Julho foi nomeado devido a Julio César, que nasceu nesse mês. Antes era chamado de Quintilis, uma vez que era o quinto mês no calendário romano antigo.
Festas em Julho:
Dia 5 – Poplifugia, festival em honra a Jupiter.
A poplifugia ou populifugia, foi um festival em comemoração da fuga dos romanos quando os habitantes da Ficuleae e Fidenae [cidades antigas] apareceram em armas contra eles, pouco depois da cidade ter sido queimada pelos gauleses. A vitoria tradicional dos romanos, que seguiu era comemorada no dia 7 (chamado de Nonae Caprotinae como uma celebração a Juno Caprotina), e no dia seguinte era o Vitulatio [o Dia do Jubilo, um dia de celebração em honra a Vitula, a Deusa do jubilo e da vitória].
Dias 6 ao 13 – Ludi Apollinares, jogos em honra a Apollo.
Os Ludi Apollinares foram jogos solenes que aconteciam anualmente pelos romanos em honra ao Deus Apollo.
Dia 7 – Nonae Caprotinae Juno [Festa dos figos] ; os sacerdotes publici sacrificavam ao [Deus] Consus. O Deus Consus era o protetor dos grãos e silos de estocagem e era representado por uma semente de milho.
Dia 9 – Caprotinia.
Festivais dedicados a Juno em favor das mulheres escravas. Uma ocasião solene durante a qual elas [as escravas] corriam e se batiam. Apenas mulheres participavam dos sacrifícios oferecidos nessa celebração.
Dia 19 – Lucaria.
Uma antiga festa romana, celebrada nas florestas, aonde os romanos, vencidos e perseguidos pelos gauleses, se retiraram e se esconderam.
Dia 23 – Neptunalia celebrada em honra a Netuno.
Um festival obscuro e arcaico de dois dias celebrado na metade do verão mais seco em honra a netuno, provavelmente celebrado com jogos e banquetes.
terça-feira, 30 de junho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
A patologia da culpa
A culpa é um dos maiores problemas que todas as pessoas devem ter que encarar. O passado inteiro da humanidade foi construído sobre a culpa. E cada geração vai passando suas doenças à nova geração. E elas vão se tornando, naturalmente, cada vez maiores. Elas se acumulam com cada geração. E cada nova geração é mais sobrecarregada que a anterior.
Mas a culpa foi uma das estratégias básicas dos clérigos para explorar as pessoas. O padre, a freira, os sacerdotes, pastores, bispos não podem existir sem a culpa. Quando você se sentir culpado, lembre-se, o clérigo está ao seu redor. Quando você se sentir culpado, lembre-se, as mãos dos clérigos, estão ao redor do seu pescoço -elas estão batendo em você. A culpa é uma estratégia para explorar as pessoas e transformar as pessoas em escravas.
O que é a culpa, exatamente? Primeiro: é uma condenação da vida; é uma atitude de negação da vida. Foi dito a você que algo está basicamente errado com a vida; foi dito a você que você nasce como um pecador. Foi dito que nada de bom pode sair da vida ou de você ou de qualquer outra pessoa. Nada de bom é possível nesta terra! O bem é só de Deus. E você tem que encontrar um salvador -- um Cristo, um Krishna, um Buda -- você tem que encontrar um salvador que pode lhe salvar de você mesmo que pode levá-lo a Deus.
A vida não vale viver -- evite viver! Se você viver, você pecará mais e mais -- a vida é pecado. Evite a vida. Retire seu ser da vida. E sempre que você se sente atraído(a) para a vida, a culpa surge. Você começa a ter o sentimento que você vai fazer algo de errado.
A vida é imensamente bela. Ela tem grande atração, tem gravitação. É natural ser atraído pela vida. É natural estar apaixonado. É natural desfrutar, é natural rir, é natural dançar. Mas tudo que é natural é condenado. Você tem que agir contra a natureza--isto tem sido ensinado.
Os puritanos envenenaram suas fontes naturais de vida; eles o puseram contra o seu ser. Eles criaram uma divisão em você. Eles não puderam corromper o seu corpo, mas eles corromperam a sua mente. Assim a mente existe de acordo com os clérigos e o corpo existe de acordo com a natureza -- e não há nenhuma união.
O corpo deseja as alegrias da vida -- todas as alegrias. O corpo é afirmação da vida e a mente é a negação da vida. A mente fala o idioma dos padres, dos sacerdotes, dos clérigos; ela diz "Isto está errado"! Se você está comendo e você gosta, O Mahatma Gandhi fala para a sua mente: "Isto está errado -- não deguste, não saboreie. Degustar, saborear é pecado.
O mesmo é verdade para outras coisas: se você se apaixonar por um homem ou mulher, você está pecando, alguma injustiça está acontecendo. Se você vê a beleza de uma mulher ou de um homem, e você vibra, fica fascinado(a), grande culpa surge o que você está fazendo? Isto é irreligioso! Isto não é moral!
E se você é uma mulher ou homem casado(a), então pior. Você tem uma esposa ou marido, você se comprometeu a ele(a). Agora, até mesmo apreciar a beleza de outro homem ou mulher é impossível. Você irá para casa e se sente culpado(a). Você não fez nada! Você tinha apenas visto um homem ou mulher bonita. Agora, isto é feio. Você sentirá culpa; você se sentirá na defensiva. Quando você cai na tentação você tentará se esconder. Você não permitirá que sua esposa ou marido saiba que na rua você viu uma mulher ou homem bonito(a) e foi uma grande alegria -- porque se você conta, haverá dificuldade.
E por que se cria dificuldade, você mentirá. E quando você mente você se sentirá culpado(a) novamente porque você está mentindo, e a pessoa não deveria mentir para o próprio(a) marido ou esposa. Isso é assim e assim sucessivamente.... Uma culpa cria outra e assim por diante, sem parar. Não há nenhum fim nisto. Então você é montado(a) na culpa; você tem uma montanha como o Himalaia de culpa no seu coração.
Você não se libertará da culpa a menos que você entenda todo o mecanismo dela -- como é por culpa que os clérigos dominaram a humanidade, como os clérigos criaram a escravidão e uma escravidão sutil. Você não tem algemas nas suas mãos, você não tem algemas em seus pés, mas você tem algemas bem fundo na sua alma.
Estar livre da culpa é estar livre de todo o passado. E estar livre da culpa é se tornar um(a), porque então a divisão desaparece. Estar livre da culpa é derrotar a esquizofrenia. E então há grande alegria, porque você já não está mais lutando com você mesmo(a), você começa a viver!
Você só pode viver quando a briga terminar. Então a vida tem seu próprio ritmo, sua própria melodia. E vida é uma bênção. E só em harmonia, quando você vive sem culpa, sem repressão, sem tabus, sem inibições, sem padres e freiras que interferem em sua vida, quando você está por conta própria, sem interferências, com seu próprio mestre interior.
Autor: Osho
Mas a culpa foi uma das estratégias básicas dos clérigos para explorar as pessoas. O padre, a freira, os sacerdotes, pastores, bispos não podem existir sem a culpa. Quando você se sentir culpado, lembre-se, o clérigo está ao seu redor. Quando você se sentir culpado, lembre-se, as mãos dos clérigos, estão ao redor do seu pescoço -elas estão batendo em você. A culpa é uma estratégia para explorar as pessoas e transformar as pessoas em escravas.
O que é a culpa, exatamente? Primeiro: é uma condenação da vida; é uma atitude de negação da vida. Foi dito a você que algo está basicamente errado com a vida; foi dito a você que você nasce como um pecador. Foi dito que nada de bom pode sair da vida ou de você ou de qualquer outra pessoa. Nada de bom é possível nesta terra! O bem é só de Deus. E você tem que encontrar um salvador -- um Cristo, um Krishna, um Buda -- você tem que encontrar um salvador que pode lhe salvar de você mesmo que pode levá-lo a Deus.
A vida não vale viver -- evite viver! Se você viver, você pecará mais e mais -- a vida é pecado. Evite a vida. Retire seu ser da vida. E sempre que você se sente atraído(a) para a vida, a culpa surge. Você começa a ter o sentimento que você vai fazer algo de errado.
A vida é imensamente bela. Ela tem grande atração, tem gravitação. É natural ser atraído pela vida. É natural estar apaixonado. É natural desfrutar, é natural rir, é natural dançar. Mas tudo que é natural é condenado. Você tem que agir contra a natureza--isto tem sido ensinado.
Os puritanos envenenaram suas fontes naturais de vida; eles o puseram contra o seu ser. Eles criaram uma divisão em você. Eles não puderam corromper o seu corpo, mas eles corromperam a sua mente. Assim a mente existe de acordo com os clérigos e o corpo existe de acordo com a natureza -- e não há nenhuma união.
O corpo deseja as alegrias da vida -- todas as alegrias. O corpo é afirmação da vida e a mente é a negação da vida. A mente fala o idioma dos padres, dos sacerdotes, dos clérigos; ela diz "Isto está errado"! Se você está comendo e você gosta, O Mahatma Gandhi fala para a sua mente: "Isto está errado -- não deguste, não saboreie. Degustar, saborear é pecado.
O mesmo é verdade para outras coisas: se você se apaixonar por um homem ou mulher, você está pecando, alguma injustiça está acontecendo. Se você vê a beleza de uma mulher ou de um homem, e você vibra, fica fascinado(a), grande culpa surge o que você está fazendo? Isto é irreligioso! Isto não é moral!
E se você é uma mulher ou homem casado(a), então pior. Você tem uma esposa ou marido, você se comprometeu a ele(a). Agora, até mesmo apreciar a beleza de outro homem ou mulher é impossível. Você irá para casa e se sente culpado(a). Você não fez nada! Você tinha apenas visto um homem ou mulher bonita. Agora, isto é feio. Você sentirá culpa; você se sentirá na defensiva. Quando você cai na tentação você tentará se esconder. Você não permitirá que sua esposa ou marido saiba que na rua você viu uma mulher ou homem bonito(a) e foi uma grande alegria -- porque se você conta, haverá dificuldade.
E por que se cria dificuldade, você mentirá. E quando você mente você se sentirá culpado(a) novamente porque você está mentindo, e a pessoa não deveria mentir para o próprio(a) marido ou esposa. Isso é assim e assim sucessivamente.... Uma culpa cria outra e assim por diante, sem parar. Não há nenhum fim nisto. Então você é montado(a) na culpa; você tem uma montanha como o Himalaia de culpa no seu coração.
Você não se libertará da culpa a menos que você entenda todo o mecanismo dela -- como é por culpa que os clérigos dominaram a humanidade, como os clérigos criaram a escravidão e uma escravidão sutil. Você não tem algemas nas suas mãos, você não tem algemas em seus pés, mas você tem algemas bem fundo na sua alma.
Estar livre da culpa é estar livre de todo o passado. E estar livre da culpa é se tornar um(a), porque então a divisão desaparece. Estar livre da culpa é derrotar a esquizofrenia. E então há grande alegria, porque você já não está mais lutando com você mesmo(a), você começa a viver!
Você só pode viver quando a briga terminar. Então a vida tem seu próprio ritmo, sua própria melodia. E vida é uma bênção. E só em harmonia, quando você vive sem culpa, sem repressão, sem tabus, sem inibições, sem padres e freiras que interferem em sua vida, quando você está por conta própria, sem interferências, com seu próprio mestre interior.
Autor: Osho
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Regulamentação dos feriados e das festas
Falando nas questões entre o Estado e a Igreja, a noticia abaixo ilustra bem uma peculiaridade brasileira:
A Comissão de Educação e Cultura rejeitou na última quarta-feira (17) a proposta de transformar a terça-feira de Carnaval, a sexta-feira da Paixão e a quinta-feira de Corpus Christi em feriados nacionais.
De acordo com o relator, deputado Carlos Abicalil (PT-MT), o Projeto de Lei 2846/08, do deputado Wellington Fagundes (PR-MT), que prevê essas medida, fere o princípio da laicidade do Estado.
Abicalil afirma que "mais uma vez, cabe a esta Casa a tarefa de zelar pelo cumprimento da Constituição Federal e garantir a separação entre o Estado e as mais diferentes confissões religiosas".
Atualmente, a Lei 9.093/95, que trata de feriados, já inclui a sexta-feira santa. No entanto, a mesma lei determina que cabe aos municípios legislar sobre feriados religiosos de acordo com as tradições locais.
Para o relator, dessa maneira, é possível garantir o princípio da liberdade de expressão religiosa e de manifestação das diferentes culturas brasileiras, sem ferir a Constituição.[DCI]
Realmente, não faz sentido algum um Estado supostamente laico ainda observar e manter datas religiosas vinculadas à Igreja como feriados, mas nós brasileiros sabemos que somos um Estado laico apenas no papel, pois na prática a religião oficial é o Catolicismo. Encontrei um texto muito bom para analisar a questão e o problema:
A Comissão de Educação e Cultura rejeitou na última quarta-feira (17) a proposta de transformar a terça-feira de Carnaval, a sexta-feira da Paixão e a quinta-feira de Corpus Christi em feriados nacionais.
De acordo com o relator, deputado Carlos Abicalil (PT-MT), o Projeto de Lei 2846/08, do deputado Wellington Fagundes (PR-MT), que prevê essas medida, fere o princípio da laicidade do Estado.
Abicalil afirma que "mais uma vez, cabe a esta Casa a tarefa de zelar pelo cumprimento da Constituição Federal e garantir a separação entre o Estado e as mais diferentes confissões religiosas".
Atualmente, a Lei 9.093/95, que trata de feriados, já inclui a sexta-feira santa. No entanto, a mesma lei determina que cabe aos municípios legislar sobre feriados religiosos de acordo com as tradições locais.
Para o relator, dessa maneira, é possível garantir o princípio da liberdade de expressão religiosa e de manifestação das diferentes culturas brasileiras, sem ferir a Constituição.[DCI]
Realmente, não faz sentido algum um Estado supostamente laico ainda observar e manter datas religiosas vinculadas à Igreja como feriados, mas nós brasileiros sabemos que somos um Estado laico apenas no papel, pois na prática a religião oficial é o Catolicismo. Encontrei um texto muito bom para analisar a questão e o problema:
Na Constituição de 1988, explicita-se a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil e, como um dos objetivos fundamentais da República, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Também assegura-se que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, que é inviolável a liberdade de consciência e de crença e que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa. Proíbe-se à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança e criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Por isso, qualquer observador mais atento fica espantado com a quantidade de feriados religiosos existentes no Brasil. Como se não bastasse, há quem queira mais. Recentemente foi encaminhado para apreciação da Câmara dos Deputados projeto de lei que institui o dia de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão e estabelece como feriado nacional o dia 11 de maio deste ano, o mesmo em que o papa Bento 16 vai transformar em santo o Frei Galvão.
Outro projeto em tramitação no Senado, pretende alterar a Lei 662/49, para incluir a terça-feira de Carnaval, a Sexta-Feira da Paixão e a quinta-feira de Corpus Christi entre os feriados nacionais. Justifica o projeto dizendo que, embora sejam das mais populares e tradicionais datas comemorativas e religiosas do País, essas datas não estão incluídas entre os feriados nacionais estipulados por lei.
A Lei 6.802/80 declara feriado nacional o dia 12 de outubro para "culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil". A Lei 9.093/95 expressa que são feriados civis os declarados em lei federal e que são feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, incluída a Sexta-Feira da Paixão. O fato é que, além do Natal e do Ano Novo, que são feriados antigos, há também o Dia da Padroeira do Brasil, que passou a integrar o calendário oficial por iniciativa do general Figueiredo, em plena ditadura militar.
Não se deve falar em "tradição" como se legitimasse a existência de feriados de cunho religioso. Quando a Constituição estabelece a laicidade do Estado, obviamente se considera que a religião é algo que faz parte das "tradições" de um povo. O constituinte abriu mão expressamente dessa espécie de "tradição", justamente em favor da liberdade, da igualdade e da proibição de desproporcionalidades ou preferências no que diz respeito às religiões. Assim, a inclusão de datas religiosas no calendário oficial do País padece de grave vício de inconstitucionalidade.[Oto de Quadros, Promotor de Justiça]
Imaginem se todos pudessem faltar nas datas sagradas de suas religiões, ou se o Estado decretasse feriado nacional para cada data religiosa principal das religiões existentes? Teria muito "esperto" inventando uma religião e uma data religiosa apenas para faltar. Nós temos tantos feriados que carregamos uma péssima fama de sermos preguiçosos e considerando os prejuízos que cada dia parado traz ao nosso país, é bom que seja feita uma regulamentação desses feriados, senão a revogação dessas datas religiosas como sendo feriado nacional.
Por isso, qualquer observador mais atento fica espantado com a quantidade de feriados religiosos existentes no Brasil. Como se não bastasse, há quem queira mais. Recentemente foi encaminhado para apreciação da Câmara dos Deputados projeto de lei que institui o dia de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão e estabelece como feriado nacional o dia 11 de maio deste ano, o mesmo em que o papa Bento 16 vai transformar em santo o Frei Galvão.
