Segundo o narrador do canal, os quadrinhos (e as demais obras que originaram deles) fala sobre uma família católica latina aos olhos de uma família protestante americana.
Por muitos anos, eu achei que a família Addams era baseada no livro "Quando os Addams Saíram de Férias".
Eu gostava de assistir porque os Addams são autênticos e originais. O visual gótico certamente antecipou a subcultura homônima. Os personagens parecem ter saído de um filme de terror B. A despeito dessa imagem mórbida, todos parecem ser inocentes e ingênuos.
A ideia de que os Addams são uma família católica latina (segundo o "Quadrinhos na Sarjeta") é evidenciada pelo nome do patriarca: Gomez.
Como eu nunca pensei/percebi? Mas a "latinidade" dos Addams resume-se só nisso. Mortícia demonstra um gosto peculiar de falar em francês. Wanda (Wednesday) não demostra qualquer característica latina. Feioso (Pugsley) é idêntico ao valentão da escola que se delicia em perturbar os mais fracos. Tio Chico (Fester) é tão inexpressivo (sem expressões faciais) quanto Kristen Stewart.
Nada, no cenário ou nos hábitos dos Addams nos remete a um lar de uma família católica latina.
Não é novidade alguma que o americano médio não é muito diferente do brasileiro médio: provinciano e preconceituoso. Nós dias de hoje, os Addams seriam imaginados como uma família muçulmana. Com sorte, pagã ou wiccana. Em um sociedade machista, patriarcal e heteronormativa, famílias monoparentais ou homossexuais também seriam vistos com estranheza.
Paradoxalmente, a cultura popular é quem está desafiando o sistema que a criou e alimenta. Eu espero que, em breve, conforme as pessoas recebem educação e informação, comportamentos como o de Maurício Souza se tornem anedotas históricas.
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