terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A privatização da "liberdade religiosa"

Pontífice visita agora berço do Vodu e deve pedir respeito a crenças tradicionais, mas rejeição à bruxaria.
O papa Bento XVI pediu neste sábado, de forma contundente, que os líderes africanos não tirem a esperança de seu povo.
"Não desliguem suas populações de seu futuro mutilando seu presente", disse o papa.
As declarações foram feitas em Cotonou, na República do Benin, durante o segundo dia da visita do papa à África, perante uma plateia composta por líderes políticos, econômicos e religiosos do pequeno país do Oeste do continente, assim como representantes de nações vizinhas.
Usando uma linguagem excepcionalmente dura, segundo analistas, ele pediu que as autoridades africanas acabem com a corrupção.
"Adotem uma posição ética corajosa em relação a suas responsabilidades", disse o pontífice.
"Há escândalos e injustiças demais, corrupção e ganância demais, erros e mentiras demais, violência demais, o que leva a miséria e morte".
"Todo povo quer entender as escolhas políticas e econômicas feitas em seu nome".
"Eles percebem a manipulação e sua vingança é às vezes violenta. Eles querem participação em boa governança. Sabemos que nenhum regime político é ideal e que nenhuma escolha econômica é neutra. Mas estes devem sempre servir ao bem comum. Enfrentamos demandas legítimas, presentes em todos os países, por uma maior dignidade e sobretudo por uma maior humanidade".
Vodu
Mais tarde, o papa vai emitir uma orientação do Vaticano sobre como a Igreja Católica da África deve lidar com as tensões entre muçulmanos e cristãos e com a competição dos movimentos evangélicos, cujos cultos dinâmicos vêm atraindos mais fiéis.
O documento – a ser assinado na cidade de Ouidah, o berço simbólico do Vodu – deve pedir reconciliação, paz e justiça. O papa deve pregar ainda o reconhecimento de elementos de culturas e religiões tradicionais, se eles forem compatíveis com os ensinamentos da Igreja.
O pontífice vai, no entanto, alertar que as pessoas devem rejeitar a magia e bruxaria, condenados pela Igreja por seus "efeitos negativos nas famílias e na sociedade".
A África é o continente em que a fé católica cresce mais rapidamente no mundo, mas no Benin o Vodu é uma religião oficial e muitos dos que são cristãos ou muçulmanos incorporam alguns elementos do Vodu em suas crenças, especialmente em momentos de crise.
"O Vodu é mais que uma crença, é um estilo de vida, incluindo cultura, filosofia, língua, arte, música, dança e medicina. Os líderes do Vodu pedem aos deuses que intervenham em nome das pessoas comuns, mas os moradores locais frisam que isso não tem qualquer ligação com feitiçaria ou magia negra. As pessoas aqui não espetam agulhas em bonecos para causar problemas para seus inimigos, como se vê em alguns filmes ocidentais", explica a repórter da BBC África Virgile Ahissou.
Reportagem da BBC.
Divulgação pela União Wicca.
Nota: Em diversos textos neste blog eu denunciei o péssimo hábito da Igreja e seus representantes falarem em "liberdade religiosa", sempre em causa própria.
Texto resgatado com Wayback Machine.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Corte eclesiástica

Um tema de grande relevância nacional permanece ausente dos debates da grande mídia e da sociedade brasileira. Trata-se das relações entre as religiões e o estado laico, que tem chamado a atenção dos estudiosos pelo avanço crescente dos interesses e grupos religiosos sobre os poderes legislativos e executivos, configurando demandas religiosas como políticas de Estado.
Não bastassem os casos de rivalidade e intolerância religiosa registrados em vários estados, especialmente de grupos evangélicos – mais especificamente neopentecostais – contra praticantes de umbanda e candomblé, conforme registrou a revista Istoé, edição nº 2191, de 4 de novembro; despontam grandes preocupações com a questão do ensino religioso na escola pública. O Acordo Brasil-Vaticano (2010), ao determinar que o ensino religioso deva ser “católico e de outras confissões religiosas”, provocou ação de inconstitucionalidade pela Procuradoria Geral da União. Já o Conselho Nacional de Educação enviou comissão ao Supremo Tribunal Federal (STF) reforçando o pedido de suspensão dos efeitos do acordo sobre o ensino religioso, que deixa de ser não-confessional para se tornar ensino de religião.
Outra situação relacionada à questão, mas de profunda gravidade, diz respeito à proposta de Emenda Constitucional (PEC 99, 19/10/2011), do deputado João Campos (PSDB-GO), que: “Acrescenta ao art. 103, da Constituição Federal, o inciso X, que dispõe sobre a capacidade postulatória das associações religiosas para propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal”. Noutras palavras, um conjunto de entidades representativas da igreja católica e de diversas igrejas evangélicas, citadas na proposta, formaria uma corte eclesiástica acima do Congresso Nacional e do STF, com poderes de referendar ou não as leis do País.
A proposta tanto tem de ousada quanto de perigosa. A julgar pelas últimas investidas clericais contra o estado laico, esboça-se não apenas o sepultamento do mesmo, da cidadania e da democracia, como a germinação obscurantista de uma teocracia.
Reportagem de O Povo Online.
Texto divulgado pela União Wicca.
Nota: E ainda tem pagão, bruxo e wiccano que fica lado a lado com essa gente nas caminhadas pela liberdade religiosa.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Francês aciona a justiça para ser desbatizado