Outro projeto em tramitação no Senado, pretende alterar a Lei 662/49, para incluir a terça-feira de Carnaval, a Sexta-Feira da Paixão e a quinta-feira de Corpus Christi entre os feriados nacionais. Justifica o projeto dizendo que, embora sejam das mais populares e tradicionais datas comemorativas e religiosas do País, essas datas não estão incluídas entre os feriados nacionais estipulados por lei.
A Lei 6.802/80 declara feriado nacional o dia 12 de outubro para "culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil". A Lei 9.093/95 expressa que são feriados civis os declarados em lei federal e que são feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, incluída a Sexta-Feira da Paixão. O fato é que, além do Natal e do Ano Novo, que são feriados antigos, há também o Dia da Padroeira do Brasil, que passou a integrar o calendário oficial por iniciativa do general Figueiredo, em plena ditadura militar.
Não se deve falar em "tradição" como se legitimasse a existência de feriados de cunho religioso. Quando a Constituição estabelece a laicidade do Estado, obviamente se considera que a religião é algo que faz parte das "tradições" de um povo. O constituinte abriu mão expressamente dessa espécie de "tradição", justamente em favor da liberdade, da igualdade e da proibição de desproporcionalidades ou preferências no que diz respeito às religiões. Assim, a inclusão de datas religiosas no calendário oficial do País padece de grave vício de inconstitucionalidade.[Oto de Quadros, Promotor de Justiça]
Imaginem se todos pudessem faltar nas datas sagradas de suas religiões, ou se o Estado decretasse feriado nacional para cada data religiosa principal das religiões existentes? Teria muito "esperto" inventando uma religião e uma data religiosa apenas para faltar. Nós temos tantos feriados que carregamos uma péssima fama de sermos preguiçosos e considerando os prejuízos que cada dia parado traz ao nosso país, é bom que seja feita uma regulamentação desses feriados, senão a revogação dessas datas religiosas como sendo feriado nacional.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
A Doença Mundial
No que eu entendo da função da sacerdotisa no templo quando realizava os ritos sexuais é que ela personificava a AMANTE, a mulher que exerce livremente o seu desejo, e que trazia a cura, a alegria e o êxtase para o mundo compartilhando isso com o homem.
A prostituição sempre ocorreu concomitante neste contexto, porque o homem necessita se manter superior e explorar a mulher para manifestar essa tal superioridade e aplacar a inveja, o medo e o desprezo que sentem pela condição feminina e pelos mistérios que regem a mulher, a sua capacidade de dar a vida e trazer a vida em si.
Por isso separo a amante sagrada no templo que louvava o prazer, a comunhão com a vida, a alegria e o êxtase em nome da Deusa e a prostituição, a exploração de um grupo de mulheres para subjugá-la em relação ao homem e possibilitar que outro grupo de mulheres continuassem dando sustentação à família patriarcal.
Se vivêssemos numa sociedade realmente sadia não haveria necessidade de que o sexo, o afeto, a intimidade de ninguém fosse vendido e muito menos que conforto, prazer e afeto fossem comprados.
Porque numa sociedade sadia, nenhum ser humano é mercadoria - nem mulher, nem criança, nem adolescente e nem ninguém - para ser desfrutado por outro enquanto objeto de compra e venda, porque seriam livres para manifestar sua sexualidade sem hipocrisia, sentimento de posse ou qualquer outra coisa que não o sentimento legítimo de tesão, atração ou amor sexual.
A sexualidade reprimida, contra as leis da natureza, tende a se manifestar de forma patológica diz Reich, o falso moralismo e as perversões sexuais são faces de uma mesma moeda que prolonga a existência da obscenidade eleva a ruína à felicidade do amor, isto porque o homem hipócrita se rege por formas compulsivas externas e não em suas leis internas naturais como uma “imoralidade”. Ao ser distorcida sua sexualidade fica mais suscetível a obscenidade, alimentando assim a pornografia. Segundo Reich, quando todos tiverem uma sexualidade sadia, não precisarão mais das doenças sádicas e a pornografia não venderá mais.
Porque toda essa carga de leis e códigos morais que o patriarcado criou e depois as religiões monoteístas sacramentaram, só trouxeram mesmo foi todo tipo de doença afetivo - sexual e mental, onde a prostituição, a pornografia, o sado masoquismo, a pedofilia, a zoofilia e etc são somente sintomas e efeitos.
Livres para viver e amar, é isso que precisamos, mas só acontecerá isso quando a mulher se conscientizar e não se deixar mais explorar de forma alguma, seja por dinheiro ou por segurança emocional ou material. Por isso sou feminista e paga, pois acredito que através do feminismo e da Religião da Deusa é que as mulheres poderão se curar dos males do patriarcado.
Autora: Arttemia Arktos.
Citada em: Mater Mundi.
A prostituição sempre ocorreu concomitante neste contexto, porque o homem necessita se manter superior e explorar a mulher para manifestar essa tal superioridade e aplacar a inveja, o medo e o desprezo que sentem pela condição feminina e pelos mistérios que regem a mulher, a sua capacidade de dar a vida e trazer a vida em si.
Por isso separo a amante sagrada no templo que louvava o prazer, a comunhão com a vida, a alegria e o êxtase em nome da Deusa e a prostituição, a exploração de um grupo de mulheres para subjugá-la em relação ao homem e possibilitar que outro grupo de mulheres continuassem dando sustentação à família patriarcal.
Se vivêssemos numa sociedade realmente sadia não haveria necessidade de que o sexo, o afeto, a intimidade de ninguém fosse vendido e muito menos que conforto, prazer e afeto fossem comprados.
Porque numa sociedade sadia, nenhum ser humano é mercadoria - nem mulher, nem criança, nem adolescente e nem ninguém - para ser desfrutado por outro enquanto objeto de compra e venda, porque seriam livres para manifestar sua sexualidade sem hipocrisia, sentimento de posse ou qualquer outra coisa que não o sentimento legítimo de tesão, atração ou amor sexual.
A sexualidade reprimida, contra as leis da natureza, tende a se manifestar de forma patológica diz Reich, o falso moralismo e as perversões sexuais são faces de uma mesma moeda que prolonga a existência da obscenidade eleva a ruína à felicidade do amor, isto porque o homem hipócrita se rege por formas compulsivas externas e não em suas leis internas naturais como uma “imoralidade”. Ao ser distorcida sua sexualidade fica mais suscetível a obscenidade, alimentando assim a pornografia. Segundo Reich, quando todos tiverem uma sexualidade sadia, não precisarão mais das doenças sádicas e a pornografia não venderá mais.
Porque toda essa carga de leis e códigos morais que o patriarcado criou e depois as religiões monoteístas sacramentaram, só trouxeram mesmo foi todo tipo de doença afetivo - sexual e mental, onde a prostituição, a pornografia, o sado masoquismo, a pedofilia, a zoofilia e etc são somente sintomas e efeitos.
Livres para viver e amar, é isso que precisamos, mas só acontecerá isso quando a mulher se conscientizar e não se deixar mais explorar de forma alguma, seja por dinheiro ou por segurança emocional ou material. Por isso sou feminista e paga, pois acredito que através do feminismo e da Religião da Deusa é que as mulheres poderão se curar dos males do patriarcado.
Autora: Arttemia Arktos.
Citada em: Mater Mundi.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Roupa, sociedade e religião
Recentemente foi noticiado que Nicolas Sarkozy, Presidente da França, pretende agir contra o uso da burca na França:
Sob a justificativa de que a burka “não é questão de religião, mas de servidão”, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, abriu ontem uma guerra contra a vestimenta muçulmana que cobre todo o corpo da mulher, escondendo inclusive o rosto.[Zero Hora]
"O problema da burqa não é um problema religioso. É um problema de liberdade. É um problema de dignidade da mulher"[AFP]
O governo francês se pronunciou a favor da comissão de investigação solicitada por quase 60 deputados de todo o espectro político que denunciam o uso do véu integral das mulheres muçulmanas (burca), e não descartou uma lei a respeito.[AFP]
Para uma pessoas do ocidente cristão esse assunto pode não ser um problema, parece que a solução do sr. Sarkozy é acertada, mas como os cristãos reagiriam se ele (ou outro dignatário no mais alto poder) resolvesse proibir que as freiras usem seus hábitos em público? Essa questão mexe com os direitos de liberdade, opção e manifestação religiosa e a questão de até que ponto o Estado pode interferir na vida de um indivíduo ou grupo social.
Para a mulher muçulmana, usar determinado tipo de roupa é uma obrigação religiosa:
O Alcorão determina que as mulheres devem se vestir de forma a não atrair a atenção dos homens, para isso é preciso esconder todo o corpo, com exceção do rosto e das mãos, também não é permitido o uso de roupas justas a ponto de delinear o corpo da mulher e muito menos roupas semi-transparentes.[wikipedia]
24.31 . "Dize às fiéis que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem; que cubram o colo com seus véus e não mostrem os seus atrativos, a não ser aos seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus enteados, seus irmãos, seus sobrinhos, às mulheres suas servas, seus criados isentas das necessidades sexuais, ou às crianças que não discernem a nudez das mulheres; que não agitem os seus pés, para que não chamem à atenção sobre seus atrativos ocultos. Ó fiéis, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, a fim de que vos salveis!"
O Islamismo deve ser a única religião monoteísta patriarcal que admite que não se pode legislar, controlar, certas necessidades básicas e instintivas, mas o preceito é conveniente apenas ao homem e, como nas demais "religiões de livro", como o Judaismo e o Cristianismo, há diversas interpretações do trecho citado e a roupa ou véu que a muçulmana é forçada a vestir é mais uma imposição dos líderes religiosos do que um preceito religioso, visto que o Alcorão não define o que considera como sendo "véu", o que considera como sendo "pudor", o que considera como sendo "atrativo oculto".
Na prática existe o hijab, a jilbab, a nicab, o xador e a burca, variando o tamanho e a quantidade do que é exposto do corpo, mas cabe a pergunta: uma vez que os homens não sabem se controlar, por que então não se colocam vendas nos olhos dos homens?
Em outro tópico eu escrevi sobre como seria se a Igreja tivesse uma Mama, o que me faz imaginar como seria o Islamismo se Allah tivesse escolhido uma Profetisa ao invés do Profeta. Certamente ela teria mantido mais da rica tradição de seu povo, como a linhagem matrilinear, o politeísmo e Allah seria o Deus Consorte das Deusas Triplices Al-lat, Manat e Al-Urza. O Islamismo ganharia conversos não pela força ou pela guerra, mas por uma opção livre e amorosa da população no Oriente Médio e parte da Ásia, a Renascença Científica do Islão na Idade Média teria continuado, não estaria havendo essa disputa fratricida entre Palestinos e Judeus. Uma mudança e tanto, para um simples véu.
Sob a justificativa de que a burka “não é questão de religião, mas de servidão”, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, abriu ontem uma guerra contra a vestimenta muçulmana que cobre todo o corpo da mulher, escondendo inclusive o rosto.[Zero Hora]
"O problema da burqa não é um problema religioso. É um problema de liberdade. É um problema de dignidade da mulher"[AFP]
O governo francês se pronunciou a favor da comissão de investigação solicitada por quase 60 deputados de todo o espectro político que denunciam o uso do véu integral das mulheres muçulmanas (burca), e não descartou uma lei a respeito.[AFP]
Para uma pessoas do ocidente cristão esse assunto pode não ser um problema, parece que a solução do sr. Sarkozy é acertada, mas como os cristãos reagiriam se ele (ou outro dignatário no mais alto poder) resolvesse proibir que as freiras usem seus hábitos em público? Essa questão mexe com os direitos de liberdade, opção e manifestação religiosa e a questão de até que ponto o Estado pode interferir na vida de um indivíduo ou grupo social.
Para a mulher muçulmana, usar determinado tipo de roupa é uma obrigação religiosa:
O Alcorão determina que as mulheres devem se vestir de forma a não atrair a atenção dos homens, para isso é preciso esconder todo o corpo, com exceção do rosto e das mãos, também não é permitido o uso de roupas justas a ponto de delinear o corpo da mulher e muito menos roupas semi-transparentes.[wikipedia]
24.31 . "Dize às fiéis que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem; que cubram o colo com seus véus e não mostrem os seus atrativos, a não ser aos seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus enteados, seus irmãos, seus sobrinhos, às mulheres suas servas, seus criados isentas das necessidades sexuais, ou às crianças que não discernem a nudez das mulheres; que não agitem os seus pés, para que não chamem à atenção sobre seus atrativos ocultos. Ó fiéis, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, a fim de que vos salveis!"
O Islamismo deve ser a única religião monoteísta patriarcal que admite que não se pode legislar, controlar, certas necessidades básicas e instintivas, mas o preceito é conveniente apenas ao homem e, como nas demais "religiões de livro", como o Judaismo e o Cristianismo, há diversas interpretações do trecho citado e a roupa ou véu que a muçulmana é forçada a vestir é mais uma imposição dos líderes religiosos do que um preceito religioso, visto que o Alcorão não define o que considera como sendo "véu", o que considera como sendo "pudor", o que considera como sendo "atrativo oculto".
Na prática existe o hijab, a jilbab, a nicab, o xador e a burca, variando o tamanho e a quantidade do que é exposto do corpo, mas cabe a pergunta: uma vez que os homens não sabem se controlar, por que então não se colocam vendas nos olhos dos homens?
Em outro tópico eu escrevi sobre como seria se a Igreja tivesse uma Mama, o que me faz imaginar como seria o Islamismo se Allah tivesse escolhido uma Profetisa ao invés do Profeta. Certamente ela teria mantido mais da rica tradição de seu povo, como a linhagem matrilinear, o politeísmo e Allah seria o Deus Consorte das Deusas Triplices Al-lat, Manat e Al-Urza. O Islamismo ganharia conversos não pela força ou pela guerra, mas por uma opção livre e amorosa da população no Oriente Médio e parte da Ásia, a Renascença Científica do Islão na Idade Média teria continuado, não estaria havendo essa disputa fratricida entre Palestinos e Judeus. Uma mudança e tanto, para um simples véu.
30 mil celebram o solstício
Em 21 de Junho, cerca de 30.000 pessoas acorreram de madrugada ao conjunto megalítico de Stonehenge (sudoeste da Inglaterra) para celebrar o solstício de Verão.
Como vai sendo tradicional, uma heterogénea multidão juntou-se em frente dos enormes blocos de pedras que compõem o círculo pré-histórico para assistir aos primeiros raios solares do dia mais longo do ano.
O Sol despontou hoje no horizonte na Inglaterra às 03:58 TMG (04:58 em Lisboa), um acontecimento que foi recebido pelos presentes com danças, enquanto alguns deambulavam nus ou apenas observavam o céu saboreando uma cerveja.
Apesar da chuva ter ameaçado ensombrar o solstício, a multidão que passou a noite acampada em Stonehenge foi a mais numerosa dos últimos cinco anos, segundo a English Heritage.
"É uma grande experiência. Trata-se de celebrar a natureza, a vida e o que faz funcionar o mundo, que é o Sol", comentou um dos presentes.
O famoso sítio pré-histórico, com cerca de 5.000 anos de antiguidade e também chamado Templo do Sol, é desde há várias décadas o lugar elegido para festejar a chegada do Verão boreal à Inglaterra.
Noticiado pela RTP. [link indisponível]
segunda-feira, 22 de junho de 2009
O arquétipo da santa e da puta
Em qualquer sociedade machista de moral dupla, os arquétipos femininos de "santa-puta" só são permitidos de se complementarem em uma só mulher, se esta mesma mulher pertencer a um mesmo homem, quem nunca ouviu: "santa na rua, puta na cama". Puta dele. É por tal motivo que é comum que se uma mulher assume o arquétipo da "santa" ela acaba por recriminar qualquer outra mulher que exercite um comportamento libertário e sexual.
O arquétipo da "santa mamãezinha" é atrelado a visão machista de que a mulher é "boa-moça, honesta e bem comportada", ou seja, uma mulher assexuada e passiva, obediente ao seu namorado/marido, pai ou filho. Seguir o arquétipo da "puta" seria libertador se não afirma-se a lógica de uma sociedade patriarcal, pois a sexualidade é uma libertação do corpo, mas a nossa "liberdade sexual" incluída dentro deste padrão, tem a função de aumentar o mercado de consumo sexual masculino. Eis a faca de dois gumes: de um modo ou de outro podemos nos tornar objeto do consumo masculino: se "santas" somos consideradas um "bem de consumo durável", se "putas" somos vistas como um "bem de consumo descartável". A única saida é uma atuação política e existencial capaz de questionar estes valores e redimensiona-los para os interesses feministas.
As representações dos arquétipos femininos e masculinos podem ser considerados como “a projeção dos sonhos de uma sociedade”. Se tal teoria estiver certa, o desejo social nasce do inconsciente coletivo e influência o comportamento das pessoas. Então estas projeções difundidas poderiam ter o poder de manipular comportamentos e torná-los mais, digamos, previsíveis. Apesar de não acreditarmos em determinismo ou em pré-determinismos religiosos, o conceito de vivermos numa “Matrix” parece ter algum fundamento partindo deste pressuposto. Esses personagens dos arquétipos humanos são tão impressionantemente e constantes através dos tempos, nas mais variadas culturas, que nos diferentes sonhos e nas diversas personalidades dos indivíduos encontram representações semelhantes nas estruturas patriarcais do mundo inteiro.
