sábado, 31 de outubro de 2015

O Dia de Todos os Santos

O Brasil comemora em novembro o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados e isto nos inclui.
Nós estamos nesse mundo, criaturas mortais geradas, nós somos santos e pecadores, nós somos seres vivos e mortos.
Nesse mundo de Maya, nós nos enredamos nesse sonho que chamamos de vida, de realidade, acreditamos nisso e vamos tocando a vida, permitindo que nossa fantasia silencie para o fato de que morremos pouco a pouco, cada vez que exalamos nossa respiração. Até que o corpo, como uma vela, se consome.
Para os descrentes, não há nada além, mas isto que faz com que cada um de nós ser uma pessoa não está limitado a este corpo físico.
Esta é uma verdade que a humanidade sabe desde seus primórdios.
Na aurora da história humana, nossos ancestrais começaram a desenvolver ritos e cerimônias fúnebres, para homenagear os mortos.
Os primeiros indicio vem do neolítico, período onde corpos foram encontrados em posição fetal, adornado com enfeites e cercados de objetos de uso diário.
Conforme a humanidade se desenvolveu, formando cidades, reinos e impérios, os ritos e cerimônias fúnebres também se desenvolveram. Chefes e reis eram enterrados em montes, câmaras mortuárias, mausoléus. Os antigos egípcios chegaram ao ponto da sofisticação ao elaborar as pirâmides e o processo de mumificação.
Mesmo nesse mundo contemporâneo, pós-moderno e niilista, em todo mundo, em todos os países, povos e culturas, existem festas populares para celebrar os mortos.
Nos países de origem anglo-saxônica, o Dia de Todos os Santos é chamado de Halloween, uma festa popular que tem origem na celebração do Sanhaim. O Halloween transformou-se em uma festa internacional pela influencia da cultura inglesa, que ainda resguarda muito de seu folclore e cultura pagã, ainda que de forma assimilada e sincretizada pelo Cristianismo.
Ainda que o Brasil tenha raízes portuguesas e latinas, nossa cultura tem muito dessa herança cultural pagã e européia. Então causa-me espanto ver brasileiros quererem instituir o dia 31 de novembro como o Dia de Saci, porque vê com seu nacionalismo e patriotismo piegas a celebração do Halloween como colonialismo.
O saci é parte da cultura aborígene brasileira, não de nossa cultura. O Halloween/Sanhaim não é apenas a celebração do outono, mas é também uma celebração para os mortos.
O brasileiro é uma soma de diversas culturas, não há vergonha ou inconveniência alguma em celebrar o Halloween/Sanhaim, pois faz parte de nossa herança européia.
O saci, que pertence à herança cultural aborígene brasileira, não tem uma data, um rito ou celebração. Nós deveríamos conhecer melhor esta cultura, se realmente queremos fazer alguma justiça a esta herança. O brasileiro deve buscar e conhecer suas origens, a cultura de seus ancestrais e valorizar o folclore e a crença que fazem parte dessa herança.
Feliz Halloween! Feliz Sanhaim! Feliz Dia de Todos os Santos! Feliz Dia de Finados!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Mulher terá condenação revisada

Um conselho da cidade de Brentonico, no norte da Itália, vai submeter Maria Bertolleti Toldin a um segundo julgamento para limpar seu nome na história. Ela foi decapitada e queimada há 300 anos sob a acusação de ser bruxa.


Presa em 1715, Maria, então com 60 anos e casada pela segunda vez, foi condenada por matar crianças e de ter cozinhado uma delas, de 5 anos, em um caldeirão com queijo. Além disso, foi acusada de tornar o solo infértil e de ser herege.

Com base nas leis que estavam em vigor naquela época, ela vai ser julgada de novo por um juiz e tribunal de júri verdadeiros. 

As condenações de “bruxas” tinham como base superstições de cunho religioso. Mas agora a defesa de Maria será feita pelo padre Quinto Canali. Ele se tornou um estudioso do caso após assistir a uma peça que considerava Maria culpada.

Canali disse que Maria, a exemplo de outras mulheres na época, foi acusada de ser bruxa por alguém que tinha interesse em ficar com sua herança ou por causa de desavença com uma pessoa, provavelmente de sua família.

