quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Mulher terá condenação revisada

Um conselho da cidade de Brentonico, no norte da Itália, vai submeter Maria Bertolleti Toldin a um segundo julgamento para limpar seu nome na história. Ela foi decapitada e queimada há 300 anos sob a acusação de ser bruxa.


Presa em 1715, Maria, então com 60 anos e casada pela segunda vez, foi condenada por matar crianças e de ter cozinhado uma delas, de 5 anos, em um caldeirão com queijo. Além disso, foi acusada de tornar o solo infértil e de ser herege.

Com base nas leis que estavam em vigor naquela época, ela vai ser julgada de novo por um juiz e tribunal de júri verdadeiros. 

As condenações de “bruxas” tinham como base superstições de cunho religioso. Mas agora a defesa de Maria será feita pelo padre Quinto Canali. Ele se tornou um estudioso do caso após assistir a uma peça que considerava Maria culpada.

Canali disse que Maria, a exemplo de outras mulheres na época, foi acusada de ser bruxa por alguém que tinha interesse em ficar com sua herança ou por causa de desavença com uma pessoa, provavelmente de sua família.

Christian Perenzoni, prefeita de Brentonico, é favorável ao novo julgamento. Mas ela disse que há pessoas que são contra porque entendem que não deveria se dar tanta atenção a algo que ocorreu a tanto tempo.

O historiador Carlo Andrea Postinger disse que o novo julgamento tem valor símbolo porque vai ocorrer em um momento em que as mulheres ainda sofrem discriminações.

Ele informou que entre os séculos 15 e 17, cerca de 60.000 pessoas foram condenadas por bruxaria — mulheres, na maioria. 

As pessoas suspeitas eram torturadas, às vezes por dias, até confessar seus "crimes". A maioria delas tinha de deletar outras “bruxas” . Maria Bertoletti resistiu e não mencionou nenhum nome.

Fonte: Paulopes

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