domingo, 30 de abril de 2023

Que fossa, meu chapa

Copyright Marreta do Azarão.

Eu tive uma postagem minha suspensa e eu entendi quando foi dado um motivo objetivo. Eu atropelei os direitos autorais ao publicar um texto falando da Wicca Tradicional Britânica.

Eu achei estranho que a postagem (fevereiro/2023) "Davos sexual" foi denunciada e suspensa.
Eu apelei e a postagem foi liberada.

Então eu tive mais uma postagem (abril/2023) "Manifesto Pós Pornô" que foi denunciada e suspensa.
Eu apelei e a postagem foi liberada.

Eu (inocente) questionei no fórum da comunidade Blogger perguntando por que essas postagens foram denunciadas e suspensas.

Resumindo as respostas:

#1
"Verificando com outros colegas Experts, a postagem inclui discussões sobre pornografia e sexualidade, que podem ser sensíveis para algumas pessoas e podem desencadear reações negativas. 

Além disso, algumas das opiniões expressas na postagem podem não ser compartilhadas por todos os leitores, o que pode ter levado a denúncia ou aviso.

Como o texto contém termos que vão além das diretrizes estabelecidas, é necessário removê-los, bem como verificar se há outras postagens com conteúdo semelhante que precisem ser ajustadas. 

Também é aconselhável adicionar a marcação adequada para indicar que o conteúdo é destinado a um público adulto, a fim de estar em conformidade com as políticas estabelecidas."

#2
"Olá amigo, quem suspende as postagens são o próprio sistema do Blogger, nós estamos aqui apenas para auxiliar no que você deve e não deve publicar no Blogger.

Pelo que vi seu conteúdo contém textos explícitos e menores de 18 anos podem se sentir ofendidos ao ler esses textos. Por tanto alguns posts foram suspenso por que você não ativou a janela de aviso de que seu blogger é destinado a maiores de 18 anos. Por tanto como você já ativou, o problema já foi resolvido e assim espero que você compreenda nossas políticas.

Se caso quiser que se Blogger continue para todo público, é necessário abadonar esse tipo de escrita sexualmente explícita para algo mais suave e que todos possam compreender sem afetar o público. Espero que tenhamos ajudado."

Não há nas diretrizes tal proibição, portanto, a suspensão das postagens foi incorreta, inadequada e censura.
As diretrizes estabelecidas não estipulam quais são esses termos que estão foram dos limites.
O leitor que se sentir ofendido ou discordar do publicado, pode expressar sua opinião. Suspender uma postagem porque alguém discorda é ilegal e inconstitucional.
Quem fica ofendido com textos que falam sobre sexo, sexualidade, pornografia e prostituição são adultos. Geralmente por causa de doutrinação religiosa. Não há qualquer regra nas diretrizes sobre textos que possam ser considerados explícitos.

Nós vivemos em uma cultura e sociedade cercada e bombardeada por propagandas recheadas de erotismo. Programas de auditório e seus apresentadores falam sobre sexo e sexualidade. Os mais ousados abordaram as pessoas intersexuais e transgênero.
Então não há motivo para minhas postagens terem sido denunciadas e suspensas.
Mas para não ofender a sensibilidade das pessoas, eu aceitei tornar este blog com restrição para adultos.

Agora eu posso falar da pastora que largou a igreja e abriu uma conta no OnlyFans.
O que é engraçado, tendo em vista as páginas direcionadas aos evanjegues comemorando a "conversão de uma bruxa".

Ou falar do restaurante vegetariano (em Nova Iorque) nudista que cobra R$445,00 por jantar e lotou de mulheres. Tem homem, mas sendo vegetariano, ninguém vai "comer" ninguém 😏🤭

O ridículo sem vergonha

Autor: Igor Carvalho.

Na manhã desta quinta-feira (25), o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) publicou em suas redes sociais que a aprovação do Projeto de Lei 2630, conhecido como PL das Fake News, irá provocar o banimento de versículos bíblicos das redes sociais.

“Até a fé será censurada se nós não impedirmos a aprovação do ‘PL da Censura’”, afirmou Dallagnol, que citou seis versículos que, segundo o parlamentar, não poderão mais ser reproduzidos nas redes sociais.

Andréa Laís, assessora de pesquisa da Casa Galileia, grupo que monitora redes sociais evangélicas, lamentou a publicação de Dallagnol. “A narrativa da censura associada ao pavor de uma eminente perseguição religiosa foi sempre acionada como 'carta trunfo' pela direita religiosa como tentativa de barrar avanços na pauta dos direitos humanos ou em qualquer outro debate político em que se sintam 'ameaçados' de perder espaço.”

Ainda de acordo com Laís, a fake news é uma “aliada” da direita religiosa, que associa “informações enganosas ao constante senso de urgência que parte dos crentes vivem sob um regime de pavor do fim dos tempos.”

Relator do projeto, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) reagiu imediatamente em suas redes sociais. “É por esse tipo de indignidade que as redes sociais estão cheias de discurso de ódio e desinformação. Quem lucra com essa campanha mentirosa, que explora a fé alheia para politicagem barata, deputado? Só reforça a URGÊNCIA da regulação”, pediu o parlamentar.

“Parlamentares representantes da extrema direita evangélica conhecem bem o texto da PL 2630 e tem conhecimento de que não se trata de censurar nenhuma expressão de fé religiosa. Mas pregam esse pavor porque não querem ser submetidos a regulações mínimas. Portanto, se utilizam de mais uma fake news para impedir a aprovação da ‘PL das Fake News’ porque sabem que perderão uma importante ferramenta aliada”, finalizou Laís.

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2023/04/25/contra-pl-das-fake-news-dallagnol-publica-fake-news-e-e-criticado-por-evangelicos
Nota: como é esperado, páginas direcionadas aos evanjegues, direitistas, reacionários e conservadores fazem escarcéu, dizendo que isso é censura. Os mesmos que deram início ao projeto Escola Sem Partido, os mesmos que negam os direitos às minorias sociais. Hipocrisia.

Abraçou o erotismo por ordem de Deus

Por Fernando Moreira.

Uma ex-professora de 36 anos que largou o emprego para se tornar uma estrela pornô afirma que "Deus a mandou fazer isso". Courtney Tillia, conhecida por compartilhar fotos e vídeos adultos em suas redes sociais e no OnlyFans, foi criada em uma família bastante religiosa. Ela foi condicionada a ser uma "boa menina cristã" – algo que ela disse que acabou por restringi-la.

Courtney tornou-se professora para crianças autistas em uma escola católica, mas nunca foi realmente feliz na sua carreira mal-remunerada.

Incentivada pelo marido, Nick Tillia, a americana radicada em Los Angeles (Califónia, EUA) largou a docência e abraçou uma carreira na indústria do entretenimento adulto.

"Antes de deixar o ensino, me sentia super desconectada de mim mesma e também de Deus! Não sabia qual era o propósito da minha vida ou como deveria ajudar os outros", disse ela ao "Daily Star".

"Quando comecei a me conectar a mim mesma e a Deus de uma maneira diferente da que aprendi na igreja, continuei ouvindo e sentindo o empurrão para ajudar a libertar as mulheres da sua vergonha sexual. Eu tinha tanta vergonha sexual no começo! Lembro-me de estar em uma sessão de fotos que tinha várias estrelas pornô e fiquei tão emocionada. Eu podia sentir os julgamentos que a sociedade e a religião colocaram em mim. Essa parte de mim parecia que suas escolhas e expressões sexuais eram erradas e imorais. Eu até me senti mal com a associação naquele momento, mas não parecia que Deus estava me dizendo para me sentir assim", completou ela.

Ela sugeriu que a sociedade a ensinou a se sentir assim e que se sentiu "incomoda" pelo fato de a sua vida mais liberal a fazer se sentir "santa e sagrada".

"Eu agora rejeito qualquer ensinamento ou instituição que retrata Deus como uma entidade a ser temida ou julgada. Deus é amoroso, não medroso; é receptivo, não crítico. Acredito que Deus está experimentando a si mesmo intencionalmente através de nós nessas encarnações físicas únicas. Não devemos suprimir ou negar coisas como nosso prazer e expressão sexual. Em vez disso, devemos apreciá-los e incorporá-los plenamente, como Deus planejou", finalizou Courtney.

Em setembro do ano passado, Courtney anunciou ter chegado à marca de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) faturados apenas no OnlyFans. Ela levaria 25 anos para obter esse valor se permanecesse trabalhando como professora.

Fonte: https://extra.globo.com/blogs/page-not-found/post/2023/04/ex-professora-nascida-em-familia-religiosa-diz-ter-abracado-a-carreira-erotica-porque-deus-mandou.ghtml
Nota: páginas direcionadas aos evanjegues fazem propaganda (enganosa) sobre conversões, aqui faremos propaganda de pessoas que se libertam. Que os Deuses continuem a fazer com que as mulheres troquem a Igreja pelo OnlyFans.

sábado, 29 de abril de 2023

As raízes da homofobia

Autora: Nara Lacerda.

O Brasil é um dos países mais perigosos do mundo para pessoas LGBTQIA+, como é amplamente provado por dados, estudos e pesquisas. Um livro lançado recentemente revela que esse ciclo de exclusão e marginalização começa em casa e está muito presente nos lares cristão brasileiros.

Semente de Vida: rejeição e aceitação de filhos/as/es LGBTI+ em lares cristãos nasceu de um estudo que juntou especialistas e ativistas em torno de um intenso processo de escuta. A obra reúne histórias de filhos, filhas e filhes, mas também de pais, mães, cuidadores e cuidadoras.

“O livro é um mergulho para investigarmos de forma cuidadosa e corajosa esse tema tão complexo. Fomos olhar para o que acontecia dentro desses lares cristãos, entender relação e esse processo de revelação, onde tantos sentimentos controversos estão envolvidos”, afirma o comunicador social e ativista Gut Simon, idealizador e diretor executivo do projeto.  

Além de olhar para as experiências, dores e superações dos dois lados do conflito, a obra traz o trabalho de especialistas em teologia, saúde mental, ciências políticas, família e estudos comunitários. Os múltiplos olhares observaram que o discurso fundamentalista religioso impulsiona a violência.

“Pudemos reconhecer ou revelar, para nossa surpresa, o que temos compreendido como a raiz da LGBTfobia ou a raiz de todo esse sofrimento comum da maioria das pessoas LGBTs - que no livro chamamos de ciclo de rejeição e violência. Identificamos que esse ciclo de rejeição começa na família, dentro dos lares."

"Ele é impulsionado por um discurso que cria a ideia de pecado, de que não merecemos o Reino do Céu, de que há algo errado e de que isso não é natural aos olhos de Deus", alerta Simon.

Ainda que encontre no ambiente familiar e doméstico a origem da opressão, a obra também identifica a solução dentro de casa. Experiências pautadas pelo princípio de que Deus é amor revelam esperança de uma mudança urgente e totalmente necessária para manutenção da democracia brasileira e das garantias previstas na Constituição.

Essa urgência fica explícita em dados que apontam uma morte por homofobia a cada 29 horas no Brasil. O país é também a nação com mais assassinatos de transexuais no mundo. O cenário pode ser ainda pior, já que a maior parte dos estados e municípios não compila e não apresenta informações sobre o tema.

O pastor Bob Luiz Botelho, cofundador da organização Evangélicxs Pela Diversidade, que foi responsável pela coordenação teológica e assessoria curatorial do livro, afirma que o processo de construção da obra também revelou “sementes de afeto” capazes de reverter o ciclo de exclusão.

“Eu aprendi nessa caminhada que os pais e as mães rejeitam porque estão sofrendo, e essa é uma coisa importante de ser dita. Se tem um algoz ou um vilão nessa história, o vilão é o discurso fundamentalista religioso, que manipula e coloca os meus pais contra mim. E me coloca contra os meus pais porque me coloca numa posição de acreditar que eu nunca vou ser amado por eles.”

