O titulo deste blog passa a ser "Terra em Transe", simplesmente porque tivemos um gênio como Glauber Rocha e porque eu constantemente identifico a "Terra em Transe" com o Brasil.
Terra, não é apenas o mundo, o Brasil ou São Paulo. Mas a terra mais imediata e fundamental para minha existência: meu corpo.
Transe, não porque estamos como hipnotizados pela comunicação e cultura em massa, mas porque está acontecendo uma mudança, um trânsito. No mundo, no Brasil, em São Paulo, em mim.
Então nos é dado essa terra, para plantar, cultivar e produzir frutos. O estado das coisas em si mesmas é neutro. Nem o terreno é bom, nem é ruim; nem a semente é boa, nem é ruim. A responsabilidade é nossa. O cultivo tem enormes probabilidades, o resultado do que vamos colher depende apenas do que cuidamos.
Quando deixamos de cuidar daquilo que nos pertence e é importante, crescem ervas daninhas. Quando damos atenção ao que não é nosso, não nos pertence, crescem espinhos.
Então nos vemos com um terreno erodido, infértil, improdutivo. Por isso que dizem que a grama é mais verde no vizinho. Negligenciamos o nosso gramado para cuidar do gramado do vizinho. Cobiçamos os frutos do vizinho porque definhamos os nossos.
Eu acho um porre essas metáforas. Usar referências ao cultivo do solo para abordar alguma filosofia religiosa.
Então, para ser direto, eu vou cuidar do que é meu, do que é importante para a minha existência. Eu vou comer aquilo que eu gosto e considero adequado e necessário para minha nutrição, o que me torna um onívoro. Eu vou apreciar e cultivar minha identidade de gênero e preferência sexual, o que me torna um homem que ama a mulher e a beleza feminina. Eu vou honrar e respeitar minhas raízes, origens e ancestrais, o que me torna um pagão.
Eu não vou alimentar ervas daninhas, eu vou arrrancar os espinhos. Assim eu poderei comer do pomo dourado que alimenta os Deuses.
Que os rebanhos sigam os lobos, os tomando por pastores. Que os inseguros sigam vigaristas os tomando por gurus. Que os vaidosos criem seus cultos a personalidade os disfarçando como religiosidade. Que os incompetentes marchem em seus protestos os tomando como solução para sua mediocridade. Que essas instituições, seculares e religiosas, cresçam mais para ruirem por si mesmas.
Eu vou continuar a acreditar no Amor, a despeito de viver neste mundo dominado pela hostilidade, agressividade e violência. Eu vou continuar a acreditar na Humanidade, a despeito desta estar se perdendo no individualismo, no egoísmo, no consumismo e se limitando por tabus e proibições.
Abram alas que eu quero e vou passar.
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