De conversas com Bia.
Dioniso era filho de uma "virgem" [mulher não casada] e também foi sacrificado [pelas menades]. Dioniso ensinava aos homens e realizava milagres. Dioniso, como mestre do mistério e iniciador da humanidade em busca do divino, induzia ao torpor dos sentidos...através da anulação do "ego" [consciência] se resgatava a essência humana, divina. Cristo não diz para negar tudo, pegar a cruz e segui-lo? Negação do ego também. Mas pela disciplina do corpo. Pede-se uma ação consciente, não simplesmente seguir uma doutrina. Então precisamos de exemplos, de estrutura, de pessoas que passaram por isso e nos podem mostrar o caminho, mas nós que temos que trilhar.
Eu tenho um tipo de diário para anotar. O intuito é o de se aproximar do que é real, alcançar a "iluminação", para usar um termo espiritual. Naquele que eu escolhi, eu não preciso negar a carne, visto que esta faz parte da criação divina. Mas preciso domar, visto que o apetite nunca cessa...Quando começamos em um caminho há sempre quem nos ajuda e está mais avançado. E vendo a historia de cada um nós acreditamos que também podemos conseguir. Eu estou tendo q trabalhar bastante, muito esforço. Essa é a provação. Eu tenho que acertar pendencias com meu Self (nossa consciência divina).
Existem dois tipos de "sofrimento". Aqueles que são naturais e os que são adquiridos.
Naturais acontecem por que perdemos nossa ligação com Deus. Adquiridos acontecem pelo meio ou tipo de vida que construímos.
O engraçado é que nos rebelamos contra essas coisas que nós mesmos construímos e culpamos a Deus. Em alguns casos crônicos, acreditamos que nos bastamos a nós mesmos.
Deus nos dá em abundância. Se existe fome ou miséria, é o Homem que a causa, para ter mais dinheiro, poder, influencia social...Nós construímos esse meio, esse tipo de vida. Nós somos os responsáveis. Carregamos muita raiva, rancor e mágoa por delegar a outros a culpa. Isso faz parte da nossa escolha. Nós pedimos para vir a esse mundo. No processo, vamos nos distanciando de Deus e nos tornamos mundanos.
Não precisava ser assim. O mundo não é nosso inimigo, mas nós mesmos. Deus está onde sempre esteve e não mudou. Somos nós que mudamos. Acabamos prisioneiros de um mundo construído por nossas ilusões. Ou seja, [nos falta] disciplina com responsabilidade e consciência sobre nossos atos e omissões.
Os exercícios que me são passados fazem parte do que eu chamo Oficio.
Eu carrego comigo muitas falsas memorias do meu passado, mágoas.
Essa é a situação geral. Onde cada um de nós está agora tem um propósito. Resistir ou se revoltar é pior.
Isso é resultado da recusa em aceitar a responsabilidade sobre nossos atos. Preferimos atribui-los aos "outros". O que eu estou começando a ver e entender é que os "outros" são um espelho.
No fundo, toda crença, toda espiritualidade, toda religião é um mapa que devia servir exatamente para recordarmos e recuperarmos nossa essência divina.
No processo de vir ao Mundo dos Homens, esquecemos quem somos, de onde viemos. Adquirimos necessidades, inventamos algumas carências e nos punimos, nos cobramos, se por acaso não atendermos às espectativas, às exigências sociais.
Ser humano é assim. Vê pessoas comendo ele pergunta "cade minha parte", não se pergunta "no que eu contribui para a festa?" Em outros aspectos o comportamento é igual. Quando sofre, o homem quer culpar alguém, não se pergunta o que fez para chegar nisso. Evidente, o homem sabe disso e cria uma organização religiosa que se sustenta explorando essa necessidade humana de jogar a responsabilidade no "bode expiatório".
