Na ponta do cabo de dentro da piaçava há um prego banhado na quentura da guarra do diabo assim como na outra ponta, onde vc sopra o poder no cabo e o prende com o prego. Vassouras em geral são o símbolo do voo sabático, o cavalo de jacó, símbolo dos cavalos e dos enteógenos de montaria para vôos, e representa o elemento ar, podendo varrer pra dentro ou para fora. Em alguns ritos específicos ela fica no leste onde abre e fecha a porta para o círculo, em outros ritos há que se pular a vassoura para poder voar posteriormente para o Entre-Mundos. A lenda das bruxas voadoras em suas vassouras se originou antes de cristo onde durante um rito para pedir boas colheitas era feito o seguinte: As senhoras mais velhas primeiro e depois as mais novas acompanhavam, no campo já arado e plantado, haviam de pular cada pedaço de terra plantada, montadas numa vassoura e as bruxas desejavam pular bem alto, pois quanto mais alto era o pulo, mais alto era o tamanho da planta que cresceria com a benção da vassoura montada. É um humilde utensílio doméstico na aparência, nem por isso a vassoura é menos signo e símbolo de poder sagrado. Une o fálico com o yônico. Nos templos e santuários antigos, a varredura é um serviço de culto, além de manter o auxílio na limpeza. Trata-se de eliminar do chão e do ar todos os elementos que do exterior vieram sujá-lo, e essa tarefa só pode ser designada para quem tem as mãos puras.
Nas civilizações agrárias da África do Norte, a vassoura, que serve para varrer a área onde são batidos os cereais, é um dos símbolos do cultivo. Nessa cultura, durante os primeiros dias de luto, a casa não deve ser varrida, a fim de que a abundância não seja expulsa ou a fim de não ofender a alma do morto. Na Bretanha, igualmente, não se pode ou não se deve varrer a casa a noite, pois isso afastaria dela a felicidade. Os movimentos da vassoura abençoam ou afastam as almas que vagueiam. Entre as Stregas, além de tudo que já foi falado acima, é muito comum colocar a vassoura atrás da porta de entrada/saída para mandar embora as visitas indesejáveis.
Com efeito, essas vassouras que fazem desaparecer a poeira, poderiam também machucar e pôr em fuga os hóspedes invisíveis, os gênios protetores do lar. A maneira como são feitas e a matéria de que se compõem também não são indiferentes. A árvore de eucalipto é uma das mais escolhidas por alcançar o céu, e dela pode fabricar tanto o cabo quanto a piaçava. Na Argélia, as mulheres costumam colher na primavera um pouco de feixes de urzes em flor, que se tornarão vassouras de bom augúrio, que não afugentarão a prosperidade e não machucarão por descuido os hóspedes invisíveis. Mas se a vassoura inverte seu papel protetor, torna-se instrumento de malefício, e de acordo com a lenda, montadas em cabos de vassouras é que as feiticeiras de todos os países saem pelas chaminés e vão para o sabá. A vassoura é um símbolo fálico de forças que a vassoura deveria ter vencido, mas que dela se apoderam e pelas quais ela se deixa levar, ou trazer. Em maléfica, o cabo de blacktorn também pode ser usado para criar uma vassoura de maldição e banimento, mas geralmente esse tronco é usado para fabricação de bastões maléficos.
Autor: Cléber
Fonte: Tradição Familiar Lupino [link morto]