sábado, 31 de dezembro de 2022

Olímpia e os mistérios

Olímpia (375-316 aC) era a filha mais velha do rei Neoptólemo I de Épiro e a quarta esposa de Filipe II, rei da Macedônia. Quando se tornou rainha da Macedônia, morava na antiga cidade de Pella, Aiges, hoje conhecida como Vergina.

Antes de mais nada, Olímpia foi uma das personalidades mais controversas e especiais da antiguidade.

Inclusive, a mãe de Alexandre, o Grande, dormia ao lado de répteis e servia no Oráculo de Dodona ( Oráculo de Zeus) enquanto era iniciada nas cerimônias sagradas do deus Dionísio, os chamados mistérios báquicos.

Na verdade, ela era uma sacerdotisa dos mistérios Kaveri, uma cerimônia religiosa da Samotrácia, que até hoje permanece um grande mistério.

Filipe II também participou dessas cerimônias, onde conheceu Olímpia e se apaixonou por ela. Então, de seu amor nasceu o mais importante rei-recrutador de todos os tempos, Alexandre, o Grande. Mas de acordo com a lenda de Plutarco, Olímpia confessou a Filipe que Alexandre não era seu filho. Ela alegou que uma noite Zeus a visitou na forma de uma cobra e assim ela ficou grávida.

(https://www.google.com/amp/s/brazilgreece.com/amp/olimpia-mae-alexandre-o-grande/) - citado parcialmente.

Muitos disseram que os honrados deuses samotrácios são os próprios Kaveri, mas mesmo aqueles que disseram isso não podem nos dizer quem eram os Kaveri na realidade. Eles são muito indefinidos tanto em número quanto em nomes, de modo que a confusão sobre sua personalidade está aumentando constantemente. Nas fontes antigas existem várias versões a respeito de sua origem e a versão que prevalece é que os Kaveri são um grupo de Divindades ctônicas de origem Tracopelasgiana, que são demônios e filhos de Hefesto, o deus do fogo e das artes. outros diziam que os Kaveri são a Grande Mãe, mãe terra (na língua local era chamada de Profana, eles se identificavam com Deméter e a chamavam de Electra, Brilhante, Estrategista e Líder), seu marido Cadmilo [deus da fertilidade que muitas vezes era identificado com Hermes porque seus símbolos (seu animal sagrado, o carneiro, que simbolizava o poder fertilizante e pastor principal, bem como seu caduceu com cabeça de serpente) foram encontrados gravados em moedas e em inscrições do Templo ]. outros dizem que eram dois deuses gêmeos da arena e os conectavam com os Dioscuri, outros ainda, que os deuses eram três e seus nomes locais Anieros, Axiokersa e Axiokersos sugeriam que eram Demeter, Kori e Hermes. outros também acrescentam Ide, Hekate, Rhea, Okrivantes, Uranus e Gaia. Até mesmo Afrodite, que pode ser a representada em estranhas estatuetas nuas de três faces encontradas nas escavações, parece ter pertencido aos Kaveri. Esta diversidade que existe no culto dos kaverianos leva a pensar que nos mistérios da Samotrácia a teoria geral e impessoal sobre a divindade que existe nos mistérios órficos (onde Deus é chamado de "Grande Espírito", "Grande Libertador", "Grande Alma) se manifestou do mundo', 'Logos'). Homer refere-se a Samotrácia com o epíteto "Zathei" que significa Septi e Agiotati e também a chama de Terra Santa: Samotrácia onde cerimônias inspiradoras são realizadas por causa dos deuses que são secretos para os mortais comuns. Na adoração dos mistérios Kaverianos, o fogo desempenhou um papel primordial, de onde eles receberam seu nome, e o ensinamento interno dos mistérios Kaverianos era o nascimento e renascimento do homem. Os habitantes de Lemnos, Imbros e Samotrácia os identificaram com Proteas.

O início da realização dos mistérios kaverianos se perde nas profundezas da pré-história grega e aqui novamente as opiniões divergem. Heródoto afirma que o culto dos Kaveri era um culto sacramental autóctone dos Pelasgos. Mais especificamente, ele menciona que os pelasgos viviam em Samotrácia, onde a Kavéria era celebrada, e que os atenienses foram os primeiros de todos os gregos a entrar em contato com os pelasgos de Samotrácia, as estátuas de Hermes com seu falo apontando para cima e o culto dos Kaveri, quando os pelasgos se mudaram para a Ática e também eles começaram a ser considerados gregos. Diz-se que o mais proeminente dos gregos foi iniciado nos mistérios Kaverianos. Alguns deles foram Agamenon, Ulisses e outros gregos que participaram da Guerra de Tróia, também segundo a mitologia Orfeu, Héracles, Jasão, os Dioscuri Castoras e Polydeukis e os líderes da expedição argonáutica foram iniciados nos mistérios dos Kaveri em Samotrácia. O rei Filipe foi iniciado nos mistérios de Samotrácia, onde conheceu Olímpia, mãe de Alexandre, o Grande, que também era sacerdotisa dos Kaveri. Claro, Alexandre, o Grande, foi iniciado nos Mistérios Kaverianos, assim como Heródoto e Pitágoras.

Todas as pessoas, independentemente de raça, sexo e classe social, eram admitidas aos sacramentos, mesmo os escravos, desde que não estivessem sobrecarregados com atos impuros. O propósito dos mistérios era remover o medo da morte e revelar verdades eternas relacionadas ao destino da alma após a morte. A revelação do que estava acontecendo durante a administração dos sacramentos acarretava a pena de morte. Em frente ao altar do Santuário havia uma inscrição, que foi revelada pela escavação arqueológica, e que proibia a entrada de forma modesta mas absoluta. Também, algo mais que diferencia os mistérios em relação a todos, mas era um termo explícito e inviolável que existiu e só se encontra aqui. Uma condição básica e necessária e etapa preparatória da iniciação era a purificação mental da pessoa que pedia para ser iniciada, a confissão. para para esse fim havia um sacerdote especial conhecido como Kois que ouvia o confessor e tinha o ofício de purificar até o assassino que se arrependesse de seu ato. Assim, além do significado cultual e religioso, vemos que os mistérios da Samotrácia tinham uma base filosófica e um caráter de virtude social.

Após a confissão e aprovação do Sacerdote e dos Celebrantes, o catequista podia assistir à cerimónia de iniciação. Acredita-se que a iniciação ocorria à noite, com a luz das tochas e lâmpadas dos iniciados presentes na cerimônia. Muitas lâmpadas encontradas nas escavações foram gravadas com a letra Θ denotando os Grandes Deuses, mas também nas paredes do Santuário existem muitos locais para colocar guardiões. O menor sentava-se em um trono por esse motivo e a cerimônia era chamada de "entronização". Parece que nesta fase os iniciados dançavam ao redor do declinador. Muitos testemunhos, principalmente de Plutarco, existem para esta fase da cerimônia. "Sempre que eles foram reduzidos ao chamado trono, sentados os reduzidos, o círculo dançou".

Após a entronização, o sacerdote conduzia o místico à morada do Santuário e ali o novo membro, ou seja, tinha a supervisão de alguma representação sagrada com o possível objetivo de expressar ideias cosmogônicas de onde se originou sua misteriosa genealogia. Assim, atingiu o grau de fiscalização. Em frente ao altar do Santuário havia uma inscrição, que foi revelada pela escavação arqueológica, e que proibia a entrada de forma modesta mas absoluta. "Não seja ignorante." Mais tarde, com a chegada dos romanos aos sacramentos, foi acrescentada uma inscrição proibitiva também em latim.

O novo místico recebeu uma coroa de oliveiras e um cinto roxo que o protegia do perigo. A iniciação pode ser feita a qualquer momento e principalmente de abril a setembro. Em outras palavras, parece que não era necessário que a iniciação coincidisse com os eventos festivos anuais. Estes duraram nove dias durante os quais todas as cidades das ilhas, da Trácia e da costa da Ásia Menor enviaram seus embaixadores. Até a cidade de Samotrácia enviou um embaixador e isso prova que o Santuário não era considerado pertencente à ilha, mas ao mundo inteiro.

Antes das cerimônias, eles geralmente extinguiam todos os incêndios na ilha e traziam uma nova chama do santuário do Kaveri de Delos. Não foi possível determinar quando essas celebrações ocorreram, embora seja muito provável que tenham ocorrido em julho.
Os Kaveri continuaram a ser adorados e seus mistérios celebrados até o final do século IV dC. Foi estabelecido pelas escavações que os romanos cercaram a área sagrada e que, embora uma grande destruição tenha ocorrido em 200 DC. provavelmente de um terremoto, restaurações e restaurações dos danos foram imediatamente realizadas em grande escala. O lugar sagrado continuou a florescer, sua fama permaneceu inalterada e a antiga religião sempre teve seus seguidores, até o final do 4º DC. século, quando foi abandonado depois que a nova religião foi estabelecida.

Fonte: https://www.theosophicalsociety.gr/index.php/2013-08-31-19-35-34
Traduzido com Google Tradutor.

A fuga do capitão

Moisés Mendes apontou para o fato que era de conhecimento de todos:

A imagem do avião da FAB decolando com Bolsonaro em fuga é mais do que um deboche com os manés que levaram a sério até aqui o blefe do golpe.

Bolsonaro debochou do sistema de Justiça que permitiu o roteiro torto escrito e cumprido com rigor nos últimos anos.

(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/fuga-no-aviao-da-fab-e-o-gran-finale-da-afronta-de-bolsonaro-ao-sistema-de-justica-por-moises-mendes/)

Ato contínuo, Daniele Amorim faz uma comparação pertinente:

A dois dias de entregar o cargo de presidente, Jair Bolsonaro se despediu do Brasil nesta sexta-feira (30) ao viajar para os Estados Unidos. A cena da decolagem do futuro ex-presidente, no entanto, fez a web comparar com uma icônica cena de novela. Em Vale Tudo (1987), o vilão Marco Aurélio (Reginaldo Faria) foge do país de avião para não ser pego por um enorme golpe financeiro.

