segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Entregando o coração à Serpente

Depois de ler os dois volumes do "Star Crossed Serpente" (Serpente da Estrela Cruzada), de Evan Jones e Shani Oates, eu pude apreciar um pouco mais o trabalho do Clan de Tubal de Cain.
O 1º volume tem material para minha jornada no Ofício, o 2º volume dissipou mais as névoas que encobrem o Mistério.
Eu pude perceber algumas pistas que vão ser úteis e que podem ser conciliadas com a Wicca Tradicional.
Impossivel fazer uma sinopse ou resumo por tópicos. Como bem colocaram os autores, palavras escritas não são substitutos às experiências vividas.
O caminho está menos nebuloso, mas ainda há muito a percorrer; o caminho está mais claro, mas o labirinto permanece desafador.
Apenas depois de bater muito a cabeça na parede é que eu aceitei seguir a linha guia de Ariadne.
No momento eu estou fechando as feridas e curando as cicatrizes.
Eu devo continuar o esforço, se quiser recuperar a força e o espírito necessários para chegar ao Castelo dos Ventos.
Por ora, eu entendo que muitos passaram por esta jornada antes de mim, que existem muitos caminhos além deste e que estes também foram trilhados por muitos outros antes de mim.
Por ora, contento-me e congratulo-me por ter despertado e ter tido a senciência de estar neste labirinto.
Por ora, eu tenho que me contentar por perceber que todos os caminhantes perseguem a Verdade.
Mesmo aquele que pregava ser a Luz, a Verdade e a Vida pôde dizê-lo porque as recebeu da Soberana.
Eu passei pelos caminhos dos cristãos e estes crêem que o Evangelho é o único sistema e há apenas um Cristo.
Eu passei pelos caminhos dos ateus e este crêem que o Método Científico é o único sistema e há apenas uma Ciência.
Cada um destes caminhos tem um fundador e um sistema. O fundador não é o Messias, mas quem caminha. O sistema não é a Verdade, mas a bússola.
Querer saber é buscar a loucura e a morte.
Assim seja, assim é, assim será.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Uma pista do Graal

Washington, 18 set (EFE).- Um fragmento de um papiro do século IV, que poderia fazer parte de um evangelho apócrifo, menciona em uma frase que Jesus tinha uma esposa, o que alimenta a teoria de que o messias do cristianismo já esteve casado.
Um estudo publicado nesta terça-feira pela professora Karen King da Universidade de Harvard detalha que esse fragmento de papiro inclui a frase em copta, a língua dos antigos cristãos que habitavam o Egito: 'Jesus disse para eles. Minha esposa ...'.
Para Karen, que apresentou suas conclusões no Congresso Internacional de Estudos Coptas em Roma, este antigo papiro 'apresenta a primeira prova que alguns dos primeiros cristãos acreditavam que Jesus já esteve casado'.
A tradição cristã afirma que Jesus não se casou, entretanto, a responsável pela pesquisa garante que não existe nenhuma evidência histórica que sustente essa afirmação.
O papiro, que possui inscrições em ambas as faces, embora apenas uma delas seja legível, é propriedade de um colecionador anônimo que contatou Karen entre 2010 e 2011 para investigar o que considerava uma prova de que Jesus esteve casado.
As oito linhas visíveis do fragmento de quatro por oito centímetros escritas em copta demonstram a divisão de opiniões que existia nos primórdios do cristianismo sobre a opção pelo casamento ou pelo celibato.
'Desde o início, os cristãos discordavam se era melhor não casar, mas foi apenas mais de um século depois da morte de Jesus que começaram a recorrer à condição matrimonial dele para apoiar suas posições', garantiu a especialista de Harvard, que acredita que o papiro faz parte de um evangelho perdido.
Esse testamento, conhecido pelos pesquisadores como o 'Evangelho da Esposa de Jesus', foi provavelmente escrito em grego na segunda metade do século II e traduzido posteriormente à língua dos coptas.
Um comunicado da Universidade de Harvard acrescenta que especialistas como Roger Bagnell, diretor do Instituto para os Estudos do Mundo Antigo, consideram que o fragmento analisado é autêntico de acordo com uma análise do material e da escrita.
Os pesquisadores desconhecem a origem exata do papiro, mas acreditam ter vindo do Egito, já que está escrito na língua copta utilizada pelos cristãos nessa região durante o Império Romano, e faz parte de um códice.
Segundo Karen, no fragmento analisado Jesus fala de sua mãe e de sua esposa, a uma das quais se refere como 'Maria'. Além disso, os discípulos discutem se Maria é digna e Jesus diz: 'Ela será capaz de ser minha discípula'.
A pesquisadora reconhece que este fragmento não prova a teoria que Jesus esteve casado com Maria Madalena ou se ela foi aceita como discípula. Entretanto, afirma que o papiro reacende o debate existente desde a origem do cristianismo entre aqueles que consideram que as mulheres poderiam exercer o sacerdócio e temas como o celibato. EFE
Fonte: G1 Mundo