Segundo ele, o livro vai além da sistematização do problema. “Essas discussões mostram para nós que existe uma semente de afeto, de potência. Primeiro mostramos esse cenário complexo e difícil, mostramos as disputas no campo cristão, as falas institucionais de grandes igrejas. Mas depois, fomos para um lugar de pensar que isso não é o fim. Temos um problema aqui, mas nós também temos sementes plantadas nessa terra arrasada.”

Fonte (citado parcialmente): https://www.brasildefato.com.br/2023/04/23/de-onde-vem-livro-investiga-raizes-da-lgbtqia-fobia-em-lares-cristaos-do-brasil

A cultura pop e a história

Na falta do que fazer, as pessoas arrumam assunto para fazer controvérsia. As pessoas estão ficando sensíveis demais.

Citando:

A polêmica sobre a escolha de Adele James, uma mulher negra, para o papel de Cleópatra no documentário da Netflix "Queen Cleopatra" continua rendendo. Após o trailer da produção agitar as redes sociais e até fazer com que a plataforma de streaming seja processada no Egito, o Conselho Supremo de Antiguidades do país também se manifestou contra a série.
(https://www.terra.com.br/amp/diversao/entre-telas/filmes/documentario-sobre-cleopatra-negra-e-criticado-por-conselho-de-antiguidades-do-egito,17cf3d80001dd9a8424c31f464f0d593zorh5sey.html)

A Netflix é constantemente alvo de humoristas anônimos na internet. Mas esses memes não são instrutivos, são semelhantes às fake news. O Caturo, aquele português pagão esquisito, publicou memes como se fossem fatos, então cabe a pergunta - qual era a aparência e etnia de Cleópatra? Spoiler: dificilmente ela pode ser considerada caucasiana, não pelos conceitos racistas europeus do Caturo.

A página Ancient Origins (https://www.ancient-origins.net/history-famous-people/cleopatra-0018353) divulgou um vídeo explicando, mas eu duvido que o racista, o supremacista branco, vá entender.

Cleópatra era legítima descendente da dinastia Ptolomaica, em outras palavras, sua origem está ligada à Alexandre o Grande, ao tipo físico da Macedônia, muitas vezes confundida com o tipo físico da Grécia.

Para os Gregos, os Macedônios são bárbaros. Infelizmente quando se fala em etnia, isso se reduz à cor da pele e os Gregos tem uma pele cor de oliva, cor de cobre, muito semelhante ao tipo físico do Oriente Médio, talvez marrom demais ou semítico demais para o gosto dos racistas.

A região foi colonizada por diversos povos de origem indo-europeu, ou seja, imigrantes e se misturaram com os povos nativos, ou seja, miscigenados, algo imperdoável aos racistas.

Cleópatra também era miscigenada e descendente de imigrantes. Nasceu no Egito, mas seus progenitores podem ter descendência africana ou semítica.

O que eu tenho certeza é de que ela foi uma personalidade histórica que influenciou culturas e épocas.

Barrada no baile

Não, não estou falando da série que fez sucesso aqui na década de 90. O Brasil é uma colônia americana culturalmente, nós assistimos esse seriado sem nos dar conta de que inportávamos o American Way of Life. Um seriado que foi feito da "vida difícil" de Patricinhas e Mauricinhos. E fez sucesso aqui.

Aqui o que está em cena é a notícia de que uma deputada foi barrada na Câmara de Montana. Citando:

Uma legisladora trans dos Estados Unidos foi vetada de entrar na Câmara do estado de Montana após se opor a um projeto de lei que impede tratamento médico de afirmação de gênero a menores de idade. O veto foi aprovado nesta quarta-feira (26).

Durante o debate anterior à votação do projeto, a deputada Zooey Zephyr, do Partido Democrata, disse que negar esse atendimento a adolescentes trans seria "equivalente a tortura", podendo levar a um aumento de suicídios.

Como resposta ao comentário, a maioria republicana retirou o direito à palavra da legisladora até que ela fizesse um pedido de desculpas. Zerphyr se negou a retirar o comentário. Os deputados conservadores também votaram e aprovaram uma punição para que ela ficasse impedida de entrar na Casa.
(https://g1.globo.com/google/amp/mundo/noticia/2023/04/27/legisladora-trans-e-silenciada-nos-eua-apos-se-opor-a-projeto-que-barra-tratamentos-de-afirmacao-de-genero-para-menores-de-idade.ghtml)

E viva a... Terra da Liberdade 🗽?

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Parmênides e a Bíblia

O ser é e não pode não ser e o não-ser não é e não pode ser de modo algum.
- Parmênides.

E cá estou eu, novamente, predisposto a analisar, comentar e refutar (pela enésima vez) textos apologéticos.

A autora é Desirée Mondesir e ela escreveu dez coisas que a Bíblia é e dez coisas que a Bíblia não é. E errou nos dois textos. Como é típico na apologia, Desirée toma a crença como fato e, a partir disso, procura "evidências" que sustentem sua crença.

O que não falta são especialistas, inclusive padres/pastores, que analisaram e provaram que os textos que compõem a Bíblia possuem erros, contradições, falsificações, interpolações e péssimas traduções.
Se formos realmente sinceros e honestos, estas são as afirmações que podemos fazer sobre a Bíblia:

A Bíblia não é a Palavra de Deus.
A Bíblia não foi escrita pela inspiração do Espírito de Deus.
A Bíblia não é um Manual Amigável.
A Bíblia não é um Guia para a Vida.
A Bíblia não é uma História de Amor.
A Bíblia não é pessoal.
A Bíblia não é equilibrada.
A Bíblia não é aplicável.
A Bíblia não é imutável.
A Bíblia não é Cristo.

A Bíblia foi feita pelo homem.
A Bíblia foi mudada.
A Bíblia é contraditória.
A Bíblia é intolerante.
A Bíblia é irrelevante.
A Bíblia é falsa.
A Bíblia é opcional.

Apesar das "boas intenções", Desirée toca em temas que constituem uma prática entre cristãos:

A Bíblia NÃO é um livro para se sentir bem.
Mas é o que acontece, dentro dos cultos, debaixo da falsa promessa da salvação.

A Bíblia NÃO é um Buffet.
Mas é o que padres/pastores fazem, instigando o preconceito e o ódio, com trechos escolhidos e citados, de forma desonesta e tendenciosa.

A Bíblia NÃO está aberta à interpretação.
Mas é o que tem acontecido, desde que surgiu o Cristianismo.

Eu espero que o cristão algum dia se dê conta de que a Bíblia é uma compilação de textos escrita por homens. Ali está bem claro que o Deus ali descrito é definido como sendo o Senhor do Povo de Israel e de nenhum outro. Ali está bem claro que Cristo é um mensageiro desse Deus, enviado para reunir e purificar o Povo de Israel para a vinda do Reino de Deus, relegando os outros povos (chamados de Gentios) à condenação eterna. Ali está bem claro que existem condições para que alguém possa levar o título de Cristo e Yeshua não  preenche essas condições.
Nada do que contém na Bíblia é relevante ou aplicável, pois foi escrita por homens, na Era do Bronze, direcionada ao Povo de Israel, nenhum outro.
Liberte-se.

Flagrante de uma sociedade hipócrita

Nós estamos começando a perceber a existência de pessoas intersexuais e transgênero. Mas ainda não somos capazes de reconhecer e admitir que a criança e o adolescente possuam sexualidade, como todo ser vivo. Teimosamente nos aferramos a uma concepção romântica de que a criança e o adolescente sejam inocentes, ingênuos e assexuados.

A seguinte notícia causou reação pelo falso moralismo. Citando:

O prefeito de Araucária, município do Paraná, Hissam Hussein Dehaini (Cidadania), casou-se com uma adolescente de 16 anos no início de abril, com a autorização dos pais da jovem. O político, que está no segundo mandato como prefeito, tem 65 anos e se divorciou da segunda esposa no ano passado.

Embora o casal tenha 49 anos de diferença e a jovem seja menor de idade, a união não é ilegal de acordo com a lei. Isso porque adolescentes de 16 a 18 anos podem se casar se tiverem autorização dos pais ou responsáveis.
(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/prefeito-de-65-anos-casa-se-com-adolescente-de-16-anos-e-mae-da-noiva-ganha-secretaria/)

O leitor mais lento pode dizer que isso é crime, mas não é bem assim. A própria justiça tem outra percepção conforme a circunstância. Citando:

O TJ/SP absolveu um fazendeiro de Pindorama/SP da acusação de estupro de uma menina de 13 anos. Preso em flagrante, o réu, hoje com 79 anos, foi inocentado porque os desembargadores consideraram que a vítima era prostituta e, por esse motivo, ele teria sido induzido ao erro em relação à idade da garota. O processo corre em segredo de Justiça.

O caso ocorreu em 2011, quando o fazendeiro foi preso com duas adolescentes dentro de sua caminhonete. As meninas - uma de 13 e outra de 14 - disseram à polícia teriam recebido R$ 30 e R$ 50, respectivamente, para fazer o programa. A conjunção carnal foi comprovada apenas com relação à menina de 13 anos e o acusado ficou detido por 40 dias, mas foi libertado.
(https://www.migalhas.com.br/quentes/203934/homem-acusado-de-estuprar-menor-apontada-como-prostituta-e-absolvido)

No Brasil, país atrasado, ainda está longe de existir a garantia e o reconhecimento dos direitos reprodutivos e sexuais.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Ausência e negação

Eu estou acostumado com o cristão distorcer as coisas conforme seu interesse. Mas vejo que isso acontece com o ateu.

Citando:
"Embora o budismo seja uma tradição focada na libertação espiritual, não é uma religião teísta.

O próprio Buda rejeitou a ideia de um deus criador, e os filósofos budistas chegaram a argumentar que a crença em um deus eterno não passa de uma distração para os humanos que buscam a iluminação."

O texto, de autoria de Emily Costelo (ou é Signe Cohen?), traduzido por Júlio Batista na página Universo Racionalista, ainda que alegue ser "estudiosa das religiões asiáticas", errou feio em entender o Budismo.

Então eu encontrei um texto que eu cito o trecho contundente:

"Contudo, Buda não se estendeu sobre esta questão, por não estar disposto a discutir assuntos não-verificáveis. Logo, algumas pessoas insistem em afirmar que o budismo é ateu. O budismo não pode ser classificado como ateu, uma vez que representaria uma postura ativa de negação de um deus. Ou seja, o ateu estaria disposto a confrontar e provar a inexistência deste deus e o budismo não se propõe a isso. A melhor descrição, talvez, da posição budista seria: O budismo é não-teista, ou seja, ele não fala sobre deuses, mas também não assume a postura ativa de negação, caracterizada pelo ateísmo.
Esta postura está estendida a todos os tipos de deuses. No entanto, surge uma outra confusão, porque quando falamos sobre os 6 Reinos do Budismo: Inferno, Fantamas Famintos (Preta), Animal, Humano, Semi-Deuses (Asura) e Deuses (Deva). Na realidade o termo deuses vem de devas, sem o significado normalmente entendido para deus. O reino dos deuses é uma condição a qual os homens com grande mérito podem ascender. Uma espécie de vida prazeirosa, sem dificuldades, onde tudo é fácil. Esta seria a condição de deva. Porém, eles também têm karma, também decairão, etc… Portanto, não se trata em absoluto do conceito que temos de deuses eternos, ou algo como a concepção hindu."

Eu vou além. Quando Sidarta foi em busca da Iluminação, ele frequentou diversas escolas. Na filosofia hindu, a existência vem de Brahma, então aquilo que vemos é meramente um pensamento/sonho de Brahma. Assim, o indivíduo, bem como seres divinos, são parte desse mesmo pensamento/sonho. O despertar de Sidarta que o tornou Buda é exatamente a realização de que o mundo é uma ilusão (Maya), com isso, superou os ciclos de encarnação e o sofrimento.
O que é diferente de dizer que o divino não existe ou de negar essa existência. Apenas não é relevante, como um bastão para um jogador de futebol.

E a Igreja cedeu

O papa Francisco, em um movimento histórico que pode levar a mais inclusão na tomada de decisões na Igreja Católica Romana, permitirá que as mulheres votem pela primeira vez em uma reunião global de bispos.

A XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos será realizada em duas sessões: a primeira de 4 a 29 de outubro de 2023 e a segunda em outubro de 2024.

No passado, as mulheres podiam participar dos sínodos, um órgão consultivo papal, como auditoras, mas sem direito a voto.

As regras revolucionárias, anunciadas na quarta-feira (26), permitem que cinco irmãs religiosas tenham direito a voto.

Além disso, o papa decidiu incluir o que um documento do Vaticano chama de “70 membros não bispos que representam vários agrupamentos de fiéis do povo de Deus”.

Os 70 padres, religiosas, diáconos e leigos católicos serão escolhidos pelo papa a partir de uma lista de 140 pessoas recomendadas pelas conferências episcopais nacionais. As conferências foram incentivadas a incluir os jovens. O Vaticano pediu que 50% dos 70 sejam mulheres.

Os sínodos geralmente são atendidos por cerca de 300 pessoas, então a maior parte daqueles com direito a voto ainda serão bispos. Ainda assim, a mudança é notável para uma instituição que foi dominada por homens durante séculos.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/papa-francisco-permite-que-mulheres-votem-no-sinodo-de-bispos/

quarta-feira, 26 de abril de 2023

A dualidade de Pazuzu

Por Sávio Adon Ittibel.

Antes de ficar conhecido como um demônio possuidor de corpos infantis, em ''O Exorcista'', Pazuzu era visto, pelos povos assírios-babilônicos e mesopotâmicos, como simbolo de poder, força, proteção, medo e caos. Pazuzu era uma espécie de deus-demônio pelos assírios-babilônicos, e pode se dizer que a cultura desta divindade se estendeu por grandes partes da Suméria e Babilônia. Porém, é necessário mencionar que não podemos afirmar que esta divindade possuía algum tipo de culto fixo, sacerdotes ou templos já que muito do que se sabe sobre esse deus vem de quantidades mínimas.

Pazuzu, com suas mãos/patas voltadas para cima e para baixo, representava os ventos quentes da mesopotâmia, expressando os lados que traziam as tempestades e as ventanias nestas regiões. 
 O demônio e deus assírio-babilônico Pazuzu é mostrado em formas de amuletos como leão grande com orelhas pontudas, uma boca rosnando expondo gengivas e quatro dentes caninos, e uma barba cheia ao redor de seu queixo. Um par de chifres de cabra varre sua testa. Imagens do demônio em sua forma completa mostram-no como uma figura composta de muitas criaturas diferentes: Ele tem uma cabeça de leão ou cão, um corpo escamoso com dois conjuntos de asas, mãos humanas ou patas de leão, cauda de escorpião, pênis de cabeça de serpente e pernas e garras de uma ave de rapina. Ele é muitas vezes retratado com o braço erguido em um gesto ameaçador. Das inscrições escritas às vezes no dorso de suas asas ou cabeça, é sabido para representar o vento quente, seco, ventos do sudeste da Mesopotâmia.

Como parte de um núcleo que o liga à deuses e demônios, retratados nesta cultura como espíritos malévolos e caóticos, ele possui as características que o classificam como deus-demônio das pragas, epidemias, doenças, catástrofes e dores.
Ele era chamado de ''Pai dos Espíritos Malévolos dos Ventos" e trazia as tempestades e caos ao redor das montanhas. 
Por muito tempo ele foi representado como um ícone de poder e proteção espiritual, como deus-demônio, era encarregado de livrar as crianças e as mulheres gravidas dos espíritos que causavam danos e morte, livrava as mulheres grávidas dos abortos espontâneos e dos males que envolviam a gravidez. Sendo assim, ele se torna simbolo iconográfico de desarmonia em sua simbologia totalmente complexa.

Por mais que possuísse características distintas e complexas, era ele um dos encarregados de trazer as chuvas com seus ventos do sudoeste. Suas diversas formas que montam seu corpo são formas animalescas que o conecta diretamente com o mundo animal, metamórfico e real.
Em tempos de seca, ele trazia a esterilidade, a fome e a fome. Isso nos faz perceber que em suas diversas formas e aspectos, o Escorpião e a Serpente se fazem presentes, representando animais ligados à aridez, que também possuem venenos causadores da dor e algumas vezes a morte. 
Sua ligação com as aves o ligam diretamente aos céus que e suas características leônicas o fazem parecer mais próximo da terra e da atuação do poder espiritual no plano físico. Sendo também bem avaliado o fato de uma de suas mãos estar abaixada e a outra levantada (Terra e Céu, Masculino e Feminino).
Ele claramente era um deus que trazia a chuva em seu pior modo, e com ela as pragas e as doenças virais. Aparentemente era um ser que podia mudar de forma quando quisesse, como se fosse um espírito ''zombeteiro'' ou um ''camaleão instintivo e sagaz".

Por mais que fosse um ser com aspectos malévolos, Pazuzu era uma divindade claramente protetora. Protegia aqueles que o chamavam de coração aberto, mas era especificamente um protetor das mulheres grávidas, dos fetos e das crianças recém-nascidas. 
Era ele o responsável por proteger os recém-nascidos dos espíritos da terrível deusa Lamashtu, que regia mortes e se alimentava de bebês. Sendo assim, Pazuzu era cultuado e invocado com seus amuletos e imagens, que o representavam de formas frias, nada acolhedoras, e maléficas.

As mulheres grávidas costumavam colocar os amuletos em cima da barriga e em cima dos locais onde as crianças recém-nascidas dormiam. Era comum, também, pendurar os amuletos com imagens de Pazuzu em algum local à cima da mulher que estava em trabalho de parto. Pingentes pequenos eram presos em roupas das mulheres a fim de protegerem seus bebês.

Por fim, pode-se dizer que Pazuzu é uma verdadeira polaridade dos complexos meios naturais da vida e das crenças mediterrâneas. Pazuzu pode ser tanto um deus-demônio animal ou humano, ele possui todas essas características em si... Ele é o ar que move os espíritos catastróficos para as montanhas, quanto a própria terra negra e seca, estéril, que traz o desespero e medo aos povos que dependem da colheira pata sobrevivência.
De um modo mais histórico, ele, quanto a terrível deusa Lamashtu, seria uma representação das questões de natalidade daqueles povos que dependiam da terra, quando a mesma falhava trazendo fome e seca. O mesmo fato se enquadra com os temporais que enchiam os rios, quando realmente chovia, trazendo os peixes e sapos à borda e às residências, e quando a água voltava ao seu nível original, esses animais, mortos, ficavam à beira do rio e tornavam-se alimentos para animais e insetos que traziam doenças e outras pragas aos povos dali.

Fonte: http://politerraneo.blogspot.com/2016/11/pazuzu-deus-demonio-ou-os-dois.html

As redes sociais devem ter regras

O parecer final do projeto de lei que regulamenta o combate às fake news nas redes sociais será apresentado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (25). Na web, internautas se mobilizaram pela aprovação da proposta e levantaram a hashtag “Urgência Já”.

O texto será apresentado pelo relator, deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). A proposta aguarda a aprovação de um requerimento de urgência para ser levado ao plenário da Casa.

O PL das Fake News, como é conhecido o Projeto de Lei nº 2630/20, cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O texto foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) em 2020.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/urgencia-ja-web-mobiliza-se-pela-aprovacao-do-projeto-de-lei-das-fake-news/
#UrgenciaJa

terça-feira, 25 de abril de 2023

O mistério de Qetesh

Por Sávio Costa Adon.

O seguinte trabalho tem como intuito um mergulho no contexto da origem e da metamorfose que levou ao Egito uma das divindades mais curiosas que se originou no Levante, principalmente na Síria, chamada de Qetesh. Procurei reunir uma enorme quantidade de fotografias que pudessem somar com o conteúdo aqui descrito e é de importante ressalva que a falta de material em portugues sobre essa divindade, somado aos outros tópicos aqui apresentados, me fez buscar por bibliografias em inglês que foram de suma importância, todos os trabalhos usados como fonte estão no fim do texto.

Acrescento que este material não é acadêmico e sim uma densa pesquisa com confiáveis fontes que juntas formaram a criação de uma linguagem simples para esse com este, e que TODAS as imagens possuem descrições e fontes diretas de museus ou de jornais (que permitem utilização sem fins lucrativos) com seus respectivos links de direcionamento. Vale lembrar que tudo aqui foi construído com idéias e palavras de autoria própria, tendo que a Lei de Nº 9.610, de 1998, seja uma das principais bases desse site, por tanto: dê os devidos créditos ao autor e ao Blog em caso de utilização.

Qetesh, Qedetesh, Kedesh, Qatesh, Kadosh, Qadesh, Qdshu ou simplesmente "A Sagrada", pode ter diversos epítetos e foi chamada de "Amada de Ptah" e de "Olho de Rá", está ela sobre um leão segurando na mão esquerda a serpente, voltada para o deus cananeu Reshef, e na outra, a direita, o lírio e/ou lótus voltada para o deus fálico egípcio Min. Ela tem os cachos de Hathor, chifres de vaca e o disco solar sobre a cabeça. Nada mais pode ser acrescentado, além da nudez.

Qetesh não tem origem egípcia, e assim como muitas divindades atravéz dos tempos tomaram características de outras por conta de invasões de povos, guerras e colonização (como é o caso de Vênus e Afrodite), esta divindade nasce justamente num período onde o Egito e o Oriente Próximo possuem grandes acordos comerciais e trocam incontestáveis quantidades de conteúdos históricos e culturais.

É importante ressaltar que durante a nossa história da humanidade, todos os povos que conviviam como vizinhos, mesmo rivais, mantinham respeito pelas divindades alheias, mesmo aqueles que não concordavam ou não aceitavam certos cultos por parecerem demasiadamente diferentes ou até mesmo semelhantes, o que aqui, não inclui os povos mais nômades.

É datado que foi no fim do período chamado de Ramessída (1300 AEC a 1200 AEC) que o faraó Ramsés II teve seu apogeu após se tornar um dos faraós mais estrategistas e investidor de guerras. Procurando reclamar o Norte do Egito, que durante pouco mais de 130 anos tinha sido dominado por Hicsos e Fenícios, e provavelmente Sírios, Ramsés II não só encontrou diferentes modus operandis em batalhas, como também encontrou algo que modificaria seu culto pessoal.

Os Egípcios, antes de tudo, já haviam identificado semelhanças entre sua deusa Hathor e a deusa Sírio-Cananéia Astarte. Ramsés II trouxera pra si o culto de Anat, conhecida como sendo a deusa matrona dos guerreiros cananeus. 

É dentro do trabalho de Johanna H. Stuckey que entra a tão importante dúvida que aqui precisamos trabalhar: como que o Levante, uma região que se estende do Oriente Médio ao Mediterrâneo, "egiptificou" as suas três grandes deusas adoradas em uma deusa única? Astarte, Anat e Asherah, as deusas dos Céus, deusas amadas pelos deuses, tomadas pelos deuses, amantes, mães irmãs.

As Três Grandes Deusas do Levante.

Asherah (Athiratu), a cananéia, era a mãe de todos os deuses, Senhora do Mar e dos Céus, esposa do deus pai El (Ilu), mãe da Árvore da Vida e dos animais. Ela quem teria se sacrificado, dando-se para o deus do mar Yamu, em troca da liberdade e sobrevivência de seu filho Baal Hadad.

Asherah também foi chamada de "Aquela Que Intercede Por Seus Filhos", tendo ela mesmo intercedido por Baal Hadad, indo em direção a El, o grande deus pai e criador, pedindo que o filho pudesse construir um palácio no monte Zaphonu.
 Uma das deusas mais curiosas do panteão cananeu, tendo ela sido a deusa mais adorada após a queda dos cananeus pelos Israelitas: foi adorada ao lado do próprio Yahweh e de Baal Hadad. Em um vaso encontrado em Israel, foram notados desenhos de divindades que poderiam tanto ser a de um rei e principes e princesa, quanto de deuses e uma deusa. No texto que o acompanha: "Yahweh de Samária e Temã e sua Asherah." e " Eu os abençoo por Yahweh e sua Asherah!".