(https://natelinha.uol.com.br/novelas/2022/12/30/bolsonaro-em-vale-tudo-despedida-do-presidente-lembra-cena-iconica-de-novela-192080.php)

Providencial, o Oráculo Virtual (Google) apresenta o resultado da minha consulta sobre qual punição cabe ao militar que abandona o posto:

Segundo o artigo 195 do Código Penal Militar, pratica crime o militar que “abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: Pena – detenção, de três meses a um ano.”

Irremediável, o falso Messias, em seu último pronunciamento, se faz de desentendido, como se ele não fosse o principal responsável pela ressaca pós eleitoral:

Em última live como presidente da República, Jair Bolsonaro admitiu que tentou viabilizar um golpe de estado. Ele afirmou que buscou dentro das 4 linhas alternativas para que posse do Lula não acontecesse, mas não obteve apoio.

(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/em-ultimo-pronunciamento-bolsonaro-diz-que-nao-teve-apoio-para-golpe-e-assume-derrota/)

A turba de fanáticos oscila entre o delírio e a decepção:

Após o último pronunciamento de Bolsonaro como presidente da República, apoiadores começaram a desmontar e abandonar o acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília. O clima é uma mistura de decepção e apatia. Os mais decepcionados choraram e houve quem ajoelhasse.

(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/choro-e-reza-bolsonaristas-abandonam-acampamento-golpista-apos-live-de-bolsonaro/)

Entre aqueles que se decepcionaram com o discurso, estão subcelebridades bolsonaristas, que usaram o espaço de comentários da transmissão ao vivo para expressar decepção. Há ainda, entre essas "personalidades", aquelas que não se furtaram a defender teses golpistas.

(https://revistaforum.com.br/midia/2022/12/30/no-arrega-porra-indignao-pedidos-de-golpe-de-subcelebridades-na-live-de-bolsonaro-129503.html)

Eu devo repetir que Bolsonaro não é o problema, é o sintoma, ele apenas aproveitou do momento, ele cristalizou uma mentalidade, esta sim, problemática, que é o Fascismo ressurgente.
Em um país sério, Bolsonaro teria sido afastado do cargo e internado no manicômio judiciário.
Joaquim Barbosa disse que ele não tinha porte para ser presidente. Depois de tantas bravatas, a fuga do capitão demonstra que ele não tem porte para dar um golpe de Estado.
Ele vai viver tranquilamente com a aposentadoria, talvez tente ocupar o lugar do Olavo de Carvalho e não vão faltar imbecis o seguindo.

Tem um filme de título "Todos os homens do presidente", que conta a saga de jornalistas que causaram a renúncia de Richard Nixon. Aqui a Justiça está devendo a prisão de todos os cúmplices do fascista genocida.

BÔNUS: #DesmonetizaJP

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

A Mãe Virgem

Por exemplo, as palavras "trovão", "árvore", "cobra", etc. Ninguém pode ficar completamente indiferente quando ouve tais palavras e pensa nas imagens correspondentes. Mas as palavras "virgem" e "mãe" se destacam das demais. A palavra "mãe" toca as cordas mais profundas da emoção humana, ainda mais porque é uma das primeiras palavras que uma criança aprende. Não devemos esquecer que em muitos tempos primitivos ela era a mãe de todos os deuses. Demeter gozava de grande honra em todos os lugares como o protetor de colheitas e vegetação. Assim é Ceres ou Deméter dos romanos. Na mitologia indiana, Maya e na egípcia Isis, são representações femininas da Natureza e do espírito da terra. Para esses cultos antigos, a terra era a fonte secreta de toda a vida e eles sacrificavam a ela para propiciação. De certa forma parece natural que este tenha sido o culto mais antigo e automático do homem, já que a mãe terra é quem dá à luz a tudo e graças à sua constante renovação e renascimento foi considerada a virgem imortal.

Quando o mito do Salvador nasceu, a questão da origem da divindade estava prestes a surgir. Obviamente ele não poderia ser filho de alguma mãe mortal. Como uma raça geralmente associava sua origem a algum animal ou montanha ou outro elemento da Natureza, se o Salvador fosse a própria raça, era mais fácil considerar que ela brotou das próprias entranhas da terra, da Natureza, que é a virgem imaculada e representado na constelação de Virgem. Se o Salvador fosse uma pessoa específica, conhecida pessoalmente ou por tradição, o nome da mãe também seria conhecido. Mas quando se tratava de paternidade, ele geralmente era vago. Assim, eles poderiam facilmente aceitar alguma intervenção celestial, a visita noturna de um deus ou o que costumamos chamar de "partenogênese". A crença universal nos Deus-Homens-Salvadores e o mito igualmente difundido de seu nascimento de virgens é impressionante. Não importa o nome que eles receberam. Hércules, Mithras, Attis, Orfeu, etc. Em todos os casos, tratava-se do Salvador, a encarnação de um ser graças ao qual o pobre mortal poderia se libertar do exílio, da ilusão, do martírio e da morte, e ganhar a eterna Zoe.

Em nenhum continente da terra apareceu um deus, com grande popularidade como benfeitor da humanidade, que não nasceu de uma virgem, ou pelo menos de uma mãe que devia seu filho não a um pai terreno, mas a uma intervenção celestial. Essa concepção parece, à primeira vista, completamente alheia ao modo de pensar moderno. Mas dois elementos devem ser lembrados aqui: a) as condições que prevaleciam naquela distante era matriarcal, quando a descendência era determinada pelo lado da mãe enquanto a paternidade era obscura e de pouco interesse, e b) o estranho, para nós, um fato que em alguns povos muito primitivos, entre eles os aborígines da Austrália, eles não consideravam necessário que uma mulher tivesse relações sexuais com um homem para conceber e dar à luz. A observação científica não havia avançado tanto, e todo o assunto ainda estava no reino da magia. Assim, a mãe virgem não só não era impensável, mas combinou dois conceitos maravilhosos em uma forma. 

A disseminação global do mito da intervenção celestial é notável. Zeus, pai dos deuses, visitou Semele na forma de uma tempestade e ela deu à luz o redentor Dionísio. Zeus engravidou Danae na forma de chuva dourada e a criança nascida foi Perseu, que matou Medusa (as forças das trevas) e salvou Andrômeda (a alma humana). Devaki, a virgem radiante da tradição indiana, uniu-se ao deus Vishnu e deu à luz Krishna, o amado herói hindu e modelo de Jesus. Os gimnosofistas da Índia dizem que o Buda nasceu do lado de uma virgem. Ísis dos egípcios com Hórus de joelhos, era adorada com os apelidos de "Despina", "Rainha dos Céus", "Estrela do Mar", "Theometor", etc. Antes dela, a Virgem do Mundo Neith, que protege do céu toda a terra e os filhos dos homens, era considerada a mãe do grande deus Osíris. E o salvador Mithras nasceu de uma virgem, e em seus monumentos muitas vezes há a representação da mãe amamentando o bebê. 

A antiga deusa teutônica Hertha (Terra) era virgem e ficou grávida do espírito celestial (Urano). Sua forma, como uma deusa infantil, existia em muitos bosques sagrados na Alemanha. A deusa nórdica Frigga foi pega nas redes de Odin, o pai de todos, e deu à luz um filho, o abençoado Balder, o curador e salvador da humanidade. Além disso, Quetzalcoatl, o salvador crucificado dos astecas, era filho da virgem Rainha do Céu, Clulamnan. Mas os chineses também tinham uma deusa-mãe virgem, assim como os antigos etruscos. Finalmente, um grande número de virgens-mães de deus negras é mencionado. Numerosas representações de Maria com o menino Jesus são encontradas principalmente nas igrejas católicas da Itália, como em Pisa, Loreto, Gênova, etc., mas também em Munique e em outros lugares. Dificilmente se pode deixar de considerá-los como remanescentes pagãos pré-cristãos preservados no âmbito do cristianismo e rebatizados, como aconteceu com muitos outros. Diz-se que em Paris, onde hoje fica a Notre Dame, existiu ainda durante os séculos cristãos um templo dedicado à "Senhorita Ísis".

Tudo isso demonstra não apenas a ampla difusão da doutrina da virgem-mãe, mas também sua extraordinária antiguidade. O assunto é complexo e merece mais atenção do que tem recebido até agora. Tudo o que posso acrescentar aqui é que, com toda probabilidade, a imagem do Homem Perfeito deve ter assombrado vagamente as mentes dos homens desde o momento em que deixaram seu estado animal, e seria perfeitamente natural para eles pensar que um Homem Perfeito deve ter nascido de uma Mulher Perfeita – que, segundo as noções da época, deveria ser necessariamente a própria Terra, a mãe de todas as coisas. Em qualquer caso, é realmente uma excelente captura. Ou seja, que a Terra, depois de dar à luz todas as suas criaturas.

Fonte: https://www.theosophicalsociety.gr/index.php/dward-carpenter
Traduzido com Google Tradutor.

Medíocres armados

Autor: Antônio Carlos de Almeida Castro.

A mediocridade é contagiante. Os acampamentos bolsonaristas já produziram cenas de um ridículo atroz. Se fôssemos olhar somente sob o prisma cômico, não seria demais divertirmo-nos com tantas boçalidades.

Enquanto o clã bolsonarista se esbalda entre a Copa no Catar, os EUA e o esconderijo no Palácio da Alvorada, os coitados dos fanáticos indigentes intelectuais bolsonaristas continuam amotinados nos acampamentos, usando banheiros químicos, comendo marmitas e tomando chuva. Patético.

Desde a derrota para o Lula, o atual Presidente escafedeu-se. Não só não reconheceu nossa vitória, como é a praxe nas democracias, como resolveu desaparecer dando contornos fantasiosos a essa estranha ausência física de um Presidente completamente sem respeito aos ritos que envolvem a figura do cargo em um regime presidencialista. Depois de destruir as conquistas humanistas, em todas as áreas, durante os quatro anos de governo, o bolsonarismo nos lega agora uma cultura de ódio que alimenta atos de terrorismo, os quais precisam ser enfrentados. E punidos os responsáveis.