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O culto céltico das cabeças no Alentejo

Objectos votivos encontrados no Escoural
Nos últimos anos, novos contributos científicos têm permitido rever conceitos e teorias. Em particular, no que diz respeito à História, com o novo paradigma da Continuidade Paleolítica, apoiado na linguística, na genética, na arqueologia, na climatologia, etc., é possível colocar-se a hipótese de serem os antigos Celtas os primeiros habitantes, em tempos paleomesolíticos, do Ocidente Europeu. Ora o Alentejo pode contar-se entre as regiões que mais claramente se harmonizam com tal hipótese.
À luz desta perspectiva, entre os vestígios arqueológicos do Sudoeste peninsular vamos salientar alguns exemplos que nos levam a supor estarem as terras alentejanas incluídas, de modo expressivo, dentro do roteiro céltico do culto das cabeças. Efectivamente, muitos achados parecem indiciar ter havido um tratamento especial dado a certos crânios, tratamento esse que pode remeter-nos para práticas rituais de cariz mítico-religioso próprio do mundo celta.
Segundo muitos autores, para os antigos Celtas, a cabeça possuiria atributos divinos. Como tal, talvez considerada incorruptível e autónoma do corpo, teria poderes protectores – das pessoas ou colectividades, do gado ou da vegetação –, divinatórios ou proféticos, de cura e de regeneração, poderes, em suma, xamânicos. (...)
Os dados arqueológicos, iconográficos, ou mitológicos sugerem, por outro lado, ter existido uma primeira fase desse culto das cabeças, interligado com o conhecimentos dos ciclos sazonais, os cultos primordiais da fertilidade, dos mortos e dos antepassados; numa segunda etapa, nas idades dos Metais, sobretudo do Ferro – meados do I milénio a. C. – ter-se-á evoluído para o culto das cabeças cortadas, a cabeça dos inimigos, relacionando-se, deste modo, não apenas com a sobrevivência do próprio grupo, mas também com a guerra e com os jogos de poder entre grupos distintos. Ora o Alentejo parece dispor claramente dessas duas fases.
Poderemos dizer que este culto é visível desde, pelo menos, o VII milénio a. C., passando pelas sucessivas eras pré-históricas até à romanização, época em que um crânio encontrado em Tróia (Setúbal) mostra a continuidade e a larga diacronia da prática de trepanação, uma prática com componentes reveladoras do exercício de rituais relacionados com a crença nas capacidades excepcionais atribuídas à cabeça humana.
(...)
Um pouco mais tarde, no espólio do Monte da Velha, em Serpa (III milénio a. C.) – um provável santuário megalítico –, encontraram-se os fragmentos cranianos de um esqueleto claramente dissociados das restantes ossadas. Nas necrópoles de todo o Sudoeste peninsular, do período Calcolítico ao Bronze Final (cerca do IV ao II - I milénio a. C.), mantém-se este tipo de atitude – veja-se o caso da sepultura de Medarra, em Aljustrel –, a ponto de, por vezes, se depositarem os crânios numa espécie de arca, fazendo-os acompanhar por oferendas funerárias.
(...)
Todo o espólio parece implicar a existência de um eventual ritual relacionado com um sacrifício humano, próprio do culto das cabeças cortadas em contexto guerreiro, bem como do culto das cabeças inserido em rituais fundacionais e de soberania. A natureza dos objectos votivos encontrados, como a cerâmica ou as placas oculadas – na linha dos achados do Escoural, Estremoz, Vidigueira ou Évora, de épocas anteriores – e os múltiplos restos animais – a sugerir refeições e libações rituais cíclicas, como seriam as cerimónias solsticiais –, indica-nos, assim, não só a persistência de crenças, como também a presença da segunda fase deste culto céltico.
(...)
Citado e divulgado pelo Caturo, no Gladius.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pelo fim do fundamentalismo

