segunda-feira, 11 de abril de 2022

O Cristianismo é assassino

Jesus Cristo é o homem mais sacaneado da história da humanidade. Era preto ou pardo, mas o Cristianismo o pintou de branco e deu-lhe olhos azuis e cabelos loiros. Foi um pobre carpinteiro, nascido em uma manjedoura, que desafiou os poderosos do seu tempo lutando por igualdade e justiça social, mas o cristianismo lhe deu o título de Rei dos Reis, para fortalecer ainda mais o poder dos reis mundanos, sob a égide da autoridade dada a eles por Deus. Foi morto por ter revelado à sociedade a hipocrisia dos sacerdotes e dos doutores da lei, que faziam do templo um local de comércio e profanação, mas o cristianismo o faz ser adorado e louvado em templos que ele destruiria novamente, por estarem comercializando a fé através de dízimos e grandes ofertas que servem para enriquecer os donos desses Jesus Cristo é o homem mais sacaneado da história da humanidade. Era preto ou pardo, mas o cristianismo o pintou de branco e deu-lhe olhos azuis e cabelos loiros. Foi um pobre carpinteiro, nascido em uma manjedoura, que desafiou os poderosos do seu tempo lutando por igualdade e justiça social, mas o cristianismo lhe deu o título de Rei dos Reis, para fortalecer ainda mais o poder dos reis mundanos, sob a égide da autoridade dada a eles por Deus. Foi morto por ter revelado à sociedade a hipocrisia dos sacerdotes e dos doutores da lei, que faziam do templo um local de comércio e profanação, mas o cristianismo o faz ser adorado e louvado em templos que ele destruiria novamente, por estarem comercializando a fé através de dízimos e grandes ofertas que servem para enriquecer os donos desses lugares.

Os piores seres humanos sempre usaram o santo nome de Jesus para esconder o que têm de mais podre dentro de si. E o cristianismo é o maior produtor desses tais seres no planeta terra. A quem achar que estou exagerando ou que esteja escrevendo esse artigo sob possessão diabólica, peço que recorram à história e analisem sob inspiração de quem a igreja castigava seres humanos jogando-os vivos na fogueira. Era fogueira santa ou o fogo do inferno cristão? E não me venham com esse papo de que essa era a lei da época, que estamos falando da idade média, que isso é passado e o escambau do santo ofício, porque Deus, o verdadeiro criador, e não o do deus desse cristianismo incinerador de gente, nunca, repito, nunca estaria dentro de uma instituição ou na companhia de seres humanos capazes de tamanha crueldade. Por isso, Jesus Cristo não é cristão. Porque o cristianismo tem sangue nas mãos.

Eu poderia ficar aqui relembrando fatos históricos que demonstram que o cristianismo historicamente promoveu mais desgraças do que benefícios, mas o texto viraria um livro. Foram cruzadas, invasões territoriais, associação com o escravagismo, perseguição religiosa, enfim, tudo banhado a sangue e em nome de Deus. Quem foi que veio para roubar, matar e destruir mesmo? Imagina se Jesus Cristo, um homem bom, justo, honesto, pacífico e acolhedor, estaria acompanhando essa gente? Eu não consigo imaginar Jesus chegando aqui junto com os portugueses para roubar a terra dos indígenas ou conduzindo um navio negreiro cheio de africanos, como ele, sequestrados de seu continente, tratados feito animais e jogados a escravização. Aliás, foi a igreja que para não escandalizar o Cristianismo, validou a ideia de que os negros não tinham alma, o que justificava escraviza-los, não os alimentar dignamente e açoitá-los até a morte.