Como coroação de uma corrida armamentista, também baseada na valorização da violência e na ausência da política como forma de mediar os conflitos, os seguidores do Bolsonaro agem como se fizessem parte de uma seita. Incapazes de qualquer análise crítica, os idiotas se bastam e parece que realmente vivem em um mundo paralelo. Não é possível qualquer diálogo com esses alucinados que não conseguem ter noção do ridículo. Mas, agora, o que era engraçado virou um real risco à segurança e à vida das pessoas.

Mesmo os críticos da atuação firme e forte do Supremo Tribunal e do Tribunal Superior Eleitoral, especialmente do Ministro Alexandre de Moraes, têm que reconhecer que, sem a determinação democrática do Judiciário, nós estaríamos, muito provavelmente, em um momento de ruptura institucional. Apesar das prisões, das buscas e apreensões e do bloqueio de contas, os bolsonaristas teimam em persistir numa cruzada terrorista que leva insegurança à sociedade.

A tentativa de explodir um caminhão de querosene no aeroporto de Brasília é de extrema gravidade. Um ato criminoso e terrorista. Agora se faz necessário terminar com esses acampamentos, que se tornaram refúgio e laboratório de atos contra o Estado Democrático de Direito. Não é mais possível só rir das imbecilidades, pois os idiotas estão colocando em risco a vida das pessoas e subvertendo a paz social. É necessário agir com inteligência e aprofundar a investigação sobre os mandantes. Sejam eles quem forem, mesmo se ostentarem patentes militares.

O empresário preso confessou que se armou e tentou explodir o caminhão para provocar pânico e tentar colocar as Forças Armadas nas ruas, em um hipotético estado de sítio. E que assim agiu, na visão messiânica bolsonarista, incentivado pelo discurso de ódio do Presidente Bolsonaro. Ou seja, o responsável final de toda instabilidade institucional é, como temos dito há tempos, o Presidente da República.

É hora de testarmos nossa maturidade democrática. Sem perseguição e sem voluntarismo. Usando a lei e a Constituição como parâmetros. Só com a responsabilização criminal dos que usam a violência para uma evidente tentativa de ruptura institucional é que daremos uma resposta aos brasileiros que acompanham perplexos esse estranho e bizarro país que surgiu do esgoto bolsonarista. Se não os responsabilizarmos criminalmente, eles voltarão para as trevas e se alimentarão do ódio, da mentira e da violência para voltarem mais forte em quatro anos. Ou antes.

Remeto-me a Sophia de Mello Breyner: “A memória longínqua de uma pátria, eterna mas perdida e não sabemos se é passado ou futuro onde a perdemos".

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/mediocres-armados

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

A imperatriz do s3xo

Difícil falar em civilização Romana sem falar de César. Esse era o nome da família do ilustre Júlio, que conseguiu a façanha de ser eleito como Ditador. De César, veio Kaiser e Csar. Os modelos de família, sociedade, justiça e governo do mundo ocidental vieram dos Romanos. Roma foi grande e isso inclui os escândalos.

Se vivesse nos dias atuais, Valéria Messalina teria problemas.
Citando uma biografia:

Estávamos em 48 d.C., mas a maioria das 50 milhões de pessoas que viviam no império o imaginava como na época do imperador romano Cláudio, de Roma. Alguns lhe deram o apelido de “o reino da imperatriz Messalina”. O domínio de Messalina sobre o covarde, embora bem-humorado, imperador, seus excessos sexuais e sua campanha para legalizar a poliandria eram comentados por todos. Embora as mulheres tivessem o direito de dar seu parecer sobre assuntos conjugais e outros, poucas simpatizaram com sua ideia. “Já imaginou aguentar mais de um marido?”, diziam entre risadas.

Messalina era uma radiante adolescente de 14 anos, quando casou com seu primo Cláudio de 48. Ela fechou os olhos para os problemas físicos dele (além de ser coxo e ter um tique facial nervoso, ele babava) e produziu dois meninos antes que seu ardente desejo sexual entrasse em ação.

Messalina acumulou muitos amantes; nisso, ela não era pior do que as outras mulheres de sua classe social. Entretanto, tinha realmente uma mania desagradável de encomendar a morte de seus ex-amantes e rivais. Ah! Sim! E é possível que ela tenha aceitado um segundo emprego no bordel local, sob o nome de “Licisca” e usando uma peruca loira e biqueiras douradas adesivas para os seios. Roma não tinha qualquer punição para calúnia, portanto é possível que essa última história tenha sido uma fofoca maldosa – ou mal contada.

Fonte (citado parcialmente): http://clovisbarbosa.blogspot.com/2018/01/mulheres-da-antiguidade-messalina.html

Em 48 dC, Messalina estava ficando inquieta. Seu velho e doente marido há muito deixara de satisfazer suas necessidades, e ela estava no meio de um relacionamento apaixonado com o senador sênior e homem à espera, Caio Sílio.

Sílio (tolo por nome; tolo por natureza) era um homem implacavelmente ambicioso com os dois olhos fixos no trono imperial. Então, enquanto Claudius estava fora da cidade, esses dois amantes tentaram conquistar o poder.

Quando seus mensageiros lhe transmitiram a notícia, Cláudio retornou imediatamente a Roma para restabelecer sua autoridade. Silius e seus co-conspiradores foram presos, julgados e executados. Messalina foi detida e recusou uma audiência com o imperador.

Em estado de choque e entorpecido pelo vinho, Claudius não conseguiu colocar a caneta no papel e assinar a sentença de morte. Tácito até nos conta que se referiu a ela como "a pobre mulher" e sempre solicitou sua presença para que pudesse explicar seus atos.

Os conselheiros de Cláudio, porém, temiam a influência de Messalina e temiam que o imperador mudasse de idéia e poupasse sua vida. Assim, o conselheiro principal, Narciso, ordenou aos centuriões e ao tribuno presentes que fossem ao local onde o estava detido e executassem a execução.

A princípio, Messalina implorou por sua vida, implorando a seus captores que a deixassem ir ver Cláudio. Quando seus executores chegaram, no entanto, e ficou claro que a situação era desesperadora, ela segurou a espada do tribuno contra o peito para que ele a atravessasse.

Imediatamente após sua morte, o Senado atacou.

Eles concordaram em remover todos os vestígios de sua existência através de uma prática que agora nos referimos como damnatio memoriae. O Senado ordenou que seu nome fosse retirado de todas as inscrições oficiais. Moedas cunhadas nas províncias gregas que levavam seu nome e imagem foram desfiguradas. E muitos de seus retratos foram mutilados, vandalizados com martelos e cinzéis até que sua imagem se tornou irreconhecível.

Fonte (citado parcialmente): https://www.walksinsiderome.com/pt/blog/messalina-the-empress-who-remarried-while-the-emperor-was-out-of-town/

Nos dias de hoje, Messalina seria uma cantora medíocre ou uma influenciadora digital. Qualquer relação com pessoas reais é mera coincidência 😏. 

Por políticas públicas

Documento assinado por mais de 130 entidades pede implementação de políticas públicas “efetivas e eficientes”, pelo Estado, para a comunidade LGBT. ‘Entendemos que o governo federal eleito é aquele que poderá reestruturar o tecido social para que possamos gozar, novamente, de segurança em nossas vidas, além de voltarmos a caminhar na direção do fortalecimento da democracia e de nossos direitos. Direitos não só estagnados no atual governo, mas especialmente retirados – de forma explícita ou à surdina”, afirmam.

Segundo as organizações, nunca se viveu “uma onda de tamanho medo” no país. O documento aponta retrocessos desde a eleição do atual presidente da República. E lembra que a comunidade é estimada em 10% da população brasileira, ou 21 milhões de pessoas. “Não bastassem as várias políticas públicas que foram exterminadas por essa gestão, hoje somos pessoas que têm MEDO de andar nas ruas, de nos expressar e de ser quem somos.”

Estado laico e de direito

O texto lista várias medidas voltadas ao Executivo e Legislativo. Inclui uma secretaria nacional específica, mas fala também em defesa do Estado laico e de direito e em educação pública de qualidade. Reivindica ainda uma “rede de prevenção e proteção contra a discriminação e a violência“.

Fonte (citado parcialmente): https://www.brasil247.com/brasil/130-entidades-sugerem-a-lula-politicas-publicas-para-a-comunidade-lgbtqia

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Brasil, ilha mítica

Qual a origem da palavra 'brasil'? Na minha terra natal, o Brasil, parece que todos sabem a resposta. Seguindo a definição do naturalista alemão Alexander von Humboldt, vem de brasa e está associada à cor avermelhada do pau-brasil (pau-brasil em português), uma árvore de tintura comumente encontrada ao longo da costa atlântica da América do Sul na época de sua colonização europeia. descoberta no século XVI. Mas o Dicionário Houaiss, considerado o mais completo da língua portuguesa, diz-nos (edição de 2001) que o 'étimo deste topónimo' (ou seja, a palavra de onde provém este topónimo) tem sido objecto das mais variadas hipóteses . Ele lista nada menos que dezesseis explicações possíveis para a origem de brasil — a palavra, não o nome do país.
Dentre eles, um se destaca:
De acordo com Barry Cunliffe, professor de Arqueologia Européia na Universidade de Oxford, Hy Brasil é a mais intrigante de todas as ilhas lendárias do Atlântico, situada não muito longe da costa oeste da Irlanda, e assim nomeada e colocada em cartas do século XIV.

Esta é a base para o argumento de que o nome do país Brasil é de origem irlandesa e não da versão bem estabelecida do pau-brasil. Mas a história de Hy Brasil não é muito conhecida entre os brasileiros e certamente não é o que nos ensinaram na escola.

https://www.historyireland.com/an-island-called-brazil/
Traduzido com Google Tradutor. Citado parcialmente.