René Lebouvier fez uma solicitação incomum e seu processo contra a Igreja Católica será agora julgada por um tribunal. O resultado jurídico de sua denúncia poderá provocar uma brecha numa tradição que persiste desde o século 16: a manutenção do registro de batismo de parte da instituição católica.
O tribunal ordenou à diocese de Coutances e Avranches que "tome as medidas para o cancelamento definitivo dos registros de batismo, onde há menção que René Lebouvier foi batizado em 9 de agosto de 1940".
Baseada no "direito ao respeito da vida privada", a justiça francesa exige que esta anulação seja efetuada "usando como meio, a cobertura do escrito com tinta preta indelével, num prazo de 30 dias, sob pena de multa diária de 15 euros por descumprimento".  Embora o registro não seja público pode ser acessado por terceiros e isso "fere o direito do indivíduo", esclarece a sentença.
Contestando a decisão, o bispo de Coutances e Avranches, Don Stanislas Lalanne, entrou com um apelo. "O batismo constitui um evento de caráter público. É um ato consumado, faz parte da história e não pode ser cancelado." A Igreja também afirma respeitar a vontade dos pais que quiseram batizar o seu filho.
O registro mostra que René Lebouvier foi batizado quando tinha dois dias. Usando argumentos teológicos, a Igreja católica argumentou que "o batismo é o ato fundador de um novo nascimento na fé. É possível alguém cancelar o ato histórico do nascimento de uma pessoa?".
René Lebouvier não se importa muito com isso. O aposentado se considera um "livre pensador" e diz não odiar a Igreja. Mas insiste: "Todos os membros de minha família são católicos e nos damos bem. Casei na primeira vez diante do padre de minha aldeia em 1962, assisti a funerais na igreja, e até frequento os almoços promovidos por eles para os anciãos!".
Aos 71 anos, Lebouvier explica por que tomou essa decisão só agora, perto do fim da vida. Ele recebeu, alguns anos atrás, um certificado de "desbatismo", emitido por uma associação de livres pensadores. Decidiu então iniciar o caminho para se desvincular formalmente do grupo de católicos fiéis da sua cidade. "Fiz isso para ser honesto com os católicos fiéis. Eu não era mais católico há muito tempo, portanto era uma coisa lógica. Mas quando o pároco me disse que não poderiam tirar meu nome dos registros, só podiam escrever o adendo: "Renegou o batismo em tal dia. Aquilo me deixou inquieto", lembra ele.
Em 2009, Lebouvier ouviu as afirmações do Papa condenando o preservativo "enquanto os africanos morrem de AIDS" e soube da excomunhão de uma mãe e dos médicos brasileiros que concordaram em fazer um aborto de uma menina de 9 anos que engravidou depois de ter sido violentada. Aquilo lhe fez perder a cabeça. "Naquela altura, disse a mim mesmo que não queria ter mais nada com essa instituição. Até porque a Igreja avalia o número de seus fiéis pelos registros de batismo", observa o aposentado, desejoso de se ver livre o quanto antes de seus laços com a instituição.
Para o Vaticano, esse tipo de pedido é considerado um "ato de apostasia, de heresia ou de cisma" e pode resultar na condenação eterna do requerente. René Lebouvier afirma que não pensa nisso e tem o apoio da Federação Nacional do Livre Pensamento, que acompanhou o processo e pôs o seu advogado à disposição do aposentado.
Para a Igreja Católica, é difícil avaliar as consequências desse caso. Se a justiça facilitar e obrigar que o "desbatismo" seja reconhecido oficialmente, quantos mais farão o mesmo tipo de pedido?  Alguns bispos temem que isso se torne prática comum numa França que vê o declínio constante do número dos batizados no país há diversas décadas.
Em 2009 foram batizadas 316.286 pessoas, sendo que 295.582 eram crianças menores de 7 anos. Dez anos antes mais de 400.000 crianças receberam o sacramento batismal.
Mesmo tendo perdido no primeiro julgamento, a diocese recorreu do veredito e o processo deve se estender por mais algum tempo. O procedimento para "sair da Igreja" é longo e complexo, mesmo assim há cerca de mil pedidos deste tipo por ano no país. Percebe-se que há "picos de insatisfação" após algumas posições consideradas polêmicas são anunciadas pelo Vaticano. Nos últimos anos, as revelações de escândalos de pedofilia acentuaram o fenômeno.
Traduzido e Adaptado por Gospel Prime de Le Monde.
Nota: Na minha opinião, peticionar pelo desbatismo é coadunar com o poder da Igreja.
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Nudez em protesto