Christian Perenzoni, prefeita de Brentonico, é favorável ao novo julgamento. Mas ela disse que há pessoas que são contra porque entendem que não deveria se dar tanta atenção a algo que ocorreu a tanto tempo.

O historiador Carlo Andrea Postinger disse que o novo julgamento tem valor símbolo porque vai ocorrer em um momento em que as mulheres ainda sofrem discriminações.

Ele informou que entre os séculos 15 e 17, cerca de 60.000 pessoas foram condenadas por bruxaria — mulheres, na maioria. 

As pessoas suspeitas eram torturadas, às vezes por dias, até confessar seus "crimes". A maioria delas tinha de deletar outras “bruxas” . Maria Bertoletti resistiu e não mencionou nenhum nome.

Fonte: Paulopes

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Cerimônia do Fogo Sagrado

Poucas pessoas compreendiam o que se passava nesta quinta-feira  (22) na Praça dos Girassóis, no centro de Palmas (TO), mas de uma coisa todas tinham certeza: aquele era um momento único, singular na história dos indígenas de vários países. Em que outra oportunidade as etnias Guna (Panamá), Txche (Nicarágua) e Manoki (Brasil) dividiriam o mesmo ritual? E quando pensaríamos ver os Maori, da Nova Zelândia e os Xavante, brasileiros, frente a frente?
A Cerimônia de Acendimento do Fogo Sagrado, que antecedeu a abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), misturou indígenas brasileiros, argentinos, bolivianos, neozelandeses, panamenhos e muitos outros em uma miscelânea de cores, cantos e danças. Hoje, o povo de Palmas e de várias partes do mundo pode ver a dimensão desse evento.
Várias etnias chegaram à praça para a cerimônia do Fogo Sagrado por volta das 17h20 e, antes do ritual começar, vários indígenas abriam rodas, cantavam e dançavam em apresentações completamente espontâneas e simultâneas. Filmando e fotografando, centenas de pessoas tentavam entender o que se passava e acompanhar tudo que acontecia.
“Eu acho perfeito trazer esse evento para cá. É um marco histórico para a cidade”, disse o servidor público Alex Tosta, 36. O piso da praça, inclusive, traz vários desenhos de tribos do estado. Segundo a organização dos jogos, a praça foi escolhida pelos deuses indígenas para o acendimento do Fogo Sagrado e, por isso, o local só foi divulgado horas antes de sua realização.
Pouco antes das 18h, o articulador dos JMPI, Marcos Terena, reuniu as várias tribos para o início do ritual sagrado, enquanto a população local se aglomerava para entender o que se passava. O fogo estava sendo preparado. Então, os Maori iniciaram um ritual tradicional. Fazendo caretas e empunhando lanças e outros objetos, os Maori abriam caminho entre a multidão e dominaram as atenções. Homens brancos e índios assistiam fascinados à performance neozelandesa.
“Tentamos mostrar nossa força interior arregalando os olhos e pondo a língua para fora. É para apresentar quem somos, quão forte amamos as pessoas e o quanto queremos doar aos outros. Somos muito espirituais. Então, antes que tudo aconteça, o caminho espiritual precisa ser limpo. Depois disso, nós sorrimos e falamos com as pessoas”, explicou o sorridente maori Thomas Strickland.
Então, os índios Xavantes, em frente aos Maori, começaram seu canto e uma cena improvável acontecia. Maoris encarando e Xavantes cantando, frente a frente, olho no olho. Após esse momento, uma roda se abriu para o acendimento do Fogo Sagrado. Ao modo tradicional, provocando faíscas no atrito entre um graveto e uma pedra, o fogo foi aceso, já no início da noite.
Com isso, uma verdadeira festa teve início, com várias tribos dançando ao redor do fogo, celebrando o momento. “O fogo, para todos os povos do mundo, é extremamente importante. É um conhecimento milenar em todos os povos. E ele é vida, é energia, tem uma energia espiritual e em torno dele se unem todos os povos”, disse a indígena Joana Munduruku, integrante do Comitê Intertribal.
O Fogo Sagrado foi retirado da praça e será levado à Arena Verde dos JMPI nesta sexta-feira, durante a abertura oficial do evento, marcada para as 17h30. Aos poucos, indígenas, moradores da cidade e turistas deixaram a praça, cientes de terem presenciado um acontecimento inédito e marcante em suas vidas.
Fonte: Agência Brasil.
Divulgação: Portal Brasil.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O poder sexual como ferramenta de libertação