Conta a lenda que em algum lugar ao largo da costa da Irlanda havia uma ilha, sempre coberta por uma intensa neblina e vista apenas em raríssimas ocasiões. A cada sete anos, a névoa se dissipava, revelando esta terra fabulosa. Montanhas, campos verdes e uma cidade brilhante foram brevemente visíveis. Esta terra celta era o lar de fadas, mágicos e magos. Lendas e mitos da antiga Irlanda contêm muitas referências a heróis que, atraídos por essa visão fantástica, se lançaram ao mar em busca dela. Qualquer pessoa capaz de tocar a ilha alcançaria a vida eterna em um paraíso encantador. Mas toda vez que eles se aproximavam dela, a ilha desaparecia novamente no fundo do mar.
Peter Beresford Ellis, autor de vários livros e dicionários sobre o mundo celta, confirma que a mitologia irlandesa e antigas crônicas contêm muitas histórias de Hy Brasil, datadas de mil anos antes da descoberta do Brasil pelos portugueses. Beresford Ellis explica que o termo Hy Brasil derivou do irlandês antigo/médio, por volta do século X. Hy é uma variação de í, que significa ilha, por isso encontramos também a forma I-Brasil, ou Ilha do Brasil. A palavra Brasil, argumenta Beresford Ellis e muitos outros autores, vem da raiz bres, que significa 'poderoso, grande, belo', que dá origem ao nome Breasal, um deus da mitologia irlandesa. Também encontramos Bresal como o grande rei do mundo celta, e a ilha de Bresal era conhecida como o lugar onde ele costumava estabelecer sua corte a cada sete anos.

https://www.historyireland.com/what-is-hy-brasil/
Traduzido com Google Tradutor.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Sobre instituições e suas prerrogativas

John Beckett escreveu na sua coluna no Patheos seus comentários a respeito de um artigo escrito em uma coluna católica.
Citando:

Na semana passada, saiu um artigo do National Catholic Register (um site católico conservador de propriedade da EWTN) intitulado Mais pessoas estão exigindo ser 'desbatizadas' - aqui está o que há de errado com isso . A internet pagã e oculta começou a discutir sobre isso, com alguns insistindo que o debatismo não é possível, alguns insistindo que não é necessário e outros contando suas próprias histórias de debatismo e como isso os ajudou.

Aqui está a citação chave do artigo católico de Jimmy Akin:

“Quando você é batizado, uma marca espiritual indelével é colocada em sua alma, e nada pode remover isso.”

(https://www.patheos.com/blogs/johnbeckett/2022/12/debaptism-you-probably-dont-need-it-but-it-can-be-done.html) - traduzido com Google Tradutor.

John não abordou o assunto da forma adequada. A pergunta a se fazer é se a Igreja tem autoridade, qual a validade do batismo e qual sua (verdadeira) origem.

Citando:

A prática do batismo nas religiões pagãs parece ter sido baseada na crença nas propriedades purificadoras da água. Na antiga Babilônia, de acordo com as Tábuas de Maklu, a água era importante como agente de limpeza espiritual no culto de Enke, senhor de Eridu. No Egito, o Livro da Partida de Dia contém um tratado sobre o batismo de recém-nascidos, que é realizado para purificá-los das manchas adquiridas no ventre. A água, especialmente a água fria do Nilo, que se acreditava ter poderes regenerativos, é usada para batizar os mortos em um ritual baseado no mito de Osíris. Os cultos egípcios também desenvolveram a ideia de regeneração através da água. O banho que precede a iniciação no culto de Ísis parece ter sido mais do que um simples ritual de purificação; provavelmente pretendia representar simbolicamente o iniciado'

No culto de Cibele, praticava-se um batismo de sangue no rito do Taurobolium: onde se cobria com o sangue de um touro. A princípio, este rito parece ter sido para fornecer ao iniciado maior vitalidade física, mas depois adquiriu maior importância espiritual. Uma inscrição bem conhecida atesta que aquele que recebeu o batismo de sangue recebeu um novo nascimento na eternidade. No entanto, o fato de esse batismo ser repetido periodicamente mostra que a ideia de regeneração espiritual completa não estava associada a ele.

A propriedade da imortalidade também estava associada ao batismo no mundo grego antigo. Um banho no santuário de Trophonion proporcionava ao iniciado uma abençoada imortalidade mesmo enquanto estivesse neste mundo. As religiões de mistério desse período frequentemente incluíam ritos de ablução de imersão ou lavagem do corpo para fins de purificação ou iniciação. Outros conceitos supostamente associados a essas formas de batismos cultuais incluíam a transformação da vida de uma pessoa, a remoção de pecados, a representação simbólica, a obtenção de maior vitalidade física, um novo começo, a regeneração espiritual. Acredita-se que todas as religiões antigas reconheciam alguma forma de limpeza espiritual, renovação ou iniciação que era realizada por meio de uma lavagem ou imersão em água.

(https://www.bible.ca/ef/topical-baptism-a-prechristian-history.htm) - traduzido com Google Tradutor.

A autoridade, a capacidade e a competência da Igreja são discutíveis até entre cristãos. O mito cristão apropriou-se de outros mitos e seus personagens. Eu escrevi em algum lugar sobre João Batista ser baseado em Oannes. Os escritores dos Evangelhos inventaram o parentesco entre João e Cristo. Depois inventaram a cena de Salomé e Herodes para eliminar João da narrativa.
A Igreja, como uma máfia religiosa, institui sua autoridade e proíbe questionar os dogmas que ela mesma determinou.

Um ritual de uma instituição sem autoridade ou autenticidade é nulo, tornando desnecessário qualquer ação. Pedir o desbatismo para a Igreja apenas concorda e endossa a falsa prerrogativa. Qualquer um pode simplesmente determinar sua exclusão, declarando a apostasia.

Eu e muitos fizeram a melhor opção. Sobrepôs um batismo (falso) por uma aliança legítima, real e verdadeira com o Mestre do Sabá.
Assim seja, assim é, assim será.

Finalmente!

Edir Macedo foi alvo de notícia-crime por fala homofóbica durante culto transmitido pela TV. Dono da Record e fundador da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), ele foi denunciado por duas instituições de proteção à comunidade LGBTQIA+. A informação é do portal Metrópoles.

A Aliança Nacional LGBTI+ e a ABRAFAH (Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas) protocolaram a notícia-crime contra o religioso no último fim de semana. Toni Reis, que preside as duas entidades, afirma que o bispo “comparou homossexualidade a ser bandido”. “É um discurso de ódio e não podemos tolerar isso. Que Macedo responda na forma da lei”, aponta.

Para Amanda Souto, coordenadora da área jurídica das associações, “é especialmente perverso usar um dos maiores canais de TV do país, em horário nobre, durante uma das principais datas comemorativas do país, para propagar o ódio”.

Na véspera de Natal, o bispo exibiu um discurso homofóbico na Rede TV. “Você não nasceu mau. Ninguém nasce mau. Ninguém nasce ladrão, ninguém nasce bandido, ninguém nasce homossexual ou lésbica. Ninguém nasce mau, todo mundo nasce perfeito com a sua inocência, porém o mundo faz das pessoas aquilo que elas são quando elas aderem ao mundo”, afirmou Edir Macedo na ocasião.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/fala-homofobica-de-bispo-macedo-no-natal-e-objeto-de-noticia-crime/

BÔNUS:

Internautas reagiram às declarações do pastor. "Ninguém nasce pastor estelionatário e enriquece às custas do charlatanismo religioso como o canalha Edir Macedo. A vida os faz assim", disse um perfil no Twitter. "Por isso extorquem, roubam, sonegam impostos e manipulam corações e mentes fragilizadas. São invariavelmente falsos moralistas".

Fonte: https://www.brasil247.com/geral/video-edir-macedo-faz-discurso-homofobico-e-internautas-reagem-ninguem-nasce-estelionatario-e-com-charlatanismo-religioso

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Há oito mil anos

“A maioria de nós pensa na Europa como o berço do homem branco, mas um novo estudo demonstra que a pele mais pálida só apareceu no continente muito recentemente”, escreve a revista Science . Sabíamos que os primeiros homens que pisaram no continente europeu, há 40.000 anos, eram negros. O que não sabíamos é que haviam permanecido assim por tanto tempo. De fato, um estudo apresentado no final de março no encontro anual de antropólogos americanos mostra que o homem de pele branca existe há apenas 8.000 anos na Europa.

Para chegar a esta conclusão, escrevem nossos colegas do Slate.fr que mergulharam neste estudo, os pesquisadores compararam os genomas de 83 indivíduos de diferentes sítios arqueológicos europeus, particularmente na Espanha, Luxemburgo e Hungria. Eles isolaram dois genes ausentes indicativos de despigmentação da pele. Uma carência que surgiu há apenas 8.000 anos e deveu-se sobretudo a uma mistura com populações do Norte que, pelas condições de insolação, não fixavam a vitamina D da mesma forma.

“O que pensávamos era bastante preciso: o surgimento da pele despigmentada se deve a uma incrível mistura entre diversas populações espalhadas pelo norte da Europa”, disse a paleontóloga Nina Jablonski, da Universidade da Pensilvânia. “Esse resultado é interessante, mostra como esses desenvolvimentos são recentes”.

Fonte: https://www.lessentiel.lu/fr/story/les-europeens-etaient-noirs-il-y-a-8-000-ans-719467447636
Traduzido com Google Tradutor.
Nota: o coitado do Caturo deve estar espumando pela boca.

domingo, 25 de dezembro de 2022

A filha do Papa

Alguns confundem os pecados dos “filhos da Igreja” com “pecados da Igreja”. É dogma de fé que a Igreja não tem pecado.
-Prof. Felipe Aquino

As pessoas que são as responsáveis por uma instituição escolhem e definem aquilo que é dogma, inquestionável, incontestável, indubitável.

