sábado, 31 de dezembro de 2022
Olímpia e os mistérios
A fuga do capitão
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
A Mãe Virgem
Medíocres armados
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
A imperatriz do s3xo
Se vivesse nos dias atuais, Valéria Messalina teria problemas.
Citando uma biografia:
Estávamos em 48 d.C., mas a maioria das 50 milhões de pessoas que viviam no império o imaginava como na época do imperador romano Cláudio, de Roma. Alguns lhe deram o apelido de “o reino da imperatriz Messalina”. O domínio de Messalina sobre o covarde, embora bem-humorado, imperador, seus excessos sexuais e sua campanha para legalizar a poliandria eram comentados por todos. Embora as mulheres tivessem o direito de dar seu parecer sobre assuntos conjugais e outros, poucas simpatizaram com sua ideia. “Já imaginou aguentar mais de um marido?”, diziam entre risadas.
Messalina era uma radiante adolescente de 14 anos, quando casou com seu primo Cláudio de 48. Ela fechou os olhos para os problemas físicos dele (além de ser coxo e ter um tique facial nervoso, ele babava) e produziu dois meninos antes que seu ardente desejo sexual entrasse em ação.
Messalina acumulou muitos amantes; nisso, ela não era pior do que as outras mulheres de sua classe social. Entretanto, tinha realmente uma mania desagradável de encomendar a morte de seus ex-amantes e rivais. Ah! Sim! E é possível que ela tenha aceitado um segundo emprego no bordel local, sob o nome de “Licisca” e usando uma peruca loira e biqueiras douradas adesivas para os seios. Roma não tinha qualquer punição para calúnia, portanto é possível que essa última história tenha sido uma fofoca maldosa – ou mal contada.
Fonte (citado parcialmente): http://clovisbarbosa.blogspot.com/2018/01/mulheres-da-antiguidade-messalina.html
Em 48 dC, Messalina estava ficando inquieta. Seu velho e doente marido há muito deixara de satisfazer suas necessidades, e ela estava no meio de um relacionamento apaixonado com o senador sênior e homem à espera, Caio Sílio.
Sílio (tolo por nome; tolo por natureza) era um homem implacavelmente ambicioso com os dois olhos fixos no trono imperial. Então, enquanto Claudius estava fora da cidade, esses dois amantes tentaram conquistar o poder.
Quando seus mensageiros lhe transmitiram a notícia, Cláudio retornou imediatamente a Roma para restabelecer sua autoridade. Silius e seus co-conspiradores foram presos, julgados e executados. Messalina foi detida e recusou uma audiência com o imperador.
Em estado de choque e entorpecido pelo vinho, Claudius não conseguiu colocar a caneta no papel e assinar a sentença de morte. Tácito até nos conta que se referiu a ela como "a pobre mulher" e sempre solicitou sua presença para que pudesse explicar seus atos.
Os conselheiros de Cláudio, porém, temiam a influência de Messalina e temiam que o imperador mudasse de idéia e poupasse sua vida. Assim, o conselheiro principal, Narciso, ordenou aos centuriões e ao tribuno presentes que fossem ao local onde o estava detido e executassem a execução.
A princípio, Messalina implorou por sua vida, implorando a seus captores que a deixassem ir ver Cláudio. Quando seus executores chegaram, no entanto, e ficou claro que a situação era desesperadora, ela segurou a espada do tribuno contra o peito para que ele a atravessasse.
Imediatamente após sua morte, o Senado atacou.
Eles concordaram em remover todos os vestígios de sua existência através de uma prática que agora nos referimos como damnatio memoriae. O Senado ordenou que seu nome fosse retirado de todas as inscrições oficiais. Moedas cunhadas nas províncias gregas que levavam seu nome e imagem foram desfiguradas. E muitos de seus retratos foram mutilados, vandalizados com martelos e cinzéis até que sua imagem se tornou irreconhecível.
Fonte (citado parcialmente): https://www.walksinsiderome.com/pt/blog/messalina-the-empress-who-remarried-while-the-emperor-was-out-of-town/
Por políticas públicas
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
Brasil, ilha mítica
terça-feira, 27 de dezembro de 2022
Sobre instituições e suas prerrogativas
Finalmente!
segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
Há oito mil anos
domingo, 25 de dezembro de 2022
A filha do Papa
Espanha aprova lei trans
sábado, 24 de dezembro de 2022
Natal, cristão e pagão
A fumaça de Avalon
Panic on the streets of London
Panic on the streets of Birmingham
I wonder to myself
Could life ever be sane again?
-Panic, The Smiths.
