quarta-feira, 25 de maio de 2011

O medo e o lobo

Há um ditado na web que diz que debater na Internet é como disputar as paraolimpíadas, mesmo se você vencer, ainda é retardado. Considerando o nível dos comentários que recebo aos meus textos e críticas, especialmente de Cristãos, esta é uma triste realidade.
Mas a Internet está aí, como o melhor e o pior em comunicação de e das massas, (des)servindo para a informação do público. Ela forma um "especialista" em um assunto a cada dia. Mesmo o elitista conhecimento acadêmico está ao alcance de todos e todos dão seu pitaco sobre tudo, mesmo que ninguém lhes tenha perguntado.
Eu não estranhei nem me incomodei quando saiu um trecho da entrevista do astrofísico Stephen Hawking, onde ele afirma que "a crença de que o céu ou uma vida após a morte nos aguarda é um conto de fadas para as pessoas que têm medo da morte". Eu passei por isso, eu sei bem por que cientistas, sejam agnósticos [como no caso do sr Hawking] ou ateus, tem tanta necessidade de rejeitar, negar ou criticar as doutrinas religiosas.
Os Cristãos protestaram, dizendo que o sr Hawking não pode falar nada por não ser um estudioso ou especialista no assunto. Para ser justo, os Cristãos também não são estudiosos ou especialistas em ciência [história, antropologia, lei, justiça], mas não tem vergonha ou prurido algum em divulgar seus monólogos pseudocientíficos para sustentarem as suas crenças pessoais ou as doutrinas da Igreja.
Parece um caso invertido do menino que grita "lobo" sem que houvesse algum. Nega-se o além para se negar o medo. Mas se não há o "lobo", não há medo para ser negado. Nega-se o além talvez por medo de se ter que responder por atos ou omissões ou talvez com receio de ter que passar por mais sofrimentos.
O sr Hawking, sendo astrofísico, deve saber que inúmeras estrelas nascem e morrem incessantemente no universo e o processo não se esgota por que o material, o elemento que compõe as estrelas não se desgasta nem se extingue. O mesmo acontece com as almas, muitas nascem e morrem incessantemente, sem que o processo se esgote, por que o material, o elemento que as compõe não se desgasta nem se extingue.
Todos os dias, depois do trabalho, tudo que as pessoas querem é dormir, ninguém fica criando ansiedade e expectativa se vai haver o dia seguinte por que se sabe que haverá um dia seguinte.
Para nós, isso é bem mais simples, "natural", sem depender de obra, de crença, de caridade.
Para um pagão, bruxo e wiccano, não se crê, se sabe que há a reencarnação. A vida continua, o que morre é o corpo. Nós vemos as evidências bem debaixo do nosso nariz, no mundo, na natureza.
Algo para nós refletirmos: a "vida no além" é aqui e agora. Nós podemos viver no Paraíso, nós podemos viver no Inferno. Cabe a nós escolhermos.

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