domingo, 10 de outubro de 2010

Aphrodisias

Os gregos deram-lhe o nome da deusa Afrodite. A Igreja chamou-lhe Stauroupolis, isto é, “cidade da cruz”. Duas civilizações, duas maneiras de dizer o amor na arte e na religião.
O culto a Afrodite foi agregando os poderes que os povos lhe atribuíram ao longo dos tempos. À sua intercessão em favor das colheitas e da fertilidade juntaram-se influências religiosas das populações da Anatólia e, mais tarde, do mundo greco-romano.
Aphrodisias, denominação dada pelos gregos no século II a.C, ganhou relevância durante o Império Romano, tendo-se afirmado como importante pólo cultural.
A cidade distinguiu-se pela excelência da escultura em mármore, exportada para várias regiões do Império, como é o caso de uma alegada imagem de Afrodite encontrada em Pax Julia (Beja). Alguns dos melhores exemplares descobertos entre as ruínas podem ser apreciados no museu local.
Entre os edifícios destaca-se o “Tetrapylon”, pórtico de entrada constituído por quatro grupos de quatro colunas coríntias, totalmente reconstruído em 1990. Há também um teatro, mais tarde convertido pelos romanos em palco de lutas de gladiadores, e uma “ágora”, espaço público de encontro e discussão de ideias.
O “bouleuterion”, construção destinada aos membros do conselho da cidade, assemelha-se a um pequeno teatro. A vocação política e artística do espaço é comprovada por duas das oito estátuas encontradas no local, nas quais se retrata um cidadão de Afrodisias e a figura do deus Apolo a segurar uma lira.
Os vestígios do culto ao imperador romano estão patentes no “Sebasteion”, nome que advém da palavra “Sebastos”, ou seja, “venerável”, forma grega equivalente ao latim Augustus (Augusto), título honorífico concedido ao césar.
A cidade singulariza-se também pelas dimensões do seu estádio (aproximadamente 260 por 60 metros) e pelo seu notável estado de conservação. Inicialmente destinado a competições atléticas inspiradas na civilização grega, o recinto foi parcialmente transformado em espaço para jogos, actividades circenses e espectáculos com animais selvagens.
Aos poucos, a comunidade cristã interveio nesta herança. A transformação do templo dedicado a Afrodite em basílica cristã é considerada um caso único entre todas as conversões de espaços pagãos em igrejas.
As paredes e colunas foram removidas, tendo sido reutilizadas para aumentar e modificar a antiga arquitectura.
Afrodisias tornou-se sede do bispo metropolita de Caria e o seu nome passou a Stauroupolis, “cidade da cruz”. A mudança é um sinal de que a influência dos cultos pagãos permaneceu viva por várias gerações, mesmo depois da difusão do cristianismo.
Fonte: Eclesia
Nota da casa: O autor descreve como "um caso único". Este caso deve ser o único que os Cristãos com um orgulho assustador admitem a destruição dos cultos e templos pagãos.

Um comentário:

Nana Odara disse...

Liberdade de culto não é licença p fundamentalismo né... a não ser pros fundamentalistas... kkkkk...
não é p rir não, mas vc me deixa d bom humor, fazer o q?!!!