Uma definição que encontrei sobre essa entidade:
Dian y Glas, historicamente falando, não fez parte de nenhum culto antigo, mas faz parte de um culto moderno, a Tradição Feri de Bruxaria e o Paganismo Queer em geral. Este é apenas um nome moderno para respresentações do Deus Andrógino/Exótico (Krishna, Melek Taus, Sugaar, Lemba, Hyakinthos, Tammuz, Dionysus, Vishnu, etc.). Esta imagem surgiu à partir de experiências que Victor Anderson, Grandmaster da Tradição Feri, teve com o Sagrado. Os Deuses da Tradição Feri respondem às necessidades de cada Bruxo, eles são uma combinação de todas as coisas. Isso aconteceu com todos os Deuses desde os tempos antigos, e não deixaria de acontecer em tempos modernos, uma vez que a Bruxaria é uma Religião Evolucionária. Dian y Glas é uma representação moderna do Deus e recebe muitos outros nomes de acordo com cada linha da Tradição Feri. A Cosmologia da Tradição Feri é pluralista e está enraizada na intuição de cada Bruxo.
A Tradição Feri não se identifica como Wica, mas se autodenominam "Bruxaria Moderna".
Victor Anderson fundou sua tradição baseado na experiência que teve com o sagrado, mas uma tradição provêm de uma ancestralidade, não pode ser inventada. Essa versão da Tradição Feri de uma Deusa Estrela que dá origem a todas as coisas não é melhor do que a versão das Tradições Patriarcais Monoteístas de um Deus.
A versão Feri ganhou popularidade e simpatizantes graças ao livro da Starhawk, "A Dança Cósmica das Feiticeiras", sendo ela mesma uma iniciada na Tradição Feri, para depois fundar a sua própria "tradição" e ser uma das "personalidades públicas pagãs" que defendem a auto-iniciação. Ela é certamente a fonte mais recorrida para curiosos, simpatizantes e praticantes solitários para conhecer algo da Wicca e isso tem causado muitas confusões entre pagãos, bruxos e wiccanos brasileiros.
Mas quem é ou o que é um Deus Andrógino? Se tal entidade é ao mesmo tempo macho e fêmea, "aquilo" não é o Deus nem a Deusa da Wica. A entidade andrógina tem um mito cujo papel e simbologia vem sendo distorcidos por pagãos, bruxos e wiccanos que querem sacralizar ou divinizar suas preferências sexuais.
Os mitos devem ser entendidos dentro de um contexto cultural, não apenas dentro dessa leitura junguiana do arquétipo. A entidade andrógina é o resultado da união entre um Deus e uma Deusa, a entidade é divina porque é o resultado manifestado dessa união. A entidade andrógina, portanto, é a condição do Mundo, que é a síntese divina da união do Deus com a Deusa, o Dualismo necessário para a existência do Ciclo da Vida.
Os mistérios da Wica não incluem qualquer entidade andrógina, não se pode elevar agendas pessoais à condição de sagrado. A homossexualidade é igualmente uma manifestação do Amor, não há necessidade alguma de inventar um Deus para que uma opção sexual seja divinizada ou sacramentada.
A entidade andrógina, nos mitos antigos, serve exatamente para nos lembrar que nós todos somos filhos e filhas da união entre um macho e uma fêmea, todos nós carregamos os gens masculinos e femininos. O que não se pode confundir é gênero genético com gênero fenótipo, identidade genética com identidade ou opção sexual. Não é preciso ser homem ou masculinizado para gostar de mulher, não é preciso ser mulher ou feminizado para gostar de homem. Viva sua vida com plenitude e prazer, pois os Deuses Antigos nos geraram a todos.
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