- Desde o início, o massacre dos nativos americanos foi “abençoado por Deus”. Nos “Contos Astecas sobre a Conquista”, colhidos pelo clero franciscano, lê-se que Cortés era apoiado pelo Estado Pontifício: “Esta era a vontade do papa, que dera seu consentimento à vinda deles”.
- No México, só a título de exemplo, a população passou de 12 milhões, em 1519, a menos de 1,3 milhão na metade de 1600.
- No início do século XVI, a população nativa do continente centro e sul-americano girava em torno de setenta milhões de pessoas. Na metade do século XVII, havia sido reduzida a sete milhões.
- Cortés, para coibir uma rebelião popular, convocou sessenta caciques (dignatários astecas) e ordenou que cada um levasse consigo o próprio herdeiro. Então, mandou queimá-los vivos na presença de seus parentes…
- Um povo nativo, guiado pelo chefe indígena Hatuey, tentou se rebelar contra a escravidão. Tentaram uma fuga em massa, mas foram novamente capturados pelos espanhóis. Hatuey foi queimado vivo.
- Os espanhóis eram criativos. Chegaram a construir forcas enormes em que os pés mal tocavam o chão (para evitar o sufocamento) e penduraram em cada uma – em honra do redentor e dos 12 apóstolos- grupos de treze indígenas, colocando embaixo lenha e brasas e queimando-os vivos.
- Em outras ocasiões inventavam outras gracinhas: “Os espanhóis arrancavam o braço de um, a perna ou a coxa de outro, para de um só golpe a cabeça de alguém, de modo não muito diferente de como faz um açougueiro… Vasco de Balboa fez quarenta dessas pessoas serem devoradas pelos cães”.
- Em 1517,nas ilhas caribenhas, “alguns cristãos encontraram uma índia que segurava uma criança em um braço, dando-lhe de mamar. Como os cães… estavam famintos, tiraram o menino dos braços da mãe e o jogaram vivo como alimento para os cães, que o fizeram em pedaços diante dos olhos da mulher (…).
- Las Casas, bispo católico, presenciou um verdadeiro massacre em Caonao, Cuba, . Uma centena de espanhóis armados, para verificar se suas espadas estavam bem afiadas, “começaram a estripar, perfurar e massacrar ovelhas e cordeiros, homens e mulheres, idosos e crianças que estavam tranqüilamente sentados ali perto… Las Casas escandalizado, denuncia o caso à coroa espanhola.
- O viajante Pietro Martire assim descreve a expedição de Vasco de Nuñez de Balboa: “Assim como os açougueiros cortam em pedaços a carne de bois e das ovelhas para vendê-las penduradas em ganchos, os espanhóis arrancavam com um só golpe o traseiro de um, a coxa de outro, as costas de outro ainda. … Vasco mandou os cães esquartejarem quarenta deles”.
- Ainda em 1550, o monge Jerônimo de San Miguel denunciou que os espanhóis “queimaram vivos alguns índios, arrancaram mãos, nariz, língua e membros de outros; outros foram jogados aos cães; mulheres tiveram os seios cortados…” Talvez o massacre dos nativos do novo mundo tenha humanizado alguns poucos cristãos (grifo meu).
- O bispo de Yucatán, Diego de Landa, disse ter visto “uma grande árvore com galhos onde um capitão havia enforcado várias índias; e em seus tornozelos pendurara, pela garganta, seus filhos.
- E se durante o transporte os indígenas, arrastados com a corda no pescoço, não andassem animados como seus companheiros, os espanhóis cortavam sua cabeça, para não precisar parar para desamarrá-lo.
- Um cronista de 1570 fala de um “oidor” (juiz) “que afirmava em público, de cima de seu tablado e em voz alta, que se faltasse água para irrigar as fazendas dos espanhóis, seria utilizado o sangue dos indígenas”.
Fonte: O LIVRO NEGRO DO CRISTIANISMO – Dois Mil Anos de Crimes em Nome de Deus; Autores: Jacopo Fo, Sergio Tomat, Laura Malucelli, tradução de Monica Braga, Ediouro, Rio de Janeiro, 2007.
Obviamente que o choque cultural conseqüente da presença européia entre os nativos da América não resultou apenas em extermínio e perda de identidade. A versão histórica do “povo vencido” está superada como demonstra vários artigos escritos sobre o tema e os próprios dados demográficos do IBGE apresentam crescimento populacional dos povos indígenas, isso falando do caso específico do Brasil, como prova irrefutável dessa resistência.
Fonte: https://maniadehistory.com/2009/03/06/pequeno-resumo-da-relacao-entre-o-cristianismo-e-o-massacre-dos-povos-da-america/
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