Um dos grandes picos de tentativa de destruição da importância de Asherah e seu culto, foi o remanejo que esta deusa sofreu ao ser colocada como objeto de culto (asherins), tanto um pilar, quanto uma árvore, tendo ela, Asherah, a árvore como um de seus mais famosos símbolos.

Astarte, senhora do amor e da paixão que logo foi se transformando em senhora da batalha e estratégia até os homens a levarem para guerra junto com o culto das prostitutas, recebendo títulos como senhora da sexualidade, paixão e guerra.
 Foi uma divindade altamente adorada, a ponto de ter sido cultuada posteriormente por gregos. Seu culto sofreu influencia de divindades como Ishtar e a própria Asherah e teria sido, futuramente, sincretisada com Afrodite. 
 Ela tem seu nome mencionado diversas vezes nos textos míticos de Ugarit, e a relacionam com a beleza, no entanto, para Neal H. Walls e Nicolas Wyatt, além dela ter sido chamada de "Outro Eu de Baal" (talvez a cara-metade de Baal Hadad, sendo mais lúcido a interpretação de versão feminina de Baal), Astarte teria sido associada algumas vezes com Anat. Uma possível confirmação de que essas deusas já teriam começado a se fundir.

E Anat, a deusa virgem, mas que alimentava os deuses, crianças, príncipes e reis com seus seios, a deusa que não pertencia a nenhuma divindade, que enfrentara o próprio pai El para defender o irmão Baal Hadad. Deusa da guerra, protetora das mulheres, das crianças, dos oprimidos e do povo cananeu, a escolhida de Ramsés II.

Três grandes deusas que tinham cultos tão vastos, que além de possuírem templos a fora, tiveram cultos domésticos. Muitos desses cultos domésticos eram feitos por mulheres e crianças. Era comum daquela época ter o devoção caseira e dentro dele a utilização de imagem votiva, onde o devoto fazia uma imagem de barro, ou argila, representando à si mesmo e colocava no santuário da divindade, representando a presença eterna à adoração da deusa ou deus. 
 Outra maneira de culto era a criação da própria estátua da divindade, sendo usada geralmente em cozinhas, onde era o santuário em comunhão, com a intenção de trazer prosperidade e fertilidade. Algumas imagens encontradas em Israel demonstram possíveis divindades femininas de fertilidade como Astarte e Asherah, algumas com rostos de pássaros, levando em consideração que tais divindades foram chamadas de "deusas celestes".

Outro costume era o modelo de prática mágica usando a imagem votiva, pedindo por proteção, cuidados ou até realização de desejos, como gravidez. Tais imagens poderiam vir a ser, também, amuletos usados em momentos como o parto ou doenças.

Não era de se esperar que deuses e deusas tomassem características que fossem de necessidades humanas baseadas nos momentos e acontecimentos em que determinados povos viviam. Não foi atoa que Astarte sofrera tantas mudanças, sendo ela mesma uma divindade que tinha descrições como sendo "àquela nua que segura a serpente e o lírio", tendo também tomado características egípcias como os cachos de Hathor, mas nada que modificasse radicalmente seu culto ou nome.

Anat, por outro lado, se encontrava muitas vezes nua segurando lanças e escudos e em outras vezes estava em cima de um leão. Sendo este animal um simbolo de poder dentro do Oriente Médio e Próximo, bem como boa grande parte do mediterrâneo, não é atoa que a Deusa Cibele tem ele como seu animal-símbolo principal.

Asherah e Astarte seguem o mesmo formato de posição, segurando plantas com as mãos, tendo elas, também, conexões profundas com a serpente.  
Todas essas três deusas tinham o mesmo título quando adoradas, evocadas ou em textos antigos: "Sagrada". "Sagrada" ou "Divina" era o melhor modo de começar a chamar uma divindade, elogiando-a além de seus feitos, falando de sua beleza e de sua grandeza, mas falar sobre sua sacralidade reforçaria sua pureza a cima do mundo profano que os devotos acreditavam pertencer.

A Árvore, a Serpente e a Nudez.

 Levando em consideração a localização que é o Levante, tão qual o Egito, podemos observar que toda forma de vegetação sempre foi ponto focal de culto e adoração e não seria diferente com a árvore. Um tipo mais comum de árvore adorada é a mais popular daquelas regiões, a Palmeira. Sendo esta um tipo de vegetação que sobrevive em lugares áridos e secos.

Othmar Keel vem argumentar que árvores vivas e árvores simbólicas, como as plásticas natalinas de hoje em dia, eram veneradas como representação de multiplas deusas ou de uma única divindade feminina.

Alguns objetos da Era do Bronze, período crucial e rico para o Levante, demonstram figuras femininas nuas com o triângulo púbico bem proeminente, com uma árvore desenhada sob ou sobre ele. Seria este um modelo prático de insinuar que as divindades femininas, consideradas as geradoras de vida, tinham a árvore como potencial símbolo pela sobrevivência e pela geração de frutos? A resposta é provavelmente positiva.

Já vimos que uma das imagens de Asherah apresenta a divindade em pé, segurando plantas, rodeada de caprinos, bem como outras divindades femininas rodeadas de vacas e leões, ou em cima de algum outro mamifero, tomando epítetos de "Senhora dos Animais". O que acontece na Era do Ferro é justamente a troca dessas divindades por árvores rodeada de animais. Uma curiosa prova sincretismo e metamorfose dessas divindades com a árvore.

Um outro interessante fato é a importância da árvore para Inanna, a deusa suméria, que tem a árvore como símbolo de vida no "Épico de Gilgamesh. A deusa mantém a árvore, chamada de Hullupu, em seus cuidados quando descobre um ser maligno, chamado de Lilitu (não Lilith), fazendo desta vegetação sua morada. Inanna então clama pelo herói semi-deus para livrar-se do ser que ali vivia.

Mesmo que os conhecidos "Cachos de Hathor", modelo de cabelo usado por algumas deidades femininas egípcias, sejam uma representação básica da troca de culturas entre o Egito e o Levante, ainda é a serpente um dos símbolos mais populares e mais antigos dessas civilizações.
 A deusa Ísis cria uma serpente mágica para picar o deus Rá em um dos mitos, o animal aparece junto a ela em diversas representações de pinturas e estátuas. Notavelmente se observa a falta das serpentes próximas às pinturas de árvores e em mãos de estátuas e relevos de deusas do Levante. Sendo essa, possivelmente, mais uma adaptação da herança egípcia, o que fez de Qetesh uma divindade "pioneira".

A serpente era usada em grandes templos de divindades femininas, o que se deu continuidade na Grécia, sendo a mesma um símbolo de eternidade, de magia, cura, renovação e perfeição. Cobras estão muito associadas a deusas antigas, até mesmo depois de terem se tornado "dragões", como é o caso da grande deusa suméria Tiamat (sendo o dragão, originalmente, uma serpente gigante dos céus e/ou do mar.

William Foxwell Albright citou o nudismo de deusas Cananeias em suas obras:

“Deusas da fertilidade desempenham um papel muito maior entre os cananeus do que entre qualquer outro povo antigo”, as deusas cananéias eram quase sempre representadas nuas, mesmo no culto egípcio, “em contraste marcante com as deusas egípcias nativas modestamente vestidas”. A religião cananéia com sua “adoração orgiástica da natureza”, “culto da fertilidade na forma de símbolos de serpentes e nudez sensual” contrasta com o elevado monoteísmo ético dos israelitas".

É compreensível que houvessem influências sumério-babilônicas no Levante e que o nudismo dessas divindades femininas fossem relacionados aos cultos sexuais dentro de templos, também sendo uma associação com a fertilidade, pureza e auto-poder. Uma importante referência dessa explicação é o épico da suméria Inanna ao descer para o submundo: Precisou despir-se de suas joias, cora e roupas, ficando completamente nua para encontra-se com Ereshkigal, mostrando-se igual perante ela e despida de todos os rótulos.

Em sua representação no "Relevo de Burney", Inanna é a Potnia Therion, "Senhora dos Animais", coroada, nua, de pé em cima de leões e com braços abertos segurando símbolos de poder e eternidade. Algo idêntico as representações de Astarte e, principalmente, Qetesh.

A pergunta mais difícil não tem resposta: "Como as três grandes deusas do levante se transformaram em Qetesh?", com acréscimo: Foi uma criação ou o nascimento de uma nova divindade?

Bom, o fato é que em uma das placas egípcias de Qetesh existe uma descrição da qual cita-se "Qetesh-Anat-Astarte", comprovando que esta divindade tem relações profundas com as divindades do Levante, sendo "Sagrada" ou "A Divina" os principais título de Asherah, já que a mesma foi descrita como a mãe de todos os deuses cananeus.

O nome "Qetesh" pareceu se tornar próprio dessa deusa no Egito, sendo a cobra um símbolo usado para representa-la quando descrita. Títulos como "Senhora dos Céus", "Senhora dos Animais" ou "Amada dos Deuses" eram popularmente utilizados por divindades femininas, e matronas, do Levante e que depois foram espalhados e dividos com outras deusas (Ishtar, Cibele, posteriormente Afrodite, por exemplo). Mas aqui o fator mais importante é a descrição dessas duas placas onde os nomes Anat e Astarte aparecem junto a "Qetesh" e não Asherah, o que pode confirmar que a origem do nome dessa deusa egípcia se deve ao principal título de Asherah: A Sagrada/A Divina.

K. van der Toorn afirmaria que Ramsés II teria tido Anat como matrona, após clamar esta divindade em campos de batalha, o mesmo teria dado os nomes como "Anat é Proteção" para um de seus cães e "Anat é Vitoriosa" para sua espada. O que viria a ser confirmado por Izak Cornelius ao dizer que "Anat" teria sido o nome de uma das filhas deste faraó, bem como o mesmo teria se auto-intitulado "O Amado de Anat". É certo que ele teria aderido ao culto desta deusa guerreira após esses anos de domínio Hicso e Assírio no norte egípcio.

De acordo com Izak Corenlius, muitos dos títulos aplicados à Qetesh e usados por essas três deusas do Levante, são muito esteriotipados, principalmente os como 'Senhora dos Céus' e 'Senhora dos Deuses', títulos usados por muitas deusas do Egito.

Um dos epítetos que Qetesh veio a ter foi de "Senhora da Realeza", específicamente usado por Anat. No entanto, o egiptólogo Von Wolfgang Helck deduz que é com o uso do título de "Amada de Ptah", "Grandiosa da Magia" e "Olho de Rá" que introduziu oficialmente Qetesh ao panteão do Egito, e que somente esta divindade possui esses três títulos, juntos, no Egito.

O culto egípcio de Qetesh se estabilisaria tanto quanto seu nome se infiltraria nas escrituras dos deuses mais antigos como pertencente daquele panteão. O sincretismo do culto antigo de Inanna influenciou tanto o culto de Ishtar a ponto da mesma ser chamada de Inanna pelo próprio povo acádio-babilônico. Características de Baal Hadad chegaram à Zeus, bem como a própria Hidra teve origem cananéia, a Lotanu (Leviatã para a linguagem "moderna"), a serpente-dragão do mar e do deus Yamu, que por sua vez tem características de Poseidon.

Quanto a Min e Reshef, há uma curiosa avaliação de tais divindades estarem perante Qetesh em muitas das placas encontradas: Min é um deus de vegetação, um deus antigo e ancestral que é de pura fertilidade, enquanto Reshef é um deus assírio que foi levado pro Egito, sendo ele um deus da guerra e das pragas. Reshef foi equiparado ao deus Egípcio da guerra Montu, que poder ser mais uma forte descrição do sincretismo que os antigos povos faziam. Diferente de Qetesh, Reshef não foi fundido, foi um deus apropriado pelo próprio Egito, semelhante da apropriação de Anat (também ligada à guerra).