HARISSA, Líbano, 14 Set 2012 (AFP) -O papa Bento XVI chegou nesta sexta-feira a Beirute para sua primeira visita ao Líbano, e pediu a judeus, cristãos e muçulmanos que eliminem o fundamentalismo religioso, considerado por ele uma ameaça "mortal", no momento em que a região é sacudida por manifestações, muitas vezes violentas, contra um filme que ridiculariza o Islã.
Esta visita, a segunda de Bento XVI ao Oriente Médio - após uma viagem à Terra Santa em 2009 - é uma das viagens mais delicadas do Pontífice, de 85 anos, num contexto de confrontos na Síria e de revolta no mundo muçulmano desencadeada por um filme que ridiculariza e critica o Islã.
Em sua Exortação Apostólica - conjunto de diretrizes para os bispos do Oriente Médio - assinado por ele nesta sexta-feira na Catedral de São Paulo, em Harissa, primeira etapa de sua viagem ao Líbano, Bento XVI afirma que o fundamentalismo "atinge todas as comunidades religiosas e rejeita o 'viver junto' secular" que caracteriza países como o Líbano.
"O fundamentalismo quer tomar o poder, às vezes com violência, sobre a consciência de cada um e sobre a religião por razões políticas", alertou o Papa, sem apontar o dedo unicamente para o extremismo islâmico.
"Faço um apelo urgente a todos os líderes religiosos judeus, cristãos e muçulmanos da região, que procurem fazer todo o esforço para erradicar esta ameaça que afeta indiscriminadamente e fatalmente os fiéis de todas as religiões", escreveu.
"Usar palavras sagradas, as Escrituras santas ou o nome de Deus, para justificar os nossos interesses, nossas políticas, ou nossa violência, é um crime muito grave", acrescentou.
Segundo o papa, "as incertezas econômicas e políticas, a capacidade de manipulação de alguns e uma compreensão deficiente da religião entre outras coisas, são o leito do fundamentalismo religioso".
A Exortação Apostólica "Igreja no Oriente Médio" foi assinada quase dois anos após o Sínodo dos Bispos do Oriente Médio, que foi realizado no Vaticano, no outono de 2010, pouco antes da "Primavera Árabe".
Este documento enfoca a presença ancestral dos cristãos como "parte integrante" do Oriente Médio, um "laicismo saudável", a rejeição da violência, a vontade de lutar contra "estratégias para um Oriente Médio monocromático", a "gestão transparente das finanças das igrejas, a acolhida dos refugiados cristãos e imigrantes.
Grito de liberdade
Ao desembarcar em Beirute, Bento XVI também pediu o fim do fornecimento de armas à Síria, vizinha do Líbano, onde os confrontos entre o Exército e os rebeldes provocaram mais de 27.000 mortes, em sua maioria civis.
"As importações de armas devem cessar de uma vez por todas. Sem as importações, a guerra não poderá continuar", declarou ainda no avião aos jornalistas.
"Ao invés de importar armas, o que é um grave pecado, seria conveniente importar ideias de paz, de criatividade, de amor ao próximo".
Ele também comentou a Primavera Árabe, na qual vê "um desejo por mais democracia, liberdade, cooperação para uma identidade árabe renovada".
"Este grito de liberdade, que vem de uma juventude melhor dotada culturalmente, profissionalmente, e que deseja participar na vida política e social, é uma promessa, algo muito positivo", afirmou.
"Mas, sabemos que o grito da liberdade, tão importante, tão positivo, corre o risco de esquecer um aspecto fundamental da liberdade, a tolerância com o outro. Devemos fazer tudo para que o conceito de liberdade siga na direção apropriada".
Ao longo da estrada que leva ao aeroporto de Beirute, centenas de pessoas - incluindo mulheres com xador e jovens uniformizados, ligados ao Hezbollah - saudaram o líder católico.
Os sinos das igrejas de todo o país ressoaram em homenagem ao Sumo Pontífice, de 85 anos, que foi recebido com 21 salvas de canhão.
Quinze anos depois da histórica visita do popular João Paulo II, Bento XVI retomou a expressão do antecessor ao chamar de "mensagem" a coexistência no Líbano de várias comunidades, ao redor de 35% de cristãos e 65% de muçulmanos.
"Feliz convivência libanesa, que demonstra ao conjunto do Oriente Médio e ao restante do mundo que, dentro de uma nação, pode existir a colaboração entre as diferentes igrejas, o diálogo religioso entre cristãos e seus irmãos de outras religiões".
A visita começou pouco antes de um manifestante morrer em confrontos no norte do Líbano entre forças de segurança e islamitas, que incendiaram uma lanchonete da rede americana de fast-food KFC em protesto contra o filme ofensivo aos muçulmanos.
Bento XVI visitará ainda nesta sexta-feira a Basílica São Paulo de Harissa, ao norte de Beirute, onde assinar a "exortação apostólica", fruto do sínodo sobre o Oriente Médio que o pontífice presidiu em 2010.
A visita terminará no domingo com uma missa solene em uma esplanada ao ar livre em Beirute, com a presença estimada de 75.000 pessoas.
Fonte: G1 Mundo
Nota: Pena que o sr Ratzinger e a Igreja não seguem aquilo que apregoam.

