De acordo com a coluna de Rogério Gentile, no UOL, entre dezembro de 2017 e junho de 2018, foram feitas as maiores doações, repassando R$ 204.500 para a igreja. A docente informou que atualmente recebe um salário líquido de R$ 1.500 por mês e que os valores doados, segundo ela, eram suas economias de 30 anos de trabalho.
“F.S. realizou as doações porque tinha convicção de que apenas se sacrificando agradaria a Deus e teria a sua bênção”, disse a defensora pública Yasmin Pestana, que representa a professora.
A Universal negou que coagiu a docente. “A autora [do processo] é maior [de idade] e, portanto, absolutamente capaz de entender e refletir sobre a consequência dos atos praticados, não podendo agora alegar ter sido vítima de coação psicológica, decorrente do discurso litúrgico dos pastores”, afirmou.
A igreja destacou que a professora frequentou a igreja por 18 anos, “sendo profunda conhecedora dos preceitos litúrgicos pregados” pela instituição, e que sempre teve liberdade para escolher outra igreja. Afirmou ainda que o dízimo bíblico, “necessário para o sustento do trabalho religioso”, é uma prática que “remonta milênios”.
O juiz Carlos Bottcher afirmou na sentença que ela foi, sim, vítima de coação, “considerando as pressões psicológicas empreendidas pelos membros da organização religiosa para realização das ofertas”. A Universal foi condenada a devolver os R$ 204,5 mil, valor que deverá ser acrescido de correção monetária e juros desde as datas em que as doações foram feitas. A igreja ainda pode recorrer da decisão.
Original: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/universal-e-condenada-lugar-ceu/
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