Um grupo de mulheres israelenses resolveu tirar a roupa para demonstrar apoio à egípcia Aliaa Magda Elmahdy, que provocou polêmica ao publicar fotos nuas de si mesma em um blog na internet.
Neste sábado, quarenta israelenses se reuniram em Tel Aviv para uma foto na qual aparecem nuas atrás de uma faixa que diz: "Amor sem fronteiras". Uma das mulheres também segura um cartaz em inglês que diz: "Mostre que você não tem medo".
Aliaa Magda Elmahdy, uma ativista de 20 anos, disse ter publicado as fotos para defender a igualdade sexual e da liberdade de expressão no Egito. A iniciativa, porém, publicou choque no país religioso conservador, onde a maior parte das mulheres muçulmanas cobre o corpo e o rosto, e onde mesmo os homens raramente mostram seque os joelhos em público.
A polêmica alimentou sentimentos conservadores islâmicos que, segundo muitos egípcios, podem prejudicar as chances dos liberais nas eleições parlamentares do país, cuja primeira fase começa no dia 28 de novembro.
"Muitos movimentos no Egito, principalmente os movimentos islâmicos, estão tentando se beneficiar da situação", disse Emad Gad, um candidato parlamentar do esquerdista Partido Social Democrático Egípcio. "Eles dizem: 'Nós temos que proteger a nossa sociedade de coisas como essa e, se os liberais ganharem, então essa mulher se tornará um modelo para todas as mulheres egípcias."
Ativistas liberais rapidamente negaram qualquer ligação com ela. Após relatos indicando que Elmahdy é membro do Movimento da Juventude 6 de abril – um grupo importante na revolta que depôs o ex-presidente Hosni Mubarak em janeiro – seu porta-voz, Tarek al-Kholi, disse ao canal de notícias Al Arabiya que "o grupo não tem membros que se envolvem em tal comportamento".
Elmahdy, cujo namorado passou quatro anos na prisão por escritos considerados blasfêmicos ao Islã e Mubarak, publicou as fotos com um comunicado declarando-as um ato de rebelião contra a cultura conservadora e os "complexos sexuais" do Egito, tudo isso no espírito da revolução.
Desde que foram publicadas no domingo, as fotos nuas foram vistas mais de 1,6 milhão de vezes e já atraíram mais de 2 mil comentários, embora muitos sejam bastante críticos. "Liberdade", escreveu um detrator, "não é o mesmo que degradação e prostituição."
Com informações do New York Times
Reportagem: Ultimo Segundo
Nota: Aqui neste blog, em outros textos, deixa-se transparecer a estranha dualidade da nudez [especialmente a feminina].
Texto resgatado com Wayback Machine.
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