domingo, 9 de setembro de 2012

O espetáculo midiático

Comemoramos no dia 7 de setembro o "Dia da Independência" do Brasil. Piada. Nunca fomos independentes se nossos politicos ainda estão atrelados aos interesses de corporações .
O que aprendemos com esse espetáculo midiático?
Assisti nesse fim de semana "Jogos Vorazes". Um filme fraco, como muitos outros que exploram essa moda em promover algum tipo de personagem que idealiza a adolescência. Eu prefiro os mangás shonem. Podiam ter explorado o filme como uma crítica ou paródia dos inúmeros "reality shows" que empesteiam a programação da televisão.
Está tudo lá. Pessoas que são escolhidas para ficarem isoladas da sociedade e realizarem algum tipo de competição. A única parte que os "reality shows" não fazem é a matança entre os competidores. Por enquanto. Mas a influência dos patrocinadores no jogo é igual. Eu me pergunto se os patrocinadores dos "reality shows" não se envergonham de patrocinarem a degradação humana. Ou estamos vendo a manifestação mais crua de que vale tudo, para aumentar a audiência e as vendas de produtos completamente supérfulos. Não vai demorar muito para aparecer algum "reality show" onde haverá algum tipo de homicídio socialmente tolerado.
E como em toda "Parada da Independência", tivemos os costumeiros protestos. Com o acréscimo das minhas amigas do Femen. Protesto político em pleno ano eleitoral me faz pensar de quanto inútil se tornou o protesto. Faz tempo que as elites perceberam que o protesto é também um produto que pode ser vendido. Nunca tivemos tantos protestos. Com tantas idéias e ideais a defender, os interesses da massa tende a ser difuso e diluído em pequenos grupos inexpressivos.
E dá-lhe protesto por escrito, por redes sociais, pela internet. Ateus, curtindo suas neuroses, denunciam que um candidato à Prefeitura de São Paulo tem vínculo com a IURD. E o Kiko? Ao invés de criticarem e reclamarem, o que os ateus [e pagãos, diga-se de passagem] estão fazendo para se mobilizarem e se organizarem políticamente? Absolutamente nada, porque é mais fácil alimentar pensamentos e atitudes negativas do que pensamentos e atitudes positivas. Destruir é mais cômodo do que criar.
E não nos esqueçamos da dita super-qualidade da televisão HD. Qualidade técnica, não qualidade de conteúdo. Os programas televisivos estão decaindo cada vez mais, ficando cada vez mais vulgares. Essa é a tônica da cultura da mediocridade. Reflexo, consequência ou causa da Indigência Cultural. Temos educação pobre porque faltam políticas públicas ou não temos políticas públicas de educação porque o povo não quer ser educado? Pelo nível dos candidatos à Câmera Municipal, eu acertei o tacho. Ainda procuramos pelo Salvador da Pátria. E continuamos a ser vendidos por um punhado de feijões.

