O medo é uma memória herdada de nossos antepassados que, não tendo outra forma de compreender a vida e a natureza, emprestou a fatos e fenômenos casuais, uma causa espiritual.
Segundo Oliveira Martins, este é a raiz de toda religião e, por consequência, a razão dos ritos e cerimônias que fazem parte destas religiões.
Quando vemos algumas das receitas que são veiculadas por livros, revistas e jornais, muitos de nós podemos dar risada e imaginar como é possível ainda existir tanta superstição, mas atrás dessa superstição está uma tradição cultural que tem sobrevivido por milênios.
A tradição de fazer oferendas em busca de cura, sorte, trabalho está presente o mesmo princípio buscado pelos xamãs, mais tarde dos sacerdotes. Com as oferendas se busca os favores dos Deuses ou suborná-los por uma fortuna melhor. Com isso foi possível estruturar os mitos e as cerimônias de todas as religiões.
Infelizmente, o medo foi usado para manter no poder a estrutura das instituições religiosas e esse fator foi elevado ao máximo pelas religiões monoteístas, através do discurso escatológico. Sem dúvida, um dos maiores medos criados pelas religiões é o medo da vida que se inicia após a vida carnal. Não é necessário muito esforço para vermos nos sermões a mesma ameaça de uma pós-vida em eterno tormento.
Assim, nas últimas décadas as pessoas buscam por alternativas que as livrem dessa opressão eclesiástica e o Paganismo e a Wica oferecem exatamente esta abertura, com a vantagem de não haver Inferno para ameaçar as almas.
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