quinta-feira, 7 de abril de 2016

O grande teórico do oculto

Em 2012 a Editora Madras publicou um verdadeiro tesouro para todo estudioso e praticante de magia e bruxaria: “Três Livros de Filosofia Oculta”, de autoria de Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim.

Três Livros de Filosofia Oculta possui um amplo repertório mágico, o qual tem influenciado os ocultistas por cinco séculos. Este clássico da literatura oculta foi publicado pela primeira vez em 1531 e traduzido para o inglês em 1651, porém nunca na íntegra. Agora - pela primeira vez em 500 anos - Donald Tyson apresenta esses escritos da forma como Agrippa gostaria que eles fossem exibidos e com as correções dos equívocos cometidos na tradução original.
Nesta obra, reúnem-se extratos sobre a magia dos trabalhos desconhecidos de Pitágoras; Plínio, o Velho; Cícero; Ptolomeu; Platão; Aristóteles e muitas outras autoridades no assunto.
As anotações detalhadas de Donald Tyson esclarecem e simplificam as referências de difícil compreensão, além de ele acrescentar citações originais, a fim de tornar o trabalho de Agrippa mais acessível para o leitor moderno. Também são descritos todos os modos de trabalhar com adivinhação e magias natural e cerimonial de uma forma clara e com detalhes úteis para as técnicas atuais. Trata-se, enfim, de uma obra essencial para todos os estudantes das histórias das idéias e da tradição ocultas. [Saraiva]

Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim (Colônia, 14 de Setembro de 1486 — Grenoble, 18 de Fevereiro de 1535) foi um intelectual polemista e influente escritor do esoterismo da Renascença. Interessou-se pela magia, ocultismo, alquimia, astrologia e demais curiosidades esotéricas. Pelo que deixou escrito, é considerado o primeiro intelectual feminista. Esteve ao serviço de Maximiliano I devotando o seu tempo ao estudo das ciências ocultas.
Cornelius Agrippa foi o autor do livro mais abrangente e mais conhecido sobre magia e todas as artes ocultas: De occulta philosophia libri tres / Três Livros de Filosofia Oculta. Mais para o fim da sua vida voltou-se contra as curiosidades e práticas esotéricas, mas também contra as mais respeitáveis e estabelecidas formas de conhecimento científico: De incertitudine et scientiarum vanitate et Artium, atque Excellentia Verbi Dei, declamatio invectiva. Uma declamação invectiva sobre a incerteza e vanglória das ciências, 1526. Proclamou-se a favor do cepticismo e da simples devoção fideísta. Em 1529 escreve: De Nobilitate e Praecellentia Foeminei Sexus, onde argumenta que o sexo feminino é superior e não meramente igual ao masculino.
Em seu próprio século, foi muitas vezes denunciado como perigoso e herético. De occulta philosophia foi muito lida por estudantes dos mais recônditos e menos respeitáveis ramos da filosofia natural e ciências ocultas. Alguns deles buscaram alternativas para a filosofia aristotélica natural ensinada nas universidades. Outros procuraram caminhos menos convencionais, como o sucesso em operações alquímicas ou a capacidade de usar segredos mágicos para controlar tanto o mundo natural como o mundo dos espíritos. É intrigante como este autor assumiu posições tão antagónicas. Inicialmente muito crédulo em relação à magia, alquimia e astrologia, e posteriormente um grande céptico, incluindo em relação ao seu próprio trabalho mágico.
Cornelius Agrippa fornece uma demonstração clara da grande agitação intelectual que se tinha apoderado dos humanistas da Renascença, ao recuperarem as obras dos antigos. Isto incluía não apenas os autores clássicos considerados "respeitáveis" pelos modernos, mas também um vasto corpo de antigos (ou pseudo-antigos) textos que alegadamente ofereciam a sabedoria das origens, de uma alegada civilização humana chamada prisca theologia. Eram textos herméticos do antigo Egito, Oráculos Caldeus, escritos de Zaratustra, ensinamentos atribuídos a Pitágoras e supostamente repassado dele para Platão e seus seguidores. Agrippa foi um dos principais especialistas de seu século sobre este tipo espiritual e teosófico da sabedoria antiga. [Wikipédia]

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