O nome de Isis, no original, é Aset/Ast.
O nome de Osiris, no original, é Asur/Aser/Asar.
O nome de Set, no original, é Setesh/Sutekh/Suty.
Os três são filhos de Geb e Nut [junto com Neftis], netos de
Tefnis e Shu, bisnetos de Aton, Amon e Mut, trisnetos de Nun e Neunet. Alguns
textos encontrados em pirâmides mostram que a Cosmogonia dos antigos egípcios fala
das Águas Primordiais, bem como a luta entre Aton e Apophis, uma Deusa Serpente,
como em muitas outras Cosmogonias. Isis e Osiris são a terceira geração de
Deuses e estão intimamente ligados à civilização do Antigo Egito, como suas
contrapartes Romanas e Gregas. Semelhanças demais para serem meras
coincidências.
O drama de Osiris, Isis e Set pode ser visto na lenda
judaica que conta o verdadeiro motivo pelo qual Caim matou Abel: cada qual foi
comprometido pelos seus pais, ainda na infância, a suas irmãs, Qelimat e Lebuda,
sendo que Caim estava apaixonado por Qelimat, prometida a seu irmão Abel. [“Caim era um gêmeo, pois com ele nasceu uma menina; e
Abel foi um de três, pois com ele vieram duas meninas” - Genesis Rabbah]
Imouto complex, alguém? Osiris não teve a mesma sorte de
Zeus e Jove, só para ficar nos mais conhecidos. A mitologia sumeriana pode ser
considerada pornográfica demais para os padrões do mundo contemporâneo. Neftis
foi prometida para Set por seus dedicados progenitores, mas ele queria Isis. Ou,
se nos valermos dos mitos egípcios, Set apenas reagiu como homem ofendido
quando Neftis flertou com Osiris.
Os Gregos Antigos e seu teatro dramático escreveram sobre
Édipo e Electra [filhos/as tendo relações incestuosas com seus pais]. Relações
incestuosas entre irmãos e irmãs são comuns nos mitos antigos, mas os mitos
sumerianos falam de relações incestuosas entre pais e filhos/as, sem dramas, sem
neuras. Muitas dinastias mantiveram a linhagem consumando esse tabu, o
candidato ao trono se casava com sua mãe, irmã, prima e até mesmo sua filha. O
tabu, então, tem o sentido de ser algo sagrado, não de algo proibido.
O Antigo Egito reconhecia o terceiro gênero. Embora seus
mitos falem em homossexualidade, o adultério era severamente punido. Mulheres não
casadas podiam ter tantos parceiros quantos quisesse e existia prostituição.
A despeito dos mitos trinitários, os povos antigos não
conceberam mitos com, digamos, um Triângulo Amoroso. Osiris teria se mantido
intacto. Isis poderia dividir Osiris com Neftis e esta dividiria Set com ela. As
duas certamente se divertiriam muito juntas, mesmo sem seus parceiros. A antiga
religião egípcia [agora chamada de Kemet] seria menos obcecada com a morte e talvez
ajudasse a preservar os mitos e ritos sumérios voltados à sexualidade sagrada
que, talvez, pudesse influenciar os Gregos e Romanos e, talvez, o mundo nunca
tivesse adotado essa seita fundada por escravos, servos, covardes e fracos, onde
o mundo, a natureza, o corpo, o prazer e o sexo são considerados malignos.
Se tivéssemos mantido as crenças de nossos ancestrais, nós poderíamos
ver e celebrar junto com os Deuses de nossos ancestrais os mesmos rituais os
mistérios das estações do ano. Eu até posso imaginar Isis visitando o Brasil,
em pleno Carnaval, em suas roupas góticas, sondando quem vai ser o sortudo de
ir para a cama com ela.
Definitivamente, o mundo estaria muito melhor, com menos
conventos e mais hieródulos. As contendas entre os países seriam resolvidos não
com armas, mas com amor. Nós economizaríamos bastante se, ao invés de uniformes
militares, nós produzíssemos roupas íntimas. Ao invés de imagens violentas de
um rabino mítico, imagens sensuais de uma sacerdotisa voluptuosa.
Com alguma sorte, nós poderíamos estar vivenciando a maior
verdade:
Amor é o Todo da Lei.
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