Todos sabem que vivemos em um mundo doente, mas muito poucos conseguem identificar que a causa desta doença está na forma como as religiões monoteístas e o capitalismo ensinaram as pessoas a lidarem com o sexo e a sexualidade.
A energia sexual é a força mais poderosa que o ser humano possui e ela é a responsável por toda a vida existente no planeta. Aqueles que aprendem a utilizar esta energia são bem sucedidos, resolvidos consigo mesmo, por que aprenderam a lidar com o próprio poder pessoal. Diferente do que ensinam, o poder não corrompe, o que corrompe é exatamente a falta de poder, que leva as pessoas a criarem barreiras, mecanismo de autodefesa e muralhas sentimentais para esconder os traumas vividos na infância e na adolescência. Esta falta de empoderamento pessoal torna as pessoas vulneráveis e guiadas para seguirem o que consciências externas lhe ordenam, objetivando tornarem-nas funcionais aos interesses religiosos e econômicos.
As religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) consideram o sexo como uma depravação e, visando impor o patriarcado, reprimiram brutalmente a sexualidade feminina. O patriarcado tem um sentido histórico claro: a manutenção da propriedade privada dos meios de produção sob o controle masculino. Com isto, não apenas as mulheres foram proibidas de tomar contato com seu poder sexual, como o homem foi obrigado a reprimir qualquer vestígio de sua energia feminina.
Energias masculina e feminina não se resumem a sexualidade. Homens e mulheres possuem seus lados femininos e masculinos, mas ambos são obrigados por fatores culturais a serem masculinizados e se relacionarem de forma prática, objetiva e agressiva. Ou seja, de forma masculina.
Assim, da repressão sexual religiosa, desponta-se o outro extremo da alienação sexual, que é a pornografia e o sexo mecânico, vulgar, baseado unicamente no visual e no objetivo final da ejaculação. A pornografia encontra no funk sua reificação: o sexo é praticado de forma automática, como se fosse realizado na linha de produção de uma fábrica, no típico estilo de "Tempos Modernos". Ou seja, como tudo o que o capitalismo produz, o sexo é transformado em mercadoria na qual a mulher é simplesmente um objeto a ser perseguido para satisfazer os níveis mais básicos de prazer.
Há níveis muito mais elevados de se trabalhar de forma expansiva a energia sexual, que não se resumem ao roteiro hollywoodiano de sedução-conquista-penetração-gozo. A busca pelo orgasmo através do simples bombeamento do falo é um modelo perverso de limitação do poder pessoal e de mecanização sexual. O sexo poderoso e sublimador precisa de magia e encanto e para isto há muitas ferramentas como o olhar, a respiração, os toques em diferentes níveis e os distintos graus de contato, em busca dos pontos de liberação de energia. Mas para se alcançar este nível de maturidade, é preciso integrar, independentemente da orientação sexual, as polaridades masculina e feminina, tanto no homem quanto na mulher, rompendo padrões de preconceito social e historicamente impostos.
Quando se deixa a dicotomia repressão sexual x pornografia, redescobre-se o sexo como a fonte de energia para todas as tarefas práticas e objetivos de vida. As fantasias e desejos sexuais estão associadas a traumas e momentos de alegria vividos, pois elas são formas de se abstrair e sublimar experiências. Quando se pratica o sexo sadio, consciente e sagrado, tudo isto é compreendido e os obstáculos que prejudicaram a evolução pessoal passam a ser olhados com compaixão e amor, resultando na cura.
Deste modo, se integra a experiência dolorosa à história pessoal de forma respeitosa, compreendendo que o caminho do guerreiro é de vencer a si mesmo, antes de tudo. Por isto, hoje compreendo por que o Tantra é chamado de a suprema consciência.
A cura do planeta e de todos os seres humanos está no reconectar ao caráter sagrado do sexo como ferramenta de poder pessoal, autoconhecimento e evolução pessoal. Mas isto exige, acima de tudo, romper com as crenças arraigadas impostas pela religião e pelo sistema, que sempre objetivaram tornar os seres humanos cativos a seus projetos de poder. 
Libertem-se e deixem fluir o poder da vida!
Conheçam os mistérios milenares do Tantra.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A cura da humanidade passa pelo sexo e a sexualidade

