Estamos em pleno século XXI, mas ainda temos que conviver com a ótica maniqueísta, onde existe apenas uma opção, dentro de uma dicotomia excludente. Ou se é “de direita”, ou se é “de esquerda”. Ou se é “proletariado” ou se é “burguês”. Ou se é “capitalista” ou se é “socialista”. Ou se é “conservador” ou se é “progressista”.
As diferenças existem e nós percebemos, discernimos e categorizamos uma mesma coisa ou pessoa em suas características. Para compreendermos o mundo, a vida e a realidade, é necessário estabelecer esses critérios de percepção. No entanto, não se pode incutir um tipo de valor moral para as diferenças, isto não é estabelecer diferenças, mas querer justificar a segregação, a discriminação, o preconceito e a intolerância.
A polarização extremada do mundo em uma ótica maniqueísta tornou possível diversas atrocidades e crimes, mas a vida, o mundo e a realidade são compostos por um enorme espectro que existe entre dois polos. A humanidade deve perceber e celebrar a diversidade, respeitando as diferenças e reconhecendo os direitos humanos a toda pessoa.
Quando eu escrevo textos criticando a postura do Cristianismo ou da Comunidade Pagã, eu o faço exatamente para informar dos critérios de percepção, para evitar a impostura de certos discursos e para evitar confusões. A liberdade de expressão e religiosa não são desculpa para divulgar mentiras. Nem a diferença pode ser justificativa ou explicação para a discriminação, o preconceito, a segregação e a exclusão social.
Este texto tem como base o artigo de João Pereira Coutinho, “O mundo é dos bárbaros”, publicado na Folha de SP. Como pagão, eu acredito ser necessário explicar melhor de onde vem e o que significa “bárbaro” e “civilizado”, bem como fazer uma análise crítica do discurso oficial, do discurso dominante, onde se atribuem valores morais ao “bárbaro” e ao “civilizado”.
Na antiguidade, “bárbaro” foi usado a princípio pelos gregos, para dar um nome pejorativo para tudo que fosse diferente. Os romanos, quando conquistaram o mundo antigo, adotaram o apelido para usá-lo contra os povos conquistados e os que invadiam o Império.
O discurso oficial sempre utilizou da linguagem para justificar a supremacia de um grupo, sobre o dominado, o submisso, “a minoria”. Nisto consiste o pior tipo de “humor”, onde não tem graça alguma vilipendiar uma pessoa simplesmente por ser “diferente”, humilhar outra pessoa por suas características é uma péssima piada.
Nem Freud conseguiria explicar porque aqueles que detêm o poder político e social precisariam explicar ou justificar essa relação de poder. Nem conseguiria explicar porque há tanta neurose e paranoia quando surge algum movimento de resistência, um movimento humanista, apontando para o óbvio que todos nós somos humanos e que a segregação, a discriminação e o preconceito são produtos da ignorância.
O inverso, o oposto, o “adversário” do mundo “bárbaro” é o mundo “civilizado”, que de civilizado nada têm, basta considerarmos os males e crimes cometidos na Colonização e nas Duas Guerras Mundiais. O mundo civilizado ocidental foi construído em cima do genocídio e aculturação de diversos povos, sustentado pelo racismo, pelo patriarcado, pela misoginia, pelo sexismo, pelo fascismo.
A luta pelos direitos humanos para todos surgiu no início da Era Moderna, embora a ideia seja bem mais antiga. O mundo contemporâneo não teria surgido nem viveríamos na realidade do Estado de Direito se essas lutas não tivessem acontecido. Isso ainda balança certos grupos, aferrados aos seus privilégios dentro de uma estrutura social, sentem-se ameaçados em seu poder e influência sociais quando “minorias” lutam pelos seus direitos, sentem-se acuados quando a discriminação, o preconceito e a segregação são contestados. Como não tem argumento racional para explicar ou justificar suas posturas reacionárias, acusam os discursos humanitários como sendo “patrulhas do politicamente correto”. O recurso mais barato do culpado é tentar acusar a vítima de algum crime. Nada mais errado, o que está em questão é que as leis, em um Estado de Direito, deve ser garantidos a todos, não a poucos. Os privilégios que uma pessoa tem é uma concessão, não um direito. Ninguém pode usar de sua posição privilegiada para discriminar, segregar ou humilhar outro ser humano. Não há mais espaço, no mundo contemporâneo para a discriminação, o preconceito e a intolerância.