Um grupo de mulheres israelenses resolveu tirar a roupa para demonstrar apoio à egípcia Aliaa Magda Elmahdy, que provocou polêmica ao publicar fotos nuas de si mesma em um blog na internet.
Neste sábado, quarenta israelenses se reuniram em Tel Aviv para uma foto na qual aparecem nuas atrás de uma faixa que diz: "Amor sem fronteiras". Uma das mulheres também segura um cartaz em inglês que diz: "Mostre que você não tem medo".
Aliaa Magda Elmahdy, uma ativista de 20 anos, disse ter publicado as fotos para defender a igualdade sexual e da liberdade de expressão no Egito. A iniciativa, porém, publicou choque no país religioso conservador, onde a maior parte das mulheres muçulmanas cobre o corpo e o rosto, e onde mesmo os homens raramente mostram seque os joelhos em público.
A polêmica alimentou sentimentos conservadores islâmicos que, segundo muitos egípcios, podem prejudicar as chances dos liberais nas eleições parlamentares do país, cuja primeira fase começa no dia 28 de novembro.
"Muitos movimentos no Egito, principalmente os movimentos islâmicos, estão tentando se beneficiar da situação", disse Emad Gad, um candidato parlamentar do esquerdista Partido Social Democrático Egípcio. "Eles dizem: 'Nós temos que proteger a nossa sociedade de coisas como essa e, se os liberais ganharem, então essa mulher se tornará um modelo para todas as mulheres egípcias."
Ativistas liberais rapidamente negaram qualquer ligação com ela. Após relatos indicando que Elmahdy é membro do Movimento da Juventude 6 de abril – um grupo importante na revolta que depôs o ex-presidente Hosni Mubarak em janeiro – seu porta-voz, Tarek al-Kholi, disse ao canal de notícias Al Arabiya que "o grupo não tem membros que se envolvem em tal comportamento".
Elmahdy, cujo namorado passou quatro anos na prisão por escritos considerados blasfêmicos ao Islã e Mubarak, publicou as fotos com um comunicado declarando-as um ato de rebelião contra a cultura conservadora e os "complexos sexuais" do Egito, tudo isso no espírito da revolução.
Desde que foram publicadas no domingo, as fotos nuas foram vistas mais de 1,6 milhão de vezes e já atraíram mais de 2 mil comentários, embora muitos sejam bastante críticos. "Liberdade", escreveu um detrator, "não é o mesmo que degradação e prostituição."
Com informações do New York Times
Reportagem: Ultimo Segundo
Nota: Aqui neste blog, em outros textos, deixa-se transparecer a estranha dualidade da nudez [especialmente a feminina].
Texto resgatado com Wayback Machine.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Contra o preconceito sexual

O restaurante das irmãs Carla e Mar Morales, no bairro de Barracas, em Buenos Aires, seria apenas mais um na capital argentina a servir a parrilla, a versão local do churrasco, a não ser por um detalhe incomum: as proprietárias são transexuais e pretendem formar uma equipe formada majoritariamente por transexuais, como forma de ajudá-los contra o preconceito.
Carla, de 31 anos, e Mar, de 26, contaram à BBC Brasil que sentiam dificuldade para encontrar emprego. Além de gerar o próprio trabalho, elas resolveram dar oportunidades para outros transexuais.
'Nós temos aparência feminina, mas quando mostrávamos o documento com nomes de homens, desistiam de nos contratar', disse Carla.
As duas nasceram na província argentina de Salta, no norte do país, e mudaram-se há poucos anos para Buenos Aires, onde abriram há dois meses o restaurante Transeúntes.
A churrascaria é gerenciada pelas irmãs e possui dois funcionários, como contou Carla, um 'transexual masculino e uma heterossexual, que é a cozinheira'.

Educação

Carla estuda desenho de moda na Universidade de Buenos Aires (UBA) e Mar é atriz de teatro.
'Acho que a educação é muito importante. Mas eu tenho curso de bolos e doces e não conseguia emprego por preconceito. Fiquei muito tempo parada. Um dia quando um rapaz 'trans' me pediu ajuda para conseguir emprego surgiu então a ideia do restaurante', disse.
Ela afirmou esperar que o restaurante cresça, que possa contratar mais gente, e que seu 'sonho' é que um dia 'vários lugares no mundo' tenham um restaurante como o delas.
'Mas nosso objetivo não é formar uma ilha para os transgêneros (transexuais). Mas o contrário, que o restaurante seja uma forma de inclusão dos transexuais', disse.
Carla contou que o restaurante tem um público eclético, pessoas de diferentes sexos que trabalham nos escritórios do bairro de Barracas, no sul da cidade de Buenos Aires.
'Atendemos nas mesas do salão principal cerca de vinte pessoas por dia. Mas temos um pátio para os que nos contratam para eventos sociais', disse. Ela afirmou que jamais percebeu preconceito dos clientes ou dos vizinhos desde que abriu o restaurante. 'Temos casa cheia quase todos os dias, de segunda à sexta', disse.