A cura da humanidade passa pela cura do sexo e da sexualidade. A forma como as pessoas lidam com o sexo na atualidade não é apenas Freud quem explica, mas também as teorias de Karl Marx e Max Weber.
Como ensinou Marx, tudo no capitalismo torna-se uma mercadoria, inclusive o sexo. Assim, quanto mais ele é reprimido pela religião, mais ele somatiza-se como pornografia vulgar, resultando em visões distorcidas da realidade e de como as pessoas lidam com o próprio poder pessoal.

Weber mostrou que o mundo capitalista rompeu o encantamento, a visão mágica, e no seu lugar surgiu um mundo mecânico, lógico e racional. Aliás, é exatamente o que o funk faz: reproduz este padrão por uma música que não tem harmonia nem melodia, mas que se resume a um ritmo repetitivo, industrial, no qual os jovens que vão aos bailes simulam a colocação de um parafuso em várias porcas, como se estivessem numa linha de montagem de uma fábrica.

Sexo é a energia da vida, da liberdade, do autoconhecimento e o que as religiões patriarcais fizeram foi condená-lo por uma moral criada para controlar as pessoas. Controlando os desejos, as vontades e as projeções de poder, domina-se as massas. Em especial quando se reprime qualquer manifestação do sagrado feminino.

Ciente disto, o capitalismo o padronizou de forma falocêntrica, baseado na penetração mecânica de acordo com o script: beijo-penetração-ejaculação, eliminando a sedução, a beleza e o encamento, os toques, a descoberta dos pontos, etc. Mas nem tudo é perdido: resgatar a magia e o encantamento nos ensinamentos milenares do Tantra e do Paganismo são formas de reconciliar a espiritualidade com a animalidade humana.
A energia sexual quando bem usada é uma poderosa fonte de autoconhecimento e evolução espiritual. Mas não só isto: é a forma mais deliciosa de se experimentar e vivenciar o poder ;)

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A identidade da "padroeira do Brasil"

Hoje é comemorado no Brasil inteiro o "Dia de Nossa Senhora Aparecida", algo que por si cabe diversas questões sobre Estado Laico e feriados religiosos, mas hoje eu prefiro provocar com a história/lenda/mito que envolve a própria santa.
Vamos recorrer à enciclopédia virtual, o Wikipédia:
Segundo os relatos, a aparição da imagem ocorreu na segunda quinzena de outubro de 1717, quando Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, conde de Assumar e governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, durante uma viagem até Vila Rica.
O povo de Guaratinguetá decidiu fazer uma festa em homenagem à presença de Dom Pedro de Almeida e, apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba com a intenção de oferecerem peixes ao conde. Os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso rezaram para a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus. Após várias tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu. Eles já estavam a desistir da pescaria quando João Alves jogou sua rede novamente, em vez de peixes, apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem, que foi envolvida em um lenço. Após terem recuperado as duas partes da imagem, a figura da Virgem Aparecida teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la. A partir daquele momento, os três pescadores apanharam tantos peixes que se viram forçados a retornar ao porto, uma vez que o volume da pesca ameaçava afundar as embarcações.
A história não explica como ou por que a imagem foi jogada no rio, quebrada. Aqui eu entro com a minha interpretação.
Como sabemos, o Brasil foi colonizado por portugueses, que aqui impuseram a religião católica e trouxeram negros para servirem como escravos. Os negros trazidos ao Brasil mantiveram suas crenças de forma sincretizada, disfarçando seus Orixas em santos católicos. Muitas igrejas no Brasil [como a Igreja dos Negros em Salvador] possuem ritos e cerimônias que são formas sincréticas permitidas da mistura da crença católica com a crença afro-brasileira [Umbanda/Candomblé].
Mas isso nem sempre acontecia de forma amistosa. Muitos de nós ainda lembra do pastor evangélico que chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. O mesmo ainda acontece, com muito mais violência, em centros e terreiros de umbanda e candomblé. Na época colonial, essa violência deveria acontecer também, por parte dos senhores ou de seus capatazes, contra os cultos feitos por negros.
A imagem encontrada no rio era de Nossa Senhora, mas devia ser um Orixa disfarçado, tanto que a cor original da santa tinha uma cor mais "bronzeada" e atualmente é negra. Certamente foi feita por um artesão de origem afro-brasileira para um culto de negros. Certamente a imagem representava Oxum, mas foi encontrada por um "piedoso católico", que deve ter ficado horrorizado com essa santa cabocla, a quebrou e a jogou no rio.
O resto é história de pescador e padre. A santa demorou para ser reconhecida e canonizada pela Igreja que, mais tarde, diante do apelo e devoção popular, tornou oficial o dia 12 de outubro como "Dia da Padroeira do Brasil", exatamente no "Dia das Crianças", uma data que também tem vínculos com as propriedades do Orixa.
No Brasil a "liberdade religiosa" engatinha, nossos governantes ainda não observam o princípio do Estado Laico e nossa sociedade ainda sofre com a influência e prestígio da Igreja Católica. Como se isso não bastasse, grupos de cristãos fundamentalistas [católicos/protestantes] ainda cometem atos de violência e vandalismo contra as religiões afro-brasileiras e demais religiões minoritárias.
Há muito o que fazer para que nosso país seja um país de verdade, um país soberano, livre, independente, maduro. As mudanças estão acontecendo aos poucos, embora não da melhor forma. Neste dia da padroeira do Brasil, eu pleiteio a Oxum que olhe para este povo que lhe adotou, ainda que na forma de uma santa católica.
Nossa Senhora Aparecida, Oxum, Diana, Isis, Astarte, Ishtar, olhai por todos nós.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Os gêmeos na mitologia