Mas se forem verdadeiras algumas das sugestões teóricas de Carl Jung, dominar o conhecimento desses arquétipos dará ao a quem tenha o controle sobre a grande mídia um poder tão grande quanto a ideia do Deus cristão. No mínimo, estas imagens, ideias e projeções podem ser ferramentas úteis para a manipulação de pessoas que se sintam seduzidas pela admiração ingênua e fascino. Na nossa visão tudo é intencional e não existe nenhuma inocência quando o interesse é manter pessoas acorrentadas pela cegueira ou destruir com tais cadeias. Vivemos a teocracia dos mitos do cinema, oramos para a constelação dos astros e estrelas da música, vivenciamos a adoração iconoclasta das bonecas “barbies” e a transformação do sangue em silicone, nos convertemos aos milagres televisivos, seguimos a bíblia da moda e comungamos nos templos religiosos dos shopping-centers. Resumindo: não temos muito a perder e temos tudo a ganhar. Somos brutalmente agredidas lutando. E se já fomos brutalmente agredidas quando estavamos caladas, só existem razões para lutar.
Autor(a?): Maçãs Podres
O arquétipo da "santa mamãezinha" é atrelado a visão machista de que a mulher é "boa-moça, honesta e bem comportada", ou seja, uma mulher assexuada e passiva, obediente ao seu namorado/marido, pai ou filho. Seguir o arquétipo da "puta" seria libertador se não afirma-se a lógica de uma sociedade patriarcal, pois a sexualidade é uma libertação do corpo, mas a nossa "liberdade sexual" incluída dentro deste padrão, tem a função de aumentar o mercado de consumo sexual masculino. Eis a faca de dois gumes: de um modo ou de outro podemos nos tornar objeto do consumo masculino: se "santas" somos consideradas um "bem de consumo durável", se "putas" somos vistas como um "bem de consumo descartável". A única saida é uma atuação política e existencial capaz de questionar estes valores e redimensiona-los para os interesses feministas.
As representações dos arquétipos femininos e masculinos podem ser considerados como “a projeção dos sonhos de uma sociedade”. Se tal teoria estiver certa, o desejo social nasce do inconsciente coletivo e influência o comportamento das pessoas. Então estas projeções difundidas poderiam ter o poder de manipular comportamentos e torná-los mais, digamos, previsíveis. Apesar de não acreditarmos em determinismo ou em pré-determinismos religiosos, o conceito de vivermos numa “Matrix” parece ter algum fundamento partindo deste pressuposto. Esses personagens dos arquétipos humanos são tão impressionantemente e constantes através dos tempos, nas mais variadas culturas, que nos diferentes sonhos e nas diversas personalidades dos indivíduos encontram representações semelhantes nas estruturas patriarcais do mundo inteiro.
Mas se forem verdadeiras algumas das sugestões teóricas de Carl Jung, dominar o conhecimento desses arquétipos dará ao a quem tenha o controle sobre a grande mídia um poder tão grande quanto a ideia do Deus cristão. No mínimo, estas imagens, ideias e projeções podem ser ferramentas úteis para a manipulação de pessoas que se sintam seduzidas pela admiração ingênua e fascino. Na nossa visão tudo é intencional e não existe nenhuma inocência quando o interesse é manter pessoas acorrentadas pela cegueira ou destruir com tais cadeias. Vivemos a teocracia dos mitos do cinema, oramos para a constelação dos astros e estrelas da música, vivenciamos a adoração iconoclasta das bonecas “barbies” e a transformação do sangue em silicone, nos convertemos aos milagres televisivos, seguimos a bíblia da moda e comungamos nos templos religiosos dos shopping-centers. Resumindo: não temos muito a perder e temos tudo a ganhar. Somos brutalmente agredidas lutando. E se já fomos brutalmente agredidas quando estavamos caladas, só existem razões para lutar.
Autor(a?): Maçãs Podres
Os arquétipos femininos cristãos
Os arquétipos comportamentais femininos possuem uma moral antagônica e rival. Na condição marginal em que as mulheres se encontram dentro de nossa sociedade, os arquétipos de “Santa/Puta” criam uma rivalidade comportamental não-natural entre as mulheres, fazendo com que elas não se identifiquem como classe sexual.
Estes arquétipos de “Santa/Puta” são difundidos pela mídia que possui uma visão extremamente forte dos valores masculinos e cristãos, e são usados como instrumento de controle e manipulação tanto dos homens como de “todas” as mulheres.
Não percebendo que não existiria tal competição sem o estímulo dos próprios homens, com o objetivo de desviarem a nossa atenção de seus verdadeiros opressores, as mulheres acabam aliando-se ao poder masculino em oposição à solidariedade que deveriam ter umas com as outras (tipo: esposa x amante).
Negar tal situação poderia indicar a inexistência da opressão ou superação individual desta barreira. É por tal motivo que dentro de uma sociedade machista o maior elogio para uma mulher é associá-la a características falsamente ditas como sendo masculinas.
Como os arquétipos construídos para nossa identidade comportamental não possuem as mesmas características dos arquétipos masculinos, que são complementares e se fundem (“Deus e Jesus – Pai e Filho”, que são o mesmo), não existe antagonismo nos arquétipos masculinos capaz de fazer com que, entre os homens, exista muita dificuldade de se identificarem como iguais. Portanto, não existe um arquétipo antagônico e ambivalente que venha a desuni-los como classe, desde que compartilhem de uma mesma visão machista.
A função social da construção de identidade masculina é a de provedor, dono da autonomia econômica, atualmente mudando graças à atuação feminina, de centro das decisões políticas da humanidade e símbolo da racionalidade civilizada.
Por tais motivos que os comportamentos masculinos e femininos aparentam ser tão diversos. Pois, além da luta contra o fim da opressão masculina, as mulheres encontram também contra si a existência de uma cultura de massa que desde de o surgimento do cristianismo, passando pela difusão da escrita - a partir da criação da impressa, na Reforma Protestante e, hoje, impregnada por uma visão machista que deseja manter os privilégios sociais masculinos. Uma mídia industrial que tem como função reafirmar arquétipos de comportamento humano voltado para a desunião feminina e aversão à luta de classes sexuais.
Autor(a?): Maçãs Podres
Estes arquétipos de “Santa/Puta” são difundidos pela mídia que possui uma visão extremamente forte dos valores masculinos e cristãos, e são usados como instrumento de controle e manipulação tanto dos homens como de “todas” as mulheres.
Não percebendo que não existiria tal competição sem o estímulo dos próprios homens, com o objetivo de desviarem a nossa atenção de seus verdadeiros opressores, as mulheres acabam aliando-se ao poder masculino em oposição à solidariedade que deveriam ter umas com as outras (tipo: esposa x amante).
Negar tal situação poderia indicar a inexistência da opressão ou superação individual desta barreira. É por tal motivo que dentro de uma sociedade machista o maior elogio para uma mulher é associá-la a características falsamente ditas como sendo masculinas.
Como os arquétipos construídos para nossa identidade comportamental não possuem as mesmas características dos arquétipos masculinos, que são complementares e se fundem (“Deus e Jesus – Pai e Filho”, que são o mesmo), não existe antagonismo nos arquétipos masculinos capaz de fazer com que, entre os homens, exista muita dificuldade de se identificarem como iguais. Portanto, não existe um arquétipo antagônico e ambivalente que venha a desuni-los como classe, desde que compartilhem de uma mesma visão machista.
A função social da construção de identidade masculina é a de provedor, dono da autonomia econômica, atualmente mudando graças à atuação feminina, de centro das decisões políticas da humanidade e símbolo da racionalidade civilizada.
Por tais motivos que os comportamentos masculinos e femininos aparentam ser tão diversos. Pois, além da luta contra o fim da opressão masculina, as mulheres encontram também contra si a existência de uma cultura de massa que desde de o surgimento do cristianismo, passando pela difusão da escrita - a partir da criação da impressa, na Reforma Protestante e, hoje, impregnada por uma visão machista que deseja manter os privilégios sociais masculinos. Uma mídia industrial que tem como função reafirmar arquétipos de comportamento humano voltado para a desunião feminina e aversão à luta de classes sexuais.
Autor(a?): Maçãs Podres
Simbiose
Com a voz peremptória do mestre esclarecendo o neófito, ela explicou que as mulheres, mais do que os homens, são os verdadeiros sustentáculos da ordem social, e que, para cumprir este papel, elas foram educadas, uniformemente em todo o mundo, para estarem a serviço do homem.
— Não faz diferença se elas são criadas como escravas ou se são mimadas e amadas—observou ela.
—A finalidade e o destino fundamental das mulheres continuam sendo os mesmos: nutrir, proteger e servir os homens.
Clara olhou para mim, creio que para avaliar se eu estava acompanhando seu argumento. Creio que estava, mas minha reação mais íntima era negar tudo que ela estava dizendo.
— Isto pode ser verdade em alguns casos — concedi — mas não creio que você possa fazer tamanha generalização e incluir todas as mulheres.
Clara discordou veementemente.
— O lado diabólico da posição servil das mulheres é que ele não parece ser simplesmente um ditame social—disse ela— mas um imperativo biológico fundamental.
— Espere um momento, Clara — protestei — como você chegou a essas conclusões?
Ela explicou que cada espécie possui um imperativo biológico para perpetuar-se, e que a natureza proporciona instrumentos para assegurar a fusão das energias masculina e feminina da maneira mais eficiente. Disse que, na esfera humana, conquanto a função primordial da relação sexual seja a procriação, ela também tem uma função secundária e velada, que é assegurar o fluxo contínuo de energia das mulheres para os homens.
Clara enfatizou tanto a palavra "homens" que tive de perguntar:
— Por que você diz isto como se fosse uma avenida de mão única? O ato sexual não é uma troca uniforme de energia entre homem e mulher?
— Não. Negou ela enfaticamente.
— Os homens deixam linhas energéticas específicas dentro do corpo das mulheres. Assemelham-se a tênias luminosas que se movimentam no interior do útero, sugando energia.
- Isso me parece definitivamente sinistro — comentei ironicamente.
Ela prosseguiu com sua exposição em total seriedade. Elas são colocadas ali por uma razão ainda mais sinistra — falou, ignorando minha risada nervosa— que é assegurar o suprimento constante de energia para o homem que depositou essas linhas energéticas. Estas, estabelecidas através da relação sexual, recolhem e roubam energia do corpo feminino, a fim de beneficiar o homem que as deixou ali.
Clara falou com tanta certeza que não consegui gracejar e tive de levá-la a sério.
— Não que eu aceite por um instante sequer o que você está dizendo, Clara — falei — mas, só por curiosidade, como chegou a uma conclusão tão despropositada? Alguém lhe falou disso?
— Sim, meu mestre me falou a respeito. A princípio também não acreditei nele — admitiu ela — mas ele também me ensinou a arte da liberdade, o que significa que aprendi a ver o fluxo da energia. Agora sei que estava certo, pois posso ver os filamentos semelhantes a vermes nos corpos femininos. Você, por exemplo, possui vários deles, todos ainda ativos.
— Digamos que seja verdade, Clara — concedi, inquieta— apenas para continuar com o debate, permita-me perguntar-lhe por que isto seria possível? Este fluxo de mão única da energia não seria uma injustiça com as mulheres?
— O mundo inteiro é injusto com as mulheres! — exclamou ela — mas o problema não é esse.
— Qual é o problema, Clara? Acho que não percebi.
— O imperativo da natureza é perpetuar nossa espécie. Para assegurar isto, as mulheres têm de carregar um fardo excessivo em seu nível energético básico. O que significa um fluxo de energia que sobrecarrega as mulheres.
— Mas você ainda não explicou por que deve ser assim — insisti, já começando a oscilar com a força de suas convicções.
— As mulheres são o alicerce para a perpetuação da espécie humana —replicou Clara.
— Grande parte da energia provém delas, não apenas para gestar, dar à luz e nutrir sua prole, mas também para assegurar que o homem represente seu papel em todo esse processo.
Clara explicou que, teoricamente, esse processo assegura que a mulher alimente seu homem energeticamente através dos filamentos deixados por ele dentro do seu corpo, de modo que o homem se torna misteriosamente dependente da mulher em nível etérico. Isto fica claro na atitude evidente do homem que retorna repetidas vezes para a mesma mulher, a fim de manter sua fonte de sustento. Deste modo, disse Clara, a natureza possibilita aos homens, além do impulso imediato de gratificação sexual, estabelecer vínculos mais permanentes com as mulheres.
— Esses filamentos energéticos, deixados nos úteros das mulheres,também se fundem com a composição energética do filho, caso ocorra aconcepção — acrescentou Clara.
— Este pode ser o rudimento dos laços familiares, pois a energia do pai se funde com a do feto e permite ao homem sentir que o filho é seu. Estes são alguns fatos da vida que a mãe nunca conta à filha. As mulheres são criadas para serem facilmente seduzidas pelos homens, sem terem a menor idéia das conseqüências do ato sexual em termos do escoamento energético produzido em cada uma delas.
Trecho do Livro A Travessia das Feiticeiras, Taisha Abelar.
Citado por Alta sacerdotisa. [link indisponível]
— Não faz diferença se elas são criadas como escravas ou se são mimadas e amadas—observou ela.
—A finalidade e o destino fundamental das mulheres continuam sendo os mesmos: nutrir, proteger e servir os homens.
Clara olhou para mim, creio que para avaliar se eu estava acompanhando seu argumento. Creio que estava, mas minha reação mais íntima era negar tudo que ela estava dizendo.
— Isto pode ser verdade em alguns casos — concedi — mas não creio que você possa fazer tamanha generalização e incluir todas as mulheres.
Clara discordou veementemente.
— O lado diabólico da posição servil das mulheres é que ele não parece ser simplesmente um ditame social—disse ela— mas um imperativo biológico fundamental.
— Espere um momento, Clara — protestei — como você chegou a essas conclusões?
Ela explicou que cada espécie possui um imperativo biológico para perpetuar-se, e que a natureza proporciona instrumentos para assegurar a fusão das energias masculina e feminina da maneira mais eficiente. Disse que, na esfera humana, conquanto a função primordial da relação sexual seja a procriação, ela também tem uma função secundária e velada, que é assegurar o fluxo contínuo de energia das mulheres para os homens.
Clara enfatizou tanto a palavra "homens" que tive de perguntar:
— Por que você diz isto como se fosse uma avenida de mão única? O ato sexual não é uma troca uniforme de energia entre homem e mulher?
— Não. Negou ela enfaticamente.
— Os homens deixam linhas energéticas específicas dentro do corpo das mulheres. Assemelham-se a tênias luminosas que se movimentam no interior do útero, sugando energia.
- Isso me parece definitivamente sinistro — comentei ironicamente.
Ela prosseguiu com sua exposição em total seriedade. Elas são colocadas ali por uma razão ainda mais sinistra — falou, ignorando minha risada nervosa— que é assegurar o suprimento constante de energia para o homem que depositou essas linhas energéticas. Estas, estabelecidas através da relação sexual, recolhem e roubam energia do corpo feminino, a fim de beneficiar o homem que as deixou ali.
Clara falou com tanta certeza que não consegui gracejar e tive de levá-la a sério.
— Não que eu aceite por um instante sequer o que você está dizendo, Clara — falei — mas, só por curiosidade, como chegou a uma conclusão tão despropositada? Alguém lhe falou disso?
— Sim, meu mestre me falou a respeito. A princípio também não acreditei nele — admitiu ela — mas ele também me ensinou a arte da liberdade, o que significa que aprendi a ver o fluxo da energia. Agora sei que estava certo, pois posso ver os filamentos semelhantes a vermes nos corpos femininos. Você, por exemplo, possui vários deles, todos ainda ativos.
— Digamos que seja verdade, Clara — concedi, inquieta— apenas para continuar com o debate, permita-me perguntar-lhe por que isto seria possível? Este fluxo de mão única da energia não seria uma injustiça com as mulheres?
— O mundo inteiro é injusto com as mulheres! — exclamou ela — mas o problema não é esse.
— Qual é o problema, Clara? Acho que não percebi.
— O imperativo da natureza é perpetuar nossa espécie. Para assegurar isto, as mulheres têm de carregar um fardo excessivo em seu nível energético básico. O que significa um fluxo de energia que sobrecarrega as mulheres.
— Mas você ainda não explicou por que deve ser assim — insisti, já começando a oscilar com a força de suas convicções.
— As mulheres são o alicerce para a perpetuação da espécie humana —replicou Clara.
— Grande parte da energia provém delas, não apenas para gestar, dar à luz e nutrir sua prole, mas também para assegurar que o homem represente seu papel em todo esse processo.
Clara explicou que, teoricamente, esse processo assegura que a mulher alimente seu homem energeticamente através dos filamentos deixados por ele dentro do seu corpo, de modo que o homem se torna misteriosamente dependente da mulher em nível etérico. Isto fica claro na atitude evidente do homem que retorna repetidas vezes para a mesma mulher, a fim de manter sua fonte de sustento. Deste modo, disse Clara, a natureza possibilita aos homens, além do impulso imediato de gratificação sexual, estabelecer vínculos mais permanentes com as mulheres.
