Poderia dizer-me então por que o Estado, agora existente graças aos cidadãos, cria leis e instruem suas tropas para reprimir, prender e até matar a razão primeira da existência da Lei, do Estado e das tropas, os cidadãos?
Em nome dos princípios da Pátria. Por uma divisória e uma institucionalização do assassinato, eis a real verdade dessa ação, contra os próprios cidadãos, à revelia desses, contrariando muitas vezes a própria Lei que pretende defender.
E o que os cidadãos, desarmados e suspeitos, ilegais, podem agora fazer contra o monstro do Estado? Não ria de mim então se te falo que não existe Estado, já que este negou seu senhor. Não existe Lei, já que seu real legislador teve seus direitos cassados. Não existe razão, por mais argumentos que se faça, da formação dos destacamentos de segurança, sejam internos ou externos, pois um supõe o outro, já que em breve cuidarão estes mesmos que já não haja perigo contra a Pátria, pois todo suspeito morrerá ou será banido, sobrando apenas os eleitos, que se fizeram de poderosos e acabarão aos poucos os cidadãos, os que lhes dão e lhes justifica o poder que tem.
Fariam muito melhor se soubessem o quanto se permitem danar por esses mesquinhos a quem deram poderes, aceitando tais abusos, porque lhes escapam a percepção desse fato.
São muito raros os que como nós que, já tendo visto o fato, negam o fenômeno. E aqui estamos, infringindo a Lei, para executar outra tal que não tem existência física nem medida,basta estarmos juntos, é o instinto da Natureza a quem nos entregamos os nossos desejos, sem pudor ou remorso.
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