segunda-feira, 10 de março de 2025

Willie Company

Theodore Fluffybutt III, ex-Príncipe Herdeiro de Plunderia (agora um reino… bem, ex-reino, republicano e um tanto desorganizado), esfregava uma panela teimosamente grudenta. A vida após a Revolução do Chuveiro de Ouro – uma revolta popular instigada por um vazamento real de proporções épicas – havia sido… instrutiva. Compartilhando um minúsculo apartamento com sua prima Seraphina Fluffybutt II (que, apesar do parentesco, insistia em banhos conjuntas, alegando “economia de água e afeto familiar”), Theodore aprendera a apreciar a beleza da simplicidade. Ou pelo menos a tolerá-la. A roupa comum, por exemplo, era incrivelmente confortável, comparada àquelas pesadas vestes reais que pareciam ter sido concebidas para sufocar seus antepassados.

Seu primeiro encontro pós-monarquia foi com Lady Fluffington, outrora temível bruxa, agora uma leitora de tarô em um mercado de pulgas. “Oh, Theodore, meu querido,” ela suspirou, examinando suas cartas com um olhar severo. “O Rei de Paus invertido… indica… falta de empregos e muitos problemas com a louça." Ela previu com precisão assustadora.

Edgar Von Cuddlesworth III, seu antigo rival, estava ainda mais humilde: um verdureiro com um talento surpreendente para cultivar abóboras gigantes. “Theodore, meu caro!” ele exclamou, entre entregando um tomate podre e um pepino perfeitamente formado. "Não sabia que você estava vendendo batatas! Essas suas maçãs estão com uma pinta meio suspeita, devo dizer..." A competição, mesmo no ramo de hortaliças, continuava acesa.

Vladimir Volkov, o seu adversário na Guerra de Cotton (uma disputa territorial por… algodão), estava agora um político de segunda categoria, com um discurso tão enfadonho quanto a secura de um deserto. “Theodore, meu… amigo?” ele gaguejou, apertando sua mão com uma força desnecessária. “A situação política é… complexa. Acho que precisamos de mais… algodão.” Theodore, suspirando internamente, pensou que a Guerra de Cotton havia sido mais emocionante.

Violeta DeVille, a eterna pretendente real, agora geria uma loja de roupas femininas com a mesma energia que usava para conspirar contra ele na corte. “Theodore, querido!” ela exclamou, abraçando-o com entusiasmo exagerado. “Você está tão… simples! Precisa de um novo visual, urgentemente! Tenho um terno de tergal orgânico que ficaria simplesmente divino em você!” Ela o olhou de cima a baixo com uma expressão entre o desejo e a avaliação mercadológica.

Finalmente, depois de várias entrevistas desastrosas, Theodore conseguiu um emprego na Willie Company. Ao ver o logotipo – um ciborgue sorridente  e a foto de Rei Ayanami – uma onda de nostalgia o atingiu. Willie! Rei Ayanami! Seu crush de infância!

Seu primeiro dia foi caótico. Theodore mal conseguia lembrar como se descascava uma maçã, muito menos como operar as máquinas de processamento. No entanto, ele trabalhava duro, determinado a provar seu valor. Foi então que ele a viu: Rei Ayanami, a própria celebridade, em visita à fábrica. Era a própria piloto do EVA zero, de cabelos azuis, olhos vermelhos como o crepúsculo e uma postura estóica.

Ela estava inspecionando uma pilha de maçãs, com uma expressão de profunda apreciação. Theodore se aproximou, tomado por um misto de nervosismo e nostalgia. “E… eh… Boa tarde, senhorita Rei Ayanami,” gaguejou ele, envergonhado. "Sou Theodore Fluffybutt III… trabalho na linha de produção de… purê de maçã.”

Ela se virou, seus olhos encontrando os seus. Um sorriso maroto se formou em seus lábios. “Ah, o ex-príncipe? Ouvi falar de você. Dizem que agora você é um expert em descascar batatas…” Rei Ayanami soltou uma gargalhada sonora. “Eu adoraria provar seu purê de maçã. Mas, primeiro, me conte mais sobre essa… Guerra de Cotton.” E assim, enquanto o purê de maçã era produzido, começou uma nova e improvável amizade, tão doce e inesperada quanto os produtos de Willie Company. A vida de Theodore Fluffybutt III, ex-príncipe, era, oficialmente, bizarramente, deliciosa.

Criado com Toolbaz. Com edição.

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