Identidade

Carla entrou com ação na Justiça argentina para mudar seu nome nos documentos. Ela disse que prefere não revelar seu nome de batismo, que aparece na certidão de nascimento e no documento de identidade.
'Ah, não, eu sou Carla Morales. E tenho esperanças de que a lei de identidade de gênero saia antes que a decisão sobre a minha ação na Justiça', afirmou.
Recentemente, deputados argentinos apresentaram projeto de lei para estabelecer a identidade de gênero, já debatido e aprovado nas comissões da Câmara.
Assessores do deputado Miguel Angel Barrios, do Partido Socialista (PS), explicaram à BBC Brasil que antes de ser lei, o projeto final ainda deverá ser aprovado no plenário da casa, depois enviado para o Senado e ser sancionado pela presidente Cristina Kirchner.
No Uruguai, a chamada lei de 'identidade de gênero', que permite a mudança nos documentos, foi aprovada durante o governo do ex-presidente Tabaré Vázquez, em 2009.
Fonte: G1 Mundo.
Texto resgatado com Wayback Machine.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Culto pagão em igreja evangélica

A Igreja Luterana Ebenézer, em São Francisco, nos Estados Unidos, realizará a "Conferência Anual de Fé e Feminismo", e entre os palestrantes estará presente Loreon Vigne, Sacerdotisa da deusa da fertilidade egipícia Ísis. Entre os ensinamentos de Loreon, está uma prática da Nova Era: a "meditação dirigida". O anúncio do evento atraiu inúmeras críticas.
Loreon Vigne dirige um templo pagão fundado por ela em 1978 em Geyserville, no estado da Califórnia. "Para mim, Ísis é a Mãe Natureza, que abrange tudo com suas asas. É uma deusa alada, que abrange todos os outros deuses, de todas as culturas do mundo", explica Vigne.
A igreja Ebenézer tem o apelido "Herchurch" (significa "A igreja dela", em inglês) e é conhecida por cultuar deus como se fosse uma mulher. No site da igreja, existe uma declaração em que são defendidas as práticas: "Somos uma comunidade diversificada, alicerçada na tradição cristã, com o propósito de recriar a imagem do divino como mulher. Nossas orações e nossa liturgia feminista remontam à tradição de invocar nomes como Mãe, Shaddai, Sophia, Ventre, Geradora, Aquela Que É. Isso só é possível por nossa uma visão renovada da natureza do Evangelho, guiados pela elevada sabedoria de Jesus".
A palestrante do evento afirma que "a meditação dirigida é aquele momento em que todos os participantes fecham os olhos e você os conduz em uma jornada espiritual. Já levei pessoas a rever suas vidas passadas no Egito, cultura que dominava todos os segredos. Seu principal conceito era conheça a si mesmo, seu coração, sua alma e seu propósito divino". Vigne ainda faz uma crítica aos cristãos que são contrários à aproximação com outras religiões: "Acredito que as pessoas se cansem dessas igrejas normais, que estabelecem um tipo de religião organizada. Eu sempre brinco que a minha religião é desorganizada", afirma a Sacerdotisa.
Uma outra palestrante, Megan Rohrer, é uma pastora luterana transsexual. Segundo o Gospel Prime, para ela, a tendência de se fazer fusões religiosas só tende a crescer. "Acredito que o mundo está muito mais interessado na conexão entre as religiões do que na exclusividade. Não é algo assim tão incomum. O cristianismo foi fundado durante um período que viu o nascimento de muitas coisas", afirma Megan. Sobre a possível rejeição de cristãos mais tradicionais, ela argumenta que "os cristãos que reclamam disso provavelmente não sabem o que é o paganismo. Qualquer coisa que seja diferente do que sua igreja ensine é contra os caminhos de Deus. Isso é algo muito limitado".
Entre os luteranos contrários a esse tipo de evento, o Pastor Dan Skogen foi enfático: "Não se pode inventar esse tipo de coisa!" Ele afirmou ainda estar cansado da "constante zombaria contra a Palavra de Deus". A Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), que hoje reúne perto de 4,2 milhões de membros, em 10 mil igrejas historicamente é reconhecida como tradicional. Skogen é um dos líderes mais indignados com essas circunstâncias e afirma que atualmente a igreja "aceita e promove a falsa ideia de que a salvação é assegurada a essas pessoas que não têm fé em Cristo. É aceitável que eles tragam adoradores de Isis para uma conferência? É um grande afastamento do ensinamento da igreja cristã! Deus deixou claro em Êxodo 20:3: 'Não terás outros deuses diante de mim'. Mesmo assim, essa igreja traz seguidores de outros deuses para falar e ensinar do púlpito!", esbravejou o Pastor.