A Cosa Nostra deveria adotar esse lema. 😏

Mas vamos falar da história da Igreja e dos Papas? Sim, os fatos incomodam muito, os conservadores, os direitistas, os reacionários e os cristãos fundamentalistas. Tem até uma página do Vaticano falando dos Papas que tiveram vidas pregressas. Páginas semelhantes, mantidas por Protestantes, contém detalhes mais sórdidos.
A pergunta que vale um milhão: por que ainda tem tanta gente frequentando a ICAR?

Enfim, dentre tantas histórias perversas, por que a Igreja teve tanto trabalho para esconder os filhos e filhas dos Papas? Por que tanto trabalho para negar que os Papas tiveram cortesãs?
Por que tanto esforço para apagar os abortos ocorridos nos conventos? Por que usaram o poder para refutar a lenda de um Papa envolvido em um incesto?

Eu estou falando da família Borgia, assunto de minissérie e de embaraço para a Igreja. Mais especificamente de Lucrécia Borgia.

Ou qual motivação teria o Papa Alexandre VI em colocar Lucrécia temporariamente em seu lugar (1501) quando foi viajar para Nápoles?

Filha de Rodrigo Borgia, sendo ele de origem espanhola e sobrinho de um cardeal (Alfonso Borja, de quem pegou o nome Borgia), Lucrécia foi colocada em um convento para ser educada (treinada?).

Sua mãe era amante de Rodrigo que, assim que se tornou Papa, cuidou de procurar por candidatos promissores para casar com ela.
Foi assim que, aos 13 anos, Lucrécia foi oficialmente casada com Giovanni Sforza, algo muito comum na época, as famílias barganhavam o dote das filhas por poder financeiro e político.

Como era um casamento de aparência, o Papa certificou-se de que o casamento não se consumiria e, quando o contrato deixou de ser lucrativo, o casamento foi anulado, debaixo de denúncia de adultério e incesto.

Lucrécia teve um filho, mas nasceu deformado, o que aumentou as suspeitas, mas rapidamente atribuíram a paternidade a Pedro Calderon, mensageiro do Papa.

Em 1497 seu irmão foi encontrado morto, a suspeita recaiu em cima de César, seu outro irmão, que serviu de modelo para as pinturas de Cristo. Essa suspeita só cresceu com as denúncias de incesto contra a família.

Em 1498 Lucrécia se casa com Afonso de Biscegli, com quem teve seu segundo filho. O casamento foi interrompido por César (ciúmes?), que matou Afonso, na crônica oficial, porque Afonso tinha se aliado à França.

Em 1502 Lucrécia se casa com Afonso D'Este, com quem teve filhos, sem contar os que ela teve com os amantes. Um deles foi Francisco II Gonzaga, marquês de Mântua e o poeta Pietro Bembo.

Lucrécia morreu em 1519 por complicações no parto de seu oitavo filho. Não obstante, seu nome e o nome de sua família ficou como sinônimo de assassinato por envenenamento.

Espanha aprova lei trans

Os deputados espanhóis aprovaram nesta quinta-feira (22) o projeto de lei que permite que as pessoas mudem livremente de gênero a partir dos 16 anos, após meses de tensões dentro do governo de esquerda e no movimento feminista. Se o texto for aprovado definitivamente no Senado nas próximas semanas – o que é muito provável –, a Espanha se tornará um dos poucos países do mundo a autorizar a autodeterminação de gênero apresentando apenas uma solicitação pessoal.

O projeto para “a igualdade real e efetiva das pessoas trans”, e a garantia dos direitos LGBTI, é uma das propostas mais importantes do Ministério da Igualdade, encabeçado pelo partido de esquerda radical Podemos, minoritário na coalizão do governo espanhol, liderada pelo socialista Pedro Sánchez.

“As pessoas trans e a comunidade LGBTI não podem esperar mais para o reconhecimento de todos seus direitos”, enfatizou em outubro a ministra da Igualdade, Irene Montero. Ela prometeu que, se necessário, “sacrificaria a própria pele” para conseguir a aprovação do texto.

A lei, que visa “despatologizar” a transidentidade, permitirá aos cidadãos maiores de 16 anos mudarem o nome e a menção relativa ao sexo em seus documentos de identidade, sem apresentar nenhum relatório médico atestando uma “disforia de gênero” ou a prova de um tratamento hormonal, como era requerido até agora.

Com a nova legislação, jovens a partir de 12 anos também poderão solicitar a mudança em suas certidões, mas somente sob algumas condições, negociadas em duras discussões dentro do governo nos últimos meses.

“O socialismo que não tem coragem não é socialismo”, escreveu Antonelli no Facebook à época, lamentando que seus anos de trabalho para a autodeterminação de gênero tivessem acabado em um “pesadelo dantesco, de transfobia, exclusões, humilhações internas e externas”.

Fonte (editado e citado parcialmente): https://operamundi.uol.com.br/amp/sociedade/78281/espanha-deputados-aprovam-lei-trans-que-permite-mudanca-de-genero-de-menores-de-idade

sábado, 24 de dezembro de 2022

Natal, cristão e pagão

Autor: Guillermo Altares.

O Natal se transformou numa festa que mistura tradições de muitas origens com um consumismo desenfreado que, apesar do comércio eletrônico, continua mobilizando as cidades. As luzes, as árvores, as compras, as feiras e o jantar da empresa talvez não nos deixem ver o principal: o Natal é uma festa religiosa, em que os cristãos celebram o nascimento de Jesus.

Mas, se pesquisamos um pouco mais, vemos que sua origem se perde na Antiguidade, nas primeiras e remotas crenças humanas, às quais, ao longo dos séculos, foram se incorporando novas tradições. Desde o Império Romano, o Natal tem sido uma luta entre elementos religiosos e pagãos, entre a festa e a liturgia, que se prolonga até nossos shopping centers.

Por que celebramos o Natal em dezembro?

O solstício de inverno (no Hemisfério Norte) é a noite mais longa do ano, o momento em que os dias começam de novo a crescer, uma vitória simbólica do Sol contra a escuridão. Acontece entre 21 e 22 de dezembro e é comemorado desde tempos imemoriais. O historiador Richard Cohen relata, em seu livro Persiguiendo el Sol: La historia épica del astro que nos da la vida (perseguindo o sol: a história épica do astro que nos dá a vida) que “praticamente todas as culturas têm uma forma de celebrar esse momento”.

“O aparente poder sobrenatural para governar as estações, que se manifesta nos solstícios, inspirou reações de todos os tipos: ritos de fertilidade, festivais relacionados com o fogo, oferendas aos deuses”, afirma Cohen. Nessa mesma época do ano, em meados de dezembro, os antigos romanos festejavam a Saturnália, festival em que eles ofereciam presentes entre si, mas também trocavam os papéis sociais, uma mistura entre nosso Natal e o Carnaval.

O que aconteceu em 25 de dezembro?

“A data do Natal foi fixada em 25 de dezembro pelo imperador Constantino, porque nesse dia era celebrada a grande festa solar em Roma”, explica Ramón Teja, professor emérito de História Antiga da Universidade de Cantábria (Espanha), especialista em história do cristianismo e presidente de honra da Sociedade Espanhola de Ciência das Religiões. Assim, o imperador que transformou o cristianismo na religião de Roma, e que governou entre 306 e 337, identificava de alguma maneira sua figura com o divino, aproveitando o antigo festival do Dia do Nascimento do Sol Invicto. “Foi uma fusão do culto solar com o culto cristão”, diz Teja.

Então Jesus não nasceu no Natal?

Não existe nenhuma informação sobre a data de nascimento de Jesus. A imensa maioria dos especialistas afirma que ele foi uma figura histórica, mas, assim como existem dados sobre sua morte – foi crucificado por Roma em Jerusalém durante a Páscoa judaica –, seu nascimento é um profundo mistério. “O único dado histórico é que Herodes I ainda reinava, de modo que o cálculo do ano zero estava errado; seria preciso adiantar quatro ou cinco anos”, explica Teja, já que Herodes, o Grande, morreu no ano 4 a.C.

O jornalista do EL PAÍS Juan Arias, um dos maiores conhecedores da figura de Cristo e profundo divulgador da história cristã através de livros como Jesus: Esse Grande Desconhecido (Objetiva), escreveu: “A lenda do nascimento de Jesus é silenciada por dois dos quatro Evangelhos canônicos: o de Marcos, considerado o mais antigo, e o de João. Eles iniciam o relato da vida de Jesus quando já era adulto.”

A revista National Geographic publicou, em sua edição de dezembro, uma ampla reportagem sobre as certezas arqueológicas sobre Jesus, com texto de Kristin Romey e fotos de Simon Norfolk, que se pronuncia no mesmo sentido. “A Igreja da Natividade, em Belém, é o templo cristão mais antigo ainda em uso, mas nem todos os especialistas acreditam que Jesus de Nazaré tenha nascido em Belém. A arqueologia mantém silêncio sobre o assunto”, escreve Romey. O relato da manjedoura e dos pastores aparece em Lucas; os Reis Magos, o massacre dos inocentes e a fuga para o Egito, em Mateus. “É uma interpretação teológica a posteriori”, afirma Teja. “Trata-se de uma forma de indicar que [Jesus] descende da tribo do rei Davi, que procedia de Belém.”

E qual o papel dos Reis Magos nessa história?

O relato da visita dos magos com seus presentes – um momento conhecido como Epifania – só aparece no Evangelho de Mateus. A imensa maioria dos historiadores considera que Gaspar, Baltazar e Belchior têm uma função muito importante na tradição cristã porque, como explica Teja, “os reis que visitam [o Menino Jesus] são pagãos, não judeus, e são os primeiros que o reconhecem como um descendente da linhagem de Davi, como rei e como deus.” De fato, os cristãos do Oriente continuam comemorando o Natal em 6 e 7 de janeiro. Isso tem a ver com as diferenças entre o calendário juliano e o gregoriano, mas também com o fato de que o Oriente manteve, durante séculos, a Epifania como o momento-chave dessa festa.

