domingo, 19 de julho de 2020

Se conselho fosse bom...

Anteriormente eu escrevi um conto sobre a ilusão de poder e de autoridade que uma pessoa tem ao receber um diploma, título e certificado em "A face de Aletheia". Também eu divulguei um texto sobre a perigosa idéia de uma  Igreja de Bruxaria e Wicca do Brasil em "Resistência ao arrebanhamento". E divulguei um edital em "Editorial de esclarecimento" no qual equiparei a existência de um "conselho" para bruxas com a invenção de uma "igreja" para bruxas. Mas não falei o que é, nem quem são os envolvidos em tal "conselho".
Na definição de seus organizadores:
"O Conselho é uma Instituição que objetiva a fraternidade entre grupos que buscam interação, cooperação e conservação das crenças anteriores ao cristianismo na Europa.
Suas bases são o paganismo, o politeísmo, a ancestralidade, a conservação e resgate de tradições européias."
Tudo isso seria bom, se fosse esse o objetivo. Entretanto, tentar discutir ou dialogar com os "conselheiros" e seu séquito é tão produtivo quanto tentar discutir e dialogar com padres/pastores e crentes.
Ficou evidente, para mim, que não é este o objetivo de tal "conselho".
De acordo com o dicionárioweb: conselho - opinião, parecer sobre o que convém fazer; aviso, advertência: não levar os conselhos em conta; assembléia de pessoas que deliberam sobre certos assuntos.
Na página do CREMESP define-se a missão do conselho como "atuar com excelência, em benefício da sociedade, na supervisão da ética profissional médica, por meio de ações regulamentadoras, educacionais, fiscalizadoras, judicantes, cartoriais e políticas."
Na página do CRP SP define-se a finalidade do conselho como "de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de psicólogo".
Ao ler o blog de tal "conselho", fica evidente que este é o intuito - o de impingir a visão e a crença de seus idealizadores, tal como virá a acontecer se o projeto de uma "igreja" para bruxas tiver êxito.
Os idealizadores deste "conselho", os "iluminados" que alegam ter o verdadeiro conhecimento e sabedoria são:
Ricardo Draco, que eu anteriormente demonstrei não saber coisa alguma de crenças pré-cristãs européias.
Tânia Gori: proprietária da "Casa de Bruxa", que de tradicional nada possui.
Senhora Telucama: a mais escandalosa e vergonhosa fraude que existe no meio pagão.
Wagner Perico: alega ser sacerdote da "tradição de bruxaria germânica", igualmente envolvido com a Abrawicca e a farsa da IBWB. Uma contradição, afinal os Germânicos, povo de onde supostamente origina sua tradição, não faz parte do povo íbero-celta o que, segundo o Ricardo, é a única origem da Bruxaria Tradicional.
Rowena Arnehoy Seneween: segue o druidismo, paganismo moderno ou neopaganismo, que é uma forma de reconstrucionismo cultural.
Nick Morcego e Alessio Coruja: completos desconhecidos, provavelmente servos dos grandes idealizadores.
Com pessoas deste porte e currículo, com a completa falta de conhecimento histórico, antropológico e mitológico sobre a Bruxaria, observando a mesma citação distorcida e tendenciosa de textos acadêmicos que se encontra entre cristãos fundamentalistas, observando o raciocínio circular contido no blog, observando um evidente complexo de superioridade e transtorno narcisista de seu(s) autor(es), fica evidente qual a intenção deste "conselho".
Fica, então, mais um ditado para os "conselheiros" e seu séquito: "ab inope nunquam spectes" (Ninguém dá o que não tem).
Texto resgatado com Wayback Machine.

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