Conforme eu buscava informação, eu descobri que esses "demônios", como a Igreja chama, eram Deuses antigos e que estes tinham uma ligação mais próxima de meus ancestrais. Essa ligação com os ancestrais, nossa origem e herança, é um principio importante em várias religiões, como dizem: honrai teu pai e tua mãe. Hoje em dia essas religiões estão sendo recuperadas, daí o termo "neopaganismo". Outra característica é que a expiação por nossas falhas - consciência e responsabilidade - é individual.
O sentido de "piedade" e "caridade" são ligados ao agir corretamente, em relação à nós, à nossa comunidade, aos nossos Deuses. Um dever conosco, nossos familiares, nossa cidade e o divino.
Não há o conceito de culpa, pecado, vergonha. Há o conceito de que toda ação - ou omissão - tem uma consequência. Há o conceito de que a natureza - começando por nosso corpo - é sagrado.
Então os Deuses não vão nos castigar por agirmos conforme nossa natureza humana - nem poderiam, pois estariam atingindo a si mesmos - nem vão nos ameaçar com o Inferno. Nós não cremos nisso. Seria inconcebível Deus ser assim, nos criar com uma natureza para depois nos punir por agir segundo um programa que Ele nos dotou. Cremos na consequência. Podemos viver no Paraíso ou no Inferno. Nosso livre arbítrio. Mas nós somos os responsáveis por isso. Uma vida terrena é curta, consideramos que um Deus seria incapaz de nos mandar para um lugar de punição eterna. Nem seria possível existir um lugar onde Deus não está presente ou distante demais para agir.
Em nossa concepção o Homem é filho dos Deuses. Nós carregamos em nós a "fagulha divina". [nós teríamos] consciência disso, se não tivéssemos esquecido. Temos um enorme potencial. Mas pelo mundo que nós construímos, ao preferir viver essa ilusão - essa falsa imagem - como se fosse real, perdemos nossa ligação com essa Fonte - Deus - por isso vivemos sempre insatisfeitos. Por estarmos sempre insatisfeitos e tomando a ilusão como real, fazemos coisas que tem consequências terríveis: miséria, fome, guerra. E o que o homem faz quando vê sofrimento e miséria criados, construídos por ele? Se revolta contra Deus e muitos, ao invés de assumir sua responsabilidade com consciência, tentam negar o divino.
O processo de buscar pelo divino, por Deus, consiste em re-ligar *daí o nome religião* o humano à sua consciência divina. Em sua mensagem é isso que Cristo veio trazer: que o Homem se tornasse Cristo. A mensagem "gnóstica". O sacrifício de Cristo foi para que nós víssemos o que podemos fazer quando não temos a consciência divina e o que temos que fazer para tê-la [sacrifício, ou melhor dizendo, controle consciente e responsável, disciplina sobre o corpo]. Pelo controle consciente e responsável, deixamos de querer/fazer coisas desnecessárias, deixamos de causar/sofrer ações prejudiciais, passamos a ter uma ação correta em relação a nós mesmos, em relação à nossa comunidade e em relação ao divino. Ao aceitar ser ator de sua vida, pelo auto-domínio, deixamos de "pecar", não há mais culpa ou vergonha, resgatamos nossa consciência divina, resgatamos nossa essência de luz, nos tornamos Cristo.
Uma das coisas que me afastou do Cristianismo é a idéia de que atração, desejo, prazer são "proibidos por Deus". Tal como o mundo, nosso corpo não é nosso inimigo. Nosso Deus é incapaz de criar algo que não seja bom. O problema não está nas coisas, mas do que fazemos delas. Deus nos deu o conhecimento, a consciência e a capacidade. Infelizmente usamos para prejudicar nosso irmão.
Eu aprendi a procurar por Deus, pessoalmente. O problema é quando deixamos que igrejas, grupos e pessoas nos digam o que ou quem é Deus. No meu caso, Deus eu encontrei dentro de mim, em minha volta [natureza] e nas pessoas [humanidade]. A função do pastor/padre/sacerdote é indicar o caminho. A prática efetiva [como no Oficio] se encarrega de nos mostrar como sentir, ver, ouvir e falar com Deus. Maaaas...é você quem tem que ter essa experiência com Deus. Vivencia diária, prática constante.