Sua associação com os presentes é muito mais tardia e começa no final do século XIX, embora sua presença na nossa cultura seja enorme: a primeira peça teatral castelhana de que se tem notícia é Auto de los Reyes Magos, do século XII. Em outros países, também é celebrada. Na Itália, por exemplo, em 6 de janeiro vem uma bruxa boa, Befana – palavra que procede de Epifania.

E como o Papai Noel entra nisso tudo?

A viagem do Papai Noel ou Santa Claus até o nosso Natal é longo e tortuoso. Os mais radicais entre os protestantes, os puritanos, proibiram o Natal porque consideravam, talvez com certa razão, que era uma festa que estava se “paganizando”. Além disso, o protestantismo defendia a iconoclastia, era contra a representação de figuras sagradas, o que não se encaixava muito nas tradições natalinas. O Parlamento britânico proibiu o Natal em 1644, restaurando-o apenas em 1660.

Os puritanos foram os primeiros colonos da América do Norte e levaram consigo aqueles costumes: em Boston, também proibiram a festa entre 1659 e 1681. Pouco a pouco, contudo, o Natal foi renascendo no Novo Mundo, embora os protestantes tenham buscado seu próprio caminho para diferenciá-lo do culto católico. Foi assim que se lembraram de um velho santo, São Nicolau. “Santa Claus é uma figura muito cristã”, explica Diarmaid N. J. MacCulloch, professor de História da Igreja na Saint Cross College de Oxford. “O nome é uma tradução holandesa de São Nicolau.

Outra coisa é que tenha existido de fato: era um santo de Mira, na atual Turquia, e sua lenda incluía a história de que ressuscitou três crianças assassinadas – daí sua conexão com a infância.” A importância cultural que os EUA adquiriram em nossas sociedades fez o resto: Papai Noel começou a colonizar as festas durante o século XX. O grande antropólogo francês Claude Lévi-Strauss escreveu um pequeno ensaio sobre esse processo: O Suplício do Papai Noel (Cosac Naify). Segundo sua teoria, a chave não era o prestígio dos EUA, e sim “a função prática dos ritos de iniciação” – neste caso, ensinar que as boas ações têm recompensas, presentes em troca do bom comportamento. A árvore de Natal também é uma invenção dos EUA?

O pinheiro de Natal também empreendeu uma estranha viagem de ida e volta da Europa aos EUA, mas não é, em absoluto, uma invenção americana. Ao contrário: como Santa Claus, é uma exportação. Nesse caso, como acontece com os solstícios, o culto às árvores se perde nas profundezas das nossas tradições culturais e religiosas. Mas, como explica o professor MacCulloch, “a árvore de Natal é uma tradição mais cristã do que as pessoas pensam”. “Todas as religiões utilizam as árvores como símbolos, e elas são um elemento essencial da história do Gênese.

As primeiras árvores de Natal decoradas que conhecemos são da Alemanha do século XVI, na época da Reforma. O próprio Martinho Lutero incentivou esse costume”, prossegue o professor de Oxford. De novo, uma tradição relacionada com o protestantismo – a árvore de Natal evita as representações de figuras sagradas – cruza o Atlântico e volta transformada em símbolo universal. Na Espanha, convive pacificamente com a representação máxima de nosso Natal: os presépios.

Quando começamos a montar presépios?

O primeiro presépio aparece numa lenda: na noite de 24 de dezembro de 1223, São Francisco de Assis organiza um presépio vivo numa gruta da cidade italiana de Greccio, e a figura do menino acaba se transformando no verdadeiro Jesus. Esse milagre foi plasmado por Giotto no final do século XIII num dos afrescos mais famosos da história da arte, que pode ser visto na Basílica de São Francisco de Assis.

Para o relato da história dos presépios, recorremos à erudição de Antonio Basanta, vice-presidente e patrono da Fundação Sánchez Ruipérez, mas, sobretudo, dono, com sua esposa, Teresa Martín, de uma das maiores coleções do mundo, sendo que parte dela pode ser vista atualmente na casa do Leitor do Matadero Madrid. A coleção Basanta-Martín é formada por 25.000 peças e 4.000 conjuntos de presépios, todos realizados por artesãos em atividade.

“É um fenômeno universal, indissociável da cultura espanhola”, diz Basanta, que acaba de publicar o ensaio Leer Contra La Nada (ler contra o nada). “Para organizar seu presépio, São Francisco tem que pedir uma autorização papal, porque Roma havia proibido essas cenas no século XIII, já que elementos pagãos eram introduzidos através dos pastores. Isso quer dizer que é um fenômeno que já existia antes.”

O presépio mais antigo da Espanha está na Igreja de La Sang de Palma de Mallorca, datado de 1480, obra dos irmãos Alamanno. De Múrcia até Nápoles, passando por Barcelona e pela Plaza Mayor de Madri, os presépios ocupam um espaço enorme em nosso imaginário coletivo. Nas ruas da cidade histórica de Nápoles, podemos comprar figuras de Berlusconi e Maradona, santificadas, em certa medida, através de sua conversão em barro, e nos mercados da Catalunha os famosos caganer – que, como explica Basanta, provêm da Idade Média e simbolizam a fertilização da terra – se encarnam nos personagens da temporada.

Este ano, inevitavelmente, foram vendidos todos os modelos de Puigdemont e Josep Lluís Trapero. De novo, o celestial e o terrenal se fundem em festas que resumem uma parte importante do longo e inesgotável caminho da relação humana com o divino.

Fonte (citado parcialmente): https://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-origem-do-natal-uma-luta-entre-elementos-religiosos-e-pagaos/

A fumaça de Avalon

Panic on the streets of London

Panic on the streets of Birmingham

I wonder to myself

Could life ever be sane again?


-Panic, The Smiths.


Na última sexta-feira, 2, advogados bolsonaristas de Cascavel, no Paraná, resolveram celebrar o Dia dos Criminalistas em grande estilo nazista.


Num ato em frente à subseção da OAB eles promoveram uma queima de livros.


(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/advogados-bolsonaristas-do-parana-queimam-livros-e-repetem-nazistas-na-alemanha/amp/)


Depois de terminar o livro "As Brumas de Avalon", (eu li a versão da Editora Planeta) nós podemos discutir muitas coisas:


Esse pode ser considerado um livro clássico?


Um livro clássico é um livro considerado exemplar, ou seja, uma obra a servir de inspiração para outras futuras obras literárias. Ao mesmo tempo em que ela reflete os valores de seu tempo, ultrapassa a época em que foi escrita; e por isso, é sempre atual em sua universalidade.


(https://www.taglivros.com/blog/o-que-faz-um-livro-virar-classico/#:~:text=Um%20livro%20cl%C3%A1ssico%20%C3%A9%20um,sempre%20atual%20em%20sua%20universalidade.)


Considerando que esse livro é baseado no ciclo arturiano e é uma mescla de releituras modernas e românticas das mitologias celtas e medievais, essa obra não é um clássico, é um desserviço ao Paganismo Moderno e às religiões pertinentes a esse grupo. Em vários trechos a autora mistura conceitos tirados da Teosofia e da autora Dion Fortune.


O problema é que muitos de nós começaram a se interessar pelas religiões antigas por obras literárias que foram posteriormente condenadas juntamente com seus autores. E isso nos torna iguais aos conservadores e fundamentalistas cristãos. Recentemente teve a polêmica de proibir a venda do livro "Minha Luta". Eu não consigo imaginar como seria a minha profissão como escritor sem ter lido as obras do Marquês de Sade. O que nos leva ao necessário filtro contra as chamadas fake news. Mas isso é outro assunto. Vamos focar na resenha.


Consultando o Oráculo Virtual (Google), eu encontro diversos artigos criticando a obra e citando um trecho como "evidência" da parafilia da autora. O que também é um problema, pois nós lutamos arduamente pelos direitos da comunidade LGBT, condenar uma escritora ou sua obra por uma interpretação subjetiva sobre sua preferência/orientação sexual seria contraditório.


O trecho citado é (na versão da Editora Planeta) tirado do capítulo 15 e retrata Morgana sendo preparada para o ritual de Beltane. Como sacerdotisa de Avalon, Morgana foi treinada e preparada. Ela sabia o que estava para acontecer e tinha consentido, na verdade, ela ansiava por esse momento. Então sonhos e memórias se misturam no momento crucial do ritual, onde Morgana, tendo incorporado a Deusa, se deita e consuma o casamento sagrado (Hiero Gamos) com aquele que foi escolhido para ser a incorporação do Deus. O que talvez seja chocante e escandaloso para os leitores contemporâneos é a revelação de que o escolhido era Arthur, o meio irmão de Morgana.

O que é um problema, pois os mitos antigos são repletos de casamentos incestuosos. O pior é ler celebridades do Paganismo Moderno negando a intenção sexual dos ritos ancestrais.


Nem parece que tivemos os trabalhos de Sigmund Freud e Alfred Kinsey. Pior, teve um ENEM (2020) que foi levantada uma polêmica por causa que foi citada Simone de Beauvoir. Gente da estirpe do MBL que censurou o Queer Museu (conservadores, direitistas, reacionários, cristãos fundamentalistas) só acusava ela e a  bancada examinadora de pedofilia. Essa é a palavra da paranoia e neurose da moda, fazendo inúmeras vítimas, da mesma forma como aconteceu na Idade Média, na Inquisição, com a Caça às Bruxas. A palavra certa seria efebofilia, como Laércio do BBB havia dito.


Simone fez parte de um manifesto que aconteceu em 1977 e 1979 na França para abolir a lei sobre a idade de consentimento, por causa da prisão de três cidadãos acusados de atentados ao pudor sem violência sobre menores de menos de 15 anos, sendo que na França da época os adolescentes são plenamente responsáveis de seus atos a partir dos 13 anos. Até hoje não existe um consenso mundial sobre a idade de consentimento.


Depois de 1990, com os escândalos de abuso sexuais contra menores cometidos por padres (e pastores) o Mundo Contemporâneo tem uma Cruzada para chamar de sua. Inúmeras leis foram criadas, mas na falta de definições do que pode ser considerado "pornografia", a revista Vogue teve que recolher uma edição e a marca Balenciaga teve que suspender uma campanha.


