sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O templo da falsidade

Com toda pompa de um evento formal e a encenação de um teatro, a IURD inaugurou uma réplica do Templo de Salomão. Como diria o Profeta do Profano, réplica é eufemismo para falsificado.

Vejamos o que realmente se está celebrando nesse templo.

A IURD é uma vertente neopentecostal do Cristianismo e isto resume uma enorme bagunça. Afinal o Cristianismo possui diversas vertentes, as mais conhecidas são o Catolicismo, o Ortodoxismo e o Protestantismo. Se os Cristãos lessem suas Bíblias, teriam visto que essa dissensão não é uma novidade. As cartas paulinas, atribuídas ao apóstolo Paulo, o Apostolo dos Gentios, conta como os Gálatas e os Coríntios professavam um Evangelho, no mínimo suspeito, diante da sua “matriz”, Jerusalém. Uma suspeita que se estende ao Cristianismo em si mesmo, afinal, se Cristo existiu, não deveriam ter diferentes Evangelhos, não é mesmo? Ops... os Evangelhos somente começaram a aparecer 100 anos depois de Cristo ter ascendido ao Pai. Não é novidade alguma também que os Evangelhos, como a Bíblia Cristã, sofrem de autenticidade, originalidade, veracidade. Mas isso é apenas a ponta do rochedo.

Voltemos ao Templo de Salomão. Ele foi construído com a ajuda de Hiram Abiff, um rei de Tiro, que trouxe não apenas os materiais, mas também os pedreiros... um templo construído por maçons? O templo foi construído com medidas, materiais e decorações que remetem aos templos sagrados da época, para outros Deuses e Deusas. No esoterismo e ocultismo sabe-se que Salomão ergueu o templo para adorar também a Asherah, considerada na época a esposa de Yahweh, o que não é nenhum escândalo, se considerarmos que o povo de Israel descende dos Hebreus, um antigo povo politeísta. Confuso? Deixe-me piorar.

A vida Salomão não era nada... cristã, para ser sincero. “Acontece que o rei Salomão, que teria sido casado com 700 mulheres, e amante de mais 300 concubinas, é conhecido pelo Cântico dos Cânticos, o livro mais sensual da Bíblia. Nesse livro bastante atípico, Deus é citado só uma vez, e mesmo assim de forma indireta” [noticias yahoo]. Se os cristãos lessem suas bíblias, saberiam que a poligamia era algo “normal”, portanto, “bíblico”. Isso sem falar de outros detalhes ainda mais sórdidos. Assustado? Deixe-me piorar.

Supostamente o Templo de Salomão servia para adorar o Deus de Israel. Onde cristãos se encaixam nisso? Não se encaixam. Agradeçam ao apóstolo Paulo pela bagunça. Paulo se esqueceu ou omitiu que as profecias do Ha-Massiah serviam única e exclusivamente ao povo de Israel, aos descendentes de Abraão, Isaac e Jacó. A imensa maioria dos cristãos eram... gentios, para usar uma palavra bíblica mais leve. Pagãos é a palavra mais exata, mas os cristãos vão ficar ofendidos, se forem expostos à sua verdadeira identidade e origem. Ofendido? Deixe-me piorar.

Os Cristãos estão indo a uma réplica de um templo para adorar um Deus que não os conhece, para celebrar um Cristo que esse Deus não enviou, para receberem uma salvação que não lhes foi oferecida, para terem uma Vida Eterna que não lhes está acessível. Isso mesmo! O Cristo que os Cristãos adoram não preenche os requisitos para ser o Ha-Massiah previsto na Bíblia Sagrada! O sacrifício desse Cristo não foi feito da forma correta, fora do templo, sem a presença de um sacerdote... um sacrifício totalmente inválido! Em suma, os Cristãos vão a uma réplica de templo, para adorar uma réplica de Deus, para celebrar uma réplica de Cristo... para uma crença que se arroga ter a Verdade, apreciam demais a falsidade.

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