Recentemente tivemos três eventos que receberam a atenção do mundo inteiro, a saber, o casamento do príncipe William, a beatificação de Karol Vojtila [Papa João Paulo II] e a morte de Osama Bin Laden.
Autoridades públicas, seculares e clericais, buscam a aclamação popular a todo custo. O prestígio e a influência deles são medidos pela quantidade de atenção recebida da opinião pública.
Para países que tem regime republicano, ver a mobilização e o dinheiro gasto para o casamento principesco soa como um escândalo, um desperdício, mas a corrupção e o tráfico de influência nestes países não são escândalos e desperdícios menores.
Para quem não é Católico e quem não é Cristão, a beatificação de um homem é igualmente incompreensível, mas as inúmeras seitas e cultos a personalidade que existem nesse meio não são menos incompreensíveis.
Para quem defende os direitos humanos - e não há exceções - e a soberania dos povos, é inaceitável a ação dos EUA que culminou com a morte de Osama Bin Laden, mas estes seriam os primeiros a defender uma reforma no código penal depois de serem ou terem alguém da família vítima da sanha dos criminosos.
Para todos os envolvidos, a festa foi mais do que justificada. O evento, a cerimônia, a ação, especialmente a violenta, a que atua por vingança, uma execução institucional feita em nome da justiça, serve como um consolo, uma catarse, onde o bode expiatório acaba pagando por nossos erros.
O casamento será bom para quem casou e isto eu atesto. Pena que pouco ou nada se falou, ao se transformar o casamento principesco em espetáculo midiático, no amor e nas relações. Nós demos um passo importante, quando o STF reconheceu a união civil homossexual. Haverá resistências e polêmicas, como foi anteriormente quando se legalizou o divórcio e a fertilização artificial. Sempre de grupos Cristãos e isso é um fato, não um preconceito e discriminação da minha parte.
A execução de um ser humano, por vingança, em nome da justiça, nunca será uma solução. Pouco depois da morte de Osama Bin Laden, diversos muçulmanos o aclamaram como um mártir. Ou seja, morre um home, nasce um messias com milhares de seguidores sequiosos para seguirem seus passos, seu exemplo, sua missão. O que se espera, do Estado, é que este aja com celeridade e rigor, contra a ação criminosa, contra o criminoso, dentro da lei.
Quanto a aclamar um homem de beato, felizmente isso é problema dos Católicos, mas eu devo lembrá-los que a população também clamou pela crucificação de vosso Cristo.
Que os Deuses me livrem da aclamação popular.
Texto resgatado com Wayback Machine.
Publicado originalmente em 06/05/2011.
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