Uma igreja luterana da Califórnia está sendo duramente criticada depois de organizar uma conferência que irá apresentar "meditações dirigidas", uma prática associada à Nova Era . O maior problema para os cristãos é saber que isso será dirigido por uma "sacerdotisa" da deusa da fertilidade egípcia Ísis.
A Conferência Anual de Fé e Feminismo será realizada pela quinta vez entre os dias 11 e 13 de novembro. A responsável pelo evento, Igreja Luterana Ebenézer, da cidade de São Francisco, carrega um curioso apelido: herchurch [igreja dela]. O motivo é que ela expressa a identidade feminina de deus, a deusa-mãe.
Loreon Vigne, autointitulada alta-sacerdotisa do Oásis de Isis, um templo pagão fundado por ela 1978 na cidade de Geyserville, Califórnia.
Em entrevista recente, Vigne explica sua fé assim: "Para mim, Isis é a Mãe Natureza, que abrange tudo com suas asas. É uma deusa alada, que abrange todos os outros deuses, de todas as culturas do mundo".
Falando sobre sua participação num evento realizado em uma igreja cristã, ela ressalta: "A meditação dirigida é aquele momento em que todos os participantes fecham os olhos e você os conduz em uma jornada espiritual. Já levei pessoas a rever suas vidas passadas no Egito, cultura que dominava todos os segredos. Seu principal conceito era conheça a si mesmo, seu coração, sua alma e seu propósito divino". Ela defende um sistema de crenças baseado no conceito egípcio de equilíbrio, formado por 42 leis ou 42 ideais. "É como se fossem os 10 Mandamentos, mas com um conceito mais positivo. "Não matarás", por exemplo, é substituído por "Considere todas as vidas como sagradas".
Vigne planeja levar outras sacerdotisas à conferência para ajudá-la a fazer as invocações, cânticos e meditações. Segundo o site do Oásis de Ísis, além de louvar a antiga deusa pagã, a equipe também faz massagens terapêuticas, leituras de tarô e astrologia.
Vigne explica que hoje há milhares de seguidores de Isis em todo o mundo. "Acredito que as pessoas se cansem dessas igrejas normais, que estabelecem um tipo de religião organizada. Eu sempre brinco que a minha religião é desorganizada".
Contudo, o evento da igreja luterana não agradou a muitos membros da denominação. O pastor Dan Skogen, de Marion, Iowa, é um dos mais indignados com essa invocação de divindades pagãs em um templo cristão.
"Não se pode inventar esse tipo de coisa!", protestou ele, que se descreve como um luterano cansado de ver a "constante zombaria contra a Palavra de Deus" por parte da Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), que hoje reúne perto de 4,2 milhões de membros, em 10 mil igrejas.
Skogen não aceita o fato de que a liderança da ELCA "aceita e promove a falsa ideia de que a salvação é assegurada a essas pessoas que não têm fé em Cristo. É aceitável que eles tragam adoradores de Isis para uma conferência. É um grande afastamento do ensinamento da igreja cristã. Deus deixou claro em Êxodo 20:3: 'Não terás outros deuses diante de mim'. Mesmo assim, essa igreja traz seguidores de outros deuses para falar e ensinar do púlpito!"
Outra palestrante do evento é Megan Rohrer, primeira pastora luterana assumidamente transgênero. "Acredito que o mundo está muito mais interessado na conexão entre as religiões do que na exclusividade", afirma Rohrer. "Não é algo assim tão incomum. O cristianismo foi fundado durante um período que viu o nascimento de muitas coisas".
Embora admita que seja normal a preocupação de alguns com essa mistura de paganismo e cristianismo, ela afirma: "Os cristãos que reclamam disso provavelmente não sabem o que é o paganismo. Qualquer coisa que seja diferente do que sua igreja ensine é contra os caminhos de Deus. Isso é algo muito limitado", acrescenta.
Não é a primeira vez que essa igreja luterana de São Francisco, é criticada por divulgar ensinamentos que contrariam a teologia cristã.
No site da igreja é possível ler: "Somos uma comunidade diversificada, alicerçada na tradição cristã, com o propósito de recriar a imagem do divino como mulher. Nossas orações e nossa liturgia feminista remontam à tradição de invocar nomes como Mãe, Shaddai, Sophia, Ventre, Geradora, Aquela Que É. Isso só é possível por nossa uma visão renovada da natureza do Evangelho, guiados pela elevada sabedoria de Jesus".
A pastora Rohrer afirma que sua igreja está "criando uma economia caridosa para um mundo onde a identidade de todos possa ser sustentada em sua integridade, oferecendo espaços de atuação para todos os seres humanos".

Fonte: Gospel Mais (original perdido)
Texto resgatado com Wayback Machine.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

"Pagando bem, que mal tem?"

Por Rachel Uranga, no G1 Mundo.(original perdido)
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A Legião de Cristo vai pagar mais de 20 mil dólares a cada um de pelo menos quatro vítimas de abusos sexuais cometidos pelo fundador da ordem católica mexicana, padre Marcial Maciel, três anos após a morte dele, disse um porta-voz nesta quinta-feira.
Maciel foi uma figura influente na Igreja Católica, que teve a consideração do falecido papa João Paulo 2°, mas morreu em 2008, aos 87 anos, desacreditado por alegações de que abusou sexualmente de homens e rapazes, incluindo um homem que disse ser filho de Maciel.
O escândalo Maciel é apenas um de uma série de revelações sobre o abusos cometidos por padres a atingir a Igreja Católica.
Fundada por Maciel quando ele estava na casa dos 20 anos, a Legião é uma ordem sacerdotal que administra escolas privadas católicas e organizações de caridade em 22 países através da sua rede de 800 sacerdotes e 2.600 seminaristas.
Acusações de que Maciel tinha uma vida dupla perturbadora, teve filhos e era viciado em morfina e outras drogas semelhantes enfraqueceram a outrora poderosa ordem, que contava com membros de algumas das famílias mais ricas do México.
Apesar de anos de denúncias, Maciel foi poupado de qualquer condenação oficial até 2006, quando o papa Bento 16 obrigou-o a se retirar para uma vida de 'oração e penitência'.
Os pagamentos de entre 21 mil dólares e 28 mil dólares serão dados a quatro ou cinco vítimas e outras compensações ainda podem acontecer, disse Andreas Schoggl, porta-voz dos Legionários de Cristo na Cidade do Vaticano.
'É uma forma de reparar o dano, e esperemos que seja uma forma de cura', disse Schoggl.
Os pagamentos de indenização são resultado de uma comissão criada em 2010 pelo Vaticano para investigar abusos cometidos por Maciel. As somas são modestas em comparação com um milhão de dólares concedido em pagamentos para vítimas de abusos cometidos por padre nos Estados Unidos.
No maior pagamento de indenização do tipo, a Arquidiocese de Los Angeles concordou em 2007 pagar 660 milhões de dólares para 500 vítimas de abusos sexual que datam da década de 1940. A Igreja dos EUA já pagou 2 bilhões de dólares para vítimas desde 1992.
Schoggl se recusou a fornecer detalhes sobre quantas pessoas a comissão já entrevistou, mas disse que pelo menos uma das vítimas de Maciel é do México.
Texto resgatado com Wayback Machine.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Reconhecimento tardio

