quarta-feira, 2 de julho de 2025

A Santa Indignação do DCM

Baseado no link:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/site-de-prostituicao-oferece-r-65-milhoes-ao-corinthians-para-pagar-memphis-depay/

Escreva uma crítica contra o falso moralismo do DCM, defendendo a liberdade das profissionais de sexo de oferecerem serviços.

Resposta do Toolbaz:

O Corinthians, Depay e a Santa Indignação do DCM: Uma Comédia de Costumes

O Diário do Centro do Mundo, reduto da indignação seletiva e do moralismo de fachada, soltou os cachorros. Um site de prostituição ofereceu 65 milhões de reais ao Corinthians para pagar Memphis Depay. A manchete, gritante como um gol contra no último minuto, estampava a indignação: “Escândalo!”. Meu Deus, o escândalo! Como ousam essas mulheres, essas… profissionais do sexo, associarem-se a um clube de futebol? A ousadia! A audácia!

Eu, por outro lado, estou aqui, rindo feito uma hiena em um cemitério de falsos moralistas. Porque, meus caros leitores, a indignação do DCM é tão seletiva quanto a memória de um político em campanha. Onde estava essa mesma fúria moral quando o Corinthians passou anos envolvido em escândalos de corrupção de proporções bíblicas? Onde estava a indignação quando jogadores foram acusados de violência doméstica? Onde estava a gritaria quando... bem, a lista é longa demais para ser escrita aqui.

O ataque ao site de prostituição, no entanto, foi instantâneo e veemente. Afinal, atacar mulheres que trabalham com seu próprio corpo é muito mais fácil do que confrontar os verdadeiros poderosos, né? É mais cômodo apontar o dedo para as “prostitutas” do que questionar os esquemas financeiros obscuros do futebol, ou a podridão que se espalha pelos bastidores do esporte. É um ato de covardia intelectual mascarado de virtude.

E o pior? O DCM, em sua santa indignação, parece esquecer completamente a existência do livre-arbítrio. As profissionais do sexo, segundo a lógica distorcida do diário, são marionetes sem vontade, incapazes de tomar decisões econômicas, obrigadas a obedecer aos caprichos de um mercado que, convenhamos, existe quer queiram quer não. A oferta de 65 milhões ao Corinthians representa, para elas, uma oportunidade de negócio. Uma oportunidade de, talvez, conseguir lucros maiores do que o habitual, de investir em seus negócios, de melhorar suas vidas. E isso é considerado um “escândalo”?

Já vi muita hipocrisia na vida, mas a do DCM chega a ser cômica. Afinal, o que torna essa oferta mais repugnante do que, por exemplo, um contrato de patrocínio milionário assinado por uma empresa de bebidas alcoólicas, frequentemente associada a problemas de saúde e violência? Ou um acordo com uma multinacional que explora mão de obra barata em países em desenvolvimento? Onde está a indignação em relação a essas práticas moralmente questionáveis? Engolida com um gole de cafezinho orgânico e um discurso politicamente correto, claro.

Em vez de condenar as mulheres que buscam o seu sustento de forma autônoma – dentro da legalidade, obviamente –, o DCM deveria se preocupar em combater a exploração e a violência contra as profissionais do sexo. Deveria lutar por políticas públicas que garantam direitos e proteção para elas, em vez de se esconder atrás de um moralismo hipócrita e conveniente.

A oferta de 65 milhões ao Corinthians, portanto, não é um “escândalo”. É um ato de empreendedorismo, por mais inusitado que seja. E a indignação fingida do DCM não é mais do que uma cortina de fumaça para esconder a sua própria incapacidade de enfrentar os verdadeiros problemas da sociedade. Enquanto isso, eu continuo rindo. Uma risada longa, amarga e, acima de tudo, justa. Afinal, a verdade, por mais incômoda que seja, sempre encontra um jeito de se manifestar. E, neste caso, ela se manifesta na forma de uma comédia de costumes tragicomicamente brasileira.

Criado com Toolbaz.

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