Autor: Augusto de Souza.
Na primeira vez em que Milei esteve no CPAC Brasil, em 2021, ele era ainda apenas um excêntrico deputado libertário na Argentina. Três anos depois, ele retorna à cúpula organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) como presidente, sendo o principal nome do evento, especialmente por seu discurso, que pode elevar a temperatura e causar incidentes diplomáticos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A trajetória de Milei exemplifica o objetivo principal da conferência: destacar potenciais lideranças de extrema-direita da América do Sul e formar uma rede de candidatos que se apoiam politicamente no continente. Essa estratégia também envolve políticos dos Estados Unidos e de países europeus, onde extremistas de direita têm ganhado poder, como Polônia, Hungria e Holanda.
A aproximação da família Bolsonaro com Milei no passado está rendendo frutos até hoje, com o argentino se encontrando com Bolsonaro e “ignorando” Lula durante a visita ao Brasil. O anarcocapitalista deve chegar a Balneário Camboriú (SC) na noite deste sábado (6), jantar com o ex-presidente e os governadores Tarcísio e Jorginho Mello (PL-SC), e palestrar na conferência no domingo (7), provavelmente no encerramento do evento.
O encontro com os bolsonaristas ganhou relevância devido aos atritos entre Lula e Milei durante a semana. O petista disse que Milei deveria pedir desculpas por ter falado “muitas bobagens” sobre ele e o Brasil durante sua campanha eleitoral em 2023. “As coisas que eu disse, ainda por cima, são corretas. Qual o problema de chamá-lo de corrupto? E por acaso não foi preso por ser corrupto? Eu o chamei de comunista. E por acaso não é comunista?”, respondeu o extremista.
Milei não solicitou, nem está previsto, um encontro com Lula, rompendo a praxe diplomática, o que foi interpretado como provocação. O governo brasileiro monitora o tom do argentino e não descarta retaliações diplomáticas, mas o Itamaraty tem evitado o confronto. A tensão aumentou após Milei cancelar sua participação na cúpula do Mercosul, na segunda-feira (8), em Assunção, no Paraguai.
Além de Milei, o CPAC Brasil contará com a participação de José Antonio Kast, político de extrema-direita do Chile, e Gustavo Vilatoro, ministro da Justiça de El Salvador, entre outros.
Eduardo Bolsonaro informou ao Estadão que o evento prova que eles não são “pessoas isoladas”, insinuando que a maioria do Ocidente estaria alinhada com suas ideias. O evento criticará a “economia verde”, o intervencionismo econômico, o feminismo e o aborto, além de debater segurança pública com foco em “direitos humanos voltados para a vítima e não para o criminoso”.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/milei-bolsonaro-e-tarcisio-se-reunem-em-evento-de-extrema-direita-em-sc/
Nota: não é mera coincidência que Santa Catarina seja o maior núcleo de grupos neonazistas.
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