Mas voltando para a resenha. O livro ganhou popularidade, o que não significa que tenha qualidade. Os livros do Paulo Coelho estão aí para provar. O livro é uma versão moderna, carregada com uma visão idealizada e romântica da mitologia celta e medieval. Aqui vale a máxima que eu digo a respeito de versões: procure e prefira o original.

Retrospectiva 2022 segundo os mitos

Ao olhar as sugestões e notícias oferecidas pelo Oráculo Virtual (Google) veio uma matéria com um título curioso:

"30 mitos gregos mais qualificados 2022"

Eu pensei que fosse uma matéria falando do ano de 2022 segundo os mitos antigos, mas era recomendações de livros com os mitos gregos como tema.

Eu fiquei decepcionado, mas a ideia é boa e aproveitável. O que Hesíodo e Homero escreveram sobre o ano de 2022? O que os Deuses Antigos diriam sobre o mundo e sobre o Brasil?

Considerando que nós passamos por um ano eleitoral e os efeitos disso (a rebordosa/ressaca/"terceiro turno") ainda promete nos atormentar, como seria a retrospectiva de 2022 segundo os mitos antigos?

Sísifo cabe muito bem para o brasileiro, acostumado (infelizmente) às condições precárias de trabalho e do resguardo do seu direito trabalhista.

Pelo clima pré e pós eleitoral, as Erínias/Fúrias retratariam bem os apoiadores do Bolsonaro.

Os quatro anos desse (des) governo cabem perfeitamente nas tragédias Rei Lear, Ricardo III, Júlio César e Macbeth.

O dileto e eventual leitor pode protestar dizendo que são obras de Shakespeare, não mitos antigos. Ora, meu inocente leitor, todas as obras do Bardo são repletas de referências conectadas aos mitos antigos.

Quem tem olhos, veja; quem tem ouvidos, ouça.

Os sábios que leram (e sabem) deram uma risadinha discreta. 😏

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Ascensão e queda

Os Ingleses tiveram Henrique VIII, os Franceses tiveram Luís XIV.
A história da nobreza européia é repleta de segredos e escândalos. Eu escrevi aqui em algum lugar sobre o Caso dos Venenos.
Das envolvidas, apenas La Voisin foi condenada e morta. Durante o processo que a condenou, surgiu uma denúncia grave: ela tinha, com a ajuda do padre Étienne Gibourg, executado uma "missa negra" com a participação de Madame Montespan.
Isso causou muito embaraço ao poderoso rei Luís XIV, pois foi citada no processo a sua amante favorita.
Quem é essa cortesã que foi tão influente e poderosa? Citando sua biografia no Aventuras na História:

Madame de Montespam nasceu em 06 de outubro de 1640, em Lussac-les-Châteaux, na França. Seus pais Gabriel Rochechouart de Mortemart e Diane de Grandseigne vinham de uma das famílias mais nobres francesas.

Garantindo sempre uma vida de luxo e conforto, aos 12 anos foi enviada para o convento de Santa Maria para receber uma educação apropriada para sua posição social. Só deixou o internato após 13 anos, para realizar o sonho da maioria das mulheres que frequentavam a corte: ser dama de companhia.

Acabou indo trabalhar para Henrietta da Inglaterra, esposa do irmão de Luís XIV. Françoise logo ficou conhecida como uma das mulheres mais lindas da corte. Participava sempre de bailes e jantares cedidos pela coroa, se destacando por seu carisma e encanto.

Em 1663 casou-se com Luis Henrique de Pardaillan, o Marquês de Montespan, de quem teve dois filhos. Em 1667, o Rei Luís XIV se apaixonou pela mulher e a tornou sua amante. Por mais que quisessem manter o relacionamento escondido, todos acabaram descobrindo e seu marido provocou um enorme escândalo e acabou sendo exilado do castelo.

Contudo, ser uma mulher na corte era uma tarefa extremamente complicada, muito pelo fato das figuras femininas poderosas eram sempre consideradas amantes do rei. Assim, ela sofreu com humilhações, um exemplo que pode ser citado é o fato de na hora da missa, os padres se recusavam a lhe dar a comunhão.

(...)

Ainda que detivesse o posto de amante oficial do soberano, o grande líder acabou se apaixonando por Françoise d’Aubigné, até então Marquesa de Maintenon, que tinha sido escolhida pela própria Montespan para cuidar de seus filhos. A relação do rei com a antiga amada já estava em seu fim, que contribuiu para que o próprio se apaixonasse por outra, para o descontentamento da mulher.

Além de trocada, foi acusada de envolvimento com feitiçaria, foi considerada suspeita pelo envenenamento de Marie Angélique de Scorailles, em 1681. Marie, no período era a nova favortia do imperador, deu a luz à um natimorto e morreu devido a complicações no parto.

Com a imagem desgastada, Françoise passou a ser considerada uma perigosa bruxa, e a possibilidade de envenenamento de uma jovem só acabou mais ainda com sua reputação no meio da realeza.

Luís XVI com medo de seu nome ser envolvido nesse alvoroço, ordenou que todas as acusações contra ela fossem arquivadas e seu nome não fosse mencionado novamente em nenhum documento.

A antiga dama de companhia passou seus últimos dias reclusa em no mosteiro de Saint-Joseph, em Paris e acabou falecendo por causas naturais em 1707.

Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/reportagem/madame-de-montespam-de-queridinha-da-corte-de-luis-xiv-a-bruxa.phtml

Como conhecedor de história, antropologia, religiões antigas e bruxaria, eu considero inadequado a forma como dizem ser a origem das missas negras.
No século XVI nós podemos ver exemplos de paródias de missas. Existe o registro histórico da Festa do Asno no século XI e da Festa dos Tolos no século XII. No histórico das Cruzadas, os Templários eram acusados de realizar rituais "satânicos". Outros grupos, os considerados "heréticos", eram igualmente acusados de subverter a missa cristã, quando não eram acusados de realizarem rituais sacrílegos, um padrão que foi usado posteriormente para perseguir, prender, torturar e matar pessoas pela acusação de bruxaria. Assim, as assembléias das bruxas (aquelarre/sabá) foi equiparado (e confundido) como sendo uma "missa negra".

Entre os séculos XVI e XIX, missas negras eram realizadas como uma forma de protesto (por nobres e padres) contra a Igreja. Com tanta procura por esses deboches ritualísticos, muitas pessoas (vigaristas, farsantes, estelionatários) trataram de contentar o cliente. Isso aconteceu no início do Espiritismo e acontece atualmente na popularização do esoterismo.

Madame Montespan foi poupada. Mas não foi o caso do polêmico Gilles de Rais. Joana D'arc, sua companheira de armas, foi transformada de herege em santa. Mas ele continua sendo o (criminoso) Barão Azul do Ocultismo.

Nem Freud explica

O próximo governador, Tarcísio, nem assumiu e já começou a dar demostrações de que vai seguir a cartilha de Bolsonaro.

Ele extinguiu a Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência e nomeou Sonaira Fernandes para a Secretaria da Mulher.

Tarcísio terá uma versão da Damares, quando está foi ministra no governo Bolsonaro. Eu sei que ele foi eleito porque pegou carona na campanha de Bolsonaro. Dizem que Santa Catarina é um antro de Bolsonaro e do Nazismo. Não existe coincidência. Mas São Paulo tem suas células fascistas.

Sonaria Fernandes e Sérgio Camargo têm algo em comum, é uma doença mental conhecida como alienação.

Sérgio é negro, mas nega a existência do racismo, rejeita a luta étnica necessária pelos direitos civis e chama de vitimismo a postura dos afrodescendentes (como Fernando Holiday).

Sonaria é mulher e negra, mas confirma muitos dos estereótipos dos reacionários, conservadores e cristãos fundamentalistas. Ela se empenha na sua "missão sagrada" de combater o Feminismo.
Sem as conquistas desse movimento, ela não poderia trabalhar, votar, ter cargo eletivo ou dirigir. Quando eu era jovem (década de 70) era muito comum notícias falando de "crime de honra" que agora leva o nome certo: feminicídio.

Nem Freud explicaria essa doença mental. A direita parece carecer de cérebro, educação e raciocínio. Ela simplesmente regurgita frases e citações de pensadores. Os filósofos celebridades também o fazem, embora com mais propriedade. Para colocar o dedo na ferida, eu reforço: aquilo que um pensador diz não é uma verdade nem um fato, mas a opinião do mesmo.

No esforço de parecer culta ou intelectual, ela pública uma frase no Twitter:

"A Família não é apenas uma instituição, mas um alicerce, o alicerce de quase todas as instituições."
- G. K. Chesterton

Não se dá conta de que a família teve (e tem) diversas configurações, conforme a época, a cultura e a etnia. O modelo de família dela excluiria a Sagrada Família.

São Paulo que aguente.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

A última bruxa de Boston

Autor: Júlio Cézar de Araújo.

Em 1650, cerca de 50 mil nativos irlandeses foram escravizados pelo ditador inglês Oliver Cromwell durante a ocupação da Irlanda na Guerra dos Três Reinos. Entre essa parcela do povo que foi enviada para uma plantação de açúcar na ilha de Barbados, estavam presos Ann Glover, o marido e a filha do casal, que foram vendidos para empregadores particulares e submetidos a um regime de servidão por contrato.

Ann poderia ser só mais uma estatística na história em meio a tantas outras, e a sua vida poderia ter ganhado um destino diferente, mas a tragédia de sua jornada se destacou.

Tudo o que há documentado a respeito da existência de Ann Glover ainda permanece apoiado em mistérios e em algumas incógnitas. A começar pela sua data de nascimento, depois pela sua árvore genealógica e até mesmo o próprio nome, uma vez que os servos eram obrigados a aceitar o nome de seus donos quando eram “contratados”. A única coisa que se pode afirmar é que ela era uma mulher genuinamente irlandesa e católica, e isso já era o suficiente para que fosse punida naquela época simplesmente por existir.