Dioniso era filho de uma "virgem" [mulher não casada] e também foi sacrificado [pelas menades]. Dioniso ensinava aos homens e realizava milagres. Dioniso, como mestre do mistério e iniciador da humanidade em busca do divino, induzia ao torpor dos sentidos...através da anulação do "ego" [consciência] se resgatava a essência humana, divina. Cristo não diz para negar tudo, pegar a cruz e segui-lo? Negação do ego também. Mas pela disciplina do corpo. Pede-se uma ação consciente, não simplesmente seguir uma doutrina. Então precisamos de exemplos, de estrutura, de pessoas que passaram por isso e nos podem mostrar o caminho, mas nós que temos que trilhar.
Eu tenho um tipo de diário para anotar. O intuito é o de se aproximar do que é real, alcançar a "iluminação", para usar um termo espiritual. Naquele que eu escolhi, eu não preciso negar a carne, visto que esta faz parte da criação divina. Mas preciso domar, visto que o apetite nunca cessa...Quando começamos em um caminho há sempre quem nos ajuda e está mais avançado. E vendo a historia de cada um nós acreditamos que também podemos conseguir. Eu estou tendo q trabalhar bastante, muito esforço. Essa é a provação. Eu tenho que acertar pendencias com meu Self (nossa consciência divina).
Existem dois tipos de "sofrimento". Aqueles que são naturais e os que são adquiridos.
Naturais acontecem por que perdemos nossa ligação com Deus. Adquiridos acontecem pelo meio ou tipo de vida que construímos.
O engraçado é que nos rebelamos contra essas coisas que nós mesmos construímos e culpamos a Deus. Em alguns casos crônicos, acreditamos que nos bastamos a nós mesmos.
Deus nos dá em abundância. Se existe fome ou miséria, é o Homem que a causa, para ter mais dinheiro, poder, influencia social...Nós construímos esse meio, esse tipo de vida. Nós somos os responsáveis. Carregamos muita raiva, rancor e mágoa por delegar a outros a culpa. Isso faz parte da nossa escolha. Nós pedimos para vir a esse mundo. No processo, vamos nos distanciando de Deus e nos tornamos mundanos.
Não precisava ser assim. O mundo não é nosso inimigo, mas nós mesmos. Deus está onde sempre esteve e não mudou. Somos nós que mudamos. Acabamos prisioneiros de um mundo construído por nossas ilusões. Ou seja, [nos falta] disciplina com responsabilidade e consciência sobre nossos atos e omissões.
Os exercícios que me são passados fazem parte do que eu chamo Oficio.
Eu carrego comigo muitas falsas memorias do meu passado, mágoas.
Essa é a situação geral. Onde cada um de nós está agora tem um propósito. Resistir ou se revoltar é pior.
Isso é resultado da recusa em aceitar a responsabilidade sobre nossos atos. Preferimos atribui-los aos "outros". O que eu estou começando a ver e entender é que os "outros" são um espelho.
No fundo, toda crença, toda espiritualidade, toda religião é um mapa que devia servir exatamente para recordarmos e recuperarmos nossa essência divina.
No processo de vir ao Mundo dos Homens, esquecemos quem somos, de onde viemos. Adquirimos necessidades, inventamos algumas carências e nos punimos, nos cobramos, se por acaso não atendermos às espectativas, às exigências sociais.
Ser humano é assim. Vê pessoas comendo ele pergunta "cade minha parte", não se pergunta "no que eu contribui para a festa?" Em outros aspectos o comportamento é igual. Quando sofre, o homem quer culpar alguém, não se pergunta o que fez para chegar nisso. Evidente, o homem sabe disso e cria uma organização religiosa que se sustenta explorando essa necessidade humana de jogar a responsabilidade no "bode expiatório".
Conforme eu buscava informação, eu descobri que esses "demônios", como a Igreja chama, eram Deuses antigos e que estes tinham uma ligação mais próxima de meus ancestrais. Essa ligação com os ancestrais, nossa origem e herança, é um principio importante em várias religiões, como dizem: honrai teu pai e tua mãe. Hoje em dia essas religiões estão sendo recuperadas, daí o termo "neopaganismo". Outra característica é que a expiação por nossas falhas - consciência e responsabilidade - é individual.
