Foi pela ocasião de um noivado de casamento marcado de famílias aparentadas de mim e me vi então intimado a comparecer para que fosse eu o orador da celebração.
Cada qual parente do noivo e da noiva receberam seu quinhão do dote tendo em troca dado essas tais mercadorias que se dão a recém-casados.
Vendo-me tão afundado nesse suborno das consciências, necessário para que se perdoe o excesso de confiança entre os noivos e que por uma instituição, se lhes permitam desfrutar desses direitos matrimoniais, então recém-adquiridos, chego a uma idéia tal que vai encantá-los também.
No que me chegou a parte de receber meu quinhão, reservei-me um instante da noiva em lugar afastado e creio eu que ambos ficamos igualmente satisfeitos com o que nos demos e trocamos pela festa, roubando a dor primeira do noivo, que terá sua pequena e mesquinha vez de devorar estas carnes em precedência a mim. Só espero que minha parte não a tenha feito tão feliz que venha a sentir falta, mesmo em companhia de seu noivo e eu tenha de ensiná-la porque a fiz tão sacra neste momento profano a essas instituições da consciência.
Dessa noite guardo essas máximas que trocamos nos poucos minutos de descanso que nos dispusemos a nos oferecer tanto e tão caro desejo.
No que me resta em observação secundária, só lhes é dado saber que é nesses momentos em que se alcança sabedoria sublime e plena, de mente aberta e fluida. Não será muito surpreendente se viermos a aprender mais com nossa amante, uma mulher distante em ocasiões normais, por horas afinco, embora tenhamos a pretensão de sermos os mestres de uma ciência tão deliciosa e envolvente.
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