quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Ainda estamos no século XVIII

Imagine assistir a um funeral onde, em vez de elogios lacrimosos, os enlutados são presenteados com striptease e pole dance. Parece cena de filme de exploração dos anos 70, não é? Bem, na China, esse espetáculo macabro é uma tradição bizarra e um lembrete claro de que nossa espécie ainda está presa na Idade da Pedra da evolução sexual e psicológica.

Vamos imaginar o cenário: você está no funeral de um ente querido que partiu. Os enlutados estão reunidos, trocando condolências sombrias e tomando chá. De repente, a música muda de cantos fúnebres para uma batida eletrônica pulsante, e surge uma dançarina com pouca roupa, balançando o bumbum para o deleite dos enlutados. Acontece que, em algumas partes da China, é costume contratar strippers para se apresentar em funerais para "entreter os espíritos" dos falecidos. Porque, sabe, nada diz "Descanse em paz, vovó" como uma pole dance.

Agora, como um pagão moderno que acredita que o corpo, o desejo, o prazer e a sexualidade são sagrados e merecedores de celebração, devo admitir que essa prática me deixa intrigado. No século XXI, já deveríamos ter superado a repressão sexual e os rituais funerários absurdos. Mas aqui estamos, em um mundo onde as pessoas ainda se contorcem diante da ideia de nudez, mas se sentem compelidas a contratar strippers para se apresentarem nas últimas despedidas de seus entes queridos.

É um caso clássico da hipocrisia que assola a sociedade humana. Afirmamos ser esclarecidos, progressistas e de mente aberta, mas nossa psique coletiva ainda está repleta de inibições da era vitoriana. Não somos apenas sexualmente reprimidos; também estamos psicologicamente presos em uma distorção temporal, lutando contra os mesmos medos sombrios e irracionais que atormentavam nossos ancestrais.

Então, da próxima vez que você estiver em um funeral e o padre começar a falar sobre a "alma imaculada" do falecido, lembre-se: em algumas partes da China, eles se preocupam mais com o "corpo imaculado" da stripper. É um costume bizarro, com certeza, mas também serve como um espelho, refletindo nossas próprias inseguranças e problemas arraigados.

No fim das contas, talvez essa tradição funerária de stripers seja apenas a maneira da nossa psique coletiva dizer: "Ei, podemos alegar ser civilizados e evoluídos, mas, no fundo, ainda somos um bando de homens (e mulheres) das cavernas". Então, da próxima vez que você se sentir tentado a julgar os chineses por seus costumes estranhos, olhe-se longa e atentamente no espelho – e lembre-se: todos somos um pouco (ok, muito) estranhos.

Criado com Toolbaz.

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