AS ETAPAS DA OPRESSÃO
Em 1341, uma expedição Ítalo-portuguesa fundou um povoado nas ilhas Canárias. Os habitantes do lugar somavam em cerca de 80 mil pessoas. Em 1344, p papa Clemente VI ordenou a conquista da ilha. Os nativos foram totalmente exterminados.
Em 1441, Antonio Gonçalves, ofereceu dez escravos ao infante de Portugal. Este os ofereceu ao papa Martinho V, que em troca, concedeu a Portugal a “soberania” sobre a África ao sul do Cabo Branco.
Em 1460, os jesuítas convenceram Ngola, rei angolano-congolês a conceder ao navegador Dias de Novais a permissão para capturar escravos e levá-los para Lisboa.
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Em 1505, a cidade de Kilwa resistiu aos missionários e à conquista. Foi saqueada e destruída enquanto os missionários abençoavam o massacre.
Em 1534, São Tomé, sede principal do comércio, foi declarada cidade e arcebispado submisso aos missionários brancos.
Em 1553, uma nova missão Jesuíta chegou a Mbanza, no Congo, onde se ocupou também do tráfico de escravos.
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Em 1633, o cardeal Richelieu concedeu à Companhia Senegaleza de Dieppe e Rouen, o monopólio do comércio de escravos por dez anos.
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Em 1676, as revoltas contra os missionários latifundiários e escravocratas obrigaram os bispos portugueses abandonar São Salvador, na Angola Setentrional.
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Em 1700, os escravistas retomaram Angola, mas a parte setentrional do país e São Salvador eram praticamente desertas e despovoadas, por causa do comércio de escravos. Calcula-se que,(…), foram massacrados 25 milhões de escravos.
Em 1707, na África do Sul, um escravo iniciou uma revolta. Os missionários holandeses, a título de demonstração, torturaram quatro rebeldes com a roda e estrangularam uma escrava com as mãos.
Em 1721, na África do Sul, os missionários holandeses obrigaram as crianças nativas a serem batizadas, mas proibiram os escravos, pais das crianças, presenciassem a cerimônia.
A relação é extensa. Resolvemos adiantar no tempo e encerrar o texto com o ano de 1977, onde na África do Sul, pela primeira vez no século, as escolas “brancas” católicas, anglicanas e metoditas admitiram não-europeus, através de critérios seletivos e limitados e com o consentimento tácito do governo, objetivando “desintrincar” a situação pós-Soweto.
Muita gente não consegue compreender o porquê das guerras e conflitos tribais em diversos países do continente africano na atualidade. Alguns dirão, que estes conflitos inter-tribais sempre existiram, mas a história, jamais, poderá esconder que a Europa Cristã Colonialista é uma das maiores, se não a maior, responsável pelo quadro de abandono e desastre humanitário vividos pela grande maioria dos povos africanos nos dias atuais.(grifo meu)
Citado de: O Livro negro do Cristianismo – Dois mil anos de crimes em nome de Deus, dos autores Jacopo Fo, Sergio Tomat e Laura Malucelli, Editora Ediouro, tradução de Monica Braga, Rio de Janeiro, 2007.
Fonte: https://maniadehistory.com/2009/03/02/pequena-cronologia-da-relacao-entre-o-cristianismo-e-a-escravidao-dos-povos-africanos/
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