— Esses filamentos energéticos, deixados nos úteros das mulheres,também se fundem com a composição energética do filho, caso ocorra aconcepção — acrescentou Clara.
— Este pode ser o rudimento dos laços familiares, pois a energia do pai se funde com a do feto e permite ao homem sentir que o filho é seu. Estes são alguns fatos da vida que a mãe nunca conta à filha. As mulheres são criadas para serem facilmente seduzidas pelos homens, sem terem a menor idéia das conseqüências do ato sexual em termos do escoamento energético produzido em cada uma delas.
Trecho do Livro A Travessia das Feiticeiras, Taisha Abelar.
Citado por Alta sacerdotisa. [link indisponível]
sábado, 20 de junho de 2009
A origem das festas juninas
O Sol, o Solstício de Verão e o dia mais longo do ano (21 de Junho) estão no centro das Festas Juninas.
As festas pretendem “celebrar as festividades pagãs que foram substituídas por outras associadas a S. João Baptista depois da cristianização da Europa.
Os Europeus não só acolheram como incrementaram práticas e crenças que se encontravam profundamente integradas na base cultural que informava os seus povoadores.
Dessa origem sobressaem cultos astrais, lunares e solares, especificamente protectores da agricultura, mas também dos animais e da vida em geral, de cujas memórias resultaram profundas marcas.
Expressas em rituais que ora foram condenados ora readmitidos pela Igreja Católica, continuam a integrar as actuais vivências do Arquipélago, salientando-se tanto na celebração de Solstícios e Equinócios, como de outros astros, conforme acontece com Venus (entendido como estrela da manhã) ou nos cantares dirigidos às estrelas.
Com a noite mais longa do ano, o solstício (do latim, solstitium ou Sol estático) do inverno, irá começar oficialmente às 02h45 (horário de Brasília), na madrugada deste domingo (21). Para o hemisfério norte, os habitantes estarão vivenciando o inicio do verão.
As festas pretendem “celebrar as festividades pagãs que foram substituídas por outras associadas a S. João Baptista depois da cristianização da Europa.
Os Europeus não só acolheram como incrementaram práticas e crenças que se encontravam profundamente integradas na base cultural que informava os seus povoadores.
Dessa origem sobressaem cultos astrais, lunares e solares, especificamente protectores da agricultura, mas também dos animais e da vida em geral, de cujas memórias resultaram profundas marcas.
Expressas em rituais que ora foram condenados ora readmitidos pela Igreja Católica, continuam a integrar as actuais vivências do Arquipélago, salientando-se tanto na celebração de Solstícios e Equinócios, como de outros astros, conforme acontece com Venus (entendido como estrela da manhã) ou nos cantares dirigidos às estrelas.
Com a noite mais longa do ano, o solstício (do latim, solstitium ou Sol estático) do inverno, irá começar oficialmente às 02h45 (horário de Brasília), na madrugada deste domingo (21). Para o hemisfério norte, os habitantes estarão vivenciando o inicio do verão.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Exemplo de debate sadio
Recentemente foi publicado na Folha de SPaulo um artigo de Luis Felipe Pondé entitulado "Uivando para a lua", um texto interessante e crítico que merece ser lido para os (neo)pagãos refletirem.
Ato contínuo, eu escrevi ao Ombudsman da Folha os meus comentários sobre tal artigo:
eu gostaria de comentar o (mal) gosto do comentarista Luiz Felipe Ponde em seu artigo "Uivando para a lua": para o autor, o tempo de existência de uma crença é sua garantia. muito bem, com esse padrão, o Cristianismo não tem mais de mil anos, se considerarmos que ele se modificou ao longo da história, da cultura e do local onde este foi implantado. para o autor, os neopagãos falam muitas bobagens, mas muitos cristãos têm sua quota de bobagem, basta ouvir os neopentecostais. para o autor, os pagãos cometeram muitos crimes. mas nenhuma crença pagã pregou o "amor ao próximo", nem ordenou "oferecer a outra face". apenas o Cristianismo foi o autor de diversas guerras, massacres, genocídios, injustiças e aculturamento, em larga escala, por onde passou. eu recomendo ao autor e aos cristãos que saibam um pouco mais sobre a nossa religião e sobre a própria religião. os cristãos não são melhores do que os neopagãos.[email enviado em 14/06]
Eu gostei e muito da resposta do autor do artigo [Luis Felipe Pondé] que me respondeu de forma muito mais educada e inteligente do que as respostas que eu recebi de católicos:
Agradeço seu email e sua atenção. Tudo que falei no artigo é fundamentado em observação empírica conhecida: assimilações rápidas de outros sitemas culturais muitas vezes deturpadas inclusive apresentando uma visão equivocada da idade média e do próprio desempenho de cristãos medievais. Nada foi inventado por mim. Material colhido sobre o assunto desde 1997 sustenta a discussão. Quanto ao fato, apontado por você acerca de absurdos no cristianismo (que não é minha religião), você tem razão sim. Pode-se falar muito de sua história e sua contemporaneidade: abusos políticos, financeiros, etc. Afirmo isso no artigo, lembra-se? "Toda religião tem sua carga de sordidez". E, caro leitor, não é comum atacarmos o cristianismo? Filmes ridículos como "Codigo da Vinci" não adulteram a história da Igreja sob palmas de muita gente? Talvez você tenha estranhado o tom crítico do artigo porque outras religiões não estão acostumadas a serem objetos de criticas atualmente. Por exemplo, dizia eu: parte do erro está na construção de que paganismos antigos tenham sido "mais justos" do que quaisquer outras religiões. Esta construção de um passado dourado destruído por malvados é falsa historicamente. Por outro lado, como digo no artigo, pessoas de sensibilidade pagã devem cuidar para não serem vítimas de aproveitadores - o que pode acontecer com qualquer religião. Quanto ao cristianismo ter menos de 1000 anos, isso é verdade apenas se você não levar em conta que ele se constituiu como entidade histórica há 2000 mil anos. Quanto ao neopaganismo, crescendo em meio a uma sociedade de indústria cultural, sofre muito mais com modismos, além de também sofrer com a ausência radical de elementos arqueológicos e culturais - essa perda de substância cultural de continuidade provavelmente é responsável por soar como uma religião radicalmente nova, além do fato, evidente, que a sociedade que a produziu milênios atrás cessou de existir em seus determinantes culturais e simbólicos: não somos mais uma sociedade de culto à terra ou a uma entidade chamada 'natureza', sabemos que esta é tão cruel qualquer "deus patriarcal". Provavelmente se observarmos o nascimento de qualquer sistema religioso, algo de ridículo deverá surgir. Se você tem isso em mente, tem razão. Este tema me interessa e permaneço aberto para diálogo.
Obrigado.
Luiz Felipe Pondé. Colunista Ilustrada Folha de S Paulo.[resposta recebida por email em 18/06]
Sim, caros eventuais leitores, essa é a forma ideal de se debater. Devemos nos ater ao tema em questão e não nos deixar levar pela emoção, nem tentar transformar um debate em uma questão de honra, nem levar para o lado pessoal. Luis usou a melhor descrição para a existência por 2 mil do Cristianismo: entidade histórica, ou seja, o registro da existência do mesmo em sua totalidade.
Também há a questão do preconceito existente no tocante à Idade Média, sem dúvida houve diversas melhorias, aperfeiçoamentos e aprimoramentos, mas a base continua sendo provinda da Idade Antiga, que é vista com muito mais preconceito.
Desde a época da Renascença há esse "passatempo" de criticar o Cristianismo, com razões, como a obra de La Sagesse [Jesus Cristo Nunca Existiu] ou sem razões, como as teorias de conspirações que recheiam as obras de Dan Brown [Código DaVinci, Anjos e Demônios].
O neopaganismo pode e deve ser criticado, especialmente suas falhas e lacunas, desde que seja feito com argumentos racionais. O neopagão tem o desafio de ser melhor que o cristão, quando vê sua crença ser criticada ou quando é criticado, refletir sobre as críticas, pesquisando e comparando diversas fontes para entender melhor a história do Paganismo e sua própria religião. O maior desafio para os Neopagãos está em reconstruir, resgatar os aspectos da religião nativa/original/popular/antiga, juntando novamente os pedaços dessa cultura, crença e simbolismo Pagãos que sobrevive feito fantasma dentro da cultura oficial. Esse objetivo não pode ser realizado sem que tenhamos uma visão objetiva e crítica da história, temos que ter a coragem de ver/entender/perceber que na época anterior ao Cristianismo nunca existiu uma Era Dourada. Nossos antepassados também cometeram muitos erros, massacres, guerras e absurdos. Nós estamos demonstrando ser ingênuos ao dourar a realidade da Natureza. Nós permitimos ser incompreendidos e discriminados ao deixar pessoas inescrupulosas transformem nossa crença em um produto comercial ou um palco para agendas pessoais ou para atingir objetivos mesquinhos como ganância, poder e fortuna.
Se queremos ser respeitados e reconhecidos, não podemos dar espaço para o ridículo.
Ato contínuo, eu escrevi ao Ombudsman da Folha os meus comentários sobre tal artigo:
eu gostaria de comentar o (mal) gosto do comentarista Luiz Felipe Ponde em seu artigo "Uivando para a lua": para o autor, o tempo de existência de uma crença é sua garantia. muito bem, com esse padrão, o Cristianismo não tem mais de mil anos, se considerarmos que ele se modificou ao longo da história, da cultura e do local onde este foi implantado. para o autor, os neopagãos falam muitas bobagens, mas muitos cristãos têm sua quota de bobagem, basta ouvir os neopentecostais. para o autor, os pagãos cometeram muitos crimes. mas nenhuma crença pagã pregou o "amor ao próximo", nem ordenou "oferecer a outra face". apenas o Cristianismo foi o autor de diversas guerras, massacres, genocídios, injustiças e aculturamento, em larga escala, por onde passou. eu recomendo ao autor e aos cristãos que saibam um pouco mais sobre a nossa religião e sobre a própria religião. os cristãos não são melhores do que os neopagãos.[email enviado em 14/06]
Eu gostei e muito da resposta do autor do artigo [Luis Felipe Pondé] que me respondeu de forma muito mais educada e inteligente do que as respostas que eu recebi de católicos:
Agradeço seu email e sua atenção. Tudo que falei no artigo é fundamentado em observação empírica conhecida: assimilações rápidas de outros sitemas culturais muitas vezes deturpadas inclusive apresentando uma visão equivocada da idade média e do próprio desempenho de cristãos medievais. Nada foi inventado por mim. Material colhido sobre o assunto desde 1997 sustenta a discussão. Quanto ao fato, apontado por você acerca de absurdos no cristianismo (que não é minha religião), você tem razão sim. Pode-se falar muito de sua história e sua contemporaneidade: abusos políticos, financeiros, etc. Afirmo isso no artigo, lembra-se? "Toda religião tem sua carga de sordidez". E, caro leitor, não é comum atacarmos o cristianismo? Filmes ridículos como "Codigo da Vinci" não adulteram a história da Igreja sob palmas de muita gente? Talvez você tenha estranhado o tom crítico do artigo porque outras religiões não estão acostumadas a serem objetos de criticas atualmente. Por exemplo, dizia eu: parte do erro está na construção de que paganismos antigos tenham sido "mais justos" do que quaisquer outras religiões. Esta construção de um passado dourado destruído por malvados é falsa historicamente. Por outro lado, como digo no artigo, pessoas de sensibilidade pagã devem cuidar para não serem vítimas de aproveitadores - o que pode acontecer com qualquer religião. Quanto ao cristianismo ter menos de 1000 anos, isso é verdade apenas se você não levar em conta que ele se constituiu como entidade histórica há 2000 mil anos. Quanto ao neopaganismo, crescendo em meio a uma sociedade de indústria cultural, sofre muito mais com modismos, além de também sofrer com a ausência radical de elementos arqueológicos e culturais - essa perda de substância cultural de continuidade provavelmente é responsável por soar como uma religião radicalmente nova, além do fato, evidente, que a sociedade que a produziu milênios atrás cessou de existir em seus determinantes culturais e simbólicos: não somos mais uma sociedade de culto à terra ou a uma entidade chamada 'natureza', sabemos que esta é tão cruel qualquer "deus patriarcal". Provavelmente se observarmos o nascimento de qualquer sistema religioso, algo de ridículo deverá surgir. Se você tem isso em mente, tem razão. Este tema me interessa e permaneço aberto para diálogo.
Obrigado.
Luiz Felipe Pondé. Colunista Ilustrada Folha de S Paulo.[resposta recebida por email em 18/06]
Sim, caros eventuais leitores, essa é a forma ideal de se debater. Devemos nos ater ao tema em questão e não nos deixar levar pela emoção, nem tentar transformar um debate em uma questão de honra, nem levar para o lado pessoal. Luis usou a melhor descrição para a existência por 2 mil do Cristianismo: entidade histórica, ou seja, o registro da existência do mesmo em sua totalidade.
Também há a questão do preconceito existente no tocante à Idade Média, sem dúvida houve diversas melhorias, aperfeiçoamentos e aprimoramentos, mas a base continua sendo provinda da Idade Antiga, que é vista com muito mais preconceito.
Desde a época da Renascença há esse "passatempo" de criticar o Cristianismo, com razões, como a obra de La Sagesse [Jesus Cristo Nunca Existiu] ou sem razões, como as teorias de conspirações que recheiam as obras de Dan Brown [Código DaVinci, Anjos e Demônios].
O neopaganismo pode e deve ser criticado, especialmente suas falhas e lacunas, desde que seja feito com argumentos racionais. O neopagão tem o desafio de ser melhor que o cristão, quando vê sua crença ser criticada ou quando é criticado, refletir sobre as críticas, pesquisando e comparando diversas fontes para entender melhor a história do Paganismo e sua própria religião. O maior desafio para os Neopagãos está em reconstruir, resgatar os aspectos da religião nativa/original/popular/antiga, juntando novamente os pedaços dessa cultura, crença e simbolismo Pagãos que sobrevive feito fantasma dentro da cultura oficial. Esse objetivo não pode ser realizado sem que tenhamos uma visão objetiva e crítica da história, temos que ter a coragem de ver/entender/perceber que na época anterior ao Cristianismo nunca existiu uma Era Dourada. Nossos antepassados também cometeram muitos erros, massacres, guerras e absurdos. Nós estamos demonstrando ser ingênuos ao dourar a realidade da Natureza. Nós permitimos ser incompreendidos e discriminados ao deixar pessoas inescrupulosas transformem nossa crença em um produto comercial ou um palco para agendas pessoais ou para atingir objetivos mesquinhos como ganância, poder e fortuna.
Se queremos ser respeitados e reconhecidos, não podemos dar espaço para o ridículo.
Marcadores:
citação,
contos,
miscelânea,
notícia
Solstício nos Templos do Sol
O Solstício do Verão vai ser celebrado no próximo domingo ao pôr-do-sol, entre as 20:00 e as 20:45, num antigo altar de pedra em Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa.
Pelas 19:00, um cortejo alegórico partirá com várias personagens, em representação dos antigos sacerdotes druidas, do adro da aldeia de Chãs até ao local das celebrações, ao som de um grupo de gaiteiras de Miranda – As Trailarailas.
A Pedra do Solstício, situada nos arredores da aldeia de Chãs, no monte dos Tambores, fica a curta distância de outro templo solar, o Santuário da Pedra da Cabeleira, onde são celebrados os Equinócios.
Este antigo altar de pedra, que se supõe ter sido local de culto e posto de observação astronómica na antiguidade, fica sobranceiro a alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.
A iniciativa da Comissão Organizadora das Celebrações do Solstício, nos Alinhamentos Sagrados dos Tambores, conta com o apoio da Junta de Freguesia e do Centro de Dia local, bem como dos proprietários dos terrenos.
Pelas 19:00, um cortejo alegórico partirá com várias personagens, em representação dos antigos sacerdotes druidas, do adro da aldeia de Chãs até ao local das celebrações, ao som de um grupo de gaiteiras de Miranda – As Trailarailas.
A Pedra do Solstício, situada nos arredores da aldeia de Chãs, no monte dos Tambores, fica a curta distância de outro templo solar, o Santuário da Pedra da Cabeleira, onde são celebrados os Equinócios.
Este antigo altar de pedra, que se supõe ter sido local de culto e posto de observação astronómica na antiguidade, fica sobranceiro a alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.
A iniciativa da Comissão Organizadora das Celebrações do Solstício, nos Alinhamentos Sagrados dos Tambores, conta com o apoio da Junta de Freguesia e do Centro de Dia local, bem como dos proprietários dos terrenos.