Por Philip Pullella, no G1 Mundo.(original perdido)
ASSIS, Itália (Reuters) - O papa Bento 16 reconheceu nesta quinta-feira 'com grande vergonha' o uso da força pelo cristianismo em sua longa história, mas disse que a violência em nome de Deus não tinha mais lugar no mundo contemporâneo.
O papa se pronunciou durante um evento ecumênico pela paz, no qual recebeu cerca de 300 líderes religiosos do mundo todo -- entre cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, zoroastristas, taoistas, xintoístas e budistas.
'Como cristão, gostaria de dizer neste momento: sim, é verdade, ao longo da história a força foi usada em nome da fé cristã', disse em discurso às delegações reunidas na basílica de Assis, cidade natal de São Francisco.
'Reconhecemos isso com grande vergonha. Mas está muito claro que isso foi um abuso da fé cristã, algo que evidentemente contradiz sua verdadeira natureza', afirmou.
Essa foi uma das raras vezes em que o papa se desculpou por eventos como as Cruzadas ou o uso da força para difundir a fé no Novo Mundo. O falecido papa João Paulo 2o se desculpou em 2000 pelas falhas históricas do cristianismo.
Bento 16, que em seu discurso condenou o terrorismo, disse que a história também demonstrou que a negação de Deus pode gerar 'um nível de violência que não conhece limites'. Ele disse que os campos de concentração da Segunda Guerra Mundial revelavam 'com total nitidez as consequências da ausência de Deus'.
Nota da casa: Eu não quero desculpas, eu quero indenização e a libertação da humanidade.
Texto resgatado com Wayback Machine.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Ainda vítimas da violência dos cristãos

Recentemente houve uma verdadeira choradeira do Vaticano, uma ditadura com os dias contados, por causa da violência que atingiu as igrejas em países muçulmanos, com todo o discurso hipócrita do Chico Bento XVI sobre "liberdade religiosa".
Nós sabemos muito bem de que tipo de "liberdade religiosa" o Vaticano e os Cristãos querem ter.
Direto do Caturo, a notícia mostra que nós ainda não estamos livres do "amor cristão":