Qetesh possui exatamente as características femininas que correspondem às masculinas que estão perante ela, Min e Reshef: Asherah (Min), características de deusa antiga e de prosperidade e Astarte e Anat (ambas Reshef), ligadas à guerra, soberania e sexualidade.

Se Reshef e Anat foram levados ao Egito por essa devoção ao culto da guerra, é uma incógnita, mesmo tendo toda a narrativa que possa especular isso. No entanto, enquanto Anat é adorada e transferida para uma divindade que logo depois introduz-se no panteão egípcio como Qetesh, Reshef é correlacionado diretamente com uma divindade do próprio Egito, Montu, mas se mantém como ele mesmo, sem modificações.

O sincretismo fez parte de centenas de povos e culturas pagãs e foi uma maneira de dividir e aprender, homenagear e corresponder aos acordos comerciais e políticos entre os mesmos. E que nada, absolutamente nada, de errado poderia haver com tais práticas e que nada poderia invalidar uma divindade que tivesse tomado características de outra por conta desse tipo de sistema cultural.

Nunca dentro da história antiga houve alguma prática de sincretismo por adaptação atravéz do "medo", toda prática de sincretismo que possamos debater irá possuir fortes vestígios de troca cultural e influência de povos dominadores. Dentro da história, a imposição de cultos nunca menosprezou deuses de outros povos, pelo menos até a chegada do Abraamismo.

É Qetesh quem toma uma forma sem mitologia, dominadora dos animais, possuindo hastes e serpentes, lírios e lótus nas mãos, demonstrando sua soberania sobre a natureza, quem vai simbolizar a mais pura relação de acordos culturais e políticos entre o Egito e o Levante. 

Notável também foi a importante influência de uma das deusas mais adoradas no Egito, Hathor, tanto no culto egípcio de Anat quanto na metamorfose de Qetesh. Essa influência também contrasta com o sincretismo que já acontecia e se fortificaria posteriormente.

Uma importante outra metamorfose dentro do Mediterrâneo foi a da iconografia de Ba'alat, um título fenício que significa "Senhora". Ba'alat Gebal foi a principal divindade adorada em Bilbos e que possui em si características originárias de deusas como Asherah, Astarte, Anat e posteriormente foi sincretisada, e teve adaptações de ítens e símbolos, com deusas como Hathor, Ísis e Afrodite.

Curiosamente, de todos os povos e culturas antigas, o único sistema que teve relevância em preconceito e buscou soberania a cima dos outros foi o Abraâmico com Yahweh proclamado único deus. Tendo ele mesmo, com seu povo mais ancestral, tomado características de divndades como Baal Hadad (Senhor do Céu) e El (que tem o nome que significa simplesmente "deus", de barbas brancas e que faz o chover maná do céu).

Qetesh é a maior "personificação" do que conhecemos como sincretismo, foi uma deusa muito adorada e tem muito a ser explorada. Mesmo assim, é uma incrivel fonte de estudos sobre a origem de divindades ao longo da história que demonstra claramente que toda forma de culto e de manifestação divina, principalmente do feminino, era válida. A questão é: Será que se não fosse uma divindade nascida num berço faraônico, teria tamanha repercução e devoção? A breve resposta seria que o culto do estado era ditado pelo rei e o grande sacerdócio.

Não se sabe ao certo como eram as práticas de culto de Qetesh, se tinha uma cidade dedicada para ela, se tinha sacerdotes e sacerdotisas ou se houve cultos domésticos. Mas com toda certeza, sabe-se que foi uma deusa muito respeitada e de muitos títulos carinhosos dados pelo povo egípcio.

FONTES:
 "The Great Goddesses Of The Levant" - Johanna H. Stuckey
 "The Goddess Asherah" - Tadanori Yamashita
 "Yahweh and the Gods and Goddesses of Canaan" - John Day
 "Dictionary of Deities and Demons in the Bible" - K. van der Toorn, Bob Becking, Pieter Willem van der Horst Brill (Contendo capítulos sobre Asherah e Astarte de Nicolas Wyatt)
 "The Goddess Anat in Ugaritic Myth - Nealls H. Walls 
 "Yahweh and The Gods of Canaan: A Historical Analysis of Two Contrasting Faiths" - W. F. Albright 
"The Many Faces of The Goddess: The Iconography of the Syro-Palestinian Goddesses Anat, Astarte, Qedeshet, and Asherah c. 1500-1000 BCE" - Izak Cornelius 
 "Inanna: Queen of Heaven and Earth: Her Stories and Hymns From Sumer" - Diane Wolkstein e Samuel Noah Kramer
 "Religion and Ritual in Ancient Egypt" - Emily Teeter
 "Ritual and Cult at Ugarit" - Dennis Pardee

Publicado em: http://politerraneo.blogspot.com/2023/01/qetesh-as-tres-grandes-deusas-do.html

A mídia devora seu filho

Autor: Miguel do Rosário.

Li alguns elogios nas redes ao Fantástico, sobretudo por comparação à CNN, cuja reportagem sobre os vídeos do Palácio do Planalto já se tornou um clássico do mau jornalismo, numa acepção benevolente, e do jornalismo de manipulação, se formos um pouco mais duros.

No entanto, francamente, a reportagem do Fantástico é medíocre, muito aquém do que o Brasil precisa para enterrar, de uma vez por todas, o cadáver putrefato do bolsonarismo.

Seria ingenuidade, por outro lado, esperar muito mais da Globo, visto que ela é uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento da extrema-direita no Brasil.

Todos esses bolsominions de verde amarelo, refugiados num submundo de tamanho considerável, nasceram da campanha sistemática contra a política que os jornalões, Globo à frente, lideram desde a redemocratização.

O saudoso professor Wanderley Guilherme dos Santos escreveu muito sobre isso, em ensaios e livros. O nosso sistema de comunicação dos anos 90 era um remanescente da ditadura militar, e como tal se tornou, desde o primeiro momento, o principal ponto de reunião para todas as forças que temiam a emergência das novas forças sociais e políticas que se organizavam a partir das lutas políticas e eleitorais da Nova República.

O combate feroz da Globo e seus aliados aos sindicatos, movimentos sociais, partidos de esquerda e, por fim, aos governos petistas, desde os anos 80 até os dias de hoje, ajudaram a formar a cultura política da classe média brasileira.

As novas tecnologias, porém, produzem um fato inesperado, que é a emancipação política da classe média.

Quando as redes sociais surgem, a mesma classe média, com seus preconceitos políticos já consolidados por anos de lavagem cerebral, emancipa-se da grande mídia e monta suas próprias redes fechadas de informação.

Essa é a história, em poucos caracteres, do surgimento da extrema direita no Brasil.

Entretanto, seria um erro - e aliás, esse sempre foi um erro grosseiro da esquerda brasileira - tratar a classe média como um bloco único. Tocqueville já ensinava isso em meados do século 19, quando analisou o papel da classe média na revolução de 1848.

"A classe média não forma jamais, no seio da nação, um bloco compacto, diferente do todo: ela participa um pouco de todos os segmentos", observou o francês, em seu livro Souvenirs.

Assim, por exemplo, sempre haverá uma classe média mais ou menos progressista, e cabe às forças políticas de esquerda oferecer a ela, assim como fez o bolsonarismo (de maneira profundamente mentirosa e doentia), conteúdo político, projeto nacional e espaços de convivência.

Voltando à reportagem do Fantástico, ela é medíocre porque faltou uma abordagem mais direta, mais corajosa, sobre quem foi a liderança (nem tão) oculta de todos aqueles terroristas, vândalos e golpistas que invadiram as sedes dos três poderes.

A liderança foi de Jair Bolsonaro.

Sempre que se mostrar o quebra-quebra do 8 de janeiro, é preciso exibir, no mesmo vídeo, os bloqueios de estrada que se seguiram à derrota de Bolsonaro; o silêncio hostil, antidemocrático, de Bolsonaro após a divulgação do resultado das urnas; as "lives" e discursos de Bolsonaro com denúncias falsas e mentirosas sobre fraudes nas urnas, passadas e futuras; a infame reunião do governo com embaixadores do mundo inteiro, para falar mal do Brasil e difamar nosso sistema eleitoral.

Não é possível tratar honestamente o 8 de janeiro sem associá-lo ao trabalho sistemático, diário, ao longo de quatro longos anos, organizado pelo governo Bolsonaro, de envenenamento de amplos setores da classe média conservadora, com teses golpistas, antidemocráticas, conspiracionistas, lastreadas invariavelmente em fake news.

Os bloqueios criminosos de estrada, os atentados terroristas de dezembro, e o 8 de janeiro, tiveram um líder, um inspirador: o ex-presidente derrotado Jair Bolsonaro.

A CPMI dos golpistas será a chance do campo democrático de trazer isso à tôna. Será igualmente uma oportunidade de ouro para iniciar um processo de descontaminação da classe média brasileira.

Para o governo, a CPMI vem em boa hora. Com o Arcabouço Fiscal pronto para ser votado, e a Reforma Tributária já encaminhada, vínhamos testemunhando a direita nacional rapidamente se reorganizando, em torno da mídia corporativa (como de praxe), para "domesticar" e enfraquecer o governo popular, de maneira a conter movimentos que possam promover qualquer mudança efetiva no país.

A elite brasileira, por exemplo, não precisa de trens de alta velocidade. Ela sente um terror profundo a essa ideia, talvez porque ela tem cheiro de revolução. E ela mora em bairros que, ao longo das últimas décadas, foram conectados aos aeroportos por vias expressas. Ela anda de avião. Se quer andar de trem, ela vai à Europa, ou à China. Construir trens de alta velocidade no Brasil seria uma dessas iniciativas que poderiam emancipar as massas. Por isso, não se vê, jamais, na grande imprensa brasileira, nenhuma reportagem sobre o tema. A mídia brasileira prefere falar de mercado financeiro, jamais de transporte público.

Se tivermos um governo forte, autoconfiante, com boa aprovação na sociedade, incluindo na classe média, ele poderá oferecer projetos de desenvolvimento mais audaciosos, que nos aproximem das nações desenvolvidas, e isso gera um terror irracional nas elites e nas classes médias brasileiras.

Um governo popular forte também significa mudança no ecossistema de comunicação. A divisão da publicidade oficial significa o fortalecimento das mídias progressistas, um processo que, aos poucos, vai libertando setores crescentes da sociedade dos grilhões ideológicos inventados pela grande mídia.

A grande mídia é a principal guardiã desse "terror irracional" que a classe média ainda tem da política, do Estado e de um projeto nacional. O veneno do terror deve ser inoculado diariamente nos estratos de renda média, que cumprem, historicamente, o papel de correia de transmissão do debate público para o resto da nação.

A classe média foi ensinada, desde a redemocratização, a odiar o Estado, a odiar qualquer projeto nacional mais ambicioso, a odiar o Brasil. A emergência desse nacionalismo de purpurina, baseado num amor infantil, vazio, às cores verde e amarela, à camisa da seleção, ao Exército, é uma forma de desespero.

Quando a classe média se "emancipa da mídia" e adere às redes sociais, se torna "nacionalista", e passa a rever a ditadura militar, isso é uma maneira trôpega de demonstrar independência intelectual e política em relação aos ditames daqueles que, até então, a tutelavam.

Como esse nacionalismo não pode, de jeito nenhum, se materializar em apoio a um grande projeto nacional de desenvolvimento, através da construção de refinarias, siderúrgicas e trens de alta velocidade, ou seja, através da reindustrialização do país, o que apenas seria possível com financiamento público e expansão do Estado nacional, como não seria possível conciliar esse projeto com o ideário antipolítica, ultraliberal, antiestatal, trabalhado meticulosamente pela mídia desde a redemocratização, então a classe média adota esse nacionalismo de fachada, que é tão contraditório, tão superficial, tão confuso, que frequentemente se transforma em desordem psicológica.

O ódio, a ferocidade, que os estratos mais reacionários da classe média passam a alimentar contra a mídia brasileira, é uma espécie de rebelião contra seus próprios pais.

