A cura da humanidade passa pela cura do sexo e da sexualidade. A forma como as pessoas lidam com o sexo na atualidade não é apenas Freud quem explica, mas também as teorias de Karl Marx e Max Weber.
Como ensinou Marx, tudo no capitalismo torna-se uma mercadoria, inclusive o sexo. Assim, quanto mais ele é reprimido pela religião, mais ele somatiza-se como pornografia vulgar, resultando em visões distorcidas da realidade e de como as pessoas lidam com o próprio poder pessoal.
Weber mostrou que o mundo capitalista rompeu o encantamento, a visão mágica, e no seu lugar surgiu um mundo mecânico, lógico e racional. Aliás, é exatamente o que o funk faz: reproduz este padrão por uma música que não tem harmonia nem melodia, mas que se resume a um ritmo repetitivo, industrial, no qual os jovens que vão aos bailes simulam a colocação de um parafuso em várias porcas, como se estivessem numa linha de montagem de uma fábrica.
Sexo é a energia da vida, da liberdade, do autoconhecimento e o que as religiões patriarcais fizeram foi condená-lo por uma moral criada para controlar as pessoas. Controlando os desejos, as vontades e as projeções de poder, domina-se as massas. Em especial quando se reprime qualquer manifestação do sagrado feminino.
Ciente disto, o capitalismo o padronizou de forma falocêntrica, baseado na penetração mecânica de acordo com o script: beijo-penetração-ejaculação, eliminando a sedução, a beleza e o encamento, os toques, a descoberta dos pontos, etc. Mas nem tudo é perdido: resgatar a magia e o encantamento nos ensinamentos milenares do Tantra e do Paganismo são formas de reconciliar a espiritualidade com a animalidade humana.
A energia sexual quando bem usada é uma poderosa fonte de autoconhecimento e evolução espiritual. Mas não só isto: é a forma mais deliciosa de se experimentar e vivenciar o poder ;)
Fonte: Professor Thomas de Toledo
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