A reforma na linha férrea na região ateniense entre Monastiraki e Thisseio trouxe à tona uma das mais excitantes descobertas arqueológicas dos últimos anos. Arqueólogos acham que as ruínas achadas durante a construção na área da antiga Agora, no noroeste da Acrópolis, pertence ao famoso Altar dos Doze Deuses, um dos monumentos mais antigos de Atenas e um marco da cidade antiga, do qual todas as distâncias eram medidas.
O achado criou muita excitação entre arqueólogos gregos, que acham que isto vai mudar o mapa da antiga Atenas como conhecemos.
O Altar dos Doze Deuses está quase completamente enterrado debaixo das linhas do trem. A companhia de trem não pretende dar aos arqueólogos o tempo que precisam para coletar evidencias ou fazer planos para lidar com ele. De acordo com os arqueólogos eles estão 100% certos sobre a identidade do achado, porque o altar é um dos monumentos atenienses que tem sido melhor descrito pela literatura.
De acordo com Tucídides, o Altar dos Doze Deuses foi fundado durante a tirania de Pisístrato pelo seu neto e filho do tirano Hípias em 522-521 AC, marcando o centro da antiga cidade.
O Altar dos Doze Deuses foi parcialmente destruído durante um ataque Persa no período de 480-479 AC e não foi reconstruído até muitas décadas depois, conforme evidencias encontradas durante a escavação da antiga Agora.
Próximo da Era Moderna, em 1891, quando a linha férrea estava sendo construída, apenas uma pequena parte da Agora foi escavada e bem poucos monumentos vieram á tona. Na época, nem os arqueólogos nem a companhia tinham qualquer idéia quais relíquias estavam arriscadas a serem destruídas no processo de construção e então eles falharam em tomar qualquer providência em prevenir qualquer dano.
Entretanto, arqueólogos dizem que a despeito da extensão do trabalho efetuado no período, pouco dano foi causado enquanto a companhia construía a linha um pouco acima de onde o altar está localizado.
A evidencia dada pelos arqueólogos é esclarecedora: a escavação de fossas para escorar as paredes laterais da seção da linha férrea em 1891 destruiu a área em volta do altar e trouxe à tona pequenas seções do altar. Mais tarde, escavações de arqueólogos em 1934 na antiga Agora começou a revelar mais partes do altar bem como o peribolos, ou pátio, que ajudaram os arqueólogos a identificá-lo seus achados foram confirmados mais recentemente pela descoberta de uma estátua com uma antiga epígrafe sugerindo que a estátua foi encomendada pelo antigo aristocrata ateniense Leagros ao escultor Glaukos para honrar os Doze Deuses do Olimpo.
Muitas questões continuam intrigando os especialistas que esperam que novas escavações no sítio revelem tudo. Suas esperanças, entretanto, podem ter vida curta se a companhia continuar com a reforma como planejado.
Esta descoberta reiniciou a disputa de jurisdição que tem sido a maldição de muitas construções na Grécia e também tem selado o destino de muitas áreas de interesse histórico.
Arqueólogos insistem que futuras escavações na área podem contribuir significantemente para mais descobertas sobre a topografia e vida da antiga Atena.
Eles acham que se permitirem enterrar novamente o Altar dos Doze Deuses não só irá abrir um precedente mas também fará uma marca negra na sociedade grega e na atitude dela com sua herança antiga.
Se o Altar dos Doze Deuses for enterrado de novo é admitir, como sociedade, que nós falhamos em cumpri com nosso dever, que nós permitimos que outros nos digam como gerenciar nosso legado antigo e o entregamos aos que venderam sua consciência em troca de bens materiais, acrescentou Angelos Matthaiou.
Fonte: Ekathimerini
Nenhum comentário:
Postar um comentário