A grande mídia ajudou a criar uma extrema-direita psicótica, disposta a agredir fisicamente jornalistas, mutilada moral e intelectualmente, incapaz de participar de qualquer debate democrático. A CPMI dos golpistas, portanto, será uma oportunidade para a grande mídia desfazer um pouco o mal que causou ao país, nos ajudando a dar o golpe final num bolsonarismo que vem degenerando há meses, assustadoramente, num movimento terrorista, disposto a matar gente, destruir patrimônio público, paralisar a economia, sem medir nenhuma consequência, sem nenhum escrúpulo de ordem moral.

Lembrando a genial pintura de Goya, Saturno precisa devorar o próprio filho...

Fonte: https://revistaforum.com.br/blogs/cafezinho/2023/4/24/midia-devora-seu-filho-134765.html

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Ba'alat, um título sagrado

Por Adon Ittibel.

Baalat, ou Baalat, não é propriamente um nome, mas um título, que significa "Senhora", "Dama" ou "Rainha". Este título está associado à principal Deidade da cidade de Gubla/Gebal ou Biblos, o moderno Jebeil no Líbano, a poucos quilômetros ao norte de Beirute. Ela, Ba'alat, está ligada a Ba'al-Shaman, "Senhor dos Céus" como Seus consorte e parceiro de culto. Ela provavelmente é uma forma de Astarte, a Deusa fenício-cananeia do amor, da fertilidade e do planeta Vênus, cujo culto se conhece centrado em Gubla.

 Como a principal deusa de Gubla, Ba'alat vigiou e protegeu a cidade e sua família real. Seu santuário em Gubla, perto do mar, foi considerado o seu mais antigo, e de fato já foi datado de 2700 AEC. A cidade de Gubla era muito antiga, e na lenda grega é dito ser a primeira cidade do mundo. Provavelmente não pode pretender ser bastante velha, mas não há evidências de assentamentos lá que remontam ao período Neolítico, de cerca de 5000 AEC. Gubla teve uma longa história de comércio com o Egito, especialmente em madeira de cedro, e a influência egípcia pode ser vista em sua arte e sua religião. A cidade obteve o nome grego, Biblos, da exportação de papiro (chamado pelo mesmo nome); Mais tarde, esta palavra grega veio a significar ''livros'' em geral.

Em Aphek (Aphaca grego, Afka moderno), uma cidade não muito longe de Biblos, Baalat foi adorada na forma de um meteorito que havia caído do céu em um incêndio; Os gregos equipararam-na, portanto, com a Afrodite Urania, Afrodite "celestial". Aphek é também onde o culto de Astarte e 'Adon foi centrado, como o rio chamado para o Deus teve seus começos lá. Como Astarte é uma Deusa do planeta Vênus, que parece uma estrela vista da Terra, não é surpreendente que um meteorito, ou uma "estrela que cai", deveria estar associado a Ela. O meteorito teria caído no lago sagrado em Aphek, e depois foi instalado no templo Dela. Este templo também foi dito dedicado à Deusa, que é a mãe de Adon.

Sob a influência egípcia, Ba'alat é exibida em um selo de cilindro de Gubla de estilo egípcio. Ela está sentada com um vestido ajustado, cujas cintas cobrem os seios, os cabelos de estilo egípcio, com o disco solar e a vaca, os chifres de Hathor, deusa egípcia do amor e da beleza. Em uma inscrição, Ela é rotulada como "Amada de Hathor", e com o tempo Ba'alat foi completamente assimilado a Hathor pelos egípcios.

Também chamada: Ba'alath, Belit, Baltis, Ba'altis e Ba'alat Gebal, "Senhora de Byblos". Os gregos a conheciam por epítetos de: Afrodite Kypris, que significa "da ilha de Chipre", e Kythereia, "da ilha de Kythera", ambos lugares fortemente associados a Afrodite; Bem como Aphrodite Aphacitis, "Afrodite de Aphaca".

O mesmo título, Ba'alat, também foi associado à outras deusas do Oriente Próximo. Deusa Asherah, da fertilidade, dos céus e dos mares, e Anat, Deusa da caça, da guerra e do sangue, principalmente. Mas outras deusas como Atargatis e Tanit também possuíram esse título.

 Atualmente este título é erroneamente associado à Lilith, como sendo nome próprio e antigo da Mesma, quando na verdade Seu nome antigo é Ardat-lili, que é um demônio feminino sumério-babilônico. Este demônio faz parte de uma falange de criaturas chamadas ''lilītu'', de origem suméria, que significa ''espíritos do vento''.

Fonte: http://politerraneo.blogspot.com/2017/07/baalat-um-titulo-sagrado.html

domingo, 23 de abril de 2023

As origens pagãs da Eucaristia

Não pode haver dúvida de que o sacramento cristão da Eucaristia foi derivado de tradições judaicas, babilônicas, assírias e egípcias de veneração ao sol e métodos de cozimento ao sol.

O costume parece ter sido difundido no Oriente Médio, sendo um exemplo a  prática babilônica de oferecer a seus deuses vários tipos diferentes de bolos/pão ( akalu ). O termo hebraico para pão da proposição,  Lehem ha Panim , é traduzido exatamente pela  frase  assíria akal pânu , que se refere às ofertas de bolo/pão da Babilônia. É claro que os israelitas foram prisioneiros na Babilônia por muitas décadas.

O pai imediato e óbvio da Eucaristia Cristã era o ritual israelita de assar “pães da proposição” em seu templo.

Em cada dia de sábado, doze pães recém-amassados ​​feitos de grãos germinados moídos eram colocados em uma mesa especial, decorada com ouro em homenagem ao deus sol, contra a parede norte do santuário sem teto, onde receberiam o calor máximo dos raios solares. Também foram utilizados copos e utensílios de ouro. Os pães eram conhecidos como “Pão da Presença” ( Leḥem ha Pānīm ) porque eram obrigados a estar constantemente na presença da divindade solar.

Sem surpresa, o pão foi descrito como sempre quente e doce – quente por causa do calor do sol e doce porque a massa feita de grãos germinados desenvolve enzimas e açúcares nutritivos no processo de maltagem.

Os pães eram empilhados em duas pilhas, mas separados um do outro por um ninho de 48 tubos dourados ocos, que permitiam a circulação de ar quente entre eles.

Depois de uma semana sendo cozidos lentamente, os pães eram comidos pelos sacerdotes no sábado seguinte e substituídos por novos pães.

Como a maioria das nações antigas do Oriente Médio, os judeus adoravam o Sol como um deus. A Bíblia está repleta de referências ao Sol, como “ Que a luz dele brilhe sobre você ”.

As instruções do antigo testamento afirmam que o santuário móvel dos israelitas deveria ser alinhado leste-oeste, de modo que a luz do sol pudesse entrar, e as igrejas cristãs continuaram a respeitar essa orientação no projeto de suas igrejas . Tradicionalmente, havia uma grande janela circular na extremidade leste através da qual a luz do sol nascente podia cair sobre o padre enquanto ele elevava a hóstia sem fermento que era milagrosamente reanimada para se tornar “o corpo de Cristo ”.

O milagre pelo qual o grão brota e volta à vida é celebrado quase universalmente e há milhares de anos. Grãos (ainda viáveis) foram encontrados nas tumbas dos faraós egípcios e o mangual combinado com um cajado de pastor compunham sua insígnia real que foi originalmente associada a Osíris , que era um deus da fertilidade e ressurreição. A religião egípcia indubitavelmente influenciou as tradições judaicas. Foi até plausivelmente sugerido que Moisés era na verdade o faraó Akhenaton que rebaixou todos os deuses egípcios além de Ra - o Deus Sol.

O Homem Verde , que freqüentemente adornava igrejas medievais, também é uma imagem difundida no folclore antigo. Como Osiris , ele teria sido cortado em pedaços e ressuscitado na primavera.

Um antigo culto de mistério envolvia um padre coberto de grãos que emergia de uma caverna quando as sementes começavam a brotar, para a alegria de sua congregação.

Na Grécia, a ressurreição primaveril da deusa Perséfone , filha de Ceres, também celebrava o renascimento anual da natureza em geral e o surgimento dos cereais em particular.

Na Eucaristia, Jesus equiparou sua carne ao pão e seu sangue ao vinho. Os católicos romanos são obrigados a acreditar que suas hóstias são realmente convertidas na carne de Jesus que eles são convidados a consumir.

Outras denominações adotam uma interpretação mais simbólica das palavras de Jesus. Teria havido doze pães para os doze discípulos na “última ceia”. O número doze também reflete os doze signos do zodíaco que calibravam o tempo para os povos antigos.

As palavras relatadas de Jesus deixam claro que ele estava se preparando para a morte como um ato de expiação pelos pecados de seu povo. O deus judeu era um deus caprichoso que poderia ficar com ciúmes e raiva se seus mandamentos comunicados por meio de Moisés fossem desobedecidos. Ele falava em trovões e podia infligir tempestades, relâmpagos, inundações, pestes e morte se estivesse descontente. Mas acreditava-se que sua raiva poderia ser apaziguada por meio de sacrifício, geralmente de animais, mas ocasionalmente de humanos. No sentido biológico, todas as criaturas vivas sobrevivem e prosperam consumindo outras criaturas vivas. Então isso se refletiu em Deus sendo pensado como um deus faminto que também precisava comer.

Jesus estava aparentemente antecipando sua própria crucificação e morte iminentes em sua última ceia. Sacrifícios humanos sazonais de líderes comunitários – às vezes voluntários – não eram desconhecidos nas sociedades antigas. Diz-se que o patriarca Abraão estava se preparando para sacrificar seu próprio filho até que Deus lhe disse para matar um carneiro.

Os Khonds indianos continuaram a sacrificar seus meriahs humanos (vítimas) até o século XIX, a fim de apaziguar a deusa da terra e induzir uma estação de crescimento bem-sucedida.

Alguns dos primeiros grupos cristãos gnósticos podem ter praticado canibalismo ritual em obediência cega a uma interpretação das palavras de Jesus. Os carpocratas eram uma seita que supostamente consumia bebês indesejados em catacumbas subterrâneas. Altares de pedra circulares conhecidos como mesas de ágape esculpidas talvez para esse propósito podem ser vistos no subsolo das catacumbas maltesas. Eles apresentam uma borda para conter o sangue do sacrifício com um lábio do qual o sangue poderia ter derramado em um recipiente para beber.

Fonte (citado parcialmente): https://www.ancient-origins.net/history-ancient-traditions/eucharist-0018205
Traduzido com Google Tradutor.

Suprema Corte e a pílula abortiva

A Suprema Corte dos Estados Unidos manteve nesta sexta-feira (21) o acesso a uma pílula abortiva muito utilizada, congelando as restrições impostas ao medicamento por um tribunal de apelações.

Dois juízes conservadores discordaram da decisão no caso mais importante de aborto que chegou à Corte de nove membros desde que há 10 meses anulou o direito constitucional à interrupção voluntária da gravidez.

Embora não tenha se pronunciado sobre a matéria de fundo do caso, a sentença da Suprema Corte estabelece que a mifepristona permanecerá disponível enquanto o caso não se resolve em um tribunal de apelações.

O caso teve origem na sentença de um juiz do Tribunal Distrital do Texas que proibiu a mifepristona, aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e utilizada em mais da metade dos abortos nos Estados Unidos.

Um tribunal de apelações bloqueou a proibição da pílula, mas impôs restrições rigorosas ao acesso, e então o caso foi levado à mais alta corte americana, onde os conservadores são maioria.

O Departamento de Justiça apresentou um recurso de urgência pedindo para a Suprema Corte bloquear as sentenças dos tribunais inferiores que proibiam ou limitavam o uso do medicamento.

Assim, a decisão desta sexta paralisa essas sentenças à espera de que um tribunal de apelações resolva o recurso apresentado pelo Departamento de Justiça e pelo laboratório Danco, fabricante da mifepristona.

Após a medida da Suprema Corte nesta sexta, o presidente Joe Biden disse que as decisões dos tribunais inferiores "minaram o critério médico da FDA e colocaram em perigo a saúde das mulheres".

