Direto do país da contradição, Vaticano:
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Bento XVI pediu, no domingo, que os países islâmicos do Oriente Médio garantam a liberdade de culto para não muçulmanos e disse que a paz na região é o melhor remédio para um preocupante êxodo de cristãos.
Ou seja, ele pede por "liberdade religiosa" aos Cristãos, em países muçulmanos. Ele não pede [nem vai dar] essa "liberdade religiosa" aos muçulmanos [ou não-cristãos], nos países cristãos.
Ele fez o apelo em uma missa solene na Basílica de São Pedro, que encerrou uma conferência de bispos do Oriente Médio, cujo documento final criticou Israel e conclamou o Estado judeu a dar um fim a sua ocupação dos territórios palestinos.
Ocupação esta que começou graças à "gentileza" dos países europeus [cristãos] aos Judeus sobreviventes da 2ª Guerra Mundial - Os países não queriam os Judeus em seu território então os "devolveram" à sua "terra natal", que, na época, era colônia inglesa.
Em seu sermão no final da cerimônia, o papa disse que a liberdade religiosa era "um dos direitos humanos fundamentais que todos os Estados deveriam respeitar."
Todos os Estados, menos o Vaticano.
Ele disse que, mesmo que alguns Estados no Oriente Médio permitam liberdade de crença, "o espaço dado à liberdade da prática religiosa é frequentemente muito limitado".
Que o digam os muçulmanos e os não-cristãos, em Estados no Ocidente Cristão.
Pelo menos 3,5 milhões de cristãos de todas as denominações moram na região do Golfo Arábico, a terra natal do islã, que abriga as sociedades árabes muçulmanas mais conservadoras do mundo.
Tem um lugar nos EUA chamado [pejorativamente para mim] de Bible Belt [Cinturão da Bíblia], onde o fundamentalismo bíblico é cultivado por diversos grupos evangélicos, mas evidente o "conservadorismo" só é visto e criticado nas sociedades muçulmanas.
O papa disse que todos os cidadãos de países do Oriente Médio se beneficiariam de uma maior liberdade religiosa e deu seu apoio a um apelo dos participantes do sínodo para que muçulmanos e cristãos iniciem um diálogo "urgente e útil" na difícil questão.
Todos os cidadãos de países da Europa e das Américas se beneficiariam e agradeceriam se tivessem essa liberdade religiosa.
Fonte: O Globo
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