Esta é também a hora sublime em que astro solar atinge o auge do seu poder e da sua maior aparente curvatura no Hemisfério Norte. Em que a natureza se expande em toda a sua alegria e esplendor. É também mais um ciclo que se fecha - o da vida na sua suprema pujança e vitalidade - A partir de agora – e até ao solstício do Inverno – os dias vão minguando, as noites vão sendo mais longas, até ao dia 21 de Dezembro, como se até lá a vida fosse morrendo para renascer de novo por entre os gélidos e cinzentos dias de Inverno. E, porventura, assim o terão entendido os antigos povos, que aqui viveram, na sua íntima ligação com o meio e o cosmos. Cujas tradições e património, ali se deseja relembrar e recuperar, não só junto das populações locais, como de todos aqueles que queiram dar-nos o seu testemunho e o seu contributo cientifico – sobre o estudo e pesquisa do passado longínquo desta região, plena de misticismo e de uma herança histórica riquíssima.
Pescado do Diário Digital e do blogue Templos do Sol.
Marcadores:
festas populares,
folclore,
mitos,
notícia
quarta-feira, 17 de junho de 2009
A atitude religiosa dos Indo-Europeus
«A relação submissa e escravizante do homem com Deus é especialmente característica da religiosidade dos povos semíticos. Os nomes Baal, Moloch, Rabbat e outros, salientam todos a omnipotência do Senhor Deus sobre homens escravizados, as suas criaturas, que rastejam perante Ele.
Para os Indo-Europeus, pelo contrário, o culto de Deus significava a adoração da Deidade, o encorajamento e o cultivo de todos os impulsos da veneração (...).
Na linguagem semítica, a palavra "adoração" vem da raiz "abad", que significa "ser escravo". Hannah (I Samuel, i. 11) implora a Jeová, o Deus tribal hebraico, para lhe dar a ela, sua escrava, um filho. David (II Samuel, vii. 20) chama a si mesmo um escravo do seu Deus, tal como Salomão (I Reis, iii. 7). A essência de Jeová é o terror (Exodus, xxiii. 27; Isaias, viii. 13), mas isto nunca foi verdade para os Deuses indo-europeus. O Hino a Zeus do estoico Kleanthes of Assos, donde Paulo (Actos, xvii. 28) tirou palavras para se ajustar ao estilo religioso helénico, contradizem completamente, por exemplo, a religiosidade do 90º Salmo.
Na Cristandade, a atitude do fiel perante Deus é livremente interpretada com o termo "humilis", e portanto humildade, significando literalmente que uma mente de escravo ou de servidão à tribo é exigida como a essência da religiosidade. Mas isto é não indo-europeu no estilo, um efeito da religiosidade oriental. Pelo facto de não ser um escravo perante um Deus omnipotente, o Indo-Europeu reza quase sempre, não ajoelhado ou prostrado, mas de pé, com os olhos a mirar o alto e os braços erguidos ao céu.
Como homem completo com honra intocada, o honesto Indo-Europeu permanece erguido perante o seu Deus ou Deuses. Não é indo-europeia nenhuma religiosidade que tira algo ao homem para o fazer parecer mais pequeno perante uma Deidade que se tornou todo-poderosa e opressiva. Não é verdadeiramente indo-europeia nenhuma religião que declara ser o mundo e homem coisas sem valor, baixas e impuras, nem procura redimir o homem perante valores sobrehumanos ou sobreterrenos. Onde quer que "este mundo" seja abandonado, e em seu lugar se coloque o "outro mundo" como bem eterno, aí o campo da religiosidade indo-europeia é abandonado. Porque a religiosidade indo-europeia é deste mundo, e este facto determina as suas formas essenciais de expressão. Por conseguinte, é por vezes difícil para nós compreender actualmente a sua grandeza, porque estamos acostumados a medir a religiosidade com valores tirados da vida religiosa oriental e decididamente não indo-europeia, e especialmente do Cristianismo medieval e moderno. Segue-se portanto que a nossa perspectiva sobre a religiosidade indo-europeia tem de sofrer do mesmo modo que sofreria a perspectiva sobre a estrutura das línguas indo-europeias se estas fossem descritas nos termos da características das línguas semitas. Estamos hoje acostumados a procurar a verdadeira religiosidade apenas em termos de "outro mundo" e a considerar a religiosidade deste mundo como subdesenvolvida ou de algum modo incompleta - um estádio atrasado no caminho para algo de mais valioso. Por conseguinte, as ideias religiosas judaico-cristãs que nos foram transmitidas impedem-nos de reconhecer a grandeza da religiosidade indo-europeia, pelo que em estudos de religião comparada os valores religiosos indo-europeus são uma e outra vez representados como cientificamente menos importantes, pois que os proponentes destes pontos de vista aceitaram inconscientemente o ideal dos valores espirituais orientais como padrão para todo o valor religioso. Esta crítica é também aplicável ao estudo de Rudolf Otto intitulado "O Sagrado". Deste modo, a grandeza e integralidade do mundo indo-europeu nunca é reconhecida.
Quem quer que queira medir a religiosidade pelo grau do rebaixamento do homem perante o Divino, ou por quão questionável, desvalorizado ou até manchado "este mundo" é perante o "outro mundo", e quem quer que queira medir a religiosidade pelo grau em que o homem sente a cisão entre o corpo transitório e a alma indestrutível, entre a carne (sarx) e o espírito (pneuma) - quem quer que procure fazer isto, terá de declarar que a religiosidade dos Indo-Europeus é verdadeiramente empobrecida e tosca.
Os Deuses e os homens não são, aos olhos dos Indo-Europeus, seres sem comparação, distantes uns dos outros, especialmente no caso dos Helenos, a quem os Deuses apareciam como homens imortais com grandes almas (cf. Aristóteles: Metaphysics, III, 2, 997b), enquanto acreditavam que os homens, como formas correctas de um Genus nobre, também possuíam algo de divino e portanto podiam clamar uma proximidade com o estatuto divino - o "divino Agamemnon". Na natureza do homem em si mesma, tal como a Deidade quer, estão possibilidades, eventualmente divinas na origem, "diogenes", e assim todos os povos indo-europeus assumiram a encarnação de valores nacionais aristocráticos em famílias humanas, o the kalok’agathia.
A religião indo-europeia não é escravatura, não contém nenhuma das súplicas de um escravo rebaixado perante o seu Senhor todo-poderoso, mas em vez disso notabiliza-se por uma realização confiante de uma comunidade que inclui Deuses e homens. Platão fala no seu "Banquete" (188c) de uma "comunidade mútua (philia) entre Deuses e homens." O Teutão está certo da amizade do seu Deus (...), e com os Helenos na "Odisseia" (XXIV, 514) a mesma certeza é expressada em termos de "amizade dos Deuses" (theoi philoi). No Bhagavad Gita, dos Indianos (IV, 3), o Deus Krishna chama ao homem Arjuna seu amigo. A mais elevada Deidade, como Zeus, é honrada com o título de "Pai dos Deuses e dos homens" - como um pai familiar, Zeus Herkeios, não como um déspota. Esta ideia é também expressa nos nomes dos Deuses: Djaus Pitar com os Indianos e Júpiter com os Romanos. O nome do Deus indiano Mitra, que no Irão é Mithra, significa "Amigo". O Mazdeísmo, fundado por Zaratustra, chamou ao homem que actua de acordo com a moral um amigo de Ahura Mazda, o Deus Universal, que na época dos Aqueménidas se tornou no Deus do Império Persa. De acordo com Platão (Leis, IV, 716), o homem de moderação e auto-controlo é acima de tudo um "amigo de Deus".(...)
Mas a inteligência e compreensão humanas têm os seus limites, enquanto as da Deidade são ilimitadas, daí que os Indo-Euroeus, e particularmente os Helenos, tenham sentido profundamente a sua dependência dos Deuses. A recomendação "Conhece-te a ti mesmo", inscrita no vestíbulo do templo de Apolo, lembrava ao homem as suas limitações quando perante a Deidade. Na sua quinta Ode Ístmica, Píndaro avisava "Não lutes para ser Zeus!"(...)
A tentação e o perigo da presunção humana era aparentemente familiar aos Indo-Europeus, talvez pelo mesmo motivo de que sempre se sentiram tão próximos dos seus Deuses (...). O medo da hubris, ou arrogância, vem do fundo da alma helénica, e perante a hubris o homem é admoestado para se manter no seu lugar na ordem intemporal do mundo, à qual também os Deuses Se ajustam. É destino do Indo-Europeu permanecer orgulhosamente, com confiança e determinação aristocráticas, mas sempre consciente das suas próprias limitações, cara a cara com a infinitude dos Deuses - e nenhuma estirpe humana experimentou este sentido de destino mais profundamente do que os Indo-Europeus: o grande elemento da tragédia na poesia dos povos indo-europeus brota da tensão resultante deste sentido de destino. (...)»
In «A Atitude Religiosa dos Indo-Europeus», do Professor Hans F. K. Günther.
“Os homens sabiam que os Deuses que serviam não os poderiam livrar do perigo e da calamidade, e não Lhes exigiam isso. Não encontramos nos mitos nenhum sentido de amargura perante a dureza e injustiça da vida, mas em vez disso um espírito de heróica resignação: a humanidade nasceu para os sarilhos, mas a coragem, a aventura e as maravilhas da vida são motivo de agradecimento, para serem usufruídos enquanto a vida nos é garantida. As grandes dádivas dos Deuses são a prontidão para enfrentar o mundo tal como ele é, a sorte que mantém os homens nos seus lugares e a oportunidade para alcançar a glória, que é a única que sobrevive à morte.»
In «Deuses e Mitos do Norte da Europa» (1964, p. 218), de H. R. Ellis Davidson.
Fonte: Gladius
Para os Indo-Europeus, pelo contrário, o culto de Deus significava a adoração da Deidade, o encorajamento e o cultivo de todos os impulsos da veneração (...).
Na linguagem semítica, a palavra "adoração" vem da raiz "abad", que significa "ser escravo". Hannah (I Samuel, i. 11) implora a Jeová, o Deus tribal hebraico, para lhe dar a ela, sua escrava, um filho. David (II Samuel, vii. 20) chama a si mesmo um escravo do seu Deus, tal como Salomão (I Reis, iii. 7). A essência de Jeová é o terror (Exodus, xxiii. 27; Isaias, viii. 13), mas isto nunca foi verdade para os Deuses indo-europeus. O Hino a Zeus do estoico Kleanthes of Assos, donde Paulo (Actos, xvii. 28) tirou palavras para se ajustar ao estilo religioso helénico, contradizem completamente, por exemplo, a religiosidade do 90º Salmo.
Na Cristandade, a atitude do fiel perante Deus é livremente interpretada com o termo "humilis", e portanto humildade, significando literalmente que uma mente de escravo ou de servidão à tribo é exigida como a essência da religiosidade. Mas isto é não indo-europeu no estilo, um efeito da religiosidade oriental. Pelo facto de não ser um escravo perante um Deus omnipotente, o Indo-Europeu reza quase sempre, não ajoelhado ou prostrado, mas de pé, com os olhos a mirar o alto e os braços erguidos ao céu.
Como homem completo com honra intocada, o honesto Indo-Europeu permanece erguido perante o seu Deus ou Deuses. Não é indo-europeia nenhuma religiosidade que tira algo ao homem para o fazer parecer mais pequeno perante uma Deidade que se tornou todo-poderosa e opressiva. Não é verdadeiramente indo-europeia nenhuma religião que declara ser o mundo e homem coisas sem valor, baixas e impuras, nem procura redimir o homem perante valores sobrehumanos ou sobreterrenos. Onde quer que "este mundo" seja abandonado, e em seu lugar se coloque o "outro mundo" como bem eterno, aí o campo da religiosidade indo-europeia é abandonado. Porque a religiosidade indo-europeia é deste mundo, e este facto determina as suas formas essenciais de expressão. Por conseguinte, é por vezes difícil para nós compreender actualmente a sua grandeza, porque estamos acostumados a medir a religiosidade com valores tirados da vida religiosa oriental e decididamente não indo-europeia, e especialmente do Cristianismo medieval e moderno. Segue-se portanto que a nossa perspectiva sobre a religiosidade indo-europeia tem de sofrer do mesmo modo que sofreria a perspectiva sobre a estrutura das línguas indo-europeias se estas fossem descritas nos termos da características das línguas semitas. Estamos hoje acostumados a procurar a verdadeira religiosidade apenas em termos de "outro mundo" e a considerar a religiosidade deste mundo como subdesenvolvida ou de algum modo incompleta - um estádio atrasado no caminho para algo de mais valioso. Por conseguinte, as ideias religiosas judaico-cristãs que nos foram transmitidas impedem-nos de reconhecer a grandeza da religiosidade indo-europeia, pelo que em estudos de religião comparada os valores religiosos indo-europeus são uma e outra vez representados como cientificamente menos importantes, pois que os proponentes destes pontos de vista aceitaram inconscientemente o ideal dos valores espirituais orientais como padrão para todo o valor religioso. Esta crítica é também aplicável ao estudo de Rudolf Otto intitulado "O Sagrado". Deste modo, a grandeza e integralidade do mundo indo-europeu nunca é reconhecida.
Quem quer que queira medir a religiosidade pelo grau do rebaixamento do homem perante o Divino, ou por quão questionável, desvalorizado ou até manchado "este mundo" é perante o "outro mundo", e quem quer que queira medir a religiosidade pelo grau em que o homem sente a cisão entre o corpo transitório e a alma indestrutível, entre a carne (sarx) e o espírito (pneuma) - quem quer que procure fazer isto, terá de declarar que a religiosidade dos Indo-Europeus é verdadeiramente empobrecida e tosca.
Os Deuses e os homens não são, aos olhos dos Indo-Europeus, seres sem comparação, distantes uns dos outros, especialmente no caso dos Helenos, a quem os Deuses apareciam como homens imortais com grandes almas (cf. Aristóteles: Metaphysics, III, 2, 997b), enquanto acreditavam que os homens, como formas correctas de um Genus nobre, também possuíam algo de divino e portanto podiam clamar uma proximidade com o estatuto divino - o "divino Agamemnon". Na natureza do homem em si mesma, tal como a Deidade quer, estão possibilidades, eventualmente divinas na origem, "diogenes", e assim todos os povos indo-europeus assumiram a encarnação de valores nacionais aristocráticos em famílias humanas, o the kalok’agathia.
A religião indo-europeia não é escravatura, não contém nenhuma das súplicas de um escravo rebaixado perante o seu Senhor todo-poderoso, mas em vez disso notabiliza-se por uma realização confiante de uma comunidade que inclui Deuses e homens. Platão fala no seu "Banquete" (188c) de uma "comunidade mútua (philia) entre Deuses e homens." O Teutão está certo da amizade do seu Deus (...), e com os Helenos na "Odisseia" (XXIV, 514) a mesma certeza é expressada em termos de "amizade dos Deuses" (theoi philoi). No Bhagavad Gita, dos Indianos (IV, 3), o Deus Krishna chama ao homem Arjuna seu amigo. A mais elevada Deidade, como Zeus, é honrada com o título de "Pai dos Deuses e dos homens" - como um pai familiar, Zeus Herkeios, não como um déspota. Esta ideia é também expressa nos nomes dos Deuses: Djaus Pitar com os Indianos e Júpiter com os Romanos. O nome do Deus indiano Mitra, que no Irão é Mithra, significa "Amigo". O Mazdeísmo, fundado por Zaratustra, chamou ao homem que actua de acordo com a moral um amigo de Ahura Mazda, o Deus Universal, que na época dos Aqueménidas se tornou no Deus do Império Persa. De acordo com Platão (Leis, IV, 716), o homem de moderação e auto-controlo é acima de tudo um "amigo de Deus".(...)
Mas a inteligência e compreensão humanas têm os seus limites, enquanto as da Deidade são ilimitadas, daí que os Indo-Euroeus, e particularmente os Helenos, tenham sentido profundamente a sua dependência dos Deuses. A recomendação "Conhece-te a ti mesmo", inscrita no vestíbulo do templo de Apolo, lembrava ao homem as suas limitações quando perante a Deidade. Na sua quinta Ode Ístmica, Píndaro avisava "Não lutes para ser Zeus!"(...)
A tentação e o perigo da presunção humana era aparentemente familiar aos Indo-Europeus, talvez pelo mesmo motivo de que sempre se sentiram tão próximos dos seus Deuses (...). O medo da hubris, ou arrogância, vem do fundo da alma helénica, e perante a hubris o homem é admoestado para se manter no seu lugar na ordem intemporal do mundo, à qual também os Deuses Se ajustam. É destino do Indo-Europeu permanecer orgulhosamente, com confiança e determinação aristocráticas, mas sempre consciente das suas próprias limitações, cara a cara com a infinitude dos Deuses - e nenhuma estirpe humana experimentou este sentido de destino mais profundamente do que os Indo-Europeus: o grande elemento da tragédia na poesia dos povos indo-europeus brota da tensão resultante deste sentido de destino. (...)»
In «A Atitude Religiosa dos Indo-Europeus», do Professor Hans F. K. Günther.
“Os homens sabiam que os Deuses que serviam não os poderiam livrar do perigo e da calamidade, e não Lhes exigiam isso. Não encontramos nos mitos nenhum sentido de amargura perante a dureza e injustiça da vida, mas em vez disso um espírito de heróica resignação: a humanidade nasceu para os sarilhos, mas a coragem, a aventura e as maravilhas da vida são motivo de agradecimento, para serem usufruídos enquanto a vida nos é garantida. As grandes dádivas dos Deuses são a prontidão para enfrentar o mundo tal como ele é, a sorte que mantém os homens nos seus lugares e a oportunidade para alcançar a glória, que é a única que sobrevive à morte.»
