De todas as espécies que habitam esse planeta,a nossa tem uma capacidade incomum. Nós somos sencientes, possuimos linguagem. Nós somos capazes de compreender e explicar o mundo, a vida, a humanidade e as interações destes elementos entre si.
Existem diversas formas de explorar e explicar as questões que nos propomos, devido a essa percepção que temos de nossa existência. A mais laureada é a Ciência, mas temos a filosofia, a teologia, a poesia, a mitologia, a arte, etc. Cada uma destas formas tem seus métodos, seus recursos e, para este pagão, por razões óbvias, interessa a história, a antropologia, a filosofia e a teologia. A teologia politeísta e panteísta, para ser mais exato, onde a existência dos Deuses pode ser observada na natureza. Meus caros, diletos e eventuais leitores podem protestar, mas na concepção da teologia pagã, a existência dos Deuses é evidenciada na natureza, explicações científicas são meras descrições, um estudo da anatomia dos Deuses. Neste sentido, questões de que não existem evidências cientificas da existência dos Deuses, são mais causadas por resistência, recusa ou leitura interpretativa.
Não é a minha intenção convencê-los ou convertê-los, mas faz tanto sentido exigir que se demonstre a existência dos Deuses pelo método científico quanto faz sentido que se demonstre a realidade do rei pelo sistema eleitoral. Mas vou tranquiliza-los, pois na concepção da teologia pagã, os Deuses não são onipotentes, onipresentes, oniscientes. A existência dos Deuses, independente de sua crença ou descrença, tem incumbências e preocupações mais amplas e mais cruciais do que satisfazer as nossas necessidades efêmeras. O homem, diante dos Deuses, é uma parte importante, mas não a mais importante. Dor, fome e sofrimento são parte da natureza, seria contraditório se isso não fizesse parte da nossa existência. A isto podemos chamar de "Lei Natural", mas não conforme a concepção doutrinária do Cristianismo, diga-se de passagem. Para a teologia pagã, "Lei Natural" é tudo o que acontece espontâneamente, "naturalmente", se me permitem uma redundância.
Existiu tolerância, respeito e diversidade durante toda a existência das religiões antigas, religiões nativas ou étnicas. Neste período a nossa espécie conheceu uma "Era Dourada", com o florescimento da arte, da poesia, da música, do teatro, da literatura e até mesmo da ciência e tecnologia. Realidades que aconteceram dentro de uma cultura humana, da qual as religiões antigas eram parte inerente. Em termos históricos, é possivel afirmar que a ciência e a tecnologia surgiu de povos religiosos, poelas mãos de sacerdotes, portanto, a religião não é inimiga da ciência. Em outro cenário e circunstâncias, cabem outras considerações e análises, mesmo assim devemos voltar as críticas às organizações religiosas, não à religião em si mesma.
Na concepção dos nossos antepassados, Deus é um título, não uma entidade. A palavra Deus tem sua origem de Diaus, que significa brilhante, fulgurante. Em antigas culturas o sinal cuneiforme usado para simbolizar "Deus" era o mesmo de "estrela". Quando nossos antepassados faziam pinturas ou estátuas de seus Deuses, muito comumente eram caracterizados com chifres, com cabeças de animais ou associados a determinadas árvores ou outras plantas, bem como eram associados à fenômenos naturais. Não que os Deuses fossem animais, plantas ou fenômenos naturais. Ou que os Deuses seriam a "explicação" para os fenômenos naturais. Convenções de linguística são convenientes para lembrar que um signo, um símbolo, são recursos para representar [tornar presente] algo, alguém, fato, evento, fenômenos, sem que o signo ou símbolo seja confundido com seu referente. Os Deuses recebiam tais caracterizações para representá-los, em sua personalidade, identidade, atributo, existência, pela manifestação que provocavam na natureza. Da mesma forma como é possivel afirmar a existência de ondas e radiações pelos resultados de suas manifestações, então deveria ser aceitável o conceito de que é possível afirmar a existência dos Deuses pelos resultados de suas manifestações - a natureza.
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