Na última sexta-feira, 2, advogados bolsonaristas de Cascavel, no Paraná, resolveram celebrar o Dia dos Criminalistas em grande estilo nazista.
Num ato em frente à subseção da OAB eles promoveram uma queima de livros.
Depois de terminar o livro "As Brumas de Avalon", (eu li a versão da Editora Planeta) nós podemos discutir muitas coisas:
Esse pode ser considerado um livro clássico?
Um livro clássico é um livro considerado exemplar, ou seja, uma obra a servir de inspiração para outras futuras obras literárias. Ao mesmo tempo em que ela reflete os valores de seu tempo, ultrapassa a época em que foi escrita; e por isso, é sempre atual em sua universalidade.
Considerando que esse livro é baseado no ciclo arturiano e é uma mescla de releituras modernas e românticas das mitologias celtas e medievais, essa obra não é um clássico, é um desserviço ao Paganismo Moderno e às religiões pertinentes a esse grupo. Em vários trechos a autora mistura conceitos tirados da Teosofia e da autora Dion Fortune.
O problema é que muitos de nós começaram a se interessar pelas religiões antigas por obras literárias que foram posteriormente condenadas juntamente com seus autores. E isso nos torna iguais aos conservadores e fundamentalistas cristãos. Recentemente teve a polêmica de proibir a venda do livro "Minha Luta". Eu não consigo imaginar como seria a minha profissão como escritor sem ter lido as obras do Marquês de Sade. O que nos leva ao necessário filtro contra as chamadas fake news. Mas isso é outro assunto. Vamos focar na resenha.
Consultando o Oráculo Virtual (Google), eu encontro diversos artigos criticando a obra e citando um trecho como "evidência" da parafilia da autora. O que também é um problema, pois nós lutamos arduamente pelos direitos da comunidade LGBT, condenar uma escritora ou sua obra por uma interpretação subjetiva sobre sua preferência/orientação sexual seria contraditório.
O trecho citado é (na versão da Editora Planeta) tirado do capítulo 15 e retrata Morgana sendo preparada para o ritual de Beltane. Como sacerdotisa de Avalon, Morgana foi treinada e preparada. Ela sabia o que estava para acontecer e tinha consentido, na verdade, ela ansiava por esse momento. Então sonhos e memórias se misturam no momento crucial do ritual, onde Morgana, tendo incorporado a Deusa, se deita e consuma o casamento sagrado (Hiero Gamos) com aquele que foi escolhido para ser a incorporação do Deus. O que talvez seja chocante e escandaloso para os leitores contemporâneos é a revelação de que o escolhido era Arthur, o meio irmão de Morgana.
O que é um problema, pois os mitos antigos são repletos de casamentos incestuosos. O pior é ler celebridades do Paganismo Moderno negando a intenção sexual dos ritos ancestrais.
Nem parece que tivemos os trabalhos de Sigmund Freud e Alfred Kinsey. Pior, teve um ENEM (2020) que foi levantada uma polêmica por causa que foi citada Simone de Beauvoir. Gente da estirpe do MBL que censurou o Queer Museu (conservadores, direitistas, reacionários, cristãos fundamentalistas) só acusava ela e a bancada examinadora de pedofilia. Essa é a palavra da paranoia e neurose da moda, fazendo inúmeras vítimas, da mesma forma como aconteceu na Idade Média, na Inquisição, com a Caça às Bruxas. A palavra certa seria efebofilia, como Laércio do BBB havia dito.
Simone fez parte de um manifesto que aconteceu em 1977 e 1979 na França para abolir a lei sobre a idade de consentimento, por causa da prisão de três cidadãos acusados de atentados ao pudor sem violência sobre menores de menos de 15 anos, sendo que na França da época os adolescentes são plenamente responsáveis de seus atos a partir dos 13 anos. Até hoje não existe um consenso mundial sobre a idade de consentimento.
Depois de 1990, com os escândalos de abuso sexuais contra menores cometidos por padres (e pastores) o Mundo Contemporâneo tem uma Cruzada para chamar de sua. Inúmeras leis foram criadas, mas na falta de definições do que pode ser considerado "pornografia", a revista Vogue teve que recolher uma edição e a marca Balenciaga teve que suspender uma campanha.
Mas voltando para a resenha. O livro ganhou popularidade, o que não significa que tenha qualidade. Os livros do Paulo Coelho estão aí para provar. O livro é uma versão moderna, carregada com uma visão idealizada e romântica da mitologia celta e medieval. Aqui vale a máxima que eu digo a respeito de versões: procure e prefira o original.