O sentido de "piedade" e "caridade" são ligados ao agir corretamente, em relação à nós, à nossa comunidade, aos nossos Deuses. Um dever conosco, nossos familiares, nossa cidade e o divino.
Não há o conceito de culpa, pecado, vergonha. Há o conceito de que toda ação - ou omissão - tem uma consequência. Há o conceito de que a natureza - começando por nosso corpo - é sagrado.
Então os Deuses não vão nos castigar por agirmos conforme nossa natureza humana - nem poderiam, pois estariam atingindo a si mesmos - nem vão nos ameaçar com o Inferno. Nós não cremos nisso. Seria inconcebível Deus ser assim, nos criar com uma natureza para depois nos punir por agir segundo um programa que Ele nos dotou. Cremos na consequência. Podemos viver no Paraíso ou no Inferno. Nosso livre arbítrio. Mas nós somos os responsáveis por isso. Uma vida terrena é curta, consideramos que um Deus seria incapaz de nos mandar para um lugar de punição eterna. Nem seria possível existir um lugar onde Deus não está presente ou distante demais para agir.
Em nossa concepção o Homem é filho dos Deuses. Nós carregamos em nós a "fagulha divina". [nós teríamos] consciência disso, se não tivéssemos esquecido. Temos um enorme potencial. Mas pelo mundo que nós construímos, ao preferir viver essa ilusão - essa falsa imagem - como se fosse real, perdemos nossa ligação com essa Fonte - Deus - por isso vivemos sempre insatisfeitos. Por estarmos sempre insatisfeitos e tomando a ilusão como real, fazemos coisas que tem consequências terríveis: miséria, fome, guerra. E o que o homem faz quando vê sofrimento e miséria criados, construídos por ele? Se revolta contra Deus e muitos, ao invés de assumir sua responsabilidade com consciência, tentam negar o divino.
O processo de buscar pelo divino, por Deus, consiste em re-ligar *daí o nome religião* o humano à sua consciência divina. Em sua mensagem é isso que Cristo veio trazer: que o Homem se tornasse Cristo. A mensagem "gnóstica". O sacrifício de Cristo foi para que nós víssemos o que podemos fazer quando não temos a consciência divina e o que temos que fazer para tê-la [sacrifício, ou melhor dizendo, controle consciente e responsável, disciplina sobre o corpo]. Pelo controle consciente e responsável, deixamos de querer/fazer coisas desnecessárias, deixamos de causar/sofrer ações prejudiciais, passamos a ter uma ação correta em relação a nós mesmos, em relação à nossa comunidade e em relação ao divino. Ao aceitar ser ator de sua vida, pelo auto-domínio, deixamos de "pecar", não há mais culpa ou vergonha, resgatamos nossa consciência divina, resgatamos nossa essência de luz, nos tornamos Cristo.
Uma das coisas que me afastou do Cristianismo é a idéia de que atração, desejo, prazer são "proibidos por Deus". Tal como o mundo, nosso corpo não é nosso inimigo. Nosso Deus é incapaz de criar algo que não seja bom. O problema não está nas coisas, mas do que fazemos delas. Deus nos deu o conhecimento, a consciência e a capacidade. Infelizmente usamos para prejudicar nosso irmão.
Eu aprendi a procurar por Deus, pessoalmente. O problema é quando deixamos que igrejas, grupos e pessoas nos digam o que ou quem é Deus. No meu caso, Deus eu encontrei dentro de mim, em minha volta [natureza] e nas pessoas [humanidade]. A função do pastor/padre/sacerdote é indicar o caminho. A prática efetiva [como no Oficio] se encarrega de nos mostrar como sentir, ver, ouvir e falar com Deus. Maaaas...é você quem tem que ter essa experiência com Deus. Vivencia diária, prática constante.