sábado, 1 de setembro de 2012

Alimentando a alma

Duro, dificil, trabalhoso. A transformação, o crescimento, a "evolução" do indivíduo, em sua personalidade, individualidade e espiritualidade custa muito esforço, nem sempre reconhecido e recompensado.
Não obstante, Joãozinho, continuamos. Por que se procura acrescentar sofrimento ao viver tão sofrido? Não o sei. Sofrer pelas coisas certas, realizar nosso propósito, preencher nosso destino. Será?
Vivemos em um momento onde o culto ao corpo [hedonismo?] pode resultar em anorexia e bulimia. Vivemos em um momento onde se discute apaixonadamente se um feto é uma pessoa ou não.
Discutimos apaixonadamente os direitos da pessoa sobre seu corpo, sua identidade e preferência sexual, seus modelos de vida erótico-afetivos. Sem chegar a lugar algum ou sem ter uma resposta.
Discutimos sobre a [im]propriedade das manifestações da Femen em um país onde há uma excessiva sensualidade [carnaval, pornografia, alpinistas sociais] que trabalha em prol da soberania do patriarcado e do machismo, sem reconhecer a beleza sagrada e divina da nudez feminina.
Discutimos a liberdade religiosa ao mesmo tempo que tentamos censurá-la, confundimos Estado laico com restrição à crença.
Discutimos a melhor forma de alimentar nosso organismo, sugerindo receitas mirabolantes e milagrosas, quando não perigosas ou motivadas por motivos outros que não os nutricionais.
Então como temos nos identificado? Como temos dado nosso apoio ou atenção? Qual a função ou lugar de nossa senxualidade e sensualidade? Que tipo de dieta religiosa temos seguido?
Somos o que somos ou nos definimos por aquilo que gostamos ou odiamos?
Houve um tempo em que eu me definia e lutava por aquilo que eu queria combater. E nada realizei.
Fatos e evidências existem por si só, mas não como nós a interpretamos. A interpretação dos fatos e evidências continuam a ser subjetivas, não são científicas, não são racionais. Para o desespero dos ateus.
Eu não estou criticando, eu estou desvelando um fato. Eu passei por esta fase. A fase de acabar com a figura paternal. A busca incessante, obcecada, por liberdade e independência, pela afirmação de minha personalidade e individualidade. E notei que eu era [e sempre fui] livre. A atenção e ódio que devotava a idéias, intituições, circunstâncias apenas tornavam-as mais fortes.
Eu vejo por um lado os cristãos tentando reprimir nos outros aquilo que estes mesmo não se permitem. Por outro lado, eu tenho visto os ateus se tornando cada vez mais neuróticos em sua santa cruzada contra a religião. Quem está ganhando? Ninguém. Quem está perdendo? Todos.
Tentamos, desesperadamente, trazer para nossas convicções e visões de mundo mais pessoas. Como fica o direito do outro de seguir suas opções? Como fica o direito do outro de discordar de nossas visões, sejam conservadoras ou liberais? Ao invés de construir, dar o exemplo, tentamos denegrir e destruir os concorrrentes.
Ao invés de cuidar da vida do outro devíamos cuidar primeiramente da nossa. Em seguida, olhar pela coletividade. Só é cristão, católico ou protestante, quem quer. Só é ateu, cético ou agnóstico, quem quer. Só é pagão, tradicional ou popular, quem quer. Só é wiccano ou wilkano quem quer. Só se é ovelha ou lobo como se quiser. Só se é vigarista ou otário quem quer. Só se é guru ou seguidor quem quer.
Velhos hábitos custam morrer e cobram caro quando tentamos nos desvencilhar deles.
Ser o nosso real Self, eis o maior desafio, a maior tarefa, a que poucos se arriscam. Eu me arrisco...por que eu quero. Eu não vou mais me definir pelo que eu gosto ou odeio. Isso são acessórios. Eu vou me definir pelo meu Self, alimentando-o pela honra aos ancestrais e pela reverência aos Deuses.