Não tem jeito, a Igreja, o Vaticano e o sr Ratzinger continuam a decepcionar as esperanças e espectativas da humanidade [e as minhas] por uma atualização de suas doutrinas.
Duas notícias recentes mostram que a cada ensaio de avanço, voltam logo correndo para o atraso.
O Vaticano cobra do novo governo de Dilma Rousseff um compromisso para que não reabra o acordo que rege as relações bilaterais com o Brasil e que foi alvo de muita polêmica. O assunto foi debatido ontem em reunião do secretário da Santa Sé para Relações com os Estados, Dominique Mamberti, com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Definiu-se, no encontro, que Dilma fará uma viagem a Roma em 2012 para se reunir com o papa Bento XVI. A visita já está sendo organizada pelo Palácio do Planalto e pela Santa Sé e faz parte do projeto de uma "trégua" entre o Vaticano e Dilma depois da polêmica sobre o aborto, durante a campanha eleitoral.
O Vaticano solicitou a Carvalho que o Acordo Brasil-Santa Sé sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica entre em vigor a partir do próximo mandato. O documento inicial, proposto pela Igreja em 2007, falava na obrigatoriedade do ensino de religião em escolas públicas, acesso às reservas naturais para missionários e isenção de impostos. O Itamaraty alterou o texto para uma mera declaração de boas relações com a Santa Sé.
Sancionado pelo presidente Lula no início deste ano, o texto esbarrou em um processo e está no Supremo Tribunal Federal (STF). "Não acreditamos que isso ofereça um risco para sua entrada em vigor", disse Carvalho.[Estadão](original perdido)
Nota 1: Isto foi devidamente denunciado no texto "A integra da Concordata".
CIDADE DO VATICANO, 23 Nov 2010 (AFP) -A homossexualidade é injusta, opõe-se à vontade de Deus e é inconciliável com a vocação sacerdotal, estima o Papa Bento XVI em seu livro-entrevista apresentado nesta terça-feira à imprensa, "Luz do Mundo".
"Enquanto seres humanos (os homossexuais) merecem respeito (...) não devem ser rejeitados por causa disso. O respeito ao ser humano é fundamental e decisivo", afirma ele.
"Mas isto não significa que a homossexualidade seja justa. Ela permanece como qualquer coisa que se opõe à essência mesma do que Deus quis na origem", precisa ele.
Bento XVI exprime-se de forma mais específica no livro, considerando que a "homossexualidade não é conciliável com a vocação sacerdotal". Senão, "correríamos um grande risco de fazer do celibato uma espécie de pretexto para fazer entrar no sacerdócio pessoas que não podem se casar", acrescentou.
"A seleção de candidatos ao sacerdócio deve, então, permanecer muito atenta. É preciso o maior cuidado para evitar uma confusão deste tipo fazendo com que o celibato dos padres seja, por assim dizer, assimilado à tendência à homossexualidade", concluiu ele.
A uma pergunta sobre a existência de uma homossexualidade nos "mosteiros, entre os religiosos", que talvez não seja vivenciada ou praticada", o papa respondeu: "as pessoas em questão devem, pelo menos tentar ativamente não se dominar por esta tendência, a fim de permanecerem fiéis à missão inerente a seu ministério".
As palavras suscitaram a condenação da principal associação italiana de defesa dos direitos dos homossexuais, Arcigay: "os dizeres do papa humilham milhões de vidas que devem suportar diariamente discriminações", estima em comunicado.[G1](original perdido)
Nota 2: Não é mera coincidência que existe tanta reação entre os Cristãos quando se fala em tornar a homofobia um crime.
Proposta: Mude a Igreja ou mude-se dela.
Texto resgatado com Wayback Machine.
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