Com a nova sentença, "a mifepristona segue estando disponível e aprovada para um uso seguro e eficaz, enquanto continuamos essa luta nos tribunais", indicou Biden em um comunicado.

"Seguirei lutando contra os ataques politicamente impulsionados contra a saúde das mulheres", acrescentou.

Desde que a Suprema Corte derrubou a histórica decisão Roe vs. Wade, que consagrou o direito constitucional ao aborto há meio século, 13 estados proibiram o procedimento e outros estabeleceram restrições.

A oposição à investida contra a pílula abortiva é encabeçada pelo Departamento de Justiça, que argumentou que sentença inicial do juiz federal do Texas se baseava em uma "avaliação profundamente errada" sobre a segurança da pílula.

A mifepristona é um dos componentes de um regime de dois medicamentos que pode ser utilizado durante as 10 primeiras semanas de gestação.

Tem um histórico de ser seguro e a FDA calcula que, desde sua aprovação em 2000, 5,6 milhões de americanas a usaram para interromper gestações.

Pesquisas mostram que uma clara maioria dos americanos apoia o acesso a um aborto seguro, enquanto grupos conservadores pressionam para limitar o procedimento ou proibi-lo por completo.

A Planned Parenthood, principal organização de planejamento familiar dos EUA, saudou a decisão da Suprema Corte.

"Estas são boas notícias, mas os fatos seguem sendo os mesmos: o acesso à mifepristona nunca devia ter estado em risco, em primeiro lugar", declarou a organização, maior fornecedor do procedimento de interrupção voluntária de gravidez.

"Não estamos fora de perigo, muito pelo contrário", disse Jennifer Dalven, diretora do projeto pelas liberdades reprodutivas da Associação Americana de Liberdades Civis (ACLU). "Como demonstra este processo infundado, os extremistas vão usar todos os truques para tentar proibir o aborto em todo o país", acrescentou.

Por outro lado, o grupo antiaborto Alliance Defending Freedom disse que espera um "resultado final neste caso em que a FDA seja responsabilizada".

"A FDA deve responder pelo dano causado a inúmeras mulheres e jovens e ao Estado de Direito por falhar em estudar quão perigoso é o regime de medicamentos para o aborto químico", declarou Erik Baptist, conselheiro da organização.

Em uma apresentação diante da Suprema Corte na terça-feira, a coalizão antiaborto que iniciou o caso contra a FDA repetiu suas controversas afirmações de que o medicamento não é seguro.

Fonte: https://g1.globo.com/google/amp/mundo/noticia/2023/04/22/suprema-corte-dos-eua-mantem-acesso-a-pilula-abortiva.ghtml

sábado, 22 de abril de 2023

Como escamotear a realidade

Caturo, aquele português pagão esquisito, publicou com a desonestidade intelectual típica encontrada nas páginas e blogues da extrema direita, do conservadorismo e do fundamentalismo cristão uma tabela (dos relatórios do FBI) com os dados (de 2013) do assassinato de pessoas por etnia.

Na interpretação torpe do racista e xenófobo Caturo, a tabela "prova" que "confirma-se que a sociedade multirracial é mais perigosa para os brancos do que uma sociedade integralmente branca."

Estatística é uma informação quantitativa, uma interpretação qualitativa é subjetiva e tendenciosa.
A estatística camufla e não demonstra nem os motivos, nem as circunstâncias.

Por exemplo, Caturo não se deu o trabalho de consultar o relatório de crimes de ódio.
Ou o relatório de violência policial.

Gente de direita (homem, heterossexual, branco e cristão), conservadora, reacionária, racista e xenófoba (fascista e/ou neonazista) ignora (ou nunca estudou) a realidade social, incapaz de perceber que vive em uma sociedade que a torna privilegiada.

Gente que desconhece ou ignora a história, a sociologia e antropologia, nega (ou omite) os crimes cometidos pelos países europeus na colonização.

Sequestro, tráfico de pessoas, escravidão, genocídio e aculturamento. Milhares de pessoas saem de seus países por causa de guerras, governos ditatoriais, condições climáticas induzidas ou patrocinadas pelo mundo ocidental "civilizado".

Então fica se iludindo ou fantasiando de que a etnia branca está ameaçada, que seus países estão sendo "invadidos", fazendo discursos delirantes sobre "estirpe". Todos os habitantes da Europa são descendentes de imigrantes e são miscigenados.

sexta-feira, 21 de abril de 2023

O poder de um nome

Por séculos, a humanidade conta as histórias do Reino das Fadas. Depois das tradições orais tem os livros, depois veio o cinema.
O Reino das Fadas viu aparecer, crescer e expandir a Cartoonland. Apareceu uma rixa e a concorrência entre esses personagens desses reinos.
Citado primeiro pelos irmãos Grimm, Rumpelstiltskin agora vive tranquilamente no bairro DreamWorks (a Hollywood de Cartoonland) depois do sucesso do quarto filme da franquia Shrek (eu não estou ganhando um centavo com isso). Embora tenha feito uma ponta no terceiro filme.
Mas ele não alcançou o sucesso por conta própria. Afinal, o que mais tem no YouTube são criaturas que existem unicamente para perturbar. No mundo virtual, essas criaturas são conhecidas como Trolls, mas pouco ou nada tem com as criaturas que habitam o Reino das Fadas.
No original, Rumpel apareceu para a filha do moleiro que, para impressionar o rei, disse que ela era capaz de transformar palha em ouro. Em troca da ajuda, a garota (embora pobre) deu um colar e um anel. Na terceira visita, foi combinado que ela daria a ele o primeiro filho, depois que se tornasse rainha.
Diante da capacidade de fazer ouro, o rei casou com a filha do moleiro e Rumpel veio cobrar o trato. Depois de muita "negociação", foi feito um desafio - se ela adivinhasse o nome dele, o acordo seria anulado.
Por mais dois dias ele veio e a rainha dizia nomes, palpites, tentando adivinhar. No dia derradeiro (o terceiro), graças à ajuda de um mensageiro, a rainha revelou o nome.
Sabe-se (conhecimento esotérico) que conhecer o nome de algo (ou alguém) te dá poder sobre aquilo.
Mas eu posso desdobrar a lenda em outros motivos.
Como o folclore do "changeling", no qual uma criança humana é trocada por uma criança lendária.
Ou, talvez, o conto descrito pelos irmãos Grimm seja oriundo de alguma tradição oral na qual as mães cantarolavam (escolhiam) o nome do recém nascido.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Petição em Utah

Pai de uma criança do que frequenta uma escola do Condado de Davis, do Estado de Utah (EUA), pediu à direção do estabelecimento a exclusão da Bíblia de sua biblioteca por se tratar de um livro inapropriado para estudantes.

O pai, cujo nome ele não libera para divulgação, recorreu a uma lei estadual aprovada para remover das bibliotecas escolares livros "indecentes" e "pornográficos". Entre os autores desse material, há negros e LGBTQIA+ que promovem a inclusão e a diversidade cultural.

No pedido que protocolou no distrito escolar de Davis em 11 de dezembro de 2022, o pai transcreveu em 9 páginas versículos "inaceitáveis" pelo teor da lei, acrescentando que, sob esse aspecto, a Bíblia é um dos livros que mais contêm sexo.

Administrado pelo Partido Republicano e sede da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Mórmon, Utah alinha-se aos Estados mais conservadores dos Estados Unidos.

Entre outros casos, em 2021 o Departamento de Justiça dos EUA comprovou que o distrito escolar de Davis ignorou durante anos "assédio racial sério e generalizado".

A aprovação pelos parlamentares da "lei da exclusão dos livros indecentes" teve o apoio do Utah Parents United, um grupo conservador que diz defender nas escolas os direitos dos pais.

Para o pai reclamante, trata-se, na verdade, de um grupo de ódio supremacista branco. Ele foi irônico ao escrever, na petição, que agradece o Legislativo e o Parents por aprovarem a lei, tornando "mais fácil e eficiente" o processo de proibição da Bíblia nas escolas. "Agora todos nós podemos proibir livros e sem precisar lê-los."

O pai acredita que o seu pedido será aceito pelas autoridades porque já foram banidos das escolas livros que possuem indicação de ofensas bem menos que a Bíblia.

“Incesto, onanismo, bestialidade, prostituição, mutilação genital, felação, vibradores, estupro e até infanticídio”, disse o pai, referindo-se ao conteúdo da Bíblia. "Tire essa pornografia de nossas escolas.”

Chris Williams, porta-voz do distrito escolar, informou que o pedido pela retirada da Bíblia das escolas está sendo examinado como qualquer outro. “Não tiramos conclusões precipitadas, passamos por todo o processo. Não descartamos um pedido porque achamos ser bobagem.”

Até agora, houve 81 pedidos, com a remoção de 33 livros. Outros 30 livros estão sob escrutínio por comitês constituídos para tal fim.

Fonte: https://www.paulopes.com.br/2023/04/em-utah-pai-pede-remocao-de-escola-de.html
Nota: eu escrevi algo sobre isso em algum lugar 😸

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Os Imortais

Eu li esse quadrinho na década de 90, mas só agora eu reencontrei as informações necessárias para fazer essa resenha.

O nome do autor provoca um coceira em mim: Enki Bilal. Nascido e batizado com o nome de Enes Bilalović assumiu esse nome de pluma para suas obras.
O quadrinho (citado no título) faz parte da chamada Trilogia de Nikopol foi publicado em 1988 retrata o encontro de humanos com os Deuses Egípcios na Paris de... 2023.
Paris (França?) é governada por Ferdinand Choublanc, um fascista que possui em seu rosto uma pintura (maquiagem?) com as cores da bandeira alemã imperial. Exagero? Deliberado?
Choublanc quer negociar em troca de petróleo a sua imortalidade.
O que a obra não explica é porque Deuses (aliens?) com tamanha tecnologia precisariam de petróleo. Se bem que o pessoal que curte teorias de conspiração acreditam que nós fomos "programados" pelos Annunaki para coletar ouro, metal que ainda é considerado lastro das riquezas de um país.
Também não explica porque Horus foi banido da trupe divina nem porque um Deus precisaria de um ser humano  (Alcide Nikopol) para atingir seus objetivos.
Igualmente inexplicado é a condição de Nikopol que despertou de uma câmara criogênica por ter sido condenado a vagar no espaço por trinta anos.
Embora as notícias de objetos voadores não identificados tenham aumentado, ainda não aconteceu o chamado Contato Imediato de Terceiro Grau (filme de 1977).
Mas por que Bilal escolheu Deuses Egípcios? Seria uma forma sutil de criticar a xenofobia européia? Ou a forma de uma pirâmide é mais compatível com uma nave espacial?
Os Deuses Antigos do Ocidente tem o menir, mas o mistério do Oumuamua somente foi avistado em 2017.
Eu torço muito para que venham os Deuses Sumérios. Eu quero ver Inanna/Ishtar saindo de uma vimana 😍.

terça-feira, 18 de abril de 2023

Dionísio, o inescrutável

Eu citei (traduzido) textos do Spencer McDaniel aqui, então eu fiquei interessado no artigo em que ele aborda a origem de Dionísio.

Eu vou citar os trechos mais importantes:

 Os antigos gregos, pelo menos desde o século V aC, geralmente acreditavam que a adoração do deus Dionísio se originou na Ásia e foi introduzida no mundo grego relativamente tarde. Durante a maior parte do século XX, os estudiosos simplesmente aceitaram essa crença pelo valor de face e consideraram os elementos do culto de Dionísio que eles percebiam como estranhos e exóticos como marcas definitivas da origem oriental de seu culto. Se você pegar qualquer livro sobre religião grega publicado antes de 1960, quase certamente afirmará que Dionísio foi uma adição tardia ao panteão grego. Ainda hoje, as pessoas online ainda costumam repetir essa afirmação como se fosse um fato.