Em Poltava, na Ucrânia, o local onde está a ser construído um templo de Júpiter Perennus foi violentamente atacado por cristãos e vandalizado; o sacerdote principal, que dá pelo nome de M. Octavius Corvus, teve de ser hospitalizado por ferimentos recebidos, mas entretanto teve alta.
O blogue Cultus Deorum Romanorum entrevistou-o, como a seguir se lê (texto a itálico):
Cultus Deorum Romanorum (CDR): Ficámos todos chocados ao ouvir a notícia do ataque. Em primeiro lugar, o que é que aconteceu ao certo?
M. Octavius Corvus (MOC): O ataque aconteceu na manhã de 26 de Setembro, por volta das quatro da madrugada.
CDR: Estava sozinho?
MOC: Eu estava em casa e toda a minha família estava comigo.
CDR: Houve algum aviso? Quero dizer, tinha havido algum conflito na área, há alguma explicação por isto ter acontecido quando aconteceu?
MOC: Há vários meses foram colocadas mensagens de ameaça em todos os tópicos do forum Sarmatia. Diziam que todos e cada um dos altares, santuários e templos pagãos serão destruídos. Além disso havia também uma citação da Bíblia com ameaças para todos os gentios e o slogan «Morre, pagão» - exactamente as palavras que foram escritas na minha cerca durante o ataque.
É por isso que penso que os autores dessas ameaças no nosso forum e as pessoas que atacaram o nosso templo são as mesmas. Os avatares que foram usados para colocar essas mensagens no forum continham o logotipo de uma organização de combate da Igreja Ortodoxa Russa - os Portadores do Pendão Ortodoxo (Союза православных хоругвеносцев). Por outro lado esta organização só tem estado activa na Rússia e não há prova de que os atacantes pertenciam mesmo a essa organização.
CDR: Como é que se apercebeu do que estava a acontecer?
MOC: Eu ouvi o barulho da roda no mastro - alguém estava a baixar a bandeira sármata no templo. Olhei pela janela e vi uma silhueta a mover-se no templo. Sem acender a luz, peguei na minha arma e silenciosamente saí de casa. Mas como eu avançasse, outro indivíduo que estava escondido atrás da garagem atingiu-me com um pau na mão direita e na cabeça. Consegui disparar para o ar e ambos os atacantes fugiram por cima da cerca. Cerca de trinta minutos depois o Lupus e o Rufus vieram a minha casa. A minha esposa pôs-me ligaduras e os meus amigos levaram-me ao hospital.
CDR: (Os atacantes) eram dois?
MOC: Vi dois deles no meu quintal.
CDR: Pôde ver qualquer deles com clareza?
MOC: Não, ainda estava escuro a essa hora e só vi os atacantes a fugir.
CDR: Que danos foram feitos ao certo? A partir das fotos que vimos, parece que pintaram letras com spray na cerca e começaram a fazer o mesmo na cobertura do altar. Houve mais alguma coisa?
MOC: Sim, escreveram «Morre, pagão» na cerca, começaram a desenhar a cruz ortodoxa na cobertura do altar - graças aos Deuses que não notaram no escuro que era só a cobertura!
E conseguiram deitar abaixo a bandeira sármata e cortá-la. Mais tarde encontrámos dois cocktails Molotov que os atacantes não tiveram hipótese de usar.
(...)
CDR: Houve mais alguma actividade anti-pagã na sua área desde então?
MOC: Não, não houve actividade hostil desde então e também nenhuma actividade de Internet. Não é todavia a primeira vez que cristãos fanáticos profanam ou destroem santuários pagãos na Ucrânia ou na Rússia. Houve pelo menos dois incidentes desses na minha cidade nos últimos dez anos.
CDR: Como é que a vossa comunidade está a reagir?
MOC: Dois homens armados da nossa comunidade permanecem em minha casa todas as noites. Estou muito grato aos meus colegas que protegeram o templo e a minha casa enquanto eu estava no hospital. Quero comprar um cão - os meus dois pastores morreram subitamente um mês antes do ataque - e eu agora suspeito que eles foram de antemão envenenados pelos atacantes. E planeamos montar aparelhos de segurança para proteger o templo contra futuros ataques. Foi a última vez que disparei a minha arma para o ar, e espero que os atacantes pensem duas vezes antes de atacarem - da próxima vez não perderei a minha hipótese de disparar directamente contra os invasores - tenho pleno direito de o fazer de acordo com a lei ucraniana.
CDR: Pode dar-nos um relatório sumário sobre os progressos no templo? Qual é o ponto da situação?
MOC: Neste verão comprámos licença para tecnologia de construção especial para usar na edificação do templo. Estamos agora a preparar elementos de construção e vamos começá-la em Novembro. Este ano planeamos construir o podium do templo. Temos de consultar a empresa que nos vendeu a licença para saber se temos autorização de publicar fotos da construção na Internet. Este ano recolhemos quase quatro mil dólares para a construção do templo e mais de quinhentos e cinquenta dólares foram doados pelos nossos colegas e amigos do PRO DIIS, do sítio internético Cultus Deorum Romanorum e do ResPublica Romana, pelo qual estou profundamente grato. Estamos também a preparar um sítio internético absolutamente novo que irá ajudar-nos a arranjar fundos para mais construção. Espero apresentá-lo na Saturnália.
Quero agradecer a todas e a cada uma das pessoas que nos apoiaram, nos ajudaram e que rezaram por nós - obviamente que as vossas orações encontraram o seu caminho para os ouvidos dos Deuses - recuperei-me muito depressa e parece que iremos prosseguir os nossos planos na construção do templo. Como o provérbio diz - toda a nuvem tem um revestimento de prata - todos os problemas que temos só fazem crescer a nossa Romanidade e tornam mais forte a nossa comunidade mundial. Tenho a sensação muito intensa de que os Deuses de Roma retornaram e estão a ajudar-nos todos os dias. Não tenho a mais pequena dúvida do sucesso da nossa Causa Sagrada!
Fonte: Gladius.

Enquanto isso, na Terra em Transe, Pagãos Brasileiros ficam cheios de melindres e querendo proteger farsantes, vigaristas e salafrários travestidos de gurus, bruxos, sacerdotes. Nós não somos Cristãos, não temos o privilégio nem o direito de sermos alienados ou mal-informados. Nosso compromisso deve ser sempre com a Verdade, com os Deuses.
Texto resgatado com Wayback Machine.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Ensino religioso nas escolas cariocas

