Em 1934, foram descobertos no leste da Alemanha os restos mortais de um xamã, os alemães acreditavam se tratar do suposto "ariano original", um homem de pele branca, olhos azuis e cabelos loiros que teria vivido 9.000 anos atrás.
Contudo, investigações mais recentes — que utilizaram análise genética, ressonância magnética e exames odontológicos de última geração — desmascararam essa interpretação equivocada.
A verdade é que o esqueleto pertencia a uma mulher que não era branca e viveu no período mesolítico (que vai de 9.500 a 4.500 a.C). Ela ostentava chifres de veado na cabeça e seu túmulo abrigava cascos de três tartarugas, possivelmente utilizados como chocalhos em rituais xamânicos.
Além disso, foram encontrados dentes perfurados de animais, sugerindo que poderiam ter sido utilizados como pingentes. Também é importante destacar que, junto do corpo da mulher, estava sepultada uma criança.
"Raramente as pessoas estiveram tão enganadas sobre uma pessoa como estavam sobre esta mulher", escrevem o arqueólogo Harald Meller e o historiador Kai Michel em seu livro "Das Rätsel der Schamanin: Eine Reise in unsere Vergangenheit" (em alemão: "O enigma do xamã: uma viagem ao nosso passado"), publicado em outubro de 2022.
Meller e Michel ressaltam que o que faltava aos nazistas não eram métodos arqueológicos modernos, mas sim a capacidade ou o desejo de olhar para o túmulo estudado sem preconceitos, destacando que a possibilidade dos restos mortais pertencerem a uma mulher foi cogitada somente foi no ano de 1957, bem depois da queda do regime nazista.
Um exame da vértebra cervical da mulher revelou que o suprimento de sangue para seu tronco cerebral era restrito, o que provavelmente resultou no que é conhecido hoje como Nistagmo Downbeat, condição que provoca movimentos involuntários dos olhos. Essa condição pode ter feito parecer que a mulher estava em transe ou "possuída" por espíritos animais.
Meller e Michel, inclusive, destacam em seu livro que a xamã pode ter se tornado uma figura importante em sua comunidade, sendo considerada uma mulher sábia ou mesmo uma líder política.
Os cientistas também obtiveram informações adicionais sobre o garoto enterrado junto a ela. Segundo o Deutsche Welle, a análise completa do material genético da mulher e a decodificação parcial do genoma da criança revelaram que não se tratavam de mãe e filho.
Entretanto, identificou-se uma relação distante entre ambos. Ainda estão em andamento estudos adicionais dos ossos da criança, os quais devem descobrir em breve mais detalhes sobre as circunstâncias e razões que levaram ao seu sepultamento no túmulo da xamã.
De acordo com o portal Deutsche Welle, os especialistas explicam em seu livro que xamãs são "cruzadores de fronteira para o reino espiritual, ao qual têm acesso por meio do transe". Eles fazem a mediação entre o espírito e o mundo material, usando tambores ou outros instrumentos, danças e substâncias indutoras de transe.
Há estudiosos que sustentam a visão de que o termo "xamanismo" é apropriado apenas para certas culturas siberianas, onde foi inicialmente identificado e descrito por acadêmicos ocidentais. Em contrapartida, outros encaram o xamanismo como um fenômeno difundido ao longo da história, considerando-o como "a primeira religião da humanidade".
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/desventuras/o-esqueleto-da-xama-que-os-nazistas-acreditavam-ser-de-homem-branco.phtml
Nota: eu imagino o Caturo, tapando as orelhas e tentando se convencer de que isso é uma invenção da Nova Ordem Mundial.🤭😏
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