In «Deuses e Mitos do Norte da Europa» (1964, p. 218), de H. R. Ellis Davidson.
Fonte: Gladius
A Idade Antiga e os leões
Como se não bastasse um movimento em prol do revisionismo histórico da Inquisição, a Igreja e os Católicos querem revolucionar todo o registro histórico, atribuindo à Idade Média e à ação da Igreja nesse período para "o incrível milagre de transformar o caos em que se havia transformado a Europa com a queda do Império Romano e as invasões bárbaras na civilização onde nascemos e vivemos", choramingando que "os anti-clericais só vêem as fogueiras".
Dizer que a Idade Antiga era uma época dominada por "selvagens", "incultos", "bárbaros" e "pagãos" (no sentido pejorativo) é um preconceito enorme, além de um incrível obscurantismo histórico. Parafraseando o católico de quem eu citei o texto, eu digo que devemos muito do que somos a estes povos antigos, mas os pró-clericais só vêem os leões.
O que seria da "civilização culta contemporânea" se não fosse o pagão, selvagem, inculto e bárbaro Hipócrates, considerado o Pai da Medicina? O que seria da anatomia e da fisiologia se não fossem Herófilo e Erasístrato? O que seria da farmacêutica se não fosse Dioscórides? O que seria da botânica se não fosse Teofrasto? O que seria da engenharia se não fosse Arquimedes? O que seria da filosofia se não fosse Platão? O que seria da Lógica se não fosse Aristóteles?
Nossos antepassados, selvagens e incultos, construíram as incríveis Sete Maravilhas do Mundo Antigo como o Paternon, o Colosso de Rodes, o Farol de Alexandria, os jardins suspensos da Babilônia, as pirâmides do Egito ou mesmo os aquedutos de Roma?
Toda a base das leis atuais partiram da base das leis do inculto e selvagem rei Hamurabi, toda a base da moral ocidental cristã atual vieram dos incultos e selvagens Sêneca, Cícero, Tito, Zenão [Estoicismo], a idéia do "Logos" veio do inculto e selvagem Platão e a base da apologética veio do inculto e selvagem Aristóteles, as bases das igrejas cristãs foram os santuários e templos pagãos.
Assim é a prepotente, arrogante, pretensiosa, falsa e hipócrita civilização cristã, tomando os outros de quem realmente merece, construíndo em cima daquilo que ela mesma destruiu e tentando a todo custo esconder os crimes que tem cometido desde sua fundação.
Nota posterior: Eu não fiquei surpreso ao encontrar um texto na internet propondo o mesmo tipo de revisionismo histórico para as Cruzadas.
Dizer que a Idade Antiga era uma época dominada por "selvagens", "incultos", "bárbaros" e "pagãos" (no sentido pejorativo) é um preconceito enorme, além de um incrível obscurantismo histórico. Parafraseando o católico de quem eu citei o texto, eu digo que devemos muito do que somos a estes povos antigos, mas os pró-clericais só vêem os leões.
O que seria da "civilização culta contemporânea" se não fosse o pagão, selvagem, inculto e bárbaro Hipócrates, considerado o Pai da Medicina? O que seria da anatomia e da fisiologia se não fossem Herófilo e Erasístrato? O que seria da farmacêutica se não fosse Dioscórides? O que seria da botânica se não fosse Teofrasto? O que seria da engenharia se não fosse Arquimedes? O que seria da filosofia se não fosse Platão? O que seria da Lógica se não fosse Aristóteles?
Nossos antepassados, selvagens e incultos, construíram as incríveis Sete Maravilhas do Mundo Antigo como o Paternon, o Colosso de Rodes, o Farol de Alexandria, os jardins suspensos da Babilônia, as pirâmides do Egito ou mesmo os aquedutos de Roma?
Toda a base das leis atuais partiram da base das leis do inculto e selvagem rei Hamurabi, toda a base da moral ocidental cristã atual vieram dos incultos e selvagens Sêneca, Cícero, Tito, Zenão [Estoicismo], a idéia do "Logos" veio do inculto e selvagem Platão e a base da apologética veio do inculto e selvagem Aristóteles, as bases das igrejas cristãs foram os santuários e templos pagãos.
Assim é a prepotente, arrogante, pretensiosa, falsa e hipócrita civilização cristã, tomando os outros de quem realmente merece, construíndo em cima daquilo que ela mesma destruiu e tentando a todo custo esconder os crimes que tem cometido desde sua fundação.
Nota posterior: Eu não fiquei surpreso ao encontrar um texto na internet propondo o mesmo tipo de revisionismo histórico para as Cruzadas.
Marcadores:
citação,
contos,
fragmentos,
história
terça-feira, 16 de junho de 2009
Serapeu de Alexandria
Em 16 de Junho [segundo Caturo] de 389 [DC], o Serapeu da Alexandria foi destruido.
Teodósio tornou os dias sagrados pagãos em dias de trabalho, ao menos os que não foram apropriados pela Igreja.
No Egito, Teófilo, o bispo de Alexandria, viu a oportunidade de atacar e destruir os templos remanescentes. Os defensores pagãos se retiraram ao Serapeu e começarama fortificá-lo.
A situação se tornou um cerco. Os defensores se mobilizaram, tropas corriam pelas ruas. O prefeito e o governador do Egito pediu a Teodósio para intervir. O imperador perdoou os resistentes, mas declarou que o templo devia ser destruido. O apoio do imperador mobilizou as turbas cristãs que eram incitadas à ação pelas denuncias violentas do bispo e uma onda frenética foi bem sucedida em romper o bloqueio e destruir o templo. O local foi então totalmente coberto com cruzes.
A destruição do templo foi extremamente desagradável, deixando a população desmoralizada e desesperada. Nesse estado depressivo, muitos habitantes foram forçados à conversão pelos cristãos.
Isto vindo de uma religião que se diz defensora da vida e propagadora do amor.
Teodósio tornou os dias sagrados pagãos em dias de trabalho, ao menos os que não foram apropriados pela Igreja.
No Egito, Teófilo, o bispo de Alexandria, viu a oportunidade de atacar e destruir os templos remanescentes. Os defensores pagãos se retiraram ao Serapeu e começarama fortificá-lo.
A situação se tornou um cerco. Os defensores se mobilizaram, tropas corriam pelas ruas. O prefeito e o governador do Egito pediu a Teodósio para intervir. O imperador perdoou os resistentes, mas declarou que o templo devia ser destruido. O apoio do imperador mobilizou as turbas cristãs que eram incitadas à ação pelas denuncias violentas do bispo e uma onda frenética foi bem sucedida em romper o bloqueio e destruir o templo. O local foi então totalmente coberto com cruzes.
A destruição do templo foi extremamente desagradável, deixando a população desmoralizada e desesperada. Nesse estado depressivo, muitos habitantes foram forçados à conversão pelos cristãos.
Isto vindo de uma religião que se diz defensora da vida e propagadora do amor.
Numa sociedade de mulheres livres
Existem sociedades onde as mulheres e os homens são livres... e o funcionamento delas já é mais do q argumento pra q a gente entenda de uma vez por todas que o amor romântico é uma invenção patriarcal, assim como a prostituição e o casamento que são os dois lados da mesma moeda. Ah, pois... as sociedades livres funcionam assim: logo qdo vc nasce recebe amor e respeito, de todos as pessoas que ali vivem com vc, e todos cuidam de vc e de todas as crianças... assim como todos cuidam tbm dos idosos, que são muito respeitados tbm por todos. O respeito existe para todos e não apenas para os economicamente ativos... na maioria dos casos são comunidades extrativistas e sustentáveis, isso é, não há acumulação de riqueza nem produção de poluentes. Todos trabalham e todos desfrutam em igualdade. São sociedades altamente pacíficas, e altamente eróticas tbm. Um erotismo natural, saudável e provavelmente incompreensível para a maioria dos civilizados...
É assim: por volta dos 12 ou 13 anos meninos e meninas iniciam a atividade sexual livremente. As meninas são iniciadas pelos meninos mais velhos, e os meninos são iniciados pelas meninas mais velhas. E entre eles o sexo é praticado livremente, todos os dias imagino eu, várias vezes por dia... e isso em nada atrapalha o rendimento ou a aprendizagem deles, aposto como até ajuda. Só há um tabu no q se refere ao sexo, q é não deve haver mistura entre os adultos casados e os solteiros e adolescentes... mas se isso acontece tbm ninguém fica sabendo (ninguém quer lá saber... cada um cuida da sua vida sexual, e não da do vizinho...)
NÃO HÁ PROSTITUIÇÃO!!!
E tbm não há regras rígidas sobre os casamentos, não existem rituais de pompa e circunstância nem muito menos há nenhuma importância para a tal da virgindade, obviamente... As uniões acontecem naturalmente por afinidade, e nem a exclusividade sexual é um tabu. (Não q eles passem imenso tempo a discutir isso em conceitos, regras, politicas de intervenção etc... kkkkkkkkkkk) Eles são livres, simplesmente livres... As mulheres e os homens em algumas delas são totalmente livres sendo a descendência matrilinear. Em outras já infectadas pela civilização há uma diferença social entre homens e mulheres, mas não afeta o equilibrio e a harmonia da comunidade.
É assim um mundo de mulheres livres, o sexo é livre, não há escravidão sexual, nem imposição sexual, nem repressão sexual, nem consultórios d psicologia apinhados de gente civilizada... não há fidelidade, virgindade, greve de sexo como chantagem emocional, etc etc etc... Não há prostitutas, nem playboys, nem cafetões ou cafetinas... Nem príncipes, nem violência doméstica, nem coitadinhas...
A sexualidade não é suprimida, reprimida nem sublimada, ela existe livremente no cotidiano das pessoas, quer na esfera profana, quer na esfera divina e é um fator de equilíbrio energético de toda aquela comunidade.
Autora: Nana Odara
Nota da casa: Bem que eu gostaria que todas as sociedades no mundo fossem assim.
É assim: por volta dos 12 ou 13 anos meninos e meninas iniciam a atividade sexual livremente. As meninas são iniciadas pelos meninos mais velhos, e os meninos são iniciados pelas meninas mais velhas. E entre eles o sexo é praticado livremente, todos os dias imagino eu, várias vezes por dia... e isso em nada atrapalha o rendimento ou a aprendizagem deles, aposto como até ajuda. Só há um tabu no q se refere ao sexo, q é não deve haver mistura entre os adultos casados e os solteiros e adolescentes... mas se isso acontece tbm ninguém fica sabendo (ninguém quer lá saber... cada um cuida da sua vida sexual, e não da do vizinho...)
NÃO HÁ PROSTITUIÇÃO!!!
E tbm não há regras rígidas sobre os casamentos, não existem rituais de pompa e circunstância nem muito menos há nenhuma importância para a tal da virgindade, obviamente... As uniões acontecem naturalmente por afinidade, e nem a exclusividade sexual é um tabu. (Não q eles passem imenso tempo a discutir isso em conceitos, regras, politicas de intervenção etc... kkkkkkkkkkk) Eles são livres, simplesmente livres... As mulheres e os homens em algumas delas são totalmente livres sendo a descendência matrilinear. Em outras já infectadas pela civilização há uma diferença social entre homens e mulheres, mas não afeta o equilibrio e a harmonia da comunidade.
É assim um mundo de mulheres livres, o sexo é livre, não há escravidão sexual, nem imposição sexual, nem repressão sexual, nem consultórios d psicologia apinhados de gente civilizada... não há fidelidade, virgindade, greve de sexo como chantagem emocional, etc etc etc... Não há prostitutas, nem playboys, nem cafetões ou cafetinas... Nem príncipes, nem violência doméstica, nem coitadinhas...
A sexualidade não é suprimida, reprimida nem sublimada, ela existe livremente no cotidiano das pessoas, quer na esfera profana, quer na esfera divina e é um fator de equilíbrio energético de toda aquela comunidade.
Autora: Nana Odara
Nota da casa: Bem que eu gostaria que todas as sociedades no mundo fossem assim.
Sindrome Warhol
Recentemente o mundo do espetáculo foi sacudido por mais um fenômeno: Susan Boyle. Pouco tempo depois do fim do concurso que a lançou, a cabeça de Susan "ferveu" (Boyle=Boiled) e ela foi internada em um hospital psiquiátrico.
Isso deveria ser um alerta e uma advertência a todos os aspirantes a celebridade, mas o que vemos diariamente é o aumento dos chamados "reality shows", onde os participantes demonstram de forma explícita um dos males de nossa sociedade doente: vale tudo para se alcançar a fama e a fortuna. As consequências estão bem visíveis no aumento da criminalidade, na ousadia e crueldade de quem opta pelo crime.
Essa distorção de valores é parte intrinseca do sistema economico e politico, como é possivel compreender o absurdo da contratação de um jogador de futebol por milhões de dólares enquanto professores vivem à míngua? Como é possivel patrocinar e incentivar a cultura do povo se cada vez mais há mais espaço para manifestações vulgares, como o pancadão, o funk, o pagode? Como é possivel esperar que crianças e adolescentes tenham um crescimento sadio se o ideal ainda são os marombados e as modelos? Onde fica a base dos valores humanos?
Andy Warhol lançou a Pop Art e o lema de que todo mundo terá seus quinze minutos de fama. Susan Boyle mostrou que isso nâo é tudo, nem é o suficiente. Sem o devido preparo psicológico, o futuro da celebridade instanânea pode ser melancólico ou trágico. Muitos que sentiram o gosto de estar debaixo dos holofotes, ao verem que o interesse esfriou, buscam voltar a ficar em evidência a todo custo...ou cometem suicídio porque não suportam o anonimato.
Eu prefiro continuar sendo um pagão ordinário e anônimo, sem fama, sem reconhecimento.
Isso deveria ser um alerta e uma advertência a todos os aspirantes a celebridade, mas o que vemos diariamente é o aumento dos chamados "reality shows", onde os participantes demonstram de forma explícita um dos males de nossa sociedade doente: vale tudo para se alcançar a fama e a fortuna. As consequências estão bem visíveis no aumento da criminalidade, na ousadia e crueldade de quem opta pelo crime.
Essa distorção de valores é parte intrinseca do sistema economico e politico, como é possivel compreender o absurdo da contratação de um jogador de futebol por milhões de dólares enquanto professores vivem à míngua? Como é possivel patrocinar e incentivar a cultura do povo se cada vez mais há mais espaço para manifestações vulgares, como o pancadão, o funk, o pagode? Como é possivel esperar que crianças e adolescentes tenham um crescimento sadio se o ideal ainda são os marombados e as modelos? Onde fica a base dos valores humanos?
Andy Warhol lançou a Pop Art e o lema de que todo mundo terá seus quinze minutos de fama. Susan Boyle mostrou que isso nâo é tudo, nem é o suficiente. Sem o devido preparo psicológico, o futuro da celebridade instanânea pode ser melancólico ou trágico. Muitos que sentiram o gosto de estar debaixo dos holofotes, ao verem que o interesse esfriou, buscam voltar a ficar em evidência a todo custo...ou cometem suicídio porque não suportam o anonimato.
Eu prefiro continuar sendo um pagão ordinário e anônimo, sem fama, sem reconhecimento.
domingo, 14 de junho de 2009
A ladainha bíblica
Um pagão não se importa com o que está escrito na bíblia, mas tanto eu como outros pagãos volta e meia usam-na para tentar (a palavra é vaga, mas certa) despertar os cristãos da cegueira doutrinária imposta pela Igreja, especialmente nos assuntos que remetem ao real livre-arbítrio das pessoas no tocante à suas opções (sexuais e/ou religiosas) e na defesa da secularização do Estado no tocante a assuntos médicos/científicos como as células-tronco e o aborto.
Infelizmente ainda não encontrei uma fonte confiável para relatar as verdades ocultas dentro das paredes dos conventos (como prostituição e infanticídio), mas as notícias de casos de pedofilia envolvendo o clero é um indício bem atual do que realmente ocorre dentro da Igreja. Em suma, o clero da Igreja comete escondido nos conventos as mesmas coisas que censuram dos leigos. Não é novidade alguma que eu não reconheço a autoridade dessa Igreja, mas espero que algum dia a humanidade esteja livre dessa opressão.
O assunto mais em discussão entre a sociedade (laica e secular) e a Igreja é a questão do aborto. Eu encontrei esse texto:
Mas o que diz a Bíblia diz sobre o aborto? Absolutamente nada! Ela sequer toca no assunto e o conceito de "aborto induzido" não aparece em nenhuma de suas traduções disponíveis.
Em nenhuma das mais de 600 leis de Moisés encontramos qualquer referência ao aborto. De fato apenas uma instrução sobre 'aborto espontâneo' é usada pelos paranóicos para sustentar que a bíblia inteira é anti-aborto, e ironicamente esta passagem claramente declara que abordo espontâneo não é igual à morte de um ser humano. Como lemos em Exodo 21:22-25:
"Se alguns homens pelejarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, porém não havendo outro dano, certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e julgarem os juízes. Mas se houver morte, então darás vida por vida."