Imagina se os negros fossem gente, e a santa madre igreja instituída por Deus na terra apoiasse tamanha desumanidade praticada contra eles? Seria algo diabólico, não? Ainda bem que naquela época nós negros não éramos seres humanos. Senão, o inferno estaria cheio de cristãos arrependidos. Seria decepcionante saber que o mesmo Cristianismo que nos ensinou a chorar as dores de Cristo na cruz, um dia foi cúmplice de quem impôs essas mesmas dores a outros seres humanos. Isso seria terrivelmente cristão. Graças a Deus, os negros também ainda não eram seres humanos quando a Ku Klux Klan os matava em praça pública, entoando “Glória! Glória! Aleluia! ”, um famoso hino de louvor a Deus. Até porque, os pastores protestantes adeptos a seita, principalmente, na segunda onda do movimento (1914-1944), jamais fariam isso contra seres humanos criados por Deus. Inclusive, para deixar claro que eram cristãos, os supremacistas brancos exibiam na parede de seus locais de reunião a inscrição “Jesus Saves”, mais uma prova de que o nome de Jesus Cristo sempre foi usado para legitimar a maldade que o ser humano tem dentro de si.

Diz a lenda que Adolf Hitler era cristão, católico e muito chegado ao Papa Pio XII, o líder da igreja católica na época em que os judeus eram dizimados na Alemanha nazista. Diferente dos negros africanos, os judeus sempre foram considerados humanos. No entanto, o Cristianismo não se manifestou como deveria contra a barbárie que o “fuhrer” promovia aos olhos de toda a humanidade. Humanidade essa que já contava com os negros como parte integrante, ainda que segregados por leis excludentes que contavam com a anuência do Cristianismo e dos cristãos. Sem querer abusar do “aliás”, vale lembrar que aos negros não era permitido a entrada nos templos cristãos . O curioso é que quando vemos um cachorro adentrar a uma igreja nos dias de hoje, julgamos inadmissível e cruel que ele seja enxotado dali. Será que os cachorros de hoje são mais humanos do que os negros de ontem? O certo é que Jesus Cristo, que é Deus para os cristãos, também estava acima de todos no slogan nazista.

Chegaremos à conclusão quase incontestável de que o Cristianismo é assassino, quando Jair Bolsonaro é erguido à condição de “messias” e salvador da pátria, usando um discurso cristão, ao mesmo tempo em que defende a pena de morte, faz apologia a tortura e propaga violência, racismo, homofobia, machismo e toda sorte de preconceitos contra as chamadas minorias. Não que não seja coerente com o Cristianismo, que ao longo da história fomentou todos esses preconceitos na sociedade. Se os negros eram tidos como selvagens, sem alma e sem a benção de Deus, a mulher, através da figura de Eva, foi culpada pelo pecado ter entrado no mundo. Para as mulheres cabia apenas o papel de esposa, de mãe, de cuidadora do lar. A elas não era permitido que falasse nos templos, como o apóstolo Paulo deixa claro na Bíblia e ainda é seguido por muitos cristãos, que não aceitam mulheres como pastoras. Aos homossexuais foi atribuída a condição de “aberração da natureza” e a expressa e sumária condenação ao inferno. Porém, como peixe morre pela boca, a prática de relações homossexuais nos seminários e também entre sacerdotes e auxiliares da igreja, a maioria desses, crianças e adolescentes, se tornou quase que uma marca registrada da igreja católica. Devem ter entendido errado quando Jesus Cristo pediu para que deixassem que fosse a ele as criancinhas, porque delas é o reino dos céus.

Voltando ao Brasil cristão, defensor da família e dos bons costumes que Bolsonaro representa, observamos que muitos dos conceitos do Cristianismo raiz estão presentes nas falas do presidente e das pessoas que compõem o seu governo. Bolsonaro já comparou afrodescendentes a animais, dizendo que eles pesavam em arrobas e nem serviam mais para procriar. Ele já declarou que preferia que um filho seu morresse em um acidente trágico, do que saber que ele era homossexual. Disse ainda que umas boas “porradas” fariam o menino que está “desmunhecando” virar homem. O atual presidente, que já chamou uma colega de parlamento de “vagabunda” e disse que não a estupraria por que ela não lhe despertava tesão, entre outras palavras, também acha que mulher tem que ganhar menos no mercado de trabalho, porque engravida. Se acrescentarmos o elogio a ao Coronel Ustra em pleno parlamento, a ideia de armar a população e de se cercar de líderes do Cristianismo como base de sustentação às suas ideias e as mais de seiscentas mil mortes provocadas por sua omissão e descaso com a saúde da população, daremos a ele um selo de cristão verificado. O Cristianismo sempre promoveu mortes e continua tendo êxito em sua missão.