Os Dióscoros são os gêmeos mais conhecidos da mitologia, suas características são parecidas com os Couretes, Cabiros e os Coribantes.
Nas religiões afro-brasileiras, os santos Cosme e Damião são bem parecidos com Castor e Pólux. Nós podemos citar também Rômulo e Remo, os míticos fundadores de Roma. Nós também podemos citar Qayn e Habel, se considerarmos suas origens politeístas hebraicas e os mitos da Tradição de Tubal Cain.
Os gêmeos aparecem nas mitologias de muitas culturas no mundo. Em algumas eles são vistos como perniciosos e em outras eles são vistos como auspiciosos. Os gêmeos são frequentemente mitificados como metades de um todo, compartilhando um vinculo mais profundo do que o parentesco. No entanto, eles não devem ser confundidos com o hermafrodita ou como resultado da divisão do divino andrógino. Os gêmeos podem representar o outro aspecto do “Eu”, como um duplo ou uma sombra. Os gêmeos encenam diversos papéis, alguns são complementares, outros são antagônicos.
Os mitos que falam dos gêmeos são tão diversos quanto as culturas humanas. Os gêmeos podem representar a natureza dualística do universo. Alguns gêmeos são fruto da união de um mortal com um Deus ou Deusa. Em alguns mitos, os gêmeos estão predestinados a cumprirem uma missão sagrada, ora em favor, ora contra seu divino progenitor. Quando os gêmeos são antagonistas, os mitos refletem esse padrão de forças morais conflitantes.
Os gêmeos possuem poderes especiais e um vínculo misterioso. Em alguns mitos, os gêmeos são companheiros de uma jornada que geralmente visa beneficiar a família, ou a comunidade que os criou, quando não visam o bem de toda a humanidade. Quando um dos gêmeos morre ou é sacrificado, este se torna um psicopompo para as almas dos seres humanos e o outro se torna um sacerdote, ressaltando a importância do culto aos mortos e aos ancestrais.
Os gêmeos têm algumas características em comum: eles são filhos do Deus do Céu, eles são irmãos da Dama do Sol, eles estão associados com cavalos, eles têm dupla paternidade, eles são salvadores no mar, eles têm natureza astral, eles são curandeiros mágicos, eles são guerreiros e providenciam ajuda divina na batalha, eles são divindades da fertilidade, eles estão associados com cisnes, eles são dançarinos divinos, eles estão próximos da humanidade, eles protegem os juramentos, eles são auxiliadores em partos e eles são fundadores de cidades.
Texto composto com a ajuda do Wikipédia.