O nome Iemanjá tem origem no idioma africano yorubá, sendo o termo "Yéyé Omó Ejá", que numa tradução literal seria algo como "mãe cujos filhos são peixes". É cultuada tanto na umbanda como no candomblé, considerada como a mãe de quase todos os orixás.
Ela é sincretizada no catolicismo como Nossa Senhora do Navegantes, Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.
Originalmente, Iemanjá era representada por uma mulher negra, mas a mudança para a imagem de uma mulher branca aconteceu, em parte, por influência do sincretismo com santas do catolicismo, mas, para estudiosos, esse embranquecimento pode ser visto como uma violência cultural, resultado de uma construção racista que tornou suas feições mais "europeias".
Em Cuba, no entanto, Iemanjá, ou Yemayá, como é chamada por lá, também possui as cores azul e branca, mas é uma rainha negra. Seu nome cristão é La Virgen de La Regla, conhecida como padroeira dos portos de Havana. Ela faz parte da Santeria.
Aliás, não é só a imagem de Iemanjá que apresenta diferentes representações. Ela também é conhecida por uma extensa lista de nomes, como Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, Sereia, Dona Iemanjá, entre outros, dependendo da região.
Desde a década de 1920, o bairro de Rio Vermelho, em Salvador (BA), recebe todo dia 2 de fevereiro uma das festas mais bonitas do calendário religioso e popular, para homenagear Iemanjá.
Durante a homenagem para Iemanjá, os fiéis vestem branco e fazem uma procissão até o templo dedicado a ela, na praia do Rio Vermelho. Lá, deixam seus presentes nos barcos, que os levam diretamente para o mar. Muitas flores, especialmente rosas brancas e amarelas, bijuterias, perfumes, sabonetes, espelhos e comidas são enviados para Iemanjá e acredita-se que quando a oferenda não afunda ou volta para terra firme é porque não foi aceita e está sendo devolvida.
Iemanjá é conhecida como a padroeira dos amores a quem recorrem os apaixonados, especialmente em casos de desafetos amorosos.
Ela é também o arquétipo da maternidade, sendo seus cultos originais associados à fertilidade feminina e à vida.
Iemanjá é padroeira dos pescadores e estão sob seus cuidados todos aqueles que escolhem entrar em seu domínio, o mar. Logo, detém poder sobre a vida daqueles que vivem no mar, que devem respeitá-la, pois cabe a Iemanjá decidir se as águas permanecerão calmas ou formarão tempestades. Em algumas de suas representações, Iemanjá chega a se apresentar como Iara, metade mulher, metade peixe.
Ela é uma deusa lunar, que além de ser responsável por reger os ciclos naturais ligados às águas, também gerencia as fases de "mudanças" nas mulheres, que acontecem por influência dos ciclos da lua. Além disso, segundo a lenda, quando foi convocada pelos soberanos para receber a insígnia real que lhe concedia o amplo poder para gerir as águas, ela recebeu de seus pais orgulhosos a lua, que passou a usar no dedo mínimo como joia de grande valor.
Dentro do próprio Brasil, algumas datas podem mudar. No Rio, por exemplo, o culto a Iemanjá é celebrado na virada do ano, em 31 de dezembro, e lembrado ao pular ondinhas. Já umbandistas celebram a data em 15 de agosto, mas também há referências a celebrar a data em 8 de dezembro.
Iemanjá é conhecida por gostar de dar presentes. Foi assim que ela acabou presenteando Ogum, Oxum, Oiá, entre outros. Porém, quanto mais ela ofertava, mais recebia de volta. Esse ensinamento da história de Iemanjá reforça a ideia de que é dando que se recebe e, por isso, ela também sabe retribuir àqueles que tanto lhe ofertam presentes em seu dia.
Fonte: https://educacao.uol.com.br/noticias/2023/02/02/dia-de-iemanja-2-de-fevereiro-saiba-mais.amp.htm
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