segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Lancet acusa o Papa de distorcer a ciência

Uma das publicações médicas com maior prestígio internacional, a The Lancet, acusou o papa Bento 16 de "distorcer a ciência" em seus comentários sobre a eficiência do uso de preservativo no combate à Aids.
Em editorial divulgado nesta sexta-feira, a The Lancet afirma que um recente comentário de Bento 16 - de que as camisinhas exarcebam o problema da Aids - é errado, escandaloso e pode ter consequências devastadoras.
Em recente viagem para a África, o papa disse que a "cruel epidemia" deveria ser combatida com a abstinência e a fidelidade e não com o uso de preservativos.
Bento 16 afirmou que a Aids é "uma tragédia que não pode ser superada apenas com dinheiro e que não pode ser superada com a distribuição de preservativos, que podem até aumentar o problema".
Segundo a The Lancet, o papa "distorceu publicamente provas científicas para promover a doutrina católica nesta questão".
De acordo com a revista, o preservativo masculino é a maneira mais eficiente de reduzir a transmissão sexual do vírus HIV.
"Não está claro se o erro do papa se deve à ignorância ou uma deliberada tentativa de manipular a ciência para apoiar a ideologia católica", diz o editorial.
"Quando qualquer pessoa influente, seja uma figura política ou religiosa, faz uma declaração científica falsa que pode ser devastadora para a saúde de milhões de pessoas, elas devem se retratar ou corrigir o registro público."
A revista afirma que qualquer coisa menor que uma retratação "seria um imenso desserviço ao público e defensores da saúde, inclusive milhares de católicos, que trabalham incansavelmente em vários países para tentar evitar que o HIV se espalhe". Fonte: BBC
A caixa de correio do Vaticano vai receber dezenas de milhares de preservativos como forma de protesto pelas recentes declarações do Papa Bento XVI, em África, contra o uso do preservativo para combater a Sida. Os organizadores, um grupo de italianos registados na rede social "Facebook", asseguram que, esta sexta-feira, 60 mil pessoas enviarão preservativos para o Vaticano, noticia o jornal 20 minutos.
No entanto, os números podem chegar aos milhões, tendo em conta que outros grupos de todo o mundo de redes sociais similares se propuseram a participar. Cada pessoa enviará um preservativo para a Casa Pontifícia, prevendo-se que cheguem ao destino no primeiro dia de Abril.
O grupo italiano entende que esta é "uma provocação pacífica realizada por gente jovem, que são provavelmente os mais afetados por este problema, o das doenças sexualmente transmissíveis". A campanha iniciou em Itália, mas alargou-se a toda a Europa, a países como a França, Reino Unido, Alemanha, Áustria e Bulgária.
Texto resgatado com Wayback Machine.

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