .
C# seria o Mormonismo — A primeira vista é a mesma coisa que Java. Porém com uma olhada mais profunda você percebe que ele é controlado por uma única corporação (o qual muitos Javeiros acreditam ser o mal) adorada no seu templo, o Visual Studio. Você pensa que ele provavelmente seria legal; isso se todos os fiéis do Java não te discriminassem tanto por segui-la.
Lisp seria o Zen Budismo — Não há sintaxe, não há deuses a serem seguidos. O universo todo está ao seu alcance — você só precisa estar sintonizado. Muitos dizem que esta não é uma linguagem de jeito nenhum; outros dizem que é a única religião que faz sentido.
Perl seria o Voodoo — Uma série de ritos com encantamentos que envolvem sangue e bonecos espetados são usados para fins imediatos. Geralmente utilizado quando seu chefe lhe obriga a fazer uma tarefa urgente às 10 horas numa sexta à noite.
Assembly seria o Espiritismo — Passa-lhe a idéia que você mesmo também pode ser um médium e entrar no mundo binário, mesmo que através de símbolos, sem a real necessidade dos lideres espirituais das outras religiões: os debbugers.
Ruby seria o Neopaganismo — A mistura de várias linguagens e idéias batidas em algo que pode ser reconhecido como uma linguagem. Seus adeptos crescem rapidamente e embora você os olhe com suspeitas, no geral, são pessoas bem intencionadas e com nenhuma vontade real de ferir ninguém.
Visual Basic seria a Maçonaria — Com a idéia de conseguir as coisas facilmente e se tornar rico vendendo rapidamente seus programas que são feitos rapidamente.
COBOL seria o Antigo paganismo – Uma vez isto dominava uma vasta região e era muito importante, mas hoje em dia está quase morto, para o bem de todos nós. Mesmo que muitos fiquem assustados com os rituais exigidos por suas divindades, há quem insista em mantê-lo vivo ainda hoje.
Python seria o Humanismo — É simples, irrestrito e tudo que você precisa seguir é o bom senso. Muito dos seus adeptos clamam estar livre do fardo imposto por outras linguagens e que eles redescobriram o prazer de programar. Contudo há quem diga que isto é apenas outra forma de algoritmo.
Lua seria a Wicca — Uma linguagem panteísta facilmente adaptável com qualquer cultura. Seu código é muito liberal permitindo técnicas que seriam descritas como mágica por outros acostumados com linguagens mais tradicionais. Tem uma forte conexão com o céu.
HTML seria o Ateísmo— Não há templos como os IDEs [Ambiente de Desenvolvimento Integrado] das outras religiões, nem mentores espirituais como os compiladores. Não é nem mesmo uma linguagem embora muita gente ache que sim. É a falta de qualquer crença e ainda que existam “sugestões” de como fazer, ninguém realmente as segue.
Fonte: Administradores Malvados. Original perdido. Repostado. Texto originalmente publicado em 02/01/2009, resgatado com o Wayback Machine.

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