Todos nós somos bárbaros e civilizados, todos nós somos proletariados e burgueses, todos nós somos socialistas e capitalistas, todos nós somos humanos.
As diferenças existem e nós percebemos, discernimos e categorizamos uma mesma coisa ou pessoa em suas características. Para compreendermos o mundo, a vida e a realidade, é necessário estabelecer esses critérios de percepção. No entanto, não se pode incutir um tipo de valor moral para as diferenças, isto não é estabelecer diferenças, mas querer justificar a segregação, a discriminação, o preconceito e a intolerância.
A polarização extremada do mundo em uma ótica maniqueísta tornou possível diversas atrocidades e crimes, mas a vida, o mundo e a realidade são compostos por um enorme espectro que existe entre dois polos. A humanidade deve perceber e celebrar a diversidade, respeitando as diferenças e reconhecendo os direitos humanos a toda pessoa.
Quando eu escrevo textos criticando a postura do Cristianismo ou da Comunidade Pagã, eu o faço exatamente para informar dos critérios de percepção, para evitar a impostura de certos discursos e para evitar confusões. A liberdade de expressão e religiosa não são desculpa para divulgar mentiras. Nem a diferença pode ser justificativa ou explicação para a discriminação, o preconceito, a segregação e a exclusão social.
Este texto tem como base o artigo de João Pereira Coutinho, “O mundo é dos bárbaros”, publicado na Folha de SP. Como pagão, eu acredito ser necessário explicar melhor de onde vem e o que significa “bárbaro” e “civilizado”, bem como fazer uma análise crítica do discurso oficial, do discurso dominante, onde se atribuem valores morais ao “bárbaro” e ao “civilizado”.
Na antiguidade, “bárbaro” foi usado a princípio pelos gregos, para dar um nome pejorativo para tudo que fosse diferente. Os romanos, quando conquistaram o mundo antigo, adotaram o apelido para usá-lo contra os povos conquistados e os que invadiam o Império.
O discurso oficial sempre utilizou da linguagem para justificar a supremacia de um grupo, sobre o dominado, o submisso, “a minoria”. Nisto consiste o pior tipo de “humor”, onde não tem graça alguma vilipendiar uma pessoa simplesmente por ser “diferente”, humilhar outra pessoa por suas características é uma péssima piada.
Nem Freud conseguiria explicar porque aqueles que detêm o poder político e social precisariam explicar ou justificar essa relação de poder. Nem conseguiria explicar porque há tanta neurose e paranoia quando surge algum movimento de resistência, um movimento humanista, apontando para o óbvio que todos nós somos humanos e que a segregação, a discriminação e o preconceito são produtos da ignorância.
O inverso, o oposto, o “adversário” do mundo “bárbaro” é o mundo “civilizado”, que de civilizado nada têm, basta considerarmos os males e crimes cometidos na Colonização e nas Duas Guerras Mundiais. O mundo civilizado ocidental foi construído em cima do genocídio e aculturação de diversos povos, sustentado pelo racismo, pelo patriarcado, pela misoginia, pelo sexismo, pelo fascismo.
A luta pelos direitos humanos para todos surgiu no início da Era Moderna, embora a ideia seja bem mais antiga. O mundo contemporâneo não teria surgido nem viveríamos na realidade do Estado de Direito se essas lutas não tivessem acontecido. Isso ainda balança certos grupos, aferrados aos seus privilégios dentro de uma estrutura social, sentem-se ameaçados em seu poder e influência sociais quando “minorias” lutam pelos seus direitos, sentem-se acuados quando a discriminação, o preconceito e a segregação são contestados. Como não tem argumento racional para explicar ou justificar suas posturas reacionárias, acusam os discursos humanitários como sendo “patrulhas do politicamente correto”. O recurso mais barato do culpado é tentar acusar a vítima de algum crime. Nada mais errado, o que está em questão é que as leis, em um Estado de Direito, deve ser garantidos a todos, não a poucos. Os privilégios que uma pessoa tem é uma concessão, não um direito. Ninguém pode usar de sua posição privilegiada para discriminar, segregar ou humilhar outro ser humano. Não há mais espaço, no mundo contemporâneo para a discriminação, o preconceito e a intolerância.
Todos nós somos bárbaros e civilizados, todos nós somos proletariados e burgueses, todos nós somos socialistas e capitalistas, todos nós somos humanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário