terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dia Mundial do Orgasmo

Enquanto no Irã considera-se "justiça" apedrejar uma mulher [mas curiosamente não um homem] por adultério e enquanto no Brasil uma mulher morre a cada duas horas, na véspera de meu 45º aniversário, alguns dias depois da celebração da florada da cerejeira no Parque do Carmo, um intervalo para falar de algo importante, necessário e fundamental, SE queremos que nossa espécie tenha algum futuro.
Comemorado hoje [dia 31de Julho], o Dia Mundial do Orgasmo celebra a busca pelo prazer. A data foi criada na Inglaterra, pelas redes de sex-shops que pesquisaram e descobriram que 80% das inglesas não atingiam o clímax durante o sexo. Segundo estudos do Projeto de Sexualidade da USP (ProSex), 54% das brasileiras também têm dificuldades para chegar ao orgasmo.
O orgasmo é mais que um breve prazer, já que traz ganhos para a saúde, melhora o aspecto da pele, proporciona mais qualidade ao sono e diminui o estresse, dizem estudiosos sobre o assunto. Para as mulheres, ainda é capaz de aliviar as cólicas e outros sintomas da tensão pré-menstrual (TPM). Segundo o sexólogo Ronaldo Félix de Freitas, o sexo é um indicador de qualidade de vida. “Se estivermos bem no amor e no trabalho, estamos bem. A vida sexual é uma das dimensões importantes para a pessoa ser feliz”, relata, mas também orienta: “Para termos uma vida sexual equilibrada, não devemos exagerar no sexo, nem nos privar dele. Se usarmos muita energia para o sexo, pode faltar para outras coisas, ou vice-versa”.[Tribuna do Brasil]
Mesmo que o assunto esteja na boca do povo, pesquisas revelam que milhares de mulheres ainda não sentem orgasmo durante a relação com seus parceiros. “Existe uma porcentagem de mulheres que nunca tiveram um orgasmo, cerca de 40%. Dessas, 70% sentem o orgasmo através do clitóris, que pode ser pelas mãos, por instrumentos ou mesmo numa relação.
O sexólogo alerta que não ter orgasmos ou desejo sexual não são situações normais. Isso acontece por uma questão psicológica, mas o organismo continua produzindo o hormônio que causa a sensação de prazer. “É preciso se abrir para a sexualidade como algo natural. Conversar com o parceiro e dividir o que lhe causa prazer é um bom começo”, recomenda.[D24]
Na sociedade brasileira, aonde a liberdade de identidade, opção e orientação sexual ainda é cheia de controvérsias, polêmicas, discriminações e preconceitos; aonde ainda a nudez feminina seja equiparada à prostituição; aonde a sexualidade é vivida de forma virtual, platônica; aonde as pessoas ainda sustentam os tabus e as proibições sociais e religiosas; aonde a violência física e sexual serve apenas para vender notícia; aonde ainda se limita a discussão dos direitos reprodutivos da mulher; aonde a agressividade continua sendo mais elogiada que o carinho, nada mais oportuno que convidar aos brasileiros que deixem de lado seus recalques, suas frustrações, seus traumas, as opressões, as repressões e as alienações para que se permitam amar e serem amados.
Digam, "seja meu o êxtase e alegria na terra".
Lembrai-vos que todos os atos de amor e prazer são meus rituais.

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