A lei que institui o ensino religioso na rede municipal de ensino do Rio  de Janeiro foi sancionada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). A partir de 2012, as escolas municipais de ensino integral (atualmente, cerca de 100 das 1.064 unidades existentes) vão oferecer a disciplina de forma opcional aos alunos do 1º ao 9º anos do Ensino Fundamental. A lei, encaminhada à Câmara pelo prefeito, havia sido aprovada pelos vereadores por 28 votos a 5.
O ensino religioso só será ministrado aos alunos cujos pais ou responsaveis desejarem.
Serão oferecidas as doutrinas católica, evangélica/protestante, afro-brasileiras, espírita, orientais, judaica e islâmica. Quem não quiser esse tipo de ensino terá, no mesmo horário, a disciplina Educação para Valores. A Secretaria Municipal de Educação fará uma pesquisa para verificar o interesse dos alunos por essa disciplina. A pasta já pesquisou o perfil religioso dos alunos.
"Fizemos uma consulta com seis mil pais e, desse universo, 42% seguiam a religião católica, 32% optaram pelo ensino de valores, 23% eram de religiões evangélicas e o restante, dos demais credos. Em fevereiro teremos todos os dados tabulados para saber a demanda específica para cada credo. Quando fizermos o concurso para professor de ensino religioso, já saberemos o quantitativo de vagas", disse a subsecretária municipal de Educação, Helena Bomeny.
Para o prefeito, a disciplina não indica uma intervenção da igreja no Estado. "Não estamos impondo a nenhuma criança e a nenhum jovem que tenha fé, que siga credo nenhum. Ao contrário, a gente quer que aquele que tenha sua crença possa aprender os valores e os conceitos mais básicos. Quanto mais as pessoas conhecerem a história das religiões, menos preconceito terá", disse. Até 2020, todas as escolas da rede municipal terão turno integral e vão oferecer ensino religioso.
Reportagem quibada do blog do Carmadelio.
Texto resgatado com Wayback Machine.
PS: seria uma boa ideia se incluíssem todas as religiões, incluindo o Paganismo Moderno e a Wicca 😏.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Brimos propõe sexo em grupo

Reportagem de Paula Regueira Leal.
Jacarta, 25 out (EFE).- Uma associação indonésia de esposas muçulmanas, que propõe a submissão da mulher para combater o divórcio e a violência doméstica, editou uma guia que estimula o sexo em grupo para fortalecer os casamentos polígamos, assunto que gerou rejeição de entidades muçulmanas e de direitos humanos.
'Islamic sex, fighting Jews to return Islamic sex to the world' (Sexo islâmico, combatendo os judeus para devolver o sexo islâmico ao mundo, em livre tradução) é o título do manual de 115 páginas que foi distribuído entre as mais de 1 mil fãs na Indonésia, Malásia e Cingapura pelo 'Obedient Wives Club', ou seja, Clube da Esposas Obedientes.
A organização alcançou notoriedade ao defender que as mulheres devem se comportar como prostitutas especialistas na cama para atender os desejos dos maridos e manter a união familiar.
A espécie de 'Kama Sutra' para preservação do casamento oferece, sem conter nenhuma fotografia ou desenho, instruções sobre como entreter, obedecer e dar prazer aos maridos.
Com este intuito pedagógico, a associação pretende melhorar o desempenho das mulheres que só oferecem 10% do desejo de seus cônjuges, segundo o texto.
A imprensa local revelou trechos do manual, apesar de 'a leitura ser restrita as integrantes do clube', revelou à Agência Efe a diretora da associação na Indonésia, Gina Puspita.
'Alá garantiu ao homem a possibilidade de ter sexo simultâneo com todas suas esposas. Se a mulher assim agir, o sexo será melhor', diz um dos capítulos do guia, que estimula as mulheres a manter relações com seus maridos e com suas demais esposas.
Vários países muçulmanos mantêm a poligamia, prática pela qual os homens muçulmanos podem se casar com mais de uma mulher sempre que possuam meios para sustentá-las.
O livro mostra em outros capítulos como as mulheres podem satisfazer seus maridos descrevendo atos sexuais e defendendo que o sexo é uma forma de prece.
A fundadora do grupo, Maznah Taufik, considera que as separações são resultado do fracasso das mulheres em dar prazer a seus maridos.
'O abuso doméstico acontece porque as esposas não obedecem aos maridos. O homem é o responsável pelo bem-estar da mulher, mas ela deve escutá-lo e obedecê-lo', disse Taufik à imprensa.
O manual recebeu duras críticas de inúmeros grupos muçulmanos, organizações de direitos humanos e até mesmo de ministros.
A responsável pela associação feminista Empower criticou a visão 'atrasada e estreita' do papel da mulher no guia.
'É realmente um insulto ao movimento de defesa dos direitos da mulher. Avançamos o suficiente para que as mulheres não sejam mais tratadas como meros objetos sexuais', defendeu.
Ratna Osnan, líder do grupo muçulmano Irmãs no Islã, denunciou que 'os homens que abusam costumam utilizar o comportamento de suas esposas como justificativa de seus atos embora sejam sua responsabilidade'.
O ministro de Assuntos Islâmicos da Malásia, Jamil Khir Baharom, anunciou que irá analisar o conteúdo do livro para determinar se é pornográfico ou ofensivo ao islã.
Na Indonésia - o país com mais muçulmanos do mundo onde 80% de seus 240 milhões de habitantes praticam esta religião - o clube se nega a fornecer mais detalhes sobre um guia de 'uso privado e exclusivo'.
Fonte: G1 Mundo. (Original perdido)
Texto resgatado com Wayback Machine.
PS: super apoiado 😏🤭