sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Noites árabes

Steven Posch escreve no blog Paganistão:

No mundo de língua árabe, é costume se referir às pessoas na conversa do dia-a-dia não por seus nomes pessoais, mas pelo nome de seu filho mais velho: daí Umm ("mãe de") ou Abu ("pai de" ) Fulano.

Consultando o Oráculo Virtual [Google], o substantivo “umm” é utilizado para significar “mãe”.

Como está escrito no texto “sua mãe sabe quem é seu pai”:

Sem o princípio masculino da vulnerabilidade não haveria vida. Sem seu fluido agindo como catalizador para a fertilização da semente, jamais teria uma vida criada para ser depois formada ou manufaturada no corpo da mulher.

Eu devo ter escrito inúmeros textos falando desse risco de querer transformar a Deusa em uma cópia de Jeová, divorciada do Deus Touro.

Continuando:

Pela lógica interna do pensamento cristão, faz todo o sentido: se Jesus é Deus, então a mãe de Jesus deve ser a mãe de Deus.

A “promoção” de Maria [Myrian] como Mãe de Deus é um capítulo bastante controverso e repleto de conflitos na história do Cristianismo. A leitura e estudo da Alta Idade Média, sobretudo dos anos em que o Cristianismo foi suprimindo [pela lei ou pela força] as antigas religiões [que nós definimos aqui como religiões pagãs] deixa claro que a Igreja teve que ceder em diversos pontos. A veneração de Maria é um resquício das fortes crenças antigas voltadas às Deusas. Então é necessário colocar essa declaração como suspeita ou inconclusa, visto que entra no mérito se [um enorme SE] Cristo era Deus, algo que também é controverso e recheado de conflitos dentro da história do Cristianismo.

Continuando:

[...] a Grande Mãe é a Mãe de Todos os Deuses, mesmo aqueles (não vou mencionar nenhum nome) que não existem [...].

Não é bem assim. Em termos históricos, antropológicos e mitológicos, a teologia sobre a Grande Mãe/Grande Deusa, é altamente discutível e questionável, como aqui mesmo pode ser lido nas análises críticas à teoria originada do estudo de Marija Gimbutas.

Os Mitos de Criação mais conhecidos vem dos Gregos e Romanos. Menos conhecidos são os Mitos de Criação dos Sumérios e Acadianos. O pouco que conhecemos da mitologia Céltica e Nórdica tem origem dos relatos deixados por escritores romanos, quando Roma se transformou em Império.

Fazendo uma análise superficial e generalizante esses mitos antigos parecem concordar com uma existência primieva indistinta, chamada Absu ou Caos, para disso surgirem as primeiras existências divinas, as Águas Primordiais [Tiamat, segundo os Sumérios] e seus Consortes.

Pelos Gregos, Gaia surgiu do Caos e provavelmente gerou Urano depois que esta trepou com Caos [o incesto no meio divino é algo bastante comum]. A segunda e terceira geração dos Deuses é uma enorme putaria que deixa a cultura ocidental contemporânea dominada pela espiritualidade judaico-cristã confusa e envergonhada. Mas a conclusão obvia é que, se existiu essa Grande Mãe/Grande Deusa Ancestral, que é a Mãe de Todos os Deuses, Ela certamente o fez depois de ser comida/fodida por um Grande Deus Ancestral, o Deus Touro.

Steven Posch pergunta:

[...]a Terra - nossa amada Terra - não deu à luz todos os deuses que o coração humano já sonhou?

Resposta curta: não. Os mitos da Suméria nos mostram que os Annunaki são Deuses que vieram de fora da Terra.

Assim, ao lado da frase Minha Deusa deu à luz ao seu Deus nós devemos incluir Seu Deus é Filho do Deus Touro.

Para ajudar o Steven Posch e pagãos do Oriente Médio, eis alguns epítetos que podem ser usados para nos referir ao nosso ‘Iilat Halwayat [Doce Senhor]:

Qarinat 'Iilahat Alqamar [Deus Consorte da Deusa da Lua]

Alqarin [Consorte]

Miqrn [Chifrudo]

‘Iilah Althawr [Deus Touro]

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