Terrivelmente evangélicos, católicos adoradores de Cristo Rei, estelionatários da fé, falsos profetas, entre outros tipos fundamentalistas poucos midiáticos, mas não menos perigosos, o Cristianismo se sustenta sob o nome de Jesus Cristo. Um homem que não fundou nenhuma religião, nunca abriu nenhuma igreja, que sempre condenou tudo o que os seus “representantes” de hoje pregam e fazem e que jamais participaria dessa ceia cujo pão é o dinheiro e o vinho é o sangue das minorias oprimidas, excluídas e sacrificadas em nome do capitalismo religioso que sempre esteve presente no Cristianismo. Um Cristianismo oficializado como a religião do estado, três séculos após a morte de Jesus e inicialmente batizado como romano. Ou seja, branco, dominador, poderoso e assassino, como os impérios homônimos da época e o estado que temos até os dias de hoje. Um estado que mata negros, mulheres, homossexuais e pobres, baseado no conceito cristão ocidental de sociedade que é o alicerce de sua estrutura.

É hora de os fanáticos do Cristianismo pegarem os seus panos para tentar enxugar o mar de sangue que escorre em muitos trechos desse texto. Podem até estancar o sangramento, mas jamais irão conseguir apagar os fatos e ressuscitar os mortos que o Cristianismo produziu em séculos de existência. Enquanto isso, procurem saber quantas guerras e quantos mortos as religiões de matriz africana produziram ao longo da história. Justamente as religiões que sempre foram e continuam sendo demonizadas pelo Cristianismo. Tem alguma coisa errada que não está certa aí. E antes que pensem que estou defendendo a minha religião, informo aos desavisados que sou de formação católica apostólica romana e um dia tive orgulho disso. Hoje não mais. A ignorância não é mais minha amiga e a estupidez não é mais minha companheira. E não caiam no conto do vigário, sem trocadilhos, de que o cristianismo está sendo perseguido por falar a verdade, porque os breves relatos históricos aqui contidos e o comportamento de boa parte dos líderes cristãos, desdizem essa falácia em nome de Jesus. Tudo não passa de uma narrativa construída há séculos, para tentar brecar o êxodo que já previam que aconteceria quando as pessoas despertassem para a realidade e começassem a enxergar o quanto foram enganadas em nome de Deus.

Quanto a Jesus Cristo, o nazareno pobre, ativista dos direitos humanos, cujas ideias de igualdade e justiça social o levaram à morte na cruz, esse continua tendo o meu apreço, respeito, admiração e confiança, porque eu tenho a mais absoluta certeza, e a história do Cristianismo não me permite equívocos, de que ele não é cristão e nunca foi assassino. Crer em Deus não é validar a existência do Cristianismo. Não crer no Cristianismo não é invalidar a existência de Deus. Porque o Cristianismo não foi criado por Deus e Deus não deixará de existir se o Cristianismo acabar. Eu, particularmente, acredito e tenho fé na sua existência. Respeito e até entendo os motivos de quem nunca creu ou deixou de crer. Com o tamanho da ficha criminal desse Cristianismo, fica mesmo difícil para alguns acreditar que Deus é bom e está ao nosso lado. Mas também não é por isso que ele deixará de existir. Busquemos mais a espiritualidade. Deus não está sendo mantido sob cárcere privado nos templos do Cristianismo e podemos encontra-lo onde quisermos. E aquele que provar que estou mentindo ou inventando alguma coisa aqui escrita, que me atire a primeira pedra.

Autor: Ricardo Negro Tom
Original: https://www.brasil247.com/blog/o-cristianismo-e-assassino-mas-jesus-cristo-nunca-mandou-matar-ninguem

Nota: por melhor que seja a intenção do autor, não se pode falar em Evangelho e Cristo sem falar no Antigo Testamento. Eu indico a Skeptic's Annotated Bible como a melhor referência. Ali, o leitor pode constatar por conta própria a violência. Se Cristo não mandou (explicitamente) matar alguém, alguns trechos indicam que a intenção está presente.

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