Em 1680, Ann conseguiu ser a primeira pessoa a ser dispensada das “colheitas de morte” na ilha de Barbados, sendo transportada para Boston com sua filha, Mary, para trabalhar como empregada na casa da família de John Goodwin. Enquanto isso, seu marido ficou para trás e foi executado por se recusar a renunciar à sua fé e à sua crença no catolicismo. Em alguns lugares, existem registros de que, antes de morrer, o homem confessou que sua mulher era de fato uma bruxa, mas isso, a princípio, não foi ouvido por muitas pessoas e tampouco se tornou um motivo para a sentença futura de Glover.

Ann Glover não teve nenhum dia de descanso a partir do momento em que colocou os pés na casa dos Goodwins. Ela cuidava de absolutamente tudo, alimentava-se muito pouco – normalmente de restos e cascas de frutas – e dormia menos que o mínimo aceitável por dia. A mulher ainda conseguiu sobreviver por alguns anos sem ceder à rotina servil imparável, apesar das condições deploráveis às quais era submetida. Porém, no verão de 1688, acabou sendo vítima de uma doença que não foi diagnosticada, tampouco tratada por algum médico na época.

Martha Goodwin, com apenas 13 anos de idade, a mais velha dos 5 filhos de John Goodwin, acusou a filha de Ann de ter roubado suas roupas, o que causou uma discussão ferrenha entre a mulher e a menina. Depois disso, não demorou muito para que 4 das 5 crianças, incluindo Martha, começassem a adoecer e a demonstrar sintomas esquisitos que se refletiam na maneira delas de agir.

As crianças passaram a latir umas para as outras em vez de se comunicarem pela fala. Quando choravam, emitiam ronronados no lugar do “clássico” berreiro infantil. Quando se comunicavam normalmente, reclamavam que estavam em chamas, suando e arquejando o corpo o tempo inteiro, implorando para que alguém fizesse algo para aliviar o calor.

O médico chamado pela família atestou que a causa do comportamento atípico era devido a algum feitiço lançado por uma bruxa, uma vez que o profissional não foi capaz de determinar nenhum sinal de doença. Ainda que não precisasse de mais nenhum aval, Goodwin resolveu levar o caso ao ministro puritano Cotton Mather. Este concluiu que a Colônia de Massachusetts havia sido abandonada por Deus e que Satanás havia se apossado dos filhos de John para instaurar seu fruto do mal.

De acordo com Mather, Ann Glover era uma mulher irlandesa pobre, católica e obcecada por idolatria. Isso era o suficiente para embasar a sua conclusão de que ela era uma bruxa – o que, para ele, não se opunha, de forma alguma, ao fato de ela ser católica. Na verdade, muito pelo contrário.

Só a opinião dele já foi a confirmação de que eles precisavam para encarcerar a mulher. E foi exatamente o que aconteceu. Em adição aos seus crimes e à culpabilidade em todo o processo, estava a descoberta de que Ann possuía uma coleção de estátuas parecidas com bonecos, para os quais ela admitiu orar, pois eram uma forma grosseira de representação dos santos nos quais ela acreditava. O ministro puritano, no entanto, viu essa adoração como um “namoro” com Satanás, com quem ela supostamente se encontrava diariamente em conluios, para se relacionar e tramar seus feitos.

Ann Glover foi examinada por seis médicos. Cinco deles afirmaram que ela estava em perfeito estado de consciência, descartando qualquer possibilidade de ela ser louca, o que seria um obstáculo para condená-la à morte. Em mais um teste realizado pelo Tribunal da Inquisição, aos olhos de Cotton Mather, a mulher fracassou novamente, pois apertou um laço ao redor de seu pescoço quando pediram a ela que recitasse alguma oração em inglês e ela foi incapaz, por conta de seu mínimo conhecimento da língua.

Dessa forma, ela só conseguiu recitá-la em seu próprio idioma, mas isso não foi considerado por eles – na verdade esse feito foi usado como um pretexto para incriminá-la ainda mais, porque, segundo o tribunal, ela falava na “língua das cobras”, embora o ministro Mather conhecesse seu idioma. Isso acabou sendo visto como mais uma confirmação de sua culpa.

Então, no dia 16 de novembro de 1688, Ann Glover foi declarada culpada por seus “crimes” contra a família Goodwin e, por isso, foi condenada à morte, sendo considerada pobre, católica e bruxa. O evento ocorreu em praça pública, onde as pessoas a vaiaram e atiraram tanto pedras como alimentos podres em direção ao cadafalso no qual a mulher foi colocada; em seguida, ela foi enforcada como “a última bruxa de Boston”.

No entanto, apesar do título, a derradeira história do julgamento absurdo da irlandesa foi responsável por dar início a novas condenações e execuções. O caso de bruxaria dela foi documentado no livro de Cotton Mather, que seria extremamente relevante aos obscuros eventos que aconteceriam em 1692, em Salem, influenciando-os durante esse período.

Em 1988, 300 anos depois, o Conselho da Cidade de Boston declarou que o dia 16 de novembro ficaria marcado como o “Dia da Boa Glover”, em referência à Ann. Um memorial foi erguido em homenagem ao nome dela – também como forma de condenar a injustiça causada a ela.

Glover ficou marcada como a primeira mártir católica e a única vítima da histeria coletiva de bruxaria, que recebeu esse título na Colônia da Baía de Massachusetts por ter resistido a todos os preconceitos anticatólicos que sofreu.

Em 1680, Ann conseguiu ser a primeira pessoa a ser dispensada das “colheitas de morte” na ilha de Barbados, sendo transportada para Boston com sua filha, Mary, para trabalhar como empregada na casa da família de John Goodwin. Enquanto isso, seu marido ficou para trás e foi executado por se recusar a renunciar à sua fé e à sua crença no catolicismo. Em alguns lugares, existem registros de que, antes de morrer, o homem confessou que sua mulher era de fato uma bruxa, mas isso, a princípio, não foi ouvido por muitas pessoas e tampouco se tornou um motivo para a sentença futura de Glover.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/misterios/113325-ann-glover-a-ultima-bruxa-de-boston.htm

A motivação dos golpistas

Autor: Moisés Mendes.

Grandes empresários que prometeram a Bolsonaro uma luta heróica e incessante pelo golpe já abandonaram o líder.

Poucos continuam promovendo nas redes sociais os acampamentos na frente dos quartéis.  

São os que ainda têm coragem para expressar gratidão e fidelidade incondicional a Bolsonaro. O resto todo se evaporou, se dispersou e começou a silenciar em dezembro.

Os homens do dinheiro poderiam inspirar os patriotas até o limite, mas mandaram dizer a alguns jornalistas que estariam cansados de guerra, até mesmo no zap. 

Uma guerra em que eles não aparecem presencialmente, mas financiam e empurram manés em transe para a linha de frente.

O cansaço pode ser muito mais o temor com as consequências do que não deu certo e dificilmente dará. 

Um golpe fracassado não sairá de graça para quem vive de preservar interesses. O silêncio é a exaustão misturada à covardia.

Há refluxo num movimento que nunca se revelou forte o suficiente para conseguir o que a extrema direita queria.

Os bloqueios nas estradas desapareceram, e tem mais gente voltando do que indo em direção aos acampados.

Bolsonaro fica no meio do caminho, mais atrapalhando do que orientando condutas, e os últimos a levarem o blefe a sério não sabem com quem contar.

É possível que a clausura de Bolsonaro tenha sido motivada pela dúvida. Em algum momento ele percebeu que não poderia contar com empresários que tiveram proteção do governo e políticos que construíram seus planos comendo na sua mão.

Mas o derrotado irá cobrar essa conta. Cobrará dos que se beneficiaram das suas ações ou omissões, em muitas frentes, e dos que chegam a governos, ao Congresso e a Assembleias com mandatos que só existirão porque ele existe.

Saberemos, quando tapetes imundos forem erguidos pelo governo Lula, o que parte desse contingente de apoio a Bolsonaro ganhou para ser tão radical e ‘ideologicamente’ fiel ao tenente que mandava em generais.

Que favores Bolsonaro dispensou a alguns apoiadores que vieram até aqui gritando o jogral do golpe e que só agora decidiram parar.

Que concessões criminosas foram feitas a grileiros, garimpeiros, contrabandistas de madeira e bandidos da floresta nos quatro anos de bolsonarismo? E não são apenas bandidos de chinelo de dedo.

Que ‘ideologia’ mobilizou empresários de peso na direção da aventura do golpe, quando uma ruptura sempre foi considerada improvável? O que fez esse gesto temerário valer a pena?

Um dia descobriremos que motivações mais específicas levaram patriotas de grife a se transformar em alvos de Alexandre de Moraes, que terá de enquadrar alguns deles, para que não pegue só a manezada.

Enquanto isso, Bolsonaro vai cobrando a conta, que pode ser paga de várias formas. Os devedores sabem bem como funciona esse PIX de transferência de suporte político e afetivo.

Bolsonaro vai precisar de trincheiras e de carinho. Sem mandato, sem orçamento secreto, sem o centrão, sem militares e sem bajuladores oportunistas, o sujeito passa a ser uma incógnita à espera de um futuro.

E o que ele será depende muito dos que tiveram a sua proteção, alguns dos quais envolvidos em investigações e até hoje impunes. Bolsonaro vai precisar de quem precisou dele para negócios diversos.

Empresários poderosos, com fama nacional, não poderão abandoná-lo quando estiver ao relento da proteção do PL, num condomínio de luxo de Brasília onde grupos de moradores já anunciaram que irão rejeitá-lo.

O entra-e-sai no condomínio Ville de Montagne, no Jardim Botânico, vai dizer se o suporte a Bolsonaro será presencial, efetivo e concreto, ou apenas gasoso e remoto. 

Ainda nesse verão, o enclausurado saberá com quem pode contar para não virar um Eduardo Cunha.

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/bolsonaro-testa-a-gratidao-dos-que-tem-dividas-impagaveis