Em resumo, se uma mulher passa por aborto espontâneo como resultado de uma agressão, o homem responsável deve pagar uma multa. Se a mulher morre, ai sim, ele deve ser morto conforme a tradição judaica.
A princial falha é ignorar o conceito bíblico de vida. De acordo com a bíblia, a Palavra Viva de Deus na terra, a vida começa quando o bebe faz sua primeira inspiração e começa a respirar. A bíblia iguala vida e respiração em diversas passagens, incluindo a história da criação do homem em Genesis 2:7, quando Deus soprou em suas narinas e deu a Adão o sopro da vida. Ademais a lei judaica tradicional sempre considerou que a individualização da alma começa no parto. Nos mandamentos de Moisés, nas exortações dos Profetas, nos sermões de Jesus, nos ensinamentos dos apóstolos... o silêncio sobre o tema é esclarecedor.
A militância anti-aborto de maneira alguma demonstra amor pela humanidade ou compaixão pelos seres humanos. Sua insistência faz com que no mundo mais de 50% dos abortos aconteçam clandestinamente sem padrões de higiene e segurança do sistema de saúde, levando a morte 200 mil mulheres todos os anos. Isso sem nos valer das terríveis consequências de más formações congênicas, casos de estupro e das implicações de um mundo onde planejamento familiar é pecado.
Então temos o velho caso e mania entre os cristãos de selecionar e pinçar apenas os trechos da bíblia que lhes agradam e/ou sustentam suas doutrinas. Ignorando de forma veemente os trechos onde a mesma bíblia não demonstra qualquer compaixão com a vida de pessoas, mulheres e crianças: Ex. 12:29, Deut. 21:18-21, Num. 31:12-17, I Sam. 15:2-3, Os.13:16. Ignorando de forma veemente fatos da história onde a Igreja esteve de forma direta ou indireta envolvida em guerras, massacres, genocídios em prol da Cristianização do mundo.
Então não me venham com esta de que a Igreja preza pela vida. Não me venham com imposturas pseudocientíficas compradas para sustentar suas doutrinas religiosas. Chega de ditadura. Apostasia Já!
sábado, 13 de junho de 2009
Fogueiras juninas e Cristianismo
Com a evangelização da Europa, os cultos da Antigüidade à fecundidade e ao Sol, que aconteciam no dia do solstício de verão, foram integrados ao cristianismo.
Passaram a acontecer no dia 24 de junho, festa do nascimento de São João Batista. Essa escolha não foi feita ao acaso e guiada apenas pela efeméride, ou seja, a suposta natividade do santo em seguida à noite mais curta do ano no Hemisfério Norte. Na verdade, João, aquele que purificava os judeus pecadores no rio Jordão, representa os elementos que governam as cerimônias solsticiais, a saber, o fogo e a água.
Nos Evangelhos, João pronuncia as seguintes palavras: “Eu utilizo a água, mas aquele que vier depois de mim batizará com fogo”.
Se os ritos ligados à água praticamente desapareceram, a tradição do fogo se manteve e permanece como o aspecto mais pagão dessa festa, ainda que tenha sido motivo de incômodo debate na hierarquia da Igreja.
O concílio do ano 452, por exemplo, reuniu os bispos da França e do norte da Itália em torno de alguns desafios, entre os quais agir contra os costumes pagãos. Atribuem-se a Santo Agostinho algumas prescrições anteriores ao concílio, visando fazer desaparecer as antigas superstições: “Que ninguém, na festa de São João ou em determinadas solenidades ligadas aos santos, se dedique a observar os solstícios, as danças e os cantos diabólicos”.
Mas as fogueiras, ainda que razoavelmente domadas pela cruz, permaneceram e se institucionalizaram na França medieval e na Europa moderna.
Na verdade, o lado pagão da festa resistiu em outros aspectos na França, ainda que com a discreta desaprovação dos bispos.
À beira do rio Loire, promoviam-se por vezes banhos rituais, e barcas em chamas podiam ser vistas sobre as águas do rio. Na Alsácia, cultivava-se a tradição de beber o “orvalho de São João” para se purificar. As moças se enfeitavam com flores vermelhas para dançar em torno do fogo, isso a fim de melhor seduzir o futuro noivo. Subsistia ainda, no leste da França, o uso de guirlandas de palha, simbolizando o disco solar dos antigos. Eram lançadas em chamas, do alto de colinas, para fertilizar os campos.
Alguns usos e costumes medievais podiam ser encontrados em toda a Europa: fazer os rebanhos passarem através da fumaça dos braseiros da festa joanina supostamente os livrava de doenças no ano seguinte. Da mesma forma, esse ritual servia para proteger as crianças e curar os doentes.
No Brasil, a celebração do dia do nascimento de São João, 24 de junho, vem do período colonial e é o ápice da estação fria – a noite mais longa do ano, ou solstício de inverno, próxima dos dias que homenageiam também outros dois santos: Antônio (13 de junho) e Pedro (29). O sinal trocado do clima nunca foi empecilho para o calor da diversão, especialmente no Nordeste e no Norte brasileiros, onde o inverno traz frescor, raro em outras épocas – nos trópicos e na faixa ao sul do equador, vive-se o avesso dos rigores do Hemisfério Norte.
A Igreja Católica trouxe ao Novo Mundo a celebração de São João, nascida pagã, já cristianizada.
De fato, a celebração, de forte identidade francesa, chegou ao Brasil já modificada pelos portugueses e aqui sofreu outras influências, especialmente de índios e negros.
Autor: Pierre Paillard (História Viva) [link morto]
Marcadores:
citação,
festas populares,
folclore,
história
sexta-feira, 12 de junho de 2009
O fardo feminino
Nosso propósito básico nessa palestra é mostrar que a mulher foi execrada há milênios pelos manipuladores das Escrituras Sagradas. Queremos mostrar que existe um protagonista, um vilão, que embora oculto aos olhos das pessoas, mesmo assim, ele deixa laços em todos os tempos e lugares visando, se não impedir, pelo menos, dificultar o desenvolvimento espiritual da humanidade.
Um dos meios foi desvirtuar a Trindade através da eliminação da polaridade feminina. Queremos revelar que não foi a mulher quem deu chance à entrada do mal no contexto da criação, pois na verdade ela não tem culpa alguma.
Mas, como consciência manifesta, aquela força negativa tende a ocultar a sua própria natureza e por isso é que em todos os momentos da história humana ela sempre está procurando apagar os caminhos que possam levar a pessoa ao conhecimento da verdade, ou seja, à “gnosis” e assim torná-la conhecida e devidamente colocada no lugar de origem do mal. Pela “gnosis” (gnosis = conhecimento) a pessoa toma ciência dos meios de atuação daquela força, da maneira de ser dela, e assim, pelo conhecimento a respeito dela, da sua natureza, tornar mais fácil a pessoa evitar os seus laços tentadores.
Um dos meios usados pela força negativa para esconder o processo da criação foi apagar a existência de um Poder Superior transcendente ao Universo, visando trazer o Cosmo para um nível em que ela pudesse se situar como deus e ao mesmo tempo esconder a verdade. Um dos seus propósitos foi tirar da Trindade a polaridade feminina, pois isto equivale a esconder o lugar onde aquela força negativa estivera no processo da creação, e para isso dificultar o entendimento sobre a existência de uma polaridade dentro da Trindade. Por isso aquela força procurou apagar o lado feminino da criação. Apagando este lado da criação, havendo somente o lado masculino, e aquela força sendo da polaridade feminina, torna-se mais disfarçável, mais oculta a sua responsabilidade.
Neste Ciclo de Civilização no planeta Terra, onde primeiro se fez sentir essa manobra de ocultamento do lado feminino foi na religião hebraica através de Jeová. Em todas as “manifestações” de Jeová aos patriarcas em nenhum momento foi dada ênfase à mulher, nenhuma profetisa, ou matriarca, é mencionada, contrastando isso com todas as grandes religiões de todas as épocas.
Os hebreus retiraram o lado feminino da criação. Mesmo havendo eles vivido no Egito por muito tempo, e consequentemente havendo tido contacto direto com todas as religiões egípcias que tinham em suas trindades o lado feminino, mesmo assim a religião hebraica não incorporou a Deidade Feminina. Todas as cosmogonias, todas as doutrinas que não são oriundas do Velho Testamento admitem a Deidade Feminina, tanto as religiões nativas e primitivas quanto as mais metafisicamente elevadas.
Pela força de um arquétipo feminino, já nos primeiros séculos, os cristãos começaram a endeusar Maria Santíssima. Essa tendência tornou-se tão intensa que ocasionou quase uma insurreição popular durante o Concilio de Éfeso, ocasião em que o tema “Maria Mãe Santíssima” estava sendo debatido. Na realidade aquele movimento nada mais era do que uma tendência à reabilitação da “Deusa Mãe” através de Maria, o lado feminino da Trindade, pois que na Trindade de Atanásio Pai e Filho eram masculino e o Espírito Santo neutro.
O Dogma da Imaculada Conceição, de certa forma, foi criado como uma forma encontrada pelo Cristianismo Ortodoxo para acalmar os ânimos dos cristãos que exigiam uma Divindade Feminina. Posteriormente esse panteão foi enriquecido com grande número de “santas”, contrastando com o Cristianismo ortodoxo primitiva que não mencionava qualquer mulher no lugar de Santa.
Até mesmo algumas escolas gnósticas cometeram esse mesmo engano. Vejamos em síntese o que aconteceu no seio do gnosticismo. Nos primeiros anos do Cristianismo mesmo alguns apóstolos ofereceram resistência em aceitar o apostolado feminino. Documentos encontrados em Nag Hamadi mostram que houve forte reação contra Maria Madalena, ao ponto de André e o próprio Pedro tentarem desacreditá-la quando ela afirmou estar recebendo ensinamentos diretamente de Jesus.
No Evangelho de Tomé consta: Simão Pedro disse aos discípulos - “Que Maria se afaste de nós, pois as mulheres não são dignas da Vida”.
No período antecedente ao I Concílio de Éfeso a maioria dos cristãos já tinha Maria como uma “Deusa”, possivelmente uma conseqüência da força do arquétipo feminino no contexto da criação.
O dogma da Imaculada Conceição, que não é exclusivo da igreja católico-romana, teve o propósito de evitar a crítica de ser considerada uma religião unipolar, machista, por não ter uma representação da polaridade feminina em seu panteão. Uma deidade feminina como era aceito pela totalidade das grandes religiões de todas as épocas e que atendia a um forte ímpeto da natureza humana.
Na realidade não existe uma mulher assim como um homens na Trindade e sim potencialidades polarizadas. As religiões em cujo panteão em que é mencionado o nome de uma virgem esta não é nenhuma mulher, é uma pura abstração, o Nóumeno.
Vemos com esta palestra a razão pela qual a mulher é colocada num plano de inferioridade na maioria das religiões ocidentais têm como base o Judaísmo exotérico.
A força negativa sendo de polaridade negativa e responsável pela penetração do mal no contexto da criação do mundo, como forma de camuflar-se induziu a que fosse retirado o lado feminino da criação. A partir do Concilio de Éfeso a Igreja colocou Maria como “Mãe de Deus”, porém novamente ela foi retirada quando houve o cisma na Igreja Católica originando-se as religiões protestantes.
Naquele trabalho de camuflagem, feito por inspiração através dos séculos, excluindo o lado feminino na Trindade, nas religiões oriundas do Cristianismo Ortodoxo e mesmo do Judaísmo anteriormente, a culpa pela “desobediência” foi atribuída à Eva e não a um dos componentes da Tríade Superior como na realidade correu.
A responsável pela “queda” do ser humano atribuída injustamente à Eva deu margem a um desvio doutrinário, especialmente de conduta dos cristãos o que levou Pelágio a efetivar protestos e contestações o que acabou ocasionando os Sínodos de Jerusalém e de Lydda e o Concilio de Cartago no ano 416 em que Pelágio foi condenado por heresia. Mesmo depois daquele concílio o reflexo da questão ainda se fez intenso no Concilio Plenário de toda a África ocasionado no ano 418.
Autor: José Laércio [Um "brimo" da Fr. Rosacruz }|D][original perdido]
Um dos meios foi desvirtuar a Trindade através da eliminação da polaridade feminina. Queremos revelar que não foi a mulher quem deu chance à entrada do mal no contexto da criação, pois na verdade ela não tem culpa alguma.
Mas, como consciência manifesta, aquela força negativa tende a ocultar a sua própria natureza e por isso é que em todos os momentos da história humana ela sempre está procurando apagar os caminhos que possam levar a pessoa ao conhecimento da verdade, ou seja, à “gnosis” e assim torná-la conhecida e devidamente colocada no lugar de origem do mal. Pela “gnosis” (gnosis = conhecimento) a pessoa toma ciência dos meios de atuação daquela força, da maneira de ser dela, e assim, pelo conhecimento a respeito dela, da sua natureza, tornar mais fácil a pessoa evitar os seus laços tentadores.
Um dos meios usados pela força negativa para esconder o processo da criação foi apagar a existência de um Poder Superior transcendente ao Universo, visando trazer o Cosmo para um nível em que ela pudesse se situar como deus e ao mesmo tempo esconder a verdade. Um dos seus propósitos foi tirar da Trindade a polaridade feminina, pois isto equivale a esconder o lugar onde aquela força negativa estivera no processo da creação, e para isso dificultar o entendimento sobre a existência de uma polaridade dentro da Trindade. Por isso aquela força procurou apagar o lado feminino da criação. Apagando este lado da criação, havendo somente o lado masculino, e aquela força sendo da polaridade feminina, torna-se mais disfarçável, mais oculta a sua responsabilidade.
Neste Ciclo de Civilização no planeta Terra, onde primeiro se fez sentir essa manobra de ocultamento do lado feminino foi na religião hebraica através de Jeová. Em todas as “manifestações” de Jeová aos patriarcas em nenhum momento foi dada ênfase à mulher, nenhuma profetisa, ou matriarca, é mencionada, contrastando isso com todas as grandes religiões de todas as épocas.
Os hebreus retiraram o lado feminino da criação. Mesmo havendo eles vivido no Egito por muito tempo, e consequentemente havendo tido contacto direto com todas as religiões egípcias que tinham em suas trindades o lado feminino, mesmo assim a religião hebraica não incorporou a Deidade Feminina. Todas as cosmogonias, todas as doutrinas que não são oriundas do Velho Testamento admitem a Deidade Feminina, tanto as religiões nativas e primitivas quanto as mais metafisicamente elevadas.
Pela força de um arquétipo feminino, já nos primeiros séculos, os cristãos começaram a endeusar Maria Santíssima. Essa tendência tornou-se tão intensa que ocasionou quase uma insurreição popular durante o Concilio de Éfeso, ocasião em que o tema “Maria Mãe Santíssima” estava sendo debatido. Na realidade aquele movimento nada mais era do que uma tendência à reabilitação da “Deusa Mãe” através de Maria, o lado feminino da Trindade, pois que na Trindade de Atanásio Pai e Filho eram masculino e o Espírito Santo neutro.
O Dogma da Imaculada Conceição, de certa forma, foi criado como uma forma encontrada pelo Cristianismo Ortodoxo para acalmar os ânimos dos cristãos que exigiam uma Divindade Feminina. Posteriormente esse panteão foi enriquecido com grande número de “santas”, contrastando com o Cristianismo ortodoxo primitiva que não mencionava qualquer mulher no lugar de Santa.
Até mesmo algumas escolas gnósticas cometeram esse mesmo engano. Vejamos em síntese o que aconteceu no seio do gnosticismo. Nos primeiros anos do Cristianismo mesmo alguns apóstolos ofereceram resistência em aceitar o apostolado feminino. Documentos encontrados em Nag Hamadi mostram que houve forte reação contra Maria Madalena, ao ponto de André e o próprio Pedro tentarem desacreditá-la quando ela afirmou estar recebendo ensinamentos diretamente de Jesus.
No Evangelho de Tomé consta: Simão Pedro disse aos discípulos - “Que Maria se afaste de nós, pois as mulheres não são dignas da Vida”.
No período antecedente ao I Concílio de Éfeso a maioria dos cristãos já tinha Maria como uma “Deusa”, possivelmente uma conseqüência da força do arquétipo feminino no contexto da criação.
O dogma da Imaculada Conceição, que não é exclusivo da igreja católico-romana, teve o propósito de evitar a crítica de ser considerada uma religião unipolar, machista, por não ter uma representação da polaridade feminina em seu panteão. Uma deidade feminina como era aceito pela totalidade das grandes religiões de todas as épocas e que atendia a um forte ímpeto da natureza humana.
Na realidade não existe uma mulher assim como um homens na Trindade e sim potencialidades polarizadas. As religiões em cujo panteão em que é mencionado o nome de uma virgem esta não é nenhuma mulher, é uma pura abstração, o Nóumeno.
Vemos com esta palestra a razão pela qual a mulher é colocada num plano de inferioridade na maioria das religiões ocidentais têm como base o Judaísmo exotérico.