Por volta de 1600 aC ou por aí, uma civilização surgiu na Grécia continental. As pessoas desta civilização eram os primeiros gregos que falavam uma forma muito arcaica da língua grega. Os estudiosos modernos apelidaram esses primeiros gregos de “micênicos” em homenagem a Micenas, que era a maior e mais impressionante cidadela da Grécia continental durante esse período.

Nessa época, outra civilização já florescia em Kreta, a mais ao sul de todas as ilhas gregas. Os estudiosos modernos apelidaram essa civilização de “minóica”, em homenagem ao rei Minos, que supostamente governou a ilha de acordo com o mito grego muito posterior.

(A civilização Minóica e a Micênica são anteriores às civilizações que formaram os Helênicos)

As tabuinhas também revelam que os gregos micênicos já adoravam Dionísio no final da Idade do Bronze. Três tábuas diferentes encontradas em dois locais diferentes atestam diretamente Dionísio como o nome de uma divindade na forma “di-wo-nu-so”.

Paradoxalmente, apesar do fato de que, por volta do século V aC, Dionísio tinha uma longa história de adoração na Grécia que remontava a quase um milênio ou mais, os antigos gregos pelo menos daquele século em diante geralmente pensavam nele como tendo se originado em algum lugar fora da Grécia e entrou em seu próprio panteão bem tarde.

O historiador grego Herodotos de Halikarnassos (viveu c. 484 - c. 425 aC) em suas Histórias 2.144 identifica expressamente o deus egípcio Osíris como Dionísio. Dois capítulos depois (em Hist . 2.146.2), ele especula que os gregos aprenderam sobre os deuses Dionísio e Pã dos egípcios em um momento posterior ao que aprenderam sobre as outras divindades e que esta é a razão pela qual os gregos consideravam esses dois deuses como mais jovens do que os outros.

Na mesma linha, o dramaturgo trágico ateniense Eurípides (viveu c. 480 - c. 406 aC) retrata Dionísio como tendo chegado à Grécia vindo do leste em sua tragédia As Bacantes , que foi encenada pela primeira vez na cidade Dionísia em Atenas na primavera de 405 aC. Logo no início da peça, o próprio Dionísio aparece no palco e faz um longo monólogo no qual descreve sua própria jornada das terras da Ásia à Grécia.

Tradições do período helenístico (durou c. 323 - c. 30 aC) e mais tarde freqüentemente afirmam que Dionísio se originou ainda mais a leste - na Índia. Por exemplo, o historiador grego Diodoros Sikeliotes (viveu c. 90 – c. 30 aC) afirma em sua Biblioteca de História 3.63.3–5 que havia mais de um Dionísio e o primeiro deles era indiano.

Sabemos que os falantes da língua grega já adoravam Dionísio na Grécia há pelo menos 3.300 anos. A única questão que resta é por que os antigos gregos posteriores passaram a considerá-lo (incorretamente) como uma adição tardia e estrangeira ao seu panteão. Nem todos os estudiosos concordam necessariamente com a resposta a esta pergunta e este tópico é um terreno fértil para pesquisas futuras, mas eu diria que alguns fatores provavelmente desempenharam um papel.

Na ausência dessa informação, os autores gregos cujas obras sobreviveram até os dias atuais (que, devemos lembrar, eram quase exclusivamente homens de famílias pelo menos moderadamente abastadas) podem ter percebido Dionísio como sendo de origem estrangeira recente porque eles viam os aspectos extáticos e excessivos de sua adoração como inconsistentes com sua própria concepção de helenidade (isto é, grego). Eles podem, portanto, ter procurado distanciar o culto da helenidade, retratando-o como sendo de importação estrangeira recente.

Fonte: https://talesoftimesforgotten.com/2023/03/30/the-shocking-true-origin-of-dionysos/
Traduzido com Google Tradutor.
Citado parcialmente.
Nota:Nós desconhecemos as nossas origens e queremos descobrir a origem dos Deuses a partir de textos escritos por outros humanos? Somente quem participou dos mistérios podem entender Dionísio. Os Helênicos atribuíram uma origem "estrangeira" pelo mesmo motivo que o culto foi proibido por Roma. O uso do vinho (ou outra substância) ainda é tabu, omitido e escondido pelas celebridades do Paganismo Moderno.

Uma rara confissão

O reverendo Caio Fábio disse que evangélicos “fizeram por merecer” a má fama que lhes é atribuída pela sociedade secular. Considerado um dos principais pastores do meio nos anos 80 e 90, o manauara virou persona non grata no segmento e se tornou um farol entre a minoria progressista.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o membro da Catedral Presbiteriana do Rio atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e falou de sua relação com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Antes, [pentecostais] se mantiveram nessa linha de discrição. Nos anos 1980, os pentecostais receberam influência profunda de televangelistas americanos, como o Jimmy Swaggart. As mulheres agora se pintam, cortam o cabelo. Pareceu uma evolução. Malafaia, por exemplo, já era filhote do Jimmy”, lembrou ele.

“Tenho que admitir que o olhar da sociedade para evangélicos não é exageradamente negativo. Eles fizeram por merecer no curso dos últimos 40 anos. Desenvolveram-se suficientemente, do ponto de vista numérico e no que diz respeito a ambições políticas e a ênfase que deram no dinheiro, de tal modo que Deus não ouve orações se o indivíduo não fizer sacrifícios financeiros. Existem exceções, mas são infelizmente apenas isso”, completou.

Caio Fábio diz que evangélicos já estavam preparados para alguém como Bolsonaro, mas não tinham coragem de declarar isso explicitamente. “Muitos líderes têm vocação para aiatolá, coronelismo, sempre estiveram nessa situação de despotismo comunitário. Um cara como Bolsonaro, um déspota perverso e insano, caiu como uma luva. Não precisa ter lógica. Basta alguém chegar tremendo e dizer ‘o Senhor me deu uma ordem’ que todo mundo corre atrás”, opinou, acrescentando que acha que evangélicos votaram em massa no político do PL porque ele prometia dar todos os favores à igreja.

Sobre sua amizade de idas e vindas com Lula, o reverendo destaca que eles se conheceram no início da década de 1990 e que começaram a se estranhar quando o religioso foi envolvido na política, em 1998. Caio afirma que votou no petista em 2002, mesmo com o relacionamento abalado, e que o atual chefe do governo brasileiro cresceu em seu conceito quando não fugiu da prisão.

“Na eleição, amigos da democracia, sabendo da minha amizade com Marina Silva [eleita deputada e hoje ministra], me pediram [para fazer uma ponte entre ela e Lula]. Liguei, e ela disse: ‘Ele sabe como me achar, tem o meu número’. Eles se encontraram, foi muito bom. Ela agradeceu e disse que queria fazer um pedido em troca. ‘Gostaria muito de ver vocês dois juntos de novo.’ Uma semana depois, recebi chamada de vídeo do Waguinho, marido da Dani [prefeito de Belford Roxo e ministra do Turismo]. Lula estava com ele. A gente conversou como se nunca tivesse acontecido nada. O que está esquecido, está esquecido”, ressaltou.

O evangélico disse que conversará com Lula sobre o que “o Estado precisa fazer para dissolver esse caroço golpista que Bolsonaro fez crescer enormemente” e argumentou, sobre criar elos com pastores que foram para o lado de Bolsonaro: “Dá para criar ponte com novos líderes. Com os de antigamente, não, é um pessoal que subiu na torre e jogou todas as penas no ar, não dá para juntar mais. São pessoas que deixaram seu ódio a Lula muito explícito. Como qualquer organismo, a igreja evangélica está se renovando, e tem uma quantidade grande de líderes novos, melhores”.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/reverendo-caio-fabio-evangelicos-fizeram-por-merecer-ma-fama/

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Festa eslava em Chicago

Caturo, aquele português pagão estranho, divulgou uma postagem feita no Facebook.

Citando:

Celebração religiosa eslava da Primavera em Chicago, EUA. Enviámos a nossa amante de Inverno, Marzanna, para Naw, e recebemos o Deus Jarillo, um prenúncio da Primavera. Vai embora morto, sai velho, acendemos um fogo alto.

Uma celebração conduzida por descendentes poloneses na cidade de Chicago. Sendo que o Caturo não disfarça a xenofobia dele, como um bom filho da extrema direita.

Na postagem original se grafa Nawii, ou Nawia, conforme eu encontrei um verbete no Wikipédia em polonês:

Nawia, Wyraj, a lendária terra da felicidade, onde as almas dos mortos e dos animais vagam, segundo o folclore russo, no coração de Nawia, em um grande pântano, Weles senta-se em um trono dourado, acorrentado à Árvore da Vida, e toda vez que ouvimos um raio, isso significa que Perun acorrentou Weles novamente. Simbolicamente, Nawia foi descrita como uma grande planície verde - um pasto onde Weles conduz as almas. A entrada para Nawia era guardada por Żmij. Outra lenda diz que em Jarowit ele desceu a Nawia no inverno para recuperar sua amada Łada e, em 21 de março, no dia em que voltou ao nosso mundo, trouxe a colheita com ele e levou Marzanna de volta a Nawia.
Fonte: http://swiatowika.wikidot.com/nawia
Traduzido com Google Tradutor

Mas quem são Marzana e Jarillo?

Marzanna – deusa do inverno, pestilência e morte (também conhecida como Morana, Morena/Морана, Marena/Марена, Mara/Мара).

Marzanna é uma das divindades mais conhecidas da mitologia eslava por causa de seu governo durante os meses de inverno. Especialmente nas regiões do norte, o inverno pode ser uma época brutal para as primeiras tribos eslavas. Embora Veles/Weles às vezes fosse considerado o governante do inverno em partes da Rússia (por exemplo), Marzanna era temida como a portadora de seu frio na maioria das áreas. Isso só é amplificado por sua conexão com o Zmora/Mora/Kikimora – um demônio dos pesadelos. Ela às vezes é retratada em uma forma semelhante a esses demônios e seu nome também tem semelhanças quando você compara “Mora” e outras versões de seu nome, “Morana” ou “Mara”.

As histórias sobre o ciclo das estações variam (e as fontes primárias são basicamente inexistentes), mas uma história proeminente é a de seu casamento com Jaryło/Yarilo/Gerovit - seu irmão gêmeo e deus da primavera, da guerra e da agricultura.

Dizia-se que Marzanna era filha de Perun , deus do trovão, e Mokosz/Mokosh , a Grande Mãe. Nesta história, ela já foi uma deusa da natureza. Quando jovem, Jaryło foi roubado pelo deus Weles e levado para o submundo de Nawia/Nav . Quando ele voltou, os gêmeos não sabiam que eram parentes, então se apaixonaram e se casaram.

Este casamento entre a natureza de Marzanna e a agricultura de Jaryło trouxe equilíbrio na natureza e também paz (temporariamente) entre Perun e Weles. Mas então Jaryło cometeu adultério. Marzanna o matou por sua traição, tornando-a amarga e tornando-a a divindade do inverno que conhecemos hoje. Essa divisão é a razão das estações, já que Marzanna mata Jaryło no outono, e ele junto com uma deusa da primavera (geralmente Dziewanna ou Żywia/Vesna ) a mata na primavera. O ciclo continua anualmente, e nenhum pode existir por muito tempo enquanto o outro sobrevive.

No equinócio da primavera, a morte da deusa do inverno é celebrada com O afogamento de Marzanna. Embora o festival não tenha sido gravado bem antes, ainda é praticado em áreas como a Polônia (chamada de Topienie Marzanny lá) como uma tradição folclórica divertida.

O nome do festival dá uma ideia importante do que acontece. Diferentes tribos e regiões praticavam isso de maneira diferente, queimando ou afogando uma efígie de Marzanna (ou fazendo as duas coisas). No geral, porém, a chave é que eles estavam comemorando o fim do inverno e a chegada da primavera. Nas tradições da queima, costuma-se considerar que Marzanna é queimada no fogo de uma das deusas da primavera.

Após a morte de Marzanna, ela viaja para o submundo de Nawia até seu retorno no outono.

Fonte (citado parcialmente):
https://brendan-noble.com/marzanna-morana-goddess-of-winter-pestilence-and-death/