A Noite da Walpurgia é um velho festival pagão que recebeu este nome da Santa Valpurga (ou Valburga), cuja festa ocorre em 1º de Maio. Neste dia crê-se que as bruxas montam em vassouras e bodes para ir aos locais de antigos sacrifícios pagãos nas montanhas Harz, especialmente em Brocken, o ponto mais alto das montanhas.
A tradição, provavelmente vicking e difundida pelos celtas, marca a transição do inverno para a primavera, adorando e invocando os Deuses da fertilidade.
Na Roma antiga, o mês de Maio era consagrado aos antepassados. Era um mês que em toda a Europa e Ásia se acreditava que os espíritos andavam entre os vivos.
Assim como no Sanhaim [31 de Outubro], é uma celebração em homenagem aos que se foram e se oferece banquetes e libações aos ancestrais. Crê-se que durante a comemoração os mortos voltam a este mundo e podem ser vistos celebrando junto com os vivos.
Isso é um diferencial do Paganismo. Nenhum Inferno. Nenhuma condenação eterna. Nenhum Deus ameaçador, ciumento, colérico e vingativo. A vida no além é uma continuação da vida presente, será boa ou ruim conforme as nossas ações, não por nossos méritos. Cabe a nós termos a responsabilidade e a consciência sobre esses atos. Quando a consciência pesa, cabe ao individuo procurar reparar o erro e cumprir os rituais de purificação. Não existe expiação coletiva. Não existe salvação. Não existe pecado. Não existe Redentor.
O Cristão vê nisto um absurdo, pensando que isto levaria a uma vida vivida apenas pelo prazer e satisfação. Mas não é assim, isso é imaturidade e não faz sentido também viver uma vida apenas com restrições e privações. Nós tentamos buscar um equilíbrio, uma harmonia, vivendo a vida com naturalidade. Sem medo de um castigo divino.
As celebrações no 1º de Maio servem para nos lembrar que a vida no além ainda é vida. Nós vamos errar, nós vamos sofrer, porque isso faz parte da vida, do aprendizado e nenhum Deus que se preze nos negaria isso. Esta é a única forma de descobrir quem somos nós e por que existimos. Esse é o sentido da Instrumentabilidade Humana. Nós temos que ser a Besta que grita Eu no coração do Universo, descobrindo e tornando possível a convivência do individual e do coletivo como parte da mesma natureza humana.