A força negativa sendo de polaridade negativa e responsável pela penetração do mal no contexto da criação do mundo, como forma de camuflar-se induziu a que fosse retirado o lado feminino da criação. A partir do Concilio de Éfeso a Igreja colocou Maria como “Mãe de Deus”, porém novamente ela foi retirada quando houve o cisma na Igreja Católica originando-se as religiões protestantes.
Naquele trabalho de camuflagem, feito por inspiração através dos séculos, excluindo o lado feminino na Trindade, nas religiões oriundas do Cristianismo Ortodoxo e mesmo do Judaísmo anteriormente, a culpa pela “desobediência” foi atribuída à Eva e não a um dos componentes da Tríade Superior como na realidade correu.
A responsável pela “queda” do ser humano atribuída injustamente à Eva deu margem a um desvio doutrinário, especialmente de conduta dos cristãos o que levou Pelágio a efetivar protestos e contestações o que acabou ocasionando os Sínodos de Jerusalém e de Lydda e o Concilio de Cartago no ano 416 em que Pelágio foi condenado por heresia. Mesmo depois daquele concílio o reflexo da questão ainda se fez intenso no Concilio Plenário de toda a África ocasionado no ano 418.
Autor: José Laércio [Um "brimo" da Fr. Rosacruz }|D][original perdido]
O lado escuro
“Vocês vivem num mundo onde habitam personagens de uma grande escuridão assim como seres de grande espiritualidade a transbordar de amor, mas na verdade a maioria dos humanos encontram-se entre estes dois pólos. Cada um de vocês sabe da luz interior que brilha em cada um deles; cada um sabe também a parte de sombra pela qual já foi confrontado e que traz em si.
As duas faces são a expressão da dualidade que forma a natureza da vida que vocês conhecem pela vossa própria experiência humana. Ao longo da história, houve momentos de incrível iluminação espiritual mas também períodos de impenetrável escuridão e vocês podem constatar que estes dois extremos coexistem muitas vezes num mesmo momento e ocupam o mesmo espaço enquanto pólos da mesma energia.
Estes pólos opostos confrontam-se e opõem-se, e no entanto, vocês podem perceber que eles são simplesmente reflexos de um todo. Como estudantes de sabedoria esotérica, vocês aprendem que devem integrar as duas polaridades: o bem e o mal, a luz e a obscuridade, o amor e o ódio.
Enquanto estiverem a alimentar as forças opostas, a guerra reinará sobre todos os planos.”
Le Haut Conseil de Sirius – Patrícia Cori
Deste modo torna-se claro para nós que tanto a Igreja secular como os Governos do Mundo, manipulam há séculos as pessoas mantendo-as em permanente dualidade e em luta acérrima contra o seu pólo oposto – seja ele o feminino-negativo, seja ele o diabo ou o inimigo - em vez de clarificar que o que o verdadeiro Conhecimento nos propõe é a necessidade de integrar esses dois lados da natureza que coexistem dentro de nós e são parte do nosso ser para integrar e formar o Ser Uno ou Andrógino.
Que as polaridades principais como o feminino e masculino se encontram em luta e que essa separação é intencionalmente provocada pelos poderes da escuridão.
Por isso a Integração do Pólo Feminino – completamente destruído por esses poderes - reverte-se da maior urgência. Eles sabem que o seu poder depende de separar a mulher do homem e na divisão intrínseca da Mulher em dois ou mais estereótipos, para impedir o encontro da “chama gémea” e a sua fusão alquímica, e assim exercem o controlo e a manipulação da humanidade através das Religiões e dos Estados, que coloca os seres humanos impotentes e temerosos entre um deus e um diabo fora de si mesmos.
A sujeição da mulher e a sua anulação é o factor fundamental para o reino do Poder Oculto que domina o Mundo na obscuridade e na mentira. Por essa razão as mulheres continuam a ser prostituídas e exploradas sem que os Estados façam nada, degradadas pelos meios de comunicação social, dos anúncios, e mesmo pelos Blogues de jornalistas e políticos que se servem de imagens aberrantes e destrutivas da sua beleza e a rebaixam ao lixo…
Eles promovem a alienação da mulher de si própria desde menina e do seu poder interior, educada para servir a espécie dos escravos que os humanos ainda são e da ideia única de produzir-consumir e morrer, na ilusão da evolução tecnológica que os afastou do contacto com a Natureza e a vida, dando-lhes instrumentos sofisticados e inúteis que poluem e destroem o sistema ecológico.
Milhões de telemóveis, computadores, jogos e televisões, carros, e paraísos artificiais para férias que não fazem senão destruir ainda mais o equilíbrio da Terra, da flora, da fauna e dos oceanos…
O Eixo do Mal e o Eixo do Bem, representam os fundamentalismos americano e árabe, como pano de fundo dessa guerra milenar e nuclear, entre ocidente e oriente, que nos pode destruir a todos e que continua a alimentar os “vampiros invisíveis”…
A Mulher essencial, como mediadora das forças cósmicas e telúricas é a Pedra Basilar da construção do novo Mundo. As forças Yin, maternais, são absolutamente necessárias para entrar no período de oscilação da Terra para contrapor as forças Yang de destruição e guerra.
Sem o despertar interior da mulher em relação ao seu poder interno e sem a consciência da sua actual cisão, a mulher não conseguirá interagir no mesmo plano que o homem e o homem não pode integrar o seu feminino.
Tal como os cientistas, com as suas fantásticas descobertas as inutilizam, por ignorarem a espiritualidade do Planeta, e ver Gaia como um ser vivo com Alma e emoções e sobretudo inteligência, também as mulheres que lutam pelos seus direitos e alteração das leis a seu favor, sem a dimensão espiritual do feminino sagrado, as inutilizam e acabam por as virar contra si próprias.
Considerar a evolução espiritual em conjunto sem que a mulher primeiro acorde para o seu feminino sagrado e primordial é um erro enorme porque se cai na ilusão de uma evolução que não é baseada na verdadeira integração dos pólos opostos complementares, continuando a luta agora mais subtil, entre o positivo e o negativo o e ainda o bom e o mau…
Ignorar que a mulher ainda não alcançou esse patamar de união consigo mesma e com a Deusa é ignorar algo de fundamental e servir ainda o mundo da escuridão…
Um mundo supostamente espiritual, mas cheio de egos, medos, ódios e competição…onde o dinheiro e a aparência continuam a ser o apanágio de terapeutas e curadores, astrólogos, gurus e discípulos…que acabam na sua ingenuidade ou ignorância por servir os interesses dos senhores das trevas…
Pescado de: Alta Sacerdotisa [link indisponível]
Medo do Feminino
Toda a ideologia do patriarcado concebe o "feminino" como uma força irracional destrutiva. Entretanto, a desvalorização do Feminino deve ser entendida como uma tentativa de superação do medo do Feminino e de seu aspecto perigoso como a "Grande Mãe" e como a "anima".
No patriarcado, o inconsciente, o instinto, o sexo e a terra, enquanto coisas terrenas, pertencem ao "feminino negativo", ao qual o homem associa a mulher, e que todas as culturas patriarcais, até o presente momento, a mulher e o Feminino têm sofrido sob a atitude defensiva e o desprezo masculinos.
Essa avaliação negativa não se aplica apenas ao caráter elementar e ao aspecto matriarcal, mas igualmente ao seu transformador.
Para o homem, que considera-se "superior", a mulher se torna feiticeira, sedutora, bruxa, e é rejeitada em virtude do medo associado ao Feminino irracional. O homem denuncia o Feminino como escravizador, como algo confuso e sedutor, que pode colocar em risco a estabilidade de sua existência.
Ele rejeita o feminino, especialmente porque ele o prende no casamento, na família e na adaptação à realidade, e o confunde quanto o pensar de si próprio. Como o indivíduo do sexo masculino é dominado pelo elemento espiritual superior, ele foge da realidade da terra e prefere ascender rumo ao céu.
O resultado dessa postura unilateral, torna o homem não integrado que é atacado por seu lado reprimido e em muitas vezes sobrepujado por ele. A negativização do Feminino não deixa que o homem experiencie a mulher como uma igual, mas com características distintas.
A conseqüência da altivez patriarcal leva à incapacidade de fazer qualquer contato genuíno com o Feminino, isto é, não apenas com a mulher real, mas também com o Feminino em si, com o inconsciente.Enquanto o indivíduo do sexo masculino não deixar desenvolver o Feminino (anima) em uma psique interior, jamais chegará a alcançar a totalidade.
A separação da cultura patriarcal do Feminino e do inconsciente torna-se assim, uma das causas essenciais da crise de medo que agora se encontra o mundo patriarcal.
O medo da Sabedoria Feminina é notável, como uma mulher que nada fez foi convertida em uma bruxa maligna, é claro que sabemos que os homens principalmente cristãos temam qualquer mulher que tivesse acesso a sabedoria oculta, Hipácia é portanto símbolo da Ciência Divina manifestada na natureza feminina,acredito fielmente que Hipácia seja a direcionadora da sabedoria oculta, um ser especial uma estrela despertina, uma mulher enviada pela própria divindade feminina para manifestar sua vontade, mas como Deusa Aradia sem nada fazer foi considera maligna e perigosa, lembrando o que Aradia disse aos "Santíssimos" Padres:
-"Você só traz a punição para àqueles que se livraram da Igreja e da escravidão. Estes símbolos e roupa de autoridade que veste, só servem para esconder a nudez que nos faz iguais. Você diz que serve a um deus, mas você serve somente a seus próprios medos e limitações". [Evangelho de Arádia, de Charles Godfrey Leland - NB]
As pessoas (homens do patriarcado) na verdade não temiam Hipácia e sim a si mesmo a a sua propria ignorancia. Temam olhar o olho enterrado dentro de si mesmos.
Pescado de: Alta Sacerdotisa [link indisponível]
As mulheres selvagens
A fauna silvestre e a mulher selvagem são espécies em risco de extinção.
Observamos, ao longo dos séculos, a pilhagem, a redução de espaço e o esmagamento da natureza instintiva feminina. Durante longos períodos ela foi mal gerida, à semelhança da fauna silvestre e das florestas virgens. Há alguns milênios, sempre que lhe viramos as costas, ela é relegada às regiões mais pobres da psique. As terras espirituais da Mulher Selvagem, durante o curso da história, foram saqueadas ou queimadas, com seus refúgios destruídos e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para agradar os outros.
Não é por acaso que as regiões agrestes e ainda intocadas do nosso planeta desaparecem à medida que fenece a compreensão da nossa própria natureza selvagem mais íntima. Não é tão difícil compreender porque as velhas florestas e as mulheres velhas não são consideradas reservas de grande importância. Não há tanto mistério nisso. Não é coincidência que os lobos e os coiotes, os ursos e as mulheres rebeldes tenham reputações semelhantes. Todos eles compartilham arquétipos institivos que se relacionam entre si, por isso, têm reputação equivocada de serem cruéis, inatamente perigosos, além de vorazes.
Minha vida e meu trabalho como analista junguiana e cantadora, contadora de histórias, me ensinaram que a vitalidade esvaída das mulheres pode ser restaurada por meio de extensas escavações "psiquico-arqueológicas", e, através de sua incorporação ao arquétipo da Mulher Selvagem, conseguimos discernir os recursos da natureza mais profunda da mulher. A mulher moderna é um borrão de atividade. Ela sofre pressões no sentido de ser tudo para todos. A velha sabedoria há muito não se manifesta.
O título do livro, Mulheres que correm com os lobos, mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, foi inspirado em meus estudos sobre a biologia de animais selvagens, em especial os lobos. Os estudos de lobos Canis Lupus e Canis rufus são como a história das mulheres, no que diz respeito à sua vivacidade e à sua labuta.
Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e uma extrema coragem.No entanto as duas espécies foram perseguidas e acossadas, sendo-lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes, excessivamente agressivos e de terem menor valor que os seus detratores. Foram alvo daqueles que preferiam arrasar as matas virgens bem como os arredores selvagens da psique, erradicando o que fosse instintivo, sem deixar que dele restasse nenhum sinal. A atividade predatória contra os lobos e contra as mulheres por parte daqueles que não os compreendem é de uma semelhança surpreendente.
Chamo-a Mulher Selvagem porque essas exatas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a la puerta, a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher. Llamar o tocar a la puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta.
Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem. Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras selvagem e mulher intuitivamente.
Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma instintiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos exterior e interior. Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem , a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora vagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior.
Portanto, o termo selvagem neste contexto não é usado em seu atual sentido pejorativo de algo fora de controle, mas em seu sentido original, de viver uma vida natural, uma vide em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis. Essas palavras, mulher e selvagem, fazem com que as mulheres se lembrem de quem são e do que representam. Elas criam uma imagem para descrever a força que sustenta todas as fêmeas. Elas encarnam uma força sem a qual as mulheres não podem viver.
O arquétipo da mulher selvagem pode ser expresso em outros termos igualmente apropriados. Pode-se chamar essa poderosa natureza psicológica de natureza instintiva, mas a Mulher Selvagem é a força que está por trás dela .
A mulher selvagem carrega consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber. Ela carrega histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos. Ela é tanto o veículo quanto o destino.
Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do preto para o branco, passar do oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana. Significa exatamente o oposto. A natureza selvagem possui uma vasta integridade.
E então, o que é a Mulher Selvagem? do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como da tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto-ela é a base. Cada um de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para nossa vida.
Clarissa Pinkola Estés, in "Mulheres que correm com os lobos".
Pescado de: Mulheres & Deusas
Observamos, ao longo dos séculos, a pilhagem, a redução de espaço e o esmagamento da natureza instintiva feminina. Durante longos períodos ela foi mal gerida, à semelhança da fauna silvestre e das florestas virgens. Há alguns milênios, sempre que lhe viramos as costas, ela é relegada às regiões mais pobres da psique. As terras espirituais da Mulher Selvagem, durante o curso da história, foram saqueadas ou queimadas, com seus refúgios destruídos e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para agradar os outros.
Não é por acaso que as regiões agrestes e ainda intocadas do nosso planeta desaparecem à medida que fenece a compreensão da nossa própria natureza selvagem mais íntima. Não é tão difícil compreender porque as velhas florestas e as mulheres velhas não são consideradas reservas de grande importância. Não há tanto mistério nisso. Não é coincidência que os lobos e os coiotes, os ursos e as mulheres rebeldes tenham reputações semelhantes. Todos eles compartilham arquétipos institivos que se relacionam entre si, por isso, têm reputação equivocada de serem cruéis, inatamente perigosos, além de vorazes.
Minha vida e meu trabalho como analista junguiana e cantadora, contadora de histórias, me ensinaram que a vitalidade esvaída das mulheres pode ser restaurada por meio de extensas escavações "psiquico-arqueológicas", e, através de sua incorporação ao arquétipo da Mulher Selvagem, conseguimos discernir os recursos da natureza mais profunda da mulher. A mulher moderna é um borrão de atividade. Ela sofre pressões no sentido de ser tudo para todos. A velha sabedoria há muito não se manifesta.
O título do livro, Mulheres que correm com os lobos, mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, foi inspirado em meus estudos sobre a biologia de animais selvagens, em especial os lobos. Os estudos de lobos Canis Lupus e Canis rufus são como a história das mulheres, no que diz respeito à sua vivacidade e à sua labuta.
Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e uma extrema coragem.No entanto as duas espécies foram perseguidas e acossadas, sendo-lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes, excessivamente agressivos e de terem menor valor que os seus detratores. Foram alvo daqueles que preferiam arrasar as matas virgens bem como os arredores selvagens da psique, erradicando o que fosse instintivo, sem deixar que dele restasse nenhum sinal. A atividade predatória contra os lobos e contra as mulheres por parte daqueles que não os compreendem é de uma semelhança surpreendente.
Chamo-a Mulher Selvagem porque essas exatas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a la puerta, a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher. Llamar o tocar a la puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta.
Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem. Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras selvagem e mulher intuitivamente.
Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma instintiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos exterior e interior. Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem , a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora vagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior.
Portanto, o termo selvagem neste contexto não é usado em seu atual sentido pejorativo de algo fora de controle, mas em seu sentido original, de viver uma vida natural, uma vide em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis. Essas palavras, mulher e selvagem, fazem com que as mulheres se lembrem de quem são e do que representam. Elas criam uma imagem para descrever a força que sustenta todas as fêmeas. Elas encarnam uma força sem a qual as mulheres não podem viver.
O arquétipo da mulher selvagem pode ser expresso em outros termos igualmente apropriados. Pode-se chamar essa poderosa natureza psicológica de natureza instintiva, mas a Mulher Selvagem é a força que está por trás dela .
A mulher selvagem carrega consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber. Ela carrega histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos. Ela é tanto o veículo quanto o destino.
Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do preto para o branco, passar do oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana. Significa exatamente o oposto. A natureza selvagem possui uma vasta integridade.
E então, o que é a Mulher Selvagem? do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como da tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto-ela é a base. Cada um de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para nossa vida.
Clarissa Pinkola Estés, in "Mulheres que correm com os lobos".
Pescado de: Mulheres